Título: O Trono do Sol, A Magia da Alvorada
Autor: S. L. Farrell
Cortesia: LeYa
Páginas: 580
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Nessântico – terra de luxúria e perigos, que durante séculos influenciou povos além de suas fronteiras. Uma cidade forte, sedutora, e que mesmo sob o efeito do comércio e da guerra abriga intelectuais, ricos e poderosos de todo o país. Um lugar muito invejado, e por isso as coisas estão prestes a mudar. Governada por Marguerite ca'Ludovici, que agora prepara-se para celebrar seu Jubileu e passar o seu legado para seu filho Justi, enquanto Jan ca'Vörl, um poderoso nobre, tenta armar uma rebelião. Archigos Dhosti ca'Millac, líder da Fé de Concénzia e aliado de Marguerite, luta para controlar fundamentalistas como Orlandi ca'Cellibrecca , enquanto eles clamam por uma ação contra aqueles que insistem em afirmar que a magia não está ligada à fé em Cénzi. Presa no meio desta disputa por poder está a jovem sacerdotisa Ana co’Seranta, cuja impressionante habilidade com a magia a torna um peão na luta pelo poder. O trono do Sol é uma trama onde o elenco ativo é um fascínio imenso, muitos dos quais se alternam na narrativa.
Por permear esse universo literário da fantasia e conhecer o título, nunca tinha tomado coragem para encarar O Trono do Sol. Seus volumes possuem muitas páginas, e meu receio de ter certas ressalvas eram um desafio. Que bom que estava totalmente equivocada.
Nessântico, uma cidade histórica que é um ponto de referência para outras, liderado pela Imperatriz Marguerite ca’Ludovici e com seu filho como já sucessor será palco de grandes intrigas. Por ser uma cidade influente e poderosa, é invejada por outras e a chegada de Numetodos traz severas consequências. Como são um grupo que não praticam a religião do reino, a Fé de Concénzia, e ainda assim possuem poderes como os que praticam a fé disseminada, isso acaba gerando um certo furor. Paralelamente, teremos uma briga por poder, onde sentar no Trono do Sol será um dos maiores objetivos.
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Com um desenvolvimento intricado, cheio de termos próprios, elementos únicos e línguas novas, o livro tem um enredo bem interessante. Admito que já imaginava que demoraria a entrar no ritmo de leitura da obra — era necessário muitas vezes ir no glossário entender certos significados, expressões e palavras — que sendo um obstáculo superado, a narrativa fluiu rapidamente me conquistando. Sou suspeita para falar pois amo histórias com sociedades hierárquicas, principalmente quando é matriarcal, brigas políticas que se misturam com teorias e informações religiosas. E o autor nos entrega de prato cheio tudo o que citei, de forma brilhante e diferente. Os fãs de fantasia não se decepcionarão.
A quantidade de personagens descritos é grande, formando um grupo principal enorme que veremos recorrentemente, e que, de acordo com a personalidade do leitor, ele se identificará mais com um outro. Por incrível que pareça, não me apaguei a nenhum deles especificamente, pois no geral são complexos e tem peculiaridades que os tornam únicos, formando uma opinião própria em que todos me agradaram de uma forma ou outra — ressalto que esse fenômeno raramente acontece, então é sim um dos pontos positivos, até porque o contato do leitor com eles é de forma direta nas narrativas, que mudam de pontos de vistas a todo instante.
Se uma cidade tivesse sexo, Nessântico seria mulher. (...)Com o passar das décadas e dos lentos séculos, conforme o país que adotou o nome da cidade e tornou ainda mais influente; conforme os kralji viraram os reis senhores não só de Nessântico, mas de toda Il Trebbio (...)Não havia cidade no mundo conhecido que pudesse rivalizar com ela.Mas havia muitas que a invejavam."
Se em termos de protagonistas temos vários, sobre reviravoltas infelizmente não tenho muito o que destrinchar. Aqueles que esperam logo de início várias ações, batalhas, intrigas, terá que aguardar até a página 200, no mínimo, para que os acontecimentos comecem a deslanchar. Acredito que seja um reflexo de ser o primeiro volume de uma trilogia, então geralmente essa primeira parte tende a nos apresentar somente o mundo elaborado, o que aqui não temos em falta — rico em detalhes, saberemos todos os pormenores.
Por isso, o final me chega como um catalisador que gera grandes expectativas para os sucessores. Ele é dinâmico e eletrizante, deixando uma curiosidade para o que virá a seguir. Pelas opiniões que já li, muitas pessoas não curtem, contudo quando entendo o contexto proposto, até que acho razoável as escolhas — seria impossível agradar a todos. Um adendo, é que vejo muitas comparações com George R. R. Martin, o que eu não posso fazer pois não li nada do autor. Entretanto, do que conheço de Crônicas de Gelo e Fogo, as semelhanças são minímas arriscando a dizer que essa assemelhação é até discutível.
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Na parte física, a capa é belíssima — e é o item que me chama atenção, apesar de fazer uma alusão com a outra obra que citei. Tem dicionário, glossário, lista de personagens principais e coadjuvantes, mapas entre outros apêndices super necessários para o entendimento da obra. Vejo muita reclamação da diagramação da editora e confesso que acho ela boa. Tem suas qualidades mesmo que não seja uma das melhores — é relativamente espaçada e confortável de ler. Como falei, a narrativa é feita por diversos pontos de vistas em terceira pessoa.
Quero sim dar continuidade à série e tenho grandes expectativas de que os próximos volumes sejam boas surpresas. Espero que tenham gostado, e que se arrisquem a ler!
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