Resenha - Skyhunter

15 fevereiro 2022

 


Talin é uma guerreira Foice de Mara, treinada com excelência para destruir os Fantasmas. Ao lado de um grupo de guerreiros extremamente bons no que fazem, eles tentam livrar a cidade do iminente avanço da Federação Karensa, que a cada dia está mais perto de invadir Mara e render o povo.

Muito determinada, Talin se recusa a ceder ao desespero e perder a esperança de vencer a Federação. Quando criança, ela perdeu o pai, a voz e sua casa. Tudo em uma única noite e de uma só vez. Sem casa, ela e a mãe são forçadas a buscar abrigo em Mara, um país que considera ela e seu povo repugnantes, mas é em um grupo de guerreiros Foices que Talin acaba encontrando refúgio, conforto e aceitação. E esse mesmo grupo jurou suas vidas uns aos outros, bem como impedir a vitória da Federação custe o que custar.


"É para isso que fui treinada a vida toda. Meu nome é Talin. Sou Foice de Mara, a última nação livre deste lado do oceano. Somos todos lendários portadores da morte, assassinos de monstros. E a única coisa que restou em nosso lar é a aniquilação."


A esperança de salvação surge na forma de um prisioneiro que é levado para ser executado às vistas de todos. Todavia, Talin percebe algo diferente nele e acredita estar diante de uma peça fundamental para lutar contra a Federação e vencê-la.

O prisioneiro em questão é um desertor cheio de segredos e que carrega no olhar o desejo de morrer. Mesmo aparentando vulnerabilidade, Talin sente que está diante de uma força ainda desconhecida, o que faz com que ela acabe intercedendo ao líder dos Foices para que não o mate e como castigo, o prisioneiro acaba se tornando sua responsabilidade.

Não é nada fácil para ela ser vista para cima e para baixo tendo junto a si o prisioneiro, porém, sua decisão de interceder por sua vida acaba se mostrando a melhor coisa que Talin fez, pois ela acaba descobrindo a magnitude, força e potência que se esconde por debaixo da aparente figura de prisioneiro do rapaz e acredita que ele pode ser a única esperança de vitória que eles têm.

Guerreira cheia de virtudes, Talin é considerada por todos como inferior por não ser natural de Mara e é tratada com muito preconceito, desconfiança e insultos pelo povo.

Os Foices sempre lutam em duplas e um soldado é o escudo do outro, sempre se protegendo nas lutas e combates. Talin sofre a perda de seu escudo logo no começo da história, o que a deixa completamente abalada e muito culpada, e justamente quando está passando pelo luto que ela se depara com Red, o prisioneiro prestes a ser executado. Ao interceder por sua vida, ele acaba se tornando o seu escudo e vice-versa.

O grupo de guerreiros Foices é composto por Adena e Jeran que são o escudo um do outro e junto com Talin eles são os melhores guerreiros de Mara e estão sempre juntos.

Talin e Red desenvolvem uma relação de amizade que dissipa qualquer dúvida de que eles venham a se envolver romanticamente ao longo da história. A amizade deles é construída passo a passo e chega ao ponto de um ser capaz de fazer qualquer coisa pelo outro, até mesmo morrer, mas o livro não envereda por esse caminho. Contudo, por se tratar de uma série, nada impede que a história siga por esse caminho em um próximo livro.

A trama de Skyhunter acontece em um mundo cheio de guerra, invasões, embates e a necessidade de domínio do mais forte sobre os mais fracos e em muito a história se assemelha com as várias situações que o nosso mundo viveu e vive ainda hoje.




[- Minha impressões -]

Logo que a história tem início já dá para perceber o potencial do enredo e dos personagens. Um mundo caótico, personagens fortes, corajosos e destemidos, um povo sofrido e subjugado por um líder tirânico e cruel. Desde que o mundo é mundo a gente já se deparou com situações como essa nos livros de História, jornais e programas de TV.

O livro traz uma temática de comunicação bastante interessante por parte da protagonista Talin, que ao perder a voz comunica-se através de sinais com os amigos e com a mãe. Isso acaba gerando uma representatividade para as pessoas surdas ou com baixa audição, bem como para o núcleo LGBT, que é representado por Jeran e o Prima-lâmina, líder dos Foices. Pode-se dizer que o romance fica por parte dos dois, ainda que seja de maneira bem sutil, já que eles não são um casal de fato.

Talin tem uma relação tão bonita e forte com a mãe que é impossível não se comover e se emocionar com as duas sempre que estão juntas. Assim também é com Jeran e Adena, e mais tarde Red. Eles são um grupo realmente muito amigo, unido e fiel.

A história é cheia de ação, luta, sofrimento e amizade e é narrada por Talin de maneira emocionante e ritmada envolvendo completamente o leitor.

O título e a capa de Skyhunter são explicados antes que a história chegue na metade, dessa forma o leitor tem conhecimento do significado de ambos e de que maneira isso faz total sentido na mesma. São mais 400 páginas de uma história muito bem escrita que aborda preconceito, racismo, diferenças sociais em um mundo distópico e com uma pegada a lá Jogos Vorazes e Divergente.

Os momentos de embate entre os Foices e os Fantasmas é algo que eleva a história e prende completamente a atenção do leitor. A autora possui uma escrita bastante fluída, sagaz e surpreendente e ela usa e abusa da facilidade que tem para escrever sobre os sentimentos e emoções humanas.

Essa foi a primeira vez que li algo da Marie Lu e foi uma experiência muito prazerosa e satisfatória para mim. Espero que seja a primeira de muitas que virão. 

Finalizei a leitura cheia de vontade de saber o que vai acontecer com os personagens no próximo livro e, principalmente com Talin e Red e mal posso esperar pela continuação.

Que venha logo!








Livro: Skyhunter
Autora: Marie Lu
Cortesia: Editora Rocco 
Número de Páginas: 421
Amazon / Skoob

Em um mundo destruído pela guerra, um time de jovens guerreiros está disposto a sacrificar tudo para salvar aquilo que amam.

A Federação Karensa conseguiu conquistar todos os países, deixando Mara com a última nação livre do mundo. Refugiados escaparam para suas fronteiras tentando fugir de um destino pior do que a morte: serem transformados em uma arma de guerra mutante monstruosa, conhecida como Fantasma -- após a transformação, eles são enviados para atacar seus inimigos.

Os lendários Foices, guerreiros de elite de Mara, são treinados especialmente para destruí-los. Mas a derrota parece inevitável à medida que o número de Fantasmas cresce e a Federação avança.

Mesmo assim, uma Foice se recusa a perder a esperança.

Depois de ter sua voz e sua casa tiradas dela, Talin Kanami conhece de perto a brutalidade da Federação. A crueldade obrigou que ela e sua mãe buscassem asilo em um país que considera seu povo repugnante.

Ela só encontra conforto em um pequeno grupo de Foices que juraram suas vidas uns aos outros e estão determinados a impedir Karensa a todo custo.

Quando um prisioneiro misterioso é trazido da frente de batalha, Talin acredita que ele é mais do que aparenta ser. Será que é um espião da Federação?

Ou seria ele a arma que pode salvá-los?



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