Resenha - Quando o medo fala

23 maio 2019

Título: Quando o medo fala
Autor: Nordeci Gomes
Cortesia: Editora Constelação
Páginas: 133
Onde comprar: Amazon

Ao programar uma viagem turística por Minas Gerais, o casal francês, Lorrane e Alisson, encontra em um site a imagem de uma bela propriedade localizada na fictícia Resende do Sul. Ficam encantados com tamanha beleza e, ao mesmo tempo, em dúvida sobre a história sombria daquele lugar. 
Alisson decide conferir a veracidade da história. E desde então, Lorrane não foi mais a mesma. Passou a ser dominada por uma série de visões e pressentimentos que, com o passar do tempo, ficaram mais intensos. 
O que Alisson não poderia prever era que uma simples viagem afetaria para sempre a sua vida e a de sua amada.




Este é o tipo de história onde a Sinopse acaba chamando bastante atenção de um leitor fã de terror como eu. É o tipo de história que te faz ter a curiosidade de adentrá-la com aquele pé na desconfiança, aquele anseio pelo desconhecido e pelo mistério que ela promete. O tipo de história que tinha um potencial gigantesco para me agradar, porém minhas expectativas não foram muito bem atendidas. Preparados para uma resenha bem sincera? Então vamos!

A fazenda Paraíso, palco de nossa história, é o típico local que todo fã de terror tem curiosidade de saber mais sobre: uma fazenda em uma cidadezinha de Minas Gerais, que apesar de linda, é um lugar rodeado e marcado por lendas locais e mistérios envolvendo o desaparecimento de pessoas. Um verdadeiro prato cheio para uma aguçante história de terror.

“Na cidade de Resende do Sul, localizada no sul de Minas Gerais, havia uma fazenda muito grande e também muito bonita. A área verde era um espetáculo da natureza..[...] Tudo naquele lugar parecia mágico. Porém,[...]as histórias que as pessoas contavam sobre aquele lugar eram assustadoras.”

Porém como nem tudo são flores, para meu gosto, esta história tem um grande problema: o estilo de escrita. Um potencial enorme e que infelizmente para mim foi subaproveitado. Tudo que gira em torno desta fazenda poderia ser muito bem construído, porém o grande problema foi a maneira com a qual quem escreveu o livro arranjou a narrativa.



Mas vamos retomar este raciocínio mais para frente. Falando mais um pouco sobre o enredo, basicamente conhecemos a história da fazenda pela perspectiva de um casal francês que em turismo a Minas Gerais fica sabendo desta linda e majestosa fazenda cheia de mistérios e que obviamente vai atrair à atenção de nossos protagonistas.

No começo já desconfiamos que há algo de muito errado com a mulher do casal: Lorrane. Acompanhamos alguns pesadelos dela relacionados a esta viagem e eles não são nada comuns, desde criaturas com duas cabeças até a morte de Alisson nos são apresentados e assim tudo isso só vai servindo para que toda a lenda ao redor do lugar fique ainda mais assustador. Porém, é neste momento que começam os problemas: os personagens envolvidos em toda esta narrativa são muito genéricos. Nenhum consegue ser aprofundado e realmente nos passar simpatia. Mas talvez isso seja proposital como em muitas outras narrativas que deixam as construções de personagens de lado para dar todo o protagonismo ao meio, no caso a Fazenda Paraíso.

Chegando à cidade na qual a fazenda fica, Alisson e Lorrane decidem visitar o local, porém uma situação bem propícia os obrigará a entrar, e é aí que o terror acontece. Todos os pesadelos de Lorrane começam a ganhar vida e o casal vai descobrir que o inferno existe. O mais legal da historia é realmente ir descobrindo o que acontece lá dentro, portanto dar mais detalhes aqui acabaria totalmente com a graça de ler o livro. Só posso adiantar que são situações bem bizarras e que nada é o que parece neste livro, contanto com uma grande surpresa no desfecho.

Mas voltando ao estilo de escrita, isso foi o que me incomodou bastante na experiência de leitura, porque para mim não funcionou por um simples motivo: a escrita do livro parece não condizer com o tipo de público para o qual ele foi escrito. É tudo muito simples e até tem um ar infantil. Em minha opinião, se este livro tivesse sido escrito na forma de conto, talvez a história tivesse sido muito mais impactante. Uma narrativa curta e apenas um recorte desta história toda já teria sido o suficiente para passar toda a experiência de uma forma genial.

Entretanto, é claro que isso é apenas a minha visão da coisa toda, e como eu sempre falo, é imprescindível que cada um tenha sua própria opinião sobre o que quer que seja, e para isso, só existe um meio: ler o livro. A escrita não conseguiu me agradar, porém tenho certeza que será o suficiente para muitas pessoas que pegarem este livro para ler, afinal é um livro bem curto e com capítulos bem reduzidos, o que faz com que seja uma leitura bem rápida. E um dos pontos fortes da narrativa acaba sendo a tensão e o anseio por saber o que está acontecendo, pois não demora muito para acontecer.

A diagramação do livro é bem bonita e caprichada e as ilustrações e artes em cada capítulo, deixam o livro com um ar bem sombrio, o que condiz com a proposta. Vale muito a pena dar uma chance, pois como disse a premissa é bem bacana, e o final vai surpreender. Posso não ter gostado tanto assim, porém é um pecado não recomendar que cada um tire para si suas próprias conclusões a respeito desta história.

2 comentários

  1. Como moro aqui em Lost, bem interior das Gerais,não é raro isso de histórias de terror..Aliás, me recordei tanto disso enquanto lia a resenha deste livro.
    Quando criança,minha brincadeira preferida só acontecia quando chegava a noite. Uma vizinha, bem bem idosa, se sentava num banquinho de madeira que ficava na porta da casa dela e todas as crianças da rua se sentavam ali, no chão de terra batida para escutar os "causos" dela, que sempre envolviam mulas sem cabeça,lobisomens e afins.
    A gente adorava!rs
    Por isso, mesmo com essa falta de aprofundamento nos personagens e até na história da fazenda, deu muita curiosidade em poder conhecer a história.
    Amo, amo!!!
    Vai para a lista dos mais desejados.
    Beijo

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  2. Olá! Definitivamente esse não é meu tipo de leitura e ao contratio de você, a sinopse só me fez querer correr para bem longe (risos). Eu até sei que preciso superar isso e sair um pouco da minha zona de conforto, mas acho que não será dessa vez, achei a história um pouco rasa e não me prendeu, essa eu vou passar.

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