Resenha - Mundo cruel

23 dezembro 2020


Título: Mundo cruel
Cortesia: Brad Crowley (Autor Parceiro)
Páginas: 127
Editora: Cabana Vermelha
Onde comprar: Editora

Um grande executivo de Nova York reúne sete presidentes de grandes empresas do mundo corporativo com a intenção de formar uma holding e, desta forma, expandir os negócios do grupo. Cada um recebe suas atribuições e a informação de que no espaço de um ano, voltariam a se reunir no mesmo local para aferir os resultados.

Ocorre que algo maligno opera junto a estes executivos. Por onde eles passam, promovem a ascensão de seu grupo às custas do sofrimento dos outros, deixando um rastro de perversidade sinistra á sua volta. 

A medida que seus negócios crescem, os indivíduos que os rodeiam vão aos poucos minguando e sofrendo, como se uma nuvem nefasta pairasse sobre suas cabeças.

Não seriam estes sete emissários velhos conhecidos da humanidade?


O que estes sete presidentes de sete grandes empresas espalhadas pelo mundo têm em comum?

Mundo Cruel apresenta a história de sete homens muito ricos e poderosos que vivem suas vidas às custas da infelicidade e pobreza dos outros.

Hans, presidente da Wish, rede social inovadora em expansão. Abel, presidente da Keseronokan, empresa no segmento de eletrônicos, cosméticos e artigos de uso pessoal no geral. Roman, presidente da Valor, administradora de fundos e investimentos e investidora de valores. Bonfiglio, presidente da Ozio, rede de produtos de luxo. Lucas, presidente da Fleet, montadora e fornecedora de armamentos e produtos bélicos. Löwe, presidente da Greiter, montadora de carros de alto luxo e Björn, presidente do banco Arrow.

Cada um deles comanda empresas extremamente bem sucedidas, mas em contrapartida, colecionam inúmeras pessoas insatisfeitas com os danos que os serviços e produtos oferecidos causam a população e aos consumidores em geral.

Famílias estão sendo destruídas e separadas pelo consumo desmedido de produtos eletrônicos e invasão de privacidade que os mesmos têm disseminado nos lares de cada cliente.

Contudo, esses mesmos homens e suas famílias são os únicos que não são afetados por toda a onda de degradação humana que paira ao redor de cada um. Por onde quer que vão, eles encontram pessoas dispostas a impedir que suas empresas continuem se beneficiando às custas da destruição e sofrimento alheio. Mas absolutamente ninguém consegue pará-los. Esses homens exalam uma maldade interior que afeta todos que são considerados seus inimigos e. com isso, seus negócios prosperam sem qualquer tipo de problema, pois nada e nem ninguém é capaz de detê-los.

Fazendo uso de um tipo de poder que emana através da força do olhar esses homens são capazes de fazer com que pessoas se matem, morram de "acidentes", percam a vontade de viver e ainda por cima, passem a comprar e usar os produtos que antes acreditavam serem os responsáveis por tudo de ruim acontecendo com a humanidade.

A destruição das pessoas que consomem os produtos oferecidos pelas empresas de cada um dos líderes é o que os fortalece e o que fato eles buscam conseguir, como uma espécie de prêmio de valor incalculável.

"Ao chegar a Hermosillo, a Greiter trazia consigo uma aura maligna de competição, de sentimento de destruir o que é do outro."

Quanto mais a população se deixa levar pelo consumismo e adoração do que é supérfluo e desnecessário, se tornando refém de bens e objetos materiais, mais as empresas e seus presidentes crescem em poder e júbilo.



[- Minhas Impressões -]

O livro tem um apelo visual muito grande e a capa e a sinopse são muito impactantes, assim como o título. Me senti extremamente curiosa para saber do que se tratava a história, ainda mais por ter tantos personagens que, ao longo da história, vai sendo mostrado as reais intenções de cada um.

O livro conta com um ritmo ágil de leitura, o que faz com que leiamos rapidamente e com cada vez mais vontade. Com um enredo muito bem amarrado e bem desenvolvido, o autor faz com que a curiosidade do leitor vá aumentando gradativamente conforme a leitura avança.

A trama não gira em torno de um personagem apenas, são vários os que a compõe e a maneira com que cada história vai sendo contada e como elas caminham para um mesmo propósito nos instiga o tempo todo.

O autor aborda assuntos importantes como o consumismo exacerbado, vaidade, busca pela fama e o desapego à família com propriedade, o que acaba soando como um alerta para para todos nós.

Enquanto lia percebi vários apontamentos para o que a humanidade está se tornando, já que cada vez mais tendemos a deixar o convívio com pessoas, amigos e familiares de lado para nos dedicarmos às redes sociais e a fama instantânea.

Achei inusitado, porém surpreendente e extremamente criativo o enredo do livro. A escrita do autor é fluída, interessante e prende a atenção logo no início.

Não tenho como dizer de qual personagem mais gostei, até porque, nenhum deles são bons, muito pelo o contrário. A intenção de todos é causar o caos e a infelicidade pessoal, material e familiar de cada um dos consumidores de seus produtos e serviços e o êxito é total. Então não há final feliz, a não ser para Hans, Abel, Roman, Bonfiglio, Ozio, Löwe e Björn mais precisamente.

Ao longo da leitura, o leitor se faz constantemente a pergunta de quem será o responsável por reunir e distribuir as funções para cada um dos sete presidentes, e por mais que as especulações aconteçam e suposições sejam feitas não estamos preparados para a grande revelação, que é simplesmente incrível.

Eu achei tremendamente impactante e assustador e fui pega totalmente de surpresa, mas ao mesmo tempo achei de uma coerência que faz todo o sentido. Até mesmo porque, o autor dá pistas na sinopse e se eu tivesse prestado um pouquinho mais de atenção, acredito que teria descoberto antes mesmo de ler o livro.

Mundo Cruel é um livro que vale muito a pena ser lido e eu o indico sem nenhuma dúvida, porque além de lermos um livro com conteúdo, ainda refletimos sobre nossas próprias atitudes enquanto lemos.

O livro se trata de ficção, mas as atitudes dos personagens são um reflexo de nós mesmos em muitos aspectos e eu gostei muito da leitura. 

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