Resenha - Quem Sou Eu?

27 abril 2021




- O livro possui gatilhos para pessoas sensíveis; também não é recomendado para menores de 16 anos, por conter violência explícita e conteúdo sensível. -

Livros como Quem Sou Eu? me deixam intrigada pela mente do autor. Sinceramente, fazer uma história com uma protagonista feminina que temos sentimentos de amar e odiar não é pra qualquer um. Somos apresentados à Annie, primeiramente fugindo de algo que não sabemos até o final do livro, e logo após, perdendo a memória e tendo que descobrir quem é e por que estão atrás dela.

Annie é uma personagem controversa; em muitos momentos da história - contada hora pela visão dela do presente, hora com um narrador observador, contando o passado em pequenas doses, pra nos deixar curiosos e intrigados - ela se mostra como uma mulher odiosa, com vários segredos e tendências maléficas. Entretanto, em outros, acabei passando o famoso pano, porque muita coisa ali tinha fundamento, e não podemos julgar quando não passamos pelo mesmo.

A narrativa é rápida e os capítulos são curtíssimos; eu simplesmente devorei o livro em 2 dias (risos), então pra quem gosta, é um prato cheio. Tanto Annie Duval, nossa personagem principal, quanto os secundários, são dignos de revolta e suspeita. A trama é bem amarrada, e não posso falar tanto do plotwist para não estragar a experiência de ninguém. Só fiquem com a ideia de que você vai se surpreender, seja com o começo, o meio, ou mesmo o fim. O livro te prende, e faz você querer ler mais e mais.

"O passado poderia ser um livro com muitas páginas em branco, mas o presente certamente seria uma única página escrita com a verdade, com o desejo de vingança. Estava em minhas mãos reescrever a minha história, redesenhar o tipo de pessoa que eu queria ser."



 Logo no começo, a médica que atende Annie diz que sua perda de memória é total, porém não definitiva; ou seja, em algum momento, as lembranças viriam, seja em doses, ou mesmo de uma só vez. Não vou contar como isso aconteceu, mas achei a resolução boa, e coerente; acontece num momento crucial da história, e gostei que não foi algo do nada, infundado.

Não sei como lidaria se perdesse a memória, sinceramente. Gostei muito da proposta, mas é angustiante ver alguém sem saber quem é; em uma cena, ela não sabe nem mesmo como é sua aparência, e isso me deixou bem angustiada. Por isso, não recomendo o livro para menores de 16 anos, ou mesmo para pessoas sensíveis. Wellington Budim escreveu o livro com o intuito do choque; no prefácio, é explicado o porquê disso. Creio que muitos assuntos foram bem explorados, e não ficou nenhuma ponta solta; é um thriller alucinante, que te amarra do início ao fim.


"O desespero nos faz perder a noção do perigo"


Gostei bastante também da ação e das reflexões na história. No final das contas, sabemos realmente quem somos? Ou precisamos passar por situações extremas para descobrir? Annie nos ensina a temer tudo e todos, e desconfiar até do seu amor maior. O desespero muda as pessoas, e fazemos qualquer coisa para salvar nossa pele, mesmo que isso signifique colocar a vida de alguém em risco, ou até mesmo na mira da morte.

Outro ponto positivo que posso destacar são os personagens secundários, e seus respectivos papéis na trama. Franklin, Augustus, Dolores, Carla, Enrico... todos eles tem Annie em comum, e todos eles têm motivos de sobra para querer a cabeça dela. Há uma amizade interessante no livro, e achei que, com um acontecimento da volta da memória de Annie, o autor iria estragá-la; mas, graças aos céus, tudo correu bem, e ele não força a barra na hora de escolher o culpado.

Provavelmente, minha única ressalva é com a referência escolhida para a resolução do suspense. Achei algo muito bem feito, mas parecido demais com a pegada do autor Raphael Montes. Pra mim, que leu um dos livros deste, não fiquei tão surpresa quanto gostaria, e isso fez eu tirar meia estrela do livro. Mas não tira o brilho da obra nem um pouco; creio que o choque que aconteceu em muitos momentos, tenha feito eu gostar tanto do livro.


"É impressionante como, mesmo depois de mortos, estamos tão suscetíveis à violação."


Portanto, super recomendo a leitura para quem está procurando uma história rápida, cheia de intriga, momentos eletrizantes e um ótimo suspense. Agradeço, primeiramente, à Sil por me passar esse livro, e posteriormente, à The Books Editora por ter colocado cortesia para nós, do blog. Espero que tenham gostado, e leiam mais nacionais!






Livro: Quem sou Eu?
Cortesia: Editora TheBooks
Número de páginas: 226
Skoob
Onde comprar: Amazon

Quando Annie Duval despertou com seu corpo coberto de ferimentos, e suas mãos sujas de sangue. Não imaginara que seus problemas estavam apenas começando.

Uma mulher que não conhece seu passado.

Uma tentativa de assassinato.

O que realmente aconteceu? Quem era ela?

Quando não se tem um passado, o presente pode ser ainda mais assustador.

Em quem confiar quando todos podem ser suspeitos? Para onde ir, se nenhum lugar é seguro?

Em seu segundo suspense, Wellington Budim, transformou a Serra da Cantareira em palco de um dos mistérios mais intrigantes. “Quem sou eu?” vem com uma dose de intrigas e segredos. Onde ninguém é bem o que aparenta, e todos podem ser culpados.

Assim como “Teu Pecado” seu romance policial de estreia, ele surpreende o leitor com muitas reviravoltas e uma narrativa de tirar o fôlego.



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