
Ao chegar na cidade, Euclides já começa a ouvir vozes, vozes que somente ele parecia escutar. A primeira impressão que a família tem do lugar é com o senhor Thomas, um senhor muito animado que aguçou, de cara, a criticidade do menino Euclides. Os netos do senhorzinho são chamados a visitar e conhecer o novo vizinho. Aziz e Zaira eram gêmeos, mas bem diferentes na personalidade, o que fazia com que andassem em pé de guerra. Aziz, um garoto sociável, brincalhão e apaixonado por artes marciais, caratê especialmente, e Zaira, uma menina “emburrada”, que adorava desenhar e pintar, além de roupas coloridas do oriente e maneiras maduras demais para uma criança de doze anos.
Num dia como qualquer outro, Euclides, que tinha asma e usava óculos pesados, estava lendo um livro quando Aziz aparece para uma breve conversa. Na tentativa de fazer amizade, Aziz questiona Euclides sobre diversas coisas, como jogar bola ou xadrez, o que de nenhuma maneira interessava a Euclides.
Então, no dia do piquenique, os garotos ficam próximos de uma grande árvore com tronco marrom e folhas muito verdes. Lá, as vozes que Euclides escutara ficam ainda mais audíveis e a passos lentos, as crianças percebem que há uma silhueta diferente na árvore, como se fosse um portal, numa entrada transparente. Mesmo achando inseguro, numa expressão de hipnose diante dessa inusitada situação, os três entram na porta. Lá deparam-se com uma senhora e um objeto, típico guarda-chuva/bengala. Os meninos descobrem um novo mundo por trás daquela porta e curiosos perguntam o que estariam fazendo ali. A senhora tenta explicar a eles que Euclides era aguardado e que deveria salvá-los da escuridão que tomava seu mundo, pois a deusa do sol, Amaterasu, tinha sido sequestrada.
"[...] Euclides havia sonhado a vida inteira com algo como aquele mundo e não perderia a oportunidade de ver as histórias que lia e ouvia de seu avô, desde pequeno, tornarem-se realidade bem diante de seus olhos."
Lançados à sorte de um malvado Imperador, Euclides decide ajudar, sentindo-se parte daquele lugar e fascinado pela cultura japonesa, aceitando a aventura. Aziz e Zaira, como bons e mais novos amigos não deixam Euclides sozinho nessa, embarcando todos numa longa caminhada, inclusive, Cowboy.

[- Minhas Impressões -]
A amizade verdadeira e a importância da união de habilidades para o cumprimento de uma missão resume bem essa história, fazendo-nos lembrar em alguns pontos de outras prestigiadas fantasias estrangeiras como Harry Potter e Percy Jackson. Entretanto, de forma original, a autora nos leva ao mundo único do Japão, onde conhecemos objetos e seres sagrados, criaturas mitológicas e espíritos malignos, monges e suas crenças, vampiros, um rico vocabulário japonês expresso em muitos diálogos no percurso das crianças (com suas devidas traduções), objetos próprios da cultura japonesa, como os finos guarda-chuvas e o origami, além de conhecer comidas típicas e perceber a honra e respeito dados aos anciãos.
"As crianças ficaram longos segundos sem nada dizer, apenas refletindo o modo como tudo parecia se comportar tão harmoniosamente no mundo mágico."
É uma aventura fantástica, repleta de ações do início ao fim. Admito que fiquei surpresa e muito feliz com a criatividade e o mundo criado pela autora. Não conhecia muita coisa da cultura japonesa e a leitura dessa obra nos presenteia com diversas características dessa rica civilização.

Euclides que era um menino antissocial se torna preocupado e responsável pelos amigos Aziz e Zaira. Os irmãos percebem o quanto amam e precisam um do outro, indo muito além do fato de serem do próprio sangue. Além disso, há outros personagens que eles encontram nessa caminhada, peças chaves para encontrar o Imperador e salvar a deusa sequestrada para devolver a paz, harmonia e luz que a Terra do Japão possuía. As dificuldades são imensas e, muitas vezes, vem o desejo de desistir e se entregarem, mas um estimula o outro.
O humor do menino Aziz, o conhecimento e dinamismo de Euclides e a imperatividade e esperteza de Zaira acabam por trazer leveza e fluidez à trama, deixando a leitura muito prazerosa. A obra nos mostra que um herói nem sempre precisa de força para ganhar a guerra, que há lutas que serão curtas e outras podem perdurar por mais tempo. Ensina também que ter amigos em dias de luta é sempre um excelente combustível para alcançar a linha de chegada com êxito e, nesse caso, com vida.
O desfecho é surpreendente e dá aquele gostinho de “quero mais”, por isso, quero mais da língua japonesa tão bela e diferente, quero mais aventuras, quero mais criaturas falantes e engraçadas, quero mais dos seres monstruosos e gosmentos, quero mais dos pratos típicos e exóticos do Japão e sim, parece haver mais, embora haja um fim real na história. Há um mix de emoções que me fazem recomendar muito a leitura, sendo assim, espero que leiam e se surpreendam tanto quanto eu nessa incrível terra mágica de Euclides.

Livro: A Terra Mágica de Euclides
Cortesia: Zirah ( Autora Parceira)
Número de páginas: 378
Skoob
Onde comprar: AmazonEuclides é um típico garoto de Boston, antissocial e inerte em seu universo particular de livros, cujo único amigo é seu leal cachorro vira-latas de nome curioso: Cowboy. Mas isso está para mudar assim que seu pai recebe uma promoção e é enviado para a cidadezinha de Fishers, Indiana. Euclides não esperava nada de novo até conhecer os gêmeos Aziz e Zaira, de personalidades completamente diferentes da dele, e até uma misteriosa porta magica e brilhante aparecer a sua frente em seu aniversário de 13 anos.
Curioso, como um bom viciado em livros, Euclides atravessa a porta mágica acompanhado de seus dois novos amigos e de Cowboy, até se ver em uma terra mergulhada em trevas, onde o sol não brilhava havia séculos. Mas aquela não era uma terra qualquer, e sim, a Terra Mágica do Japão, onde criaturas e deuses mitológicos são encontrados a cada esquina, a cada montanha, a cada templo. Que mistérios e aventuras aguardam nossos heróis para salvar essa terra da escuridão e trazer a paz novamente a todos os seres mágicos que ali habitam?

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