30 julho 2021

Resenha - Oito Detetives



Oito detetives de Alex Pavesi é uma daquelas obras que você acredita que sabe do que se trata e mesmo assim é surpreendido. Com uma diagramação e capa que chamam atenção, essa é mais uma aposta de sucesso da editora Faro Editoral. Vem comigo conhecer mais sobre a obra.


"Esta é a questão sobre mentiras... Depois que a pessoa começa, não consegue parar. Ela tem que seguir até onde a mentira irá levá-la."


Grant Mccalister é um matemático que há 30 anos resolveu se aventurar no mundo da escrita lançando o seu livro: “Os Assassinatos Brancos” com uma triagem de pouco menos de 100 exemplares. Seu objetivo ao criar essa obra era demonstrar que toda história de investigação seguia um padrão que tornava simples a sua escrita. Em sua opinião, assim como a matemática, esse gênero possuía uma equação simples e direta composta por no mínimo uma vítima, dois ou mais suspeitos, e um ou mais matadores. Sua carreira, no entanto, não durou muito, após escrever os sete contos que compõe esse livro, por isso, Grant decide largar tudo e ir morar em uma ilha no meio do Mediterrâneo longe de todos.


"A arte, então, está no engodo: em escolher a solução que, de certa forma, pareça a mais inadequada para a história, mas de outras formas se encaixa perfeitamente.


Passado mais de vinte anos, seu livro acaba por ser encontrado por uma editora que resolve relançar. No entanto, para isso, a editora Júlia Hart precisa reeditar essa história que quanto mais lê mais passa a notar inconsistências. Encarregada e curiosa sobre os pontos que observou, ela parte em uma viagem para se encontrar com Grant, entrevista-lo e descobrir mais sobre esse pontos.


“As possibilidades são apresentadas ao leitor desde o início. O final apenas recua e aponta para uma delas."


Com alguns pontos em comum com crimes reais, Júlia passa a questionar Grant com suas dúvidas e falhas que identificou na historia e assim esclarecendo alguns pontos e se fechando em outros, então o autor passa a explicar o porquê de ter criado suas obras assim.

Contudo, conforme a obra vai apresentando os contos intercalados e as entrevistas de ambos, o leitor se vê questionando vários pontos da obra. Determinada a descobrir o que realmente está acontecendo e qual a verdade por trás da motivação e inspiração Mccalister, Hart se embrenha bem fundo nesse enredo. Mas será que ela está certa em seus questionamentos ou será apenas uma coincidência onde vida, literatura e arte se misturam?


"Aqui é meu dever, como autor dessa história, assegurar ao leitor que agora ele tenha sido apresentado a provas suficientes para resolver esse mistério por si próprio. Os mais ambiciosos de meus leitores podem querer fazer uma pausa por um momento e tentar fazer isso."


Em Oito Detetives o leitor é levado a aprender mais sobre o que compõe uma boa obra de investigação, seus pontos essenciais e principalmente a duvidar de tudo e procurar nos menores detalhes. Resta saber se a resposta é realmente aquela que se procura...



“Porque teorias nunca são fatos. E cada uma deve ser confirmada por várias provas.”



[ - Minhas impressoes -]

Oito detetives é uma daquelas obras de mistério que te deixa intrigado, instigado e absolutamente viciado. Com várias reviravoltas e muitas dúvidas para o leitor, cada página lida e apresenta algo que pode mudar por completo o rumo da história e os palpites sobre ela.

Obviamente que para aqueles que são amantes do gênero e já estão acostumados com essa trama de suspense pode não ser algo que vai explodir mentes e surpreender, mas nem de longe também é uma história a ser menosprezada.

Mesclando diversas histórias, Alex Pavesi consegue entregar em sua obra de estreia uma trama que te induz a descobrir mais sobre esse universo e como basta as vezes um detalhe para mudar toda uma trama.


Júlia Hart é uma protagonista que logo ganha destaque. Com sua atenção aos detalhes e anseio em descobrir mais sobre o que Grant pode estar escondendo ela não hesita em buscar por mais do que uma simples editora costumaria fazer. Levantando hipóteses que nós leitores também pensamos ela nos leva a embarcar nesse mistério repleto de pontas soltas que nos faz questionar e mudar de opinião sobre algo a cada página.

Muito bem escrito, sentimos nela uma veracidade e uma conexão como se fosse realmente alguém do nosso dia a dia. Mais do que uma personagem ela é alguém que nos inspira a não nos contentar com aparências ou com o lógico, mas a ir além.

Grant Mcalister, por outro lado, não deixa a desejar, mas mostra um outro tipo de personalidade. Extremamente esquivo e repleto de mistérios ele é alguém que não deseja falar sobre si mesmo e principalmente sobre sua vida e seu passado - o que para alguém que é autor, acaba por ser bem estranho. Mostrando o esquema matemático - que para ele é o cerne de toda história de assassinato - ele se torna alguém intrigante e essencial para a obra. Muito bem escrito, esse protagonista aparece na trama para fazer com que o leitor se questione e veja lógica em coisas que em um primeiro momento poderia passar despercebido.

No entanto, isso não é tudo, o autor Alex Pavesi demonstra maestria em cada personagem que aparece, seja secundário ou não. O cenário também é algo que acaba ganhando destaque devido as mudanças que vai sofrendo e o grau de dificuldade que vai sendo atrelado a trama.

Nada nessa obra acaba por ser por acaso o que o leitor logo passa a descobrir no meio de tanta engenhosidade demonstrado a cada capítulo. 


Com uma sinopse que apresenta muito bem o que se pode esperar ao longo de suas 288 páginas e uma capa que faz jus ao gênero já demonstrando o que aguarda o leitor em suas páginas, essa é mais uma obra que demonstra em cada mínimo detalhe o esmero que a Faro Editorial tem com o seu trabalho. Com as famosas páginas amareladas ideias para não cansar a vista durante a leitura e com uma revisão muito bem feita, esse livro é mais um exemplo de trabalho bem feito por ela.

O autor Alex Pavesi também foi muito sábio na hora de criar sua trama e dividi-la em capítulos mais curtos e intercalados entre as tramas envolvendo os assassinatos e as entrevistas conduzidas pela editora Júlia. Simples, mas com uma beleza característica da simplicidade, com pequenos detalhes em imagem acima de cada capítulo, essa é uma daquelas obras que você ama ter na estante pela harmonia encontrada entre edição, capa e história.

Essa obra é uma daquelas que você começa achando saber o que esperar, mas é surpreendido a cada capítulo, fato ou plot twist que ocorre. Simples, mas cumprindo seu papel, esse livro é um daqueles que pode até não virar um favorito, mas está longe de ser um que deixa a desejar.

Leiam essa obra, porque ela irá te surpreender e se prepare para conhecer um pouco sobre um lado diferente do que se está acostumado nesse gênero.









 
Livro: Oito Detetives
Cortesia: Faro Editorial
Número de páginas: 288
Amazon / Skoob

Existem regras para mistérios em que há um assassinato. Deve haver uma vítima. Um suspeito. Um detetive. O restante é apenas embaralhar a sequência de fatos para enganar o leitor. O matemático Grant McAllister resolveu esse raciocínio para escrever sete histórias de detetive calculando as diferentes ordens e possibilidades. E, por trinta anos, essas histórias pareceram perfeitas aos olhos de todos. Agora, vivendo recluso numa remota ilha do Mediterrâneo, vendo a vida passar, ele é descoberto por Julia Hart, uma editora ambiciosa e esperta. Julia quer republicar o livro de Grant, mas nota muitos pontos inconsistentes, quase propositais. Aos olhos de uma profissional, parecem pistas de crimes reais... Ela decide investigar. Em uma batalha intelectual com um adversário perigosamente inteligente, Júlia percebe que há um mistério maior por trás dos livros... Grant deixou as pistas para conectar os livros ou assassinatos da vida real? Toda investigação parte de evidências. Mas, e se elas fossem disfarces de algo mais grave?




22 julho 2021

Resenha - Amélie O Jardim e o Piano



Amélie nasceu em Lyon na França em 1983. Seus pais sempre quiseram ter filhos e o seu nascimento foi motivo de grande alegria e felicidade para eles. Sempre muito amada e cuidada por seus pais Michele e Roy Moreau, executivos no ramo da informática e um casal muito apaixonado.

À medida que cresce, Amélie demonstra um comportamento sempre solitário preferindo a companhia de seu cachorro em detrimento de outras pessoas. Os pais demoram a entender o que se passa com ela e a mãe acredita que com o tempo Amélie mudará. Porém, quanto mais cresce mais reclusa ela fica e agora além do cachorro, Amélie passa a maior parte de seu tempo ao piano sempre tocando no jardim, local em que se sente extremamente bem.

Tempos depois e já adolescente, Amélie perde o pai em um acidente de avião. Agora ela só tem a mãe e as duas sempre se deram muito bem, mas Amélie começa a ter sonhos sucessivos com um homem do qual ela não consegue ver o rosto e só escuta um assovio. Os sonhos lhe fazem muito bem e lhe transmite paz, mas ela teme nunca conseguir ver o rosto do homem dos seus sonhos. Até que um dia ela conhece Pierre, filho do motorista de sua família e os dois se encantam um pelo outro.


Com a aproximação eles se apaixonam perdidamente, mas Pierre não sabe lidar com as mudanças bruscas que acontecem quando estão juntos, pois de um momento para o outro Amélie o afasta, ficando irritada e muito estranha.

Buscando ajuda para a filha, Michele descobre que Amélie nasceu com um grau leve de autismo conhecido como Asperger e sofre por não ter se dado conta do problema ainda em sua infância. O autismo impediu Amélie de interagir e socializar com outras crianças e sua transição de criança para adolescente foi algo extremamente difícil, já que ela não conseguia ir às festas da escola e ter amigos e acabava sempre ficando sozinha em seu mundo por não conseguir que as pessoas a compreendessem como ela era  e assim sofrendo discriminação por parte da sociedade que não soube lidar com o seu jeito esquivo e retraído de ser.


"Com o tempo, Michele começou a estranhar o comportamento da filha, sempre distante da realidade das coisas. Viajava em seus pensamentos, preferia ficar por muito tempo sentada em seu jardim e contemplar o vai e vem das pessoas e veículos que passavam em frente a sua casa."



O diagnóstico de Autismo assusta a todos, mas com ajuda profissional, orientação de especialistas e terapias Amélie passa a levar a vida de um jeito mais tranquilo tendo no piano o escape perfeito para suportar as dificuldades e transpor as barreiras impostas por sua condição. E com isso tem a possibilidade de se relacionar romanticamente e viver uma linda e intensa história de amor e se tornar uma pianista conhecida internacionalmente. Ela é uma personagem doce, forte, corajosa e muito inspiradora e mesmo com medo, ela não deixou de correr atrás de seus sonhos e lutar para viver da melhor forma possível.




[- Minhas Impressões -]


Ao ler a história de Amélie pude conhecer um pouco como é a vida de pessoas com autismo e perceber o cuidado do autor ao abordar o assunto, pois toda a história trouxe as dificuldades que as mesmas enfrentam perante a sociedade e junto aqueles que não entendem e muito menos sabem lidar com a situação. 

Então no decorrer da história o autor deixa muito claro para o leitor os anseios, medos e inseguranças que tomam conta de pessoas autistas e através de Amélie podemos entender um pouco como é para a pessoa conviver com o autismo e a necessidade indiscutível de acompanhamento profissional. Outra coisa que salta aos olhos é a importância do apoio familiar e como isso faz toda a diferença, já que receber amor e cuidado no momento em que mais se precisa contribui muito para o avanço positivo no desenvolvimento.

Toda a história é bastante fluida e muita coisa acontece no livro, o que nos faz ler com ainda mais vontade e também é cheia de revelações, reviravoltas e adrenalina. Já a emoção, ficou por conta do relacionamento de Amélie com a mãe que é muito lindo e durante todo o livro,porque o autor dosou muito bem esses momentos e é impossível não sentir e não se emocionar com o amor que une as duas. Outro ponto muito positivo na história e que encanta é a cumplicidade entre Amélie e Pierre. Ele é um fofo! Os dois juntos transbordam amor e companheirismo e nos enche de amor.

A escrita do autor envolve e instiga o leitor por ser leve e ao mesmo tempo cativante e cada uma das situações vividas por Amélie foram muito bem construídas e abordadas.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção enquanto lia foi que em nenhum momento o autor permitiu que a história ficasse pesada e até mesmo dramática. Isso não aconteceu, muito pelo o contrário, e por isso, eu gostei muito porque isso permitiu que a leitura fosse mais apreciada em sua totalidade.

Amélie O Jardim e o Piano é uma obra sensível, importante e extremamente necessária e quanto mais pessoas lerem melhor será, pois vale muito a pena! Uma obra mais do que recomendada com toda certeza.







 
Livro: Amélie O Jardim e o Piano
Cortesia: Maurício Oliveira (Autor Parceiro)
Número de páginas: 181
Amazon

Superação, garra e coragem.

Essas são as qualidades de uma francesa de nome Amélie Blanche Moreau, que leva consigo um transtorno do espectro autista conhecido como Asperge. Passa por várias situações complexas no decorrer de sua vida devido a síndrome. Com a música clássica tocada em seu piano no seu jardim começando com apenas doze anos, supera as dificuldades que aparecem. Mais adiante já casada muda-se para o Brasil com o marido e seu filho, onde no decorrer dos anos terá uma revelação que transformará sua vida, envolvendo-a em uma ação policial.




16 julho 2021

Resenha - "DEZ ANOS"



Alice está se formando no ensino médio. Ela é uma mocinha sensível e muito meiga, algumas vezes parece indefesa e inocente, mas aos poucos mostra sua força. A dependência financeira e emocional com seus pais acaba levando ela a se afastar de seu sonho e principalmente de seu verdadeiro amor.

Já Filipe é um jovem muito esforçado, um mocinho romântico e maduro, aquele protagonista cheio de atitude. Ele é um universitário do curso de medicina que mora com a mãe, que é uma mulher batalhadora, mas sofre de depressão e só quer que o filho seja feliz.

A obra se dedica à vida do casal num longo percurso de dez anos. Eles terão que passar por conflitos e muitos desencontros durante um tempo, que fazem com que o leitor se depare com uma narrativa cheia de acontecimentos a cada página. Dá para sentir como a vida dos personagens é eletrizante e quando tudo parece estar indo bem, o mar de rosas se torna mais cheio de espinhos. Os sentimentos deles são bem intensos e estão sempre à flor da pele, gerando diversas reviravoltas de acordo com as decisões que tomam ao longo da trama.

No decorrer das páginas,  o amadurecimento dos personagens é bem lento, o que me deixou bem brava e até me deu vontade de sacudir esses dois. Em alguns momentos cheguei a ficar impaciente com a imaturidade deles, por algumas atitudes muito dramáticas e, outras vezes, por causa da falta de comunicação e confiança entre eles, que só fazia com que se distanciassem e nada resolvesse. 

Então assim que as dificuldades começam a entrar em ação, é mostrado aos dois que terão que lutar e enfrentar muitas coisas para viver o grande amor que sentem um pelo outro.


E o ponto que mais me chamou atenção é o romance, porque os ciúmes e os reencontros desses dois, foram para mim as partes mais gostosas da leitura, tendo até uma certa trilha sonora embalando os dois. E mesmo com todas as dificuldades, quando estão juntos, conseguimos sentir como Alice e Filipe se amam perdidamente.

Brigas, desencontros, perdão e superação tomam conta do enredo o tempo todo em uma escrita cativante e numa leitura rápida que nos gera um mix de emoções e nos faz lembrar um pouco da nossa própria adolescência.


Os conflitos centrais trazem temas como vingança e drama, que mostram a rejeição dos pais de Alice em seu relacionamento com Filipe, pois fazem de tudo para afastá-la dele, inclusive, nos deparamos com palavras e atos de violência que me deixaram perplexa. Além disso, os segredos e mentiras que rondam a vida de Alice e Filipe farão com que seja ainda mais impossível esse relacionamento dar certo.

E além de desconhecerem todas as origens que os impedem de permanecer felizes, ficarem juntos era a ameaça a própria existência deles, porém tais descobertas são feitas ao longo da trama e mesmo tendo tentado fugir do que sentiam, o destino sempre acabava por uni-los de alguma forma. 

O clímax acontece numa louca tentativa de ficarem juntos, em que Alice e Filipe fogem com a ajuda de Beck, o mordomo de Alice, que considero como um verdadeiro pai dela.

Ocorre que no percurso são abatidos e tudo parece um assalto. Então Filipe acaba sendo bastante machucado tentando salvar e proteger Alice, mas não consegue. Já Alice, ao acordar, apenas vê fotos de Filipe muito debilitado e sangrando e ouve a notícia de que ele está morto, tudo porque tentaram ficar juntos. Será verdade?

Alice se vê perdida, mas as descobertas vindouras faz com que ela mude completamentede atitude e lute ainda mais pelo que quer e ama. Daí vem a grande questão: até onde o amor consegue resistir?

É um romance que recomendo muito e para quem gosta de um enredo cheio de reviravoltas e dramas.

 






 
Livro: Dez Anos
Cortesia: Thais Custódio (Autor Parceira)
Número de páginas: 290
Skoob / Amazon

"Eu estava dançando quando Filipe veio até mim. Tão lindo... Ele me pegou pela cintura, ia me beijar. Eu deveria resistir. Mas como poderia? Seus lábios finos e rosados se juntaram aos meus num ato que demonstrava mais que saudade, mais que um simples desejo. Para mim, depois de tanto tempo, nem era mais um simples beijo."

Alice e Filipe se amam, mas como nada na vida é fácil, com a história deles não seria diferente. Dez anos de momentos lindos, tristes, tensos e até mesmo dolorosos. A vida e as pessoas ao redor deles testarão esse amor aos limites. O quão forte os dois podem ser?




14 julho 2021

5 Motivos para ler - ''DEZ ANOS''




1) Enredo surpreendente


O livro não é dividido exatamente em capítulos, mas alterna as falas dos protagonistas deixando a leitura fluida, cativante e permitindo a percepção sobre o que cada um deles sente, pensa e os motivos que os levam a fazer o que fazem. Como a obra se passa num período longo de dez anos, há uma diversidade de situações, gerando um enredo cheio de ações e emoções. E assim trazendo revelações surpreendentes sobre o passado dos personagens, questões que o leitor nem conseguiria imaginar.


2) Personagens reais e dramáticos


Como o casal se conhece ainda bem novo, os sentimentos primários do amor é bem real e dá para sentir a vontade de que ambos têm de ficar juntos, se possível, o tempo todo. Os sentimentos do casal quase sempre estão à flor da pele, a dramaticidade e o desenvolvimento dos diálogos acabam por envolver tanto o leitor na história que faz parecer bastante reais.





3) Temas atuais e importantes


Se há temas familiares na obra, sempre considero importantes! Além de debater sobre a atenção, amor e carinho de que os filhos precisam dos pais, a obra fala sobre as dificuldades para manter um relacionamento a dois, tratando sobre ciúmes, perdão, superação e compreensão; trata da doença de depressão também, algo bem comum nos dias de hoje e sobre a necessária comunicação eficaz e interpretação de “palavras” e “fatos” dentro de um relacionamento.



4) Cenas fortes


Há cenas maravilhosas que nos fazem suspirar, cheias de amor, carinho e solidariedade entre os personagens principais. O fato da recusa desmedida da família de Alice em relação a Filipe acaba findando em cenas fortes, que considero até violentas, mostrando que o homem vai além do limite da “humanidade” quando impõe sua vontade sobre o outro.




5) Desfecho de novela


Os acontecimentos finais dá aquele friozinho na barriga, mas daí chega o momento que aquece o coração. Contudo, não posso falar mais para não dar spoiler, só posso dizer que amei e que me lembra muito os finais de novela. Apenas leiam!



05 julho 2021

Resenha - Hope: As cores da Verdade



Quando novas eleições são realizadas nos Estados Unidos um novo presidente assume o cargo trazendo mudanças extremamente significativas para a população. Em uma busca implacável por erradicar aqueles que pertencem a comunidade LGBT, Isaac Harper elabora um novo sistema de controle para a população. Aqueles que se enquadram no que é visto como o “correto” recebem uma identificação e ficam seguros, mas para os outros uma vida de terror passa a ter início.
 

“O chip era uma medida paliativa, porém necessária, para que homens voltassem a ser homens e mulheres apenas mulheres e que os jovens aprendessem desde pequenos que o correto é macho e fêmea. E que este contato seja o único possível.”


Sam acompanhou de perto a violência, discriminação e intolerância, sobrevivendo com a família mais afastado, ele nem imagina que sua vida está prestes a mudar quando é pego em meio a uma patrulha... Desconhecendo o novo sistema, ele se vê encurralado e prestes a ser levado. É então que sem escapatória ele acaba por realizar um ato que muda toda a sua vida.

Enquanto o governo continua a perseguição a comunidade adotando métodos cada vez mais cruéis e desumanos como uma vacina para forçar as pessoas a “mudarem” sua orientação sexual e uma prisão para aqueles que rejeitam as ordens do governo sobre quem devem Amar. Com o surgimento cada vez maiores de insurgentes o governo passa a se tornar ainda mais vigoroso em suas ações sem ter qualquer piedade em matar as pessoas da comunidade.


“- Não se deixe envolver, Sam - aconselhou. - O amor pode ser um dos pilares para sua vitória, mas também pode ser o da ruína. Quando se envolve, o inimigo não ataca você, ele ataca quem você se importa, porque sabe que o outro é a sua parte mais vulnerável.”


No entanto, determinado a não ceder às pressões do governo e principalmente não sendo afetado pela cura que o governo afirma existir, Sam inicia uma verdadeira guerra contra a opressão. E quando seu caminho cruza com um jovem tão determinado quanto e que faz seu mundo balançar, sua determinação passa a ser ainda mais dobrada. Mas quando toda uma sociedade passa a pensar de uma determinada forma, as coisas não parecem nada promissoras e o preço a ser pago pela mudança pode ser muito alto.


“Nenhum sistema legal pôde derrubar aquele monstro cheio de ódio e preconceito que se instalou como uma praga perenal no poder do nosso país, mas eu o farei, nem que seja com as minhas próprias mãos.”


Até onde você iria para defender aquilo em que acredita e principalmente para poder amar quem você quiser? Em Hope: As Cores da Verdade o autor M.V.Nery te convida a conhecer mais sobre como seria um mundo onde a liberdade é algo inexistente e a intolerância é a maior bandeira do governo.


“Isso é um erro sem precedentes. Sei que estou cavando minha própria cova sentimental, mas não posso evitar.”



[ - Minhas Impressões -]

Hope: As Cores da Verdade é uma obra que surpreende ao apresentar mais do que apenas uma simples história. Extremamente intenso, cada página é carregada de emoção, ação, revolta por parte do leitor e esperança em seu enredo, onde retrata sobre os preconceitos e obstáculos vividos por aqueles que desejam apenas poder amar quem desejam. Ensinando a não aceitar o que é imposto e muito menos se conformar com rótulos. Profundo e bem escrito, essa obra apresenta personagens cativantes, envolventes e bem apaixonantes.

Sendo o primeiro livro de uma série que promete muito e entrega ainda mais sendo bem perceptível que o que será entregue é um trabalho de excelente qualidade e muito surpreendente. Desde a diagramação que está de cair o queixo com detalhes que tornam a obra ainda mais bela em cada capítulo, até a revisão que foi feita com primor. Apesar de um grande número de páginas que pode assustar aqueles que não gostam de grandes volumes, essa é uma obra que se mostra extremamente fluída fazendo com que não se torne pesada. A capa também se encaixa perfeitamente com a história ao trazer os elementos na medida correta para demonstrar o clima da obra.


Sam Hatfield é um personagem extremamente real e intenso, porque é alguém que luta pelo que acredita e mergulha fundo no que sente. No entanto, ele está longe de ser alguém perfeito; suas falhas o fazem realmente adquirir aquela parte de realismo que nos aproxima da realidade. Vivendo uma situação complicada, onde sua vida e de outros correm perigo, não são muitos os momentos em que vemos reflexões de sua parte, contudo, sua força fica clara em cada capítulo assim como sua determinação. 

A ausência de hesitação mesmo em meio a perseguição e atos de violência desconstroem aquele estereótipo onde a fraqueza costuma ser associado a comunidade LGBT. 

Intenso, mas sem ser exagerado, esse personagem demonstra todas as imperfeições que encontramos até em nós mesmos o que nos faz refletir ainda mais. Por ser o primeiro volume acredito que o personagem ainda tenha muito mais a apresentar e que até mesmo os pontos negativos encontrados possam acabar por serem melhorados.

Max é, assim como Sam, um personagem necessário para a construção da obra. Tendo suas particularidades e chamando atenção também na sua vontade em mudar as coisas. Apesar de ser em grande parte bem diferente de Sam é muito bom observar a relação dos dois e ver como eles se aproximam e realmente se preocupam um com o outro sendo capazes de tudo não apenas um pelo outro, mas por toda a comunidade.

Apesar de a política não ser o foco do enredo, o autor soube muito bem fazer uma crítica ao governo e à intolerância que já chegamos a observar algumas vezes. Sendo o primeiro livro da trilogia, Hope é apenas o início de uma grande luta pelo fim a desigualdade e intolerância à orientação sexual de cada um.

Mesmo sendo uma fantasia, os acontecimentos da obra são facilmente imaginados de ocorrerem na nossa sociedade caso não haja mudanças realmente significativas na forma como lidamos com tudo, porque apesar de o foco aqui ser a busca e repreensão aos homossexuais, a intolerância pode ser observada em vários aspectos de nosso cotidiano - uma realidade triste e que já passou da hora de ser mudada.


Hope é um daqueles livros transformadores, trazendo temáticas extremamente necessárias, onde o autor leva o leitor a refletir sobre como o preconceito e a discriminação podem afetar de forma tão intensa a vida daqueles que sentem na pele o peso de não serem aceitos. Apesar de não ser nenhuma novidade, uma vez que diariamente somos bombardeados - infelizmente- com notícias de violência, essa é uma daquelas histórias que te levam a refletir e pensar mais sobre as nossas atitudes e posições diante de tantas injustiças.

O autor M.V. nery nos leva a entender e refletir sobre quem queremos ser e principalmente, sobre como lidamos e enfrentamos com desafios. Muitas das vezes acabamos por achar que temos problemas muito grandes e a cada página Nery nos mostra quão pequenos podem ser diante de situações ainda piores. Sem desvalorizar nenhuma situação e abordando de uma forma imparcial em sua escrita assuntos tão delicados, o leitor passa a elaborar suas próprias opiniões e ter suas próprias reações a cada capítulo. Raiva, angústia, lagrimas e sorrisos são apenas algumas das mais variadas emoções que são despertadas com cada parágrafo e cada avançar do livro.

Transformador, esse é um daqueles livros que realmente nos modificam não por trazer fatos inusitados, mas por nos forçar a encarar situações que muitas vezes preferimos ignorar ou que não compreendemos o verdadeiro peso. Com uma mistura dos mais diversos temas sensíveis essa obra tinha tudo pra poder ser um grande desastre, mas se mostra sensível e essencial na medida perfeita.

Leiam e se permitam um pouco mais de esperança.









 
Livro: Hope - As Cores da Verdade
Cortesia: M.V.Nery (Autor Parceir0)
Número de páginas: 468
Skoob / Amazon

UM GOVERNO DE TERROR INICIA-SE quando o tirano Isaac Harper conquista a presidência dos Estados Unidos. Principais alvos do novo presidente, a comunidade LGBT perde todos os seus direitos, sendo submetida a uma vacina que logo se descobre ser uma espécie de “Cura Gay”, capaz de inibir a sexualidade por um preço terrível. Ao se levantarem contra os horrores do governo Harper, milhares de insurgentes LGBT são impiedosamente assassinados ou presos em HOPE – Homossexual Prison and Exclusion, um novo nome para o inferno. IMUNE À VACINA, Sam Hatfield é um sobrevivente à perseguição sangrenta do governo Harper. O destino o coloca no caminho de Max Dillan, por quem se apaixona e une forças na guerra contra Isaac Harper. No entanto, Sam e Max descobrirão que a luta para derrubar um tirano em um país cego pela fé e pelo ódio precisará de muito mais que armas, e poderá custar muito mais que suas próprias vidas.




02 julho 2021

5 Motivos Para Ler - Hope


Existem livros que nos surpreendem, outros que nos ensinam lições de vida extremamente profundas, enquanto outros são apenas uma forma de escaparmos da realidade que muitas vezes nos sufocam... Contudo, posso dizer que Hope é uma mistura que traz um pouco de tudo isso em um enredo transformador e inusitado. Não ficou convencido ainda? Então vem que hoje eu vou trazer 5 motivos para você entender e querer conhecer essa obra que conquistou meu coração.




1 - Representatividade


Hope é um daqueles livros que traz como foco a representatividade da comunidade LGBT e a luta que diariamente é enfrentada contra o preconceito, a discriminação e principalmente a recriminação a essa forma de amor. O autor soube apontar de forma bem clara e real todo dia a luta que a comunidade enfrenta apenas para poder amar quem quiser da forma como quiser trazendo uma mensagem de perseverança e força.



2 - Personagens Cativantes

Uma boa história é feita com bons personagens e nessa o autor soube criar não apenas protagonistas, mas todos de forma que até mesmo aqueles que aprendemos a odiar sejam bem construídos e extremamente reais. Sam e Max são aqueles rapazes que nos cativam e nos levam a torcer por eles a cada página, mas mais do que isso ele são a representação da força que todos gostaríamos de ter e que muitas vezes não temos, mesmo em situações muito mais fáceis.



3 - Enredo Surpreendente

Desde o meu primeiro contato com essa obra eu me vi completamente abismada. Ao mesmo tempo em que o enredo é algo que não é pura ficção porque é tão verosímil que alguns fatos a gente já viu acontecendo realmente ou pelo menos alguém queria fazer, etc. Os elementos utilizados pelo autor tornam essa não apenas uma ficção, mas uma obra que retrata romance, faz uma crítica à sociedade e ao governo sem tornar pesado. O leitor nessa obra se vê aprendendo muito mais do que imaginava e crescendo como pessoa ao acompanhar a luta dos personagens.


4 - Diagramação e Capa

Eu não sou muito de ficar focando em detalhes como capas de livros e diagramação, mas em Hope eu não pude deixar isso de lado. Sabe quando você vê aquela obra que te chama atenção logo pela capa? Então! Aqui o ditado de julgar pela capa vale muito porque ela consegue trazer em seus pequenos elementos um pouco de tudo do enredo. Sem falar que é uma capa que é linda e onde mesmo tendo elementos variados não torna nada pesado, então nem que fosse só pra ter na estante já valia a pena, mas a história também é incrível então é o pacote completo.


5 - Escrita Fluída

O livro tem mais de 400 páginas, mas tem uma narrativa que instiga, detalhes na medida certa e plot twist nos momentos mais oportunos. o leitor se vê avido e ansioso para descobrir o que vai acontecer de forma que um capítulo se conecta ao outro e você nem percebe.

Definitivamente esse é um ponto alto e que permite uma leitura rápida e muito satisfatória.




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