Resenha - Menina Boa, Menina Má

12 novembro 2018

Título: Menina Boa, Menina Má
Autora: Ali Land
Editora: Record
Páginas: 376
Skoob
Onde comprar: Amazon / Saraiva

Os corações das crianças pequenas são órgãos delicados. Um começo cruel neste mundo pode moldá-los de maneiras estranhas Nome novo. Família nova. Eu. Nova. Em folha. A mãe de Annie é uma assassina em série. Um dia, Annie a denuncia para a polícia e ela é presa. Mas longe dos olhos não é longe da cabeça. Os segredos de seu passado não a deixam dormir, mesmo Annie fazendo parte agora de uma nova família e atendendo por um novo nome — Milly. Enquanto um grupo de especialistas prepara Milly para enfrentar a mãe no tribunal, ela precisa confrontar seu passado. E recomeçar. Com certeza, a partir de agora vai poder ser quem quiser... Mas a mãe de Milly é uma assassina em série. E quem sai aos seus não degenera...



Annie não teve uma infância normal, porque cresceu ao lado de uma mulher que abusava e a maltratava fisicamente e psicologicamente. Sua mãe, uma Serial Killer de crianças, fazia questão de ensinar a ela as raízes da psicopatia.


Cansada de tanto sofrimento, ela decide denunciar a mãe para a polícia. Durante a espera de depor no julgamento, ela é acolhida por uma nova família, onde tentará ter uma vida diferente da que viveu até seus quinze anos. Agora Annie se chama Milly, e luta contra o que ela é, e tudo que a sua mãe lhe ensinou, porque sabe que seus pensamentos e vontades não são certos, e precisa recomeçar.

Narrado em primeira pessoa, conhecemos um pouco mais da luta interior de Milly contra o mal que parece querer se instalar cada vez mais. Mesmo em uma nova vida, longe de sua mãe, os traumas causados na infância a perseguem. Afinal, é errado sentir falta de alguém que você deveria estar longe?

"A dor faz isto: envelhece a gente com seu horror, mas também nos torna pequenos, de volta a um estado no qual queremos ser mimados e protegidos do mundo."



A trama da história me chamou atenção de primeira, já que não é algo muito encontrado no mercado. Através da mesma já conseguimos perceber que o foco será mais psicológico, sobre a mente humana e como aquilo que aprendemos ser normal, como somos moldados e o que presenciamos na nossa infância podem afetar a adolescência e a vida adulta. Nessa questão, temos uma obra bem desenvolvida.

A narrativa de Ali Land é diferente do que estou acostumada, com uma mistura de diálogos claros e outros colocados no meio da narrativa. No decorrer da leitura, a trama se mantém morna na maior parte do tempo, sem nenhuma grande reviravolta. E também teremos apenas uma revelação e uma outra no final. De primeira, imaginei ser um plot twist, mas para mim ele não pareceu afetar tanto a história como deveria, e não houve uma mudança de rumo, por isso considero apenas algo com o intuito de ser impactante e não um plot twist propriamente dito, o mesmo para o final.

Essas situações me causaram uma leve surpresa, mas nada de extraordinário ou de realmente deixar boquiaberto. O livro não chega a ser previsível, porém o acontecimento do final me causou menos surpresa por ser esperado.

Um ponto positivo é como a mente da Milly foi bem explorada. Nisso, a autora acertou, já que conseguimos ver com clareza a sua luta interna em querer odiar a mãe e ao mesmo tempo querer estar perto dela. Pelo modo que Ali Land usou para desenvolver a história, acabou mostrando com clareza como crescer vendo o mal sendo algo "normal" e como isso acaba influenciando futuramente e principalmente seu modo de ver o mundo. O leitor consegue sentir o peso dos ensinamentos de uma psicopata sobre uma criança.

O livro envolve muito a parte psicológica, assim temos um grande desenvolvimento dos personagens, mas também por ser em primeira pessoa, por isso Milly foi mais aprofundada, mas Phoebe, filha do casal que a acolheu, também foi muito bem trabalhada. Com toda certeza o que mais me agrada na obra são os personagens muito bem construídos, e por mais que Phoebe seja criada para despertar raiva no leitor, não tive como não gostar dela. Sua personalidade é explorada, e todos os seus problemas familiares e na escola mostram o porquê de ser uma adolescente rebelde.

Senti falta maior também do desenvolvimento na mãe de Milly, que é o grande X da questão, porém conhecemos um pouco mais dela e de seus ensinamentos pelos pensamentos da protagonistas e as coisas que ela fala durante o decorrer da história. Se a autora tivesse mostrado de forma descritiva os abusos de Milly, seu passado, o livro teria causado um impacto muito maior. Eu realmente não me importaria se o livro tivesse algumas páginas a mais mostrando com mais precisão e detalhes o que a Serial Killer fazia sua filha passar.

Apesar disso, sei que o foco do livro é o presente, e esse foi muito bem desenvolvido. É uma história bem escrita, porém um pouco monótona por sua falta de reviravoltas. Sendo um livro calmo, eu recomendo para quem gosta de obras sobre psicopatas, como suas mentes funcionam e como o mal tem influência sobre as pessoas.

Estou acostumada com livros mais agitados e de tirar o fôlego, coisa que não encontrei nesse, e talvez por isso ele não tenha sido uma grande obra para mim. O aprofundamento psicológico dele, de certa forma, compensam isso. Mesmo assim não foi capaz de me deixar cem porcento preza à ele. Não foi uma leitura ruim, mas também não foi nada de extraordinário.


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12 comentários

  1. Ganhei este livro recentemente e não vejo a hora de poder ler a obra! Esses enredos que mexem com a imaginação,a culpa da personagem e uma mãe deste nível(baixo) deixam qualquer enredo maravilhoso.
    A eterna briga do bem e do mal, de odiar a mãe, mas também só conhecer este tipo de amor!
    Um enredo que não se vê fácil e com certeza, devorarei!!!!
    Beijo

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  2. Esse livro me parece extremamente forte!
    É preciso ter estômago para acompanhar a história de Milly, essa infância horrível e seus pensamentos.
    Mas de todas as resenhas que li sobre esse livro, essa é a primeira que fala claramente da mente da Milly e do quanto ela luta contra.
    Confesso que não vou ler, mas foi bom saber sobre.

    Beijos

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  3. Oi Aline.
    Gosto muito de livros que tratam o lado psicológico dos personagem. Todas influências que temos quando novos influenciam na forma de pensar, o que é considerado normal e/ou correto, e etc.
    Nesse aspecto eu acho que iria gostar do livro. Mas a falta de boas reviravoltas e uma leitura monótona me deixou com pouca vontade de ler o livro.
    Também iria querer saber mais sobre como a mãe de Milly a tratava.
    Beijos

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  4. Aline!
    Não tinha lido ainda nenhuma resenha desse livro e estava curiosa, porque gosto muito quando o livro é mais para thriller psicológico do que terror puro.
    Ver a mudança que acontece com a protagonista no decorrer do livro, deve ser impactante.
    E acho importante as personagens serem bem desenvolvidas em livros nesse estilo, podemos entender melhor a dinâmica psicológica por trás de tudo.
    Quero ter o prazer de ler.
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Olá! Eita que de primeira essa capa me fisgou, o título e a imagem parecem trazer uma história bem perturbadora. Esse dilema da Annie é realmente bem contraditório, afinal acabamos nos sentindo de certa forma contaminados por todo o mal, ainda mais sendo uma pessoa tão próxima assim e que na verdade só deveria nos passar amor e mais amor. Definitivamente não é uma leitura fácil e sem dúvida também mexe com os nossos sentimentos. Também gostaria de poder acompanhar um pouco mais sobre os horrores que a Annie passou, não sei se isso implicará em como enxergamos a protagonista, sendo assim, só lendo para descobrir.

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  6. Oi Aline,
    Eu me interessei pelo livro exatamente pela parte psicológica, já li alguns estudos sobre casos parecidos com o de Annie, e acho legal explorar esse lado, e como fica a mente da pessoa.
    Dá para perceber que os personagens são bem construídos, e a narração feita pela protagonista, deixa tudo mais intenso. Eu só esperava algo mais eletrizante para esse tipo de enredo.
    Menina boa menina está na minha lista de desejados, tenho certeza de que é um livro que agrada.
    Beijos

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  7. Oi, Aline!
    Não curto livros sobre psicopatas, e sinceramente não me interessei pela trama de Menina boa, Menina Má, não fiquei curiosa para acompanhar a luta interna de Annie em seguir ou não os ensinamentos que sua mãe serial killer lhe ensinou... Mas pelos seus comentários o livro é daquele bem morno, sem grandes pretensões, né?!...
    Abraços.

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  8. Eu tava bem interessada em ler. Gosto de livros que foquem no psicológico, mas como voce disse, a narrativa é morna e não tem muita reviravolta, desanimei um pouco. Mas ainda vou deixar na lista de leituras porque não anda tendo muitos thrillers interessantes.

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  9. Eu gosto de enredos que exploram esse lado psicológico. É realmente diferente explorar esse lado da psicopatia com a própria filha. Gosto da construção cuidadosa dos personagens, até mais do que as próprias reviravoltas. Adorei a capa e quero muito ler esse livro. Já anotei a dica aqui.

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  10. Olá!
    Eu já tinha visto esse livro, mas não li nada sobre ele. Ao ler a resenha fiquei com essa curiosidade em querer ler. Tem uma premissa ótima e podemos ver como uma coisa poder afetar tanto a uma criança e ainda mais isso acaba fazendo com que ela seja pior..Esse livro retrata algo bem complicado e a mente humana como ela é.

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  11. Eu vi inúmeras resenhas desse livro mas devo dizer que não me atraiu não, gosto de ler um bom thriller mas esse não conseguiu me pegar, sinto falta de uma emoção na sinopse ou simplesmente não me atraiu muito esse enredo de crianças, não sei explicar só não me identifiquei.

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  12. Que estranho a autora não mostrar o passado da mãe criminosa, Eu gostaria também de acompanhar isso, acho que tornaria mais real a história ,mas como você diz na resenha é um livro que se detém no presente então faz sentido.Gostei desse lado psicológico dos personagens, eu sinto falta dessas análises em livros, e ao contrário da maioria gosto também de livros com narrativa mais parada, sem grandes reviravoltas .acho que sou louca.
    A capa engana pois pensei que era um thriller, mas eu leria certamente.

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