Resenha - Os porões da Antártida

04 dezembro 2020

Título: Os Porões da Antártida 
Cortesia:
Raymundo Teles (Autor Parceiro)
N° de páginas: 456
Editora: Novo Século
Skoob
Onde comprar: Amazon
Um mundo glacial e altamente tecnológico, quase um completo desconhecido, reina debaixo de milhões de toneladas de gelo. Um pequeno e próspero reino em uma região desértica da África ocupado por uma miríade de povos e etnias, cujas lendas são repletos de magia e mistérios. Uma majestosa caverna milenar na Etiópia, no cimo de montanhas escarpadas e abruptas, onde vive uma estranha comunidade que preserva seus mitos, conhecimento e uma gnose que a difere do mundo todo como civilizado.

Na embaixada australiana na Antártida, na Cidade de Cratera Nevada, um velejador se depara com uma série de fatos enigmáticos como o não solucionado sequestro e assassinato de atletas por um feiticeiro do gelo no singular e estranho reino africano, fazendo a ligação entre mundos obscuros em uma trama que vai envolver rainhas, princesas, detetives, bruxos, gigantes e monstros.

hoje vim falar sobre o livro "Porões da Antártida", um livro que me fez sair da minha zona de conforto total. A história se passa no ano 198 em Túris, um mundo gelado e super desenvolvido, no qual a tecnologia decide passo a passo o destino de todos, e a população vive à parte do resto do mundo. Os moradores do local são pessoas com características físicas muito diferentes do resto da população mundial, e por isso, eles se referem aos humanos como sapiens.

"Nenhum céu na Terra é bonito como o nosso, nenhum tem tantas estrelas, nenhum mar tem esse fascínio..."

Dentre os vários moradores de Turis, uma em particular se sobressai aos outros e ganha destaque como personagem principal. Seu nome é Sizígia, a mulher gelo como é conhecida. Ela é obediente e muito orgulhosa de seu povo, e segue à risca as ordens que recebe, agindo sempre de acordo com a lei, ditada por um computador.

Um dia ela conhece o humano e sociólogo Koll Bryan, após resgatá-lo de uma situação de perigo, e a atração entre eles é imediata, levando-os a se envolverem romanticamente. Mas nem tudo é um mar de rosas na relação, já que alguns segredos rondam Túris e o governo, e acabam por atrapalhar o envolvimento deles quando Koll é convidado a fazer parte da Embaixada da Austrália em Cratera Nevada.

Sizígia é uma turisiana fiel a seu governo e as leis do mesmo. Extremamente independente, inteligente, esperta e observadora, ela acaba descobrindo um crime ocorrido em Túris há dez anos e nunca solucionado, no qual humanos foram mantidos reféns por monstros impiedosos.


Então, um grupo de humanos se une para entrar na surdina em Túris e suas cavernas, mas uma em especial é o foco deles. Eles querem respostas para o sequestro e também vingança para todos, todavia, a tarefa se mostra algo surpreendentemente aterrorizante.

Por outro lado, temos Koll, um homem muito curioso e fica deslumbrado com as maravilhas do lugar, porém, não se conforma com o fato dessas mesmas maravilhas não serem compartilhadas com o resto do mundo. Além disso, existe também um outro reino que se chama Monde. Lá, há bruxos e diabos e uma mulher feiticeira, que habita uma caverna de onde tenta dominar todo o reino, pois sua atmosfera é opressiva, cheia de inveja, intrigas e desejo de poder.

A história conduz o leitor por um reino africano cheio de cavernas congelantes e montanhas escarpadas e o enredo em uma trama misteriosa e intrigante.



[- Minhas Impressões -]

Como eu disse no incio da resenha, o livro me tirou da minha zona de conforto por se tratar de um gênero que eu quase não leio. Mas ao me deparar com a capa e sinopse senti muita curiosidade em ler e conhecer a história do povo turisiano e seu mundo gelado.

A história é contada com uma riqueza de detalhes incrível e transita muito bem por vários gêneros, o que permite ao leitor sentir uma gama sortida de emoções. A descrição dos povos e suas culturas foi algo muito bem desenvolvido pelo autor e deu uma realidade muito convincente ao livro.

O suspense envolta do sequestro do grupo de humanos incrementou a história ainda mais, criando assim uma aura de mistério que contribui para atiçar a imaginação e nos levar a tecer algumas teorias sobre o ocorrido.

Contudo, confesso que não foi uma leitura fácil, já que pela quantidade de informações descritivas sobre um reino totalmente inovador e diferente de tudo o que existe faz com que demore um pouco mais para haver envolvimento com a trama. 

  

É um livro bem extenso, o que pode acabar acarretando em uma leitura um pouco mais lenta do que se está acostumado a principio. Em contrapartida, os personagens e a história pessoal de cada um desperta o interesse e faz com que a leitura flua, conforme a vontade de saber a verdade dos fatos sobre o sequestro ganha cada vez mais espaço na imaginação do leitor.

Túris pode ser considerado o mundo perfeito onde ninguém sai impune de uma transgressão, seja ela qual for. A lei é cumprida a rigor e os turisianos fazem muito gosto que assim continue.

A magia presente na história se destaca durante a leitura e acaba por prender a atenção do leitor, o levando a fazer inúmeras conjunturas sobre a mesma. Além de magia, a história possui fantasia, ficção científica, romance, mitos e verdades. Aborda com eloquência uma sociedade vivendo à parte do resto do mundo na qual ninguém de fora tem o direito de se meter e ditar regras. O que por si só gera inveja e inconformidade por parte dos sapiens,como os turisianos os chamam que estão no poder no mundo dos humanos.

A parte do romance entre Koll Bryan {humano} e Sizígia { a mulher gelo} foi sem dúvida o que mais gostei na história, pois a meu ver deixou a história mais leve e mais bonita.


Porões da Antártida é um livro que requer calma e atenção para ser lido, pois senão, corre-se o risco de perder informações vitais e de suma importância no desenvolvimento e compreensão da história. E para quem ama livros como esse não pode e nem deve deixar de ler, pois vale muito a pena e eu recomendo a leitura sem titubear. 


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