Resenha - Mulheres que correm com os lobos

04 julho 2022




O livro mulheres que correm com lobos é dividido em contos clássicos que a autora reuniu para mostrar as diversas faces da mulher, os vários arquétipos de mulheres, então dentro dessas fabulas a autora que é psicanalista faz uma explicação elaborado entorno da personagem se referindo a mulher selvagem, a essência dos nossos antepassados.

Alguns dos contos que ela aborda é “La loba, a Mulher-lobo”, “O barba azul”, “ O patinho feio”, “Os sapatinhos vermelhos”, e vários outros. E todos eles trazem uma explicação minuciosa sobre as mulheres e tudo o que elas enfrentam.


“ Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer o cabelo e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da mulher selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas. ”


Esse livro é uma bíblia para toda mulher, claro que como sendo um clássico ele tem suas dificuldades na linguagem e na sua interpretação, precisando muitas vezes refazer a leitura. Uma leitura que deveria estar nas escolas, nas cabeceiras de mães e avós. Cada conto traz uma maneira diferente de como a mulher é tratada desde os primórdios. E até hoje a luta é árdua para conquistar o espaço e os direitos que é são das mulheres.

A parte em que eu mais gostei do elaborado da autora é quando ela fala da relação da mulher com o próprio corpo, como nós maltratamos e rejeitamos a nós mesmo, a nossa natureza, pois quando fazemos isso estamos rejeitando a nossa própria ancestralidade, já que nossa genética é herdada de nossa mãe e nossa avó.


“As histórias em que as mulheres são retratadas como belas, recatadas e do lar foram construídas, e o livro nos mostra, através de mitos e contos da cultura oral de diversas partes do mundo, que nem sempre foi assim”.


A leitura é intensa e cheia de reflexões para levarmos para a vida, eu já estou pronta para fazer a releitura, pois acredito que tenho muito o que entender ainda do livro, pois a autora também usa de metáforas para nos mostrar a teoria por traz de cada ação.

A metáfora da mulher como uma loba, animal não domesticável, foi feita pela autora para resgatar a ancestralidade da mulher e explicitar como a intuição e criatividade foram sendo soterradas pela racionalidade e cerceadas pelo patriarcado, que delimita nossos espaços, falas, pensamentos e lugares que podemos ocupar, nos limitando, nos prendendo onde bem entendem.

Esse livro também nos encoraja e nos ajuda a incluir as perdas, os medos e as mortes na vida e na nossa própria narrativa, para quem sabe podermos um dia ressignifica-la e vivê-la de maneira mais criativa, sendo autoras contando outras versões de nossa própria história e permitir uma liberdade que a muito já nos foi tirada.

É um livro que eu não consegui ler como costumo normalmente, que é ler rapidamente. Eu li capitulo a capitulo refletindo com calma, e tentei entender o máximo do que a autora queria me ensinar, reencontrar a própria essência é uma jornada lenta e que cada processo deve ser saboreado, desfrutado e claro aproveitado ao máximo. Esse livro deveria ser de cabeceira de toda mulher!

O livro nos ensina a nos encarar, a nos amar e respeitar nossas ancestrais, somos todas diferentes tanto fisicamente quanto mentalmente, e isso está tudo bem, assim como temos diversas personalidades dentro de nós mesmas, e também esta tudo bem. Sabe aquela voz interior que diz que algo está errado, que o que você está vivendo não é a sua vida, não é o seu melhor? Ouça, pois, é sua mulher interior te alertando te mostrando que você precisa mudar para então se enxergar e se respeitar. É seu eu interior manifestando a mulher selvagem que existe dentro de ti.









Livro: Mulheres que correm com os lobos
Cortesia: Editora Rocco
Número de Páginas: 575

Sinopse:Você trocaria o paraíso pela verdade? Na Amazônia do século XXII, milhões de pessoas vivem em complexos urbanos espalhados pela floresta. A descoberta de um medicamento milagroso trouxe uma era duradoura de prosperidade para a região, mas poucos sabem que há um grande preço a pagar por essa sociedade aparentemente perfeita. Cumpra seus deveres, não faça perguntas, receba suas recompensas. Ana e Jonas, dois jovens com passados muito diferentes, são uns dos poucos que sabem que esse equilíbrio está por um fio. As reservas de Vitória-régia Azul, a planta que atraiu os olhares do mundo todo para a floresta, são cada vez mais escassas, mas existe um meio de aumentar a produção... O único problema é que as instruções para o cultivo, escondidas no meio da Amazônia por uma cientista brilhante há muito desaparecida, podem ter caído nas mãos erradas. Nesta aventura, Ana e Jonas são os escolhidos para recuperar as informações que podem evitar uma catástrofe.



Escrito pela colaboradora Joseli Medeiros


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