Resenha: As três partes de Grace

07 novembro 2019

Título: As três partes de Grace
Autora: Robin Benway
Cortesia: Grupo Editorial Record
N° de páginas: 321
Skoob
Onde comprar: Amazon
Três adolescentes muito diferentes, unidos pelo mesmo laço de sangue, estão prestes a embarcar em uma jornada para descobrir o significado da família em suas muitas formas. Grace sempre soube que era adotada, mas, criada como filha única, nunca se preocupou em conhecer a família biológica. Até descobrir que estava grávida e tomar a difícil decisão de dar a filha à adoção. Agora, ela quer entender suas origens e conhecer os irmãos que nem sabia que tinha. Maya é a caçula. Desde a infância, ela se sente deslocada por ser o único pontinho castanho nos álbuns de fotos daquela família ruiva perfeita... ou não tão perfeita. Reconhecer-se nos outros traços daqueles semi-desconhecidos é um alento quando seu lar adotivo parece prestes a desmoronar. Diferente das irmãs, Joaquin, o mais velho, nunca encontrou um lar adotivo e não tem nenhum interesse em procurar pela mãe biológica. Aos dezessete anos, calejado por muitas experiências de abandono, ele vai precisar da ajuda das irmãs para superar a recusa em estabelecer laços afetivos. Juntos, Grace, Maya e Joaquin protagonizam uma emocionante história sobre como encontrar uma família, preservá-la e aprender a amar.


A emocionante história de Joaquin, Grace e Maya começa a vir à tona quando Grace engravida aos dezesseis anos e decide entregar a filha à adoção. Ela sempre soube que era adotada e nunca se preocupou muito com isso. Vivendo em um lar amoroso e acolhedor, Grace não tem do que se queixar, porém, sua vida muda drasticamente após o nascimento da filha e posteriormente à sua adoção. Seus dias se resumem a sentir imensa falta de quando ainda tinha a filha dentro de si e podia senti-la se mover e chutar suas costelas. Agora sua vida se resume a sentir uma imensa tristeza por não ter mais essas sensações.

Os dias passam devagar para Grace e a dor e a saudade a consome sem piedade.

"Depois de duas semanas inteiras no escuro, ela desceu e interrompeu o café da manhã dos pais. Os dois ficaram olhando para ela como se nunca a tivessem visto antes e, de certa forma, não tinham mesmo.
Grace 3.0 ("agora sem bebê na barriga!") estava ali para ficar.
E, então, ela disse as palavras que seus pais mais temeram ouvir nos últimos dezesseis anos de sua vida, desde o nascimento de Grace. Não eram as palavras "Estou grávida", nem "a bolsa estourou", nem "aconteceu um acidente".
Grace desceu e, com a barriga vazia e o cabelo desgrenhado, declarou para os pais:
-- Quero procurar a minha mãe biológica".

Maya é a mais nova dos três irmãos e com apenas quinze anos se vê tendo que enfrentar muitos problemas em sua família adotiva. Ela é muito amada por todos e, assim como Grace, sempre teve um lar amoroso e acolhedor. Mas de repente sua família perfeita já não é tão perfeita assim e os problemas começam a surgir colocando-a como a responsável por eles e da aproximação com os irmãos cresce a vontade e a necessidade de descobrir mais sobre a mãe biológica e o motivo pelo qual ela e os irmãos foram entregues à adoção.

"Maya sempre soube que tinha sido adotada. Em uma família de ruivos, esse fato ficava extremamente óbvio. Quando Maya era menor, para fazê-la dormir, sua mãe costumava contar a história de quando a levaram para casa do hospital. Já tinha ouvido aquela história mil vezes, é claro, mas sempre queria ouvir de novo."

Dos três Joaquin é o que mais sofreu em seus dezessete anos de vida. Ele nunca teve um lar duradouro, sempre migrou de uma casa para outra. Nunca teve uma família que pudesse chamar de sua. Então quando conhece as irmãs, sua cabeça fica muito confusa pois, definitivamente, ele não quer se apegar a elas. Não quer criar laços. E decididamente, não quer procurar a mãe biológica e muito menos estabelecer laços afetivos com o casal que deseja adotá-lo.

"Joaquin tinha aprendido muita coisa ao longo dos seus dezessete anos. Uma das habilidades que desenvolveu depois de ter passado de família em família foi a de se adaptar, de mudar suas cores como se fosse um camaleão para que pudesse desaparecer no ambiente. Esperava que, se fizesse tudo certo, dissesse as coisas certas, ninguém perceberia que ele era uma criança acolhida."

Diante das dificuldades que enfrentou durante toda a vida é de se esperar que Joaquin não queira sofrer ainda mais ao saber o motivo de ter sido abandonado pela mãe. Mas tanto Grace quanto Maya o convence de que para seguirem em frente com suas vidas precisam saber mais a respeito de suas origens e sobre seus pais biológicos, visto que eles são filhos de pais diferentes.

Na busca por respostas de verdades ocultas, os três irmãos descobrirão a necessidade de perdoar, amar e preservar a família que se tem e aquela que a vida se encarrega de dar.


[- Minhas Impressões -]

A história de As três partes de Grace gerou uma comoção enorme em mim. Eu fui surpreendida por uma história tão incrivelmente humana, sensível e comovente que não teve como eu não me emocionar. Em vários momentos da leitura me vi com os olhos marejados e em tantas outras não consegui segurar a emoção e chorei de soluçar. Que escrita forte, envolvente e impactante tem a autora Robin Benway. Ela conseguiu me envolver tão profundamente na história que eu simplesmente não vi o tempo passar.

Quando dei por mim já estava terminando de ler, mas ainda durante a leitura eu me vi por várias vezes debatendo com os personagens e sofrendo com cada um deles. A Grace me arrancou muitas lágrimas. Maya me ensinou muitas coisas. Mas foi o Joaquin quem mais me fez chorar. Nossa! Foi difícil demais ler sua história e tudo pelo o que ele teve que passar até conhecer o casal que queria adotá-lo para valer. Deu até para entender sua relutância em querer ser adotado, já que ele passou por tantas casas de acolhimento, porém nunca pôde chamar nenhuma casa de sua casa. Foi muito impactante sua trajetória de vida.

Um dos momentos que mais me fizeram contestar a história foi a decisão de Grace em dar a filha à adoção. Não sei se concordo com suas justificativas. Mas quem sou eu para julgar, afinal, eu não estava em seu lugar e, portanto, não tenho como dizer o que faria se estivesse no lugar dela e precisasse tomar uma decisão que afetaria para sempre a vida de uma criança.

Me solidarizei muito com a Maya, pois de uma hora para outra ela precisou ser a adulta em sua casa e tomar decisões pela mãe visando o melhor para todos.

A construção dos personagens foi carregada de dramaticidade, sofrimento, dor e esperança. Esperança de recomeço para cada um dos irmãos, que poderão criar novas memórias e a certeza de que estarão sempre a disposição um do outro. Que poderão contar um com o outro e com as famílias que já existem e com as famílias recém formadas.

Os laços de amor criados a partir do encontro dos irmãos foi algo que tocou fundo em meu coração, pois foi extremamente prazeroso ler a maneira como eles foram se aproximando gradativamente e como rapidamente nasceu um sentimento de proteção e cuidado da parte de cada um deles. Eu fui tomada pela emoção toda vez que eles estavam juntos, cuidando e se preocupando uns com os outros.

Foi realmente algo que me tocou profundamente e a autora está de parabéns por criar uma história tão intensa e profunda, que sem dúvida alguma é o melhor livro que li até agora.

A sinopse ainda que curta foi algo que me instigou a querer ler o livro, pois pude perceber a intensidade contida nas poucas palavras que compõe a mesma e eu sabia que leria algo que nunca mais irei esquecer. Eu tenho total certeza disso.

A capa é uma das mais belas que já vi em toda a minha vida, e mesmo sem conhecer a história pude perceber através da capa e da sinopse que estava diante de um livro que iria me emocionar muitíssimo. E foi justamente o que aconteceu. Chorei, me emocionei, sofri e aprendi muito com tudo o que li. Por isso recomendo demais a leitura de As três partes de Grace tendo certeza absoluta de que quem for ler não irá se arrepender nem por um estante sequer.




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