Baseado na história real que chocou a nação em 1965, o filme reconstrói um dos crimes mais chocantes já cometidos a uma só vítima. Sylvia (Ellen Page) e Jennie Fae Likens (Hayley McFarland), as duas filhas de um casal que trabalha com um circo são deixadas para uma estadia demorada em Indianápolis, na casa Gertrude Baniszewski, uma mãe solteira com sete crianças. Tempos difíceis, e as necessidades financeiras de Gerturdes (Catherine Keener), obrigam-na a fazer este arranjo antes de perceber como esta obrigação levará sua natureza instável a um ponto de ruptura.
Título: Um Crime Americano
Lançamento: 2008 (1h 37min)
Dirigido por: Tommy O'Haver
Com: Ellen Page, Catherine Keener, Hayley McFarland...
Gênero: Drama, biografia
Sylvia (Ellen Page) e Jennie Likens (Hayley McFarland) são duas irmãs que não possuem residência fixa, já que seus pais são circenses e por isso, não permanecem em um local por tempo o suficiente para que as filhas se adaptem à escola, igreja e amigos novos. Pensando no bem e futuro das meninas, eles decidem deixá-las na casa de Gertrude Baniszweski (Catherine Keener), já que elas parecem ter feito amizade com algumas de suas filhas e se dão bem. É claro que as meninas não gostaram da ideia de ficar tão longe dos pais e morar com uma família de estranhos, mas como não têm escolha, tentam se adaptar.
Nas primeiras semanas, não havia do que reclamar. Elas eram bem unidas com as filhas, saíam de casa, tinham pretendentes; viviam como meninas normais. As coisas começam a piorar quando o pagamento dos seus pais atrasa um pouco e como forma de punição, Gertrude bate em Sylvia (só não bate em sua irmã pois ela tem um problema na perna e Sylvia decide tomar toda a dor para si). Tudo começa a sair do controle quando Sylvia passa a ficar mais íntima de Paula Baniszewski e esta lhe confidencia estar grávida de um homem casado. Paula pede a ela que não conte o seu segredo a ninguém, pois se contar, fará de sua vida um inferno. Só que ao presenciar sua amiga prestes a ser violentada pelo namorado, no ímpeto de salvá-la, acaba dizendo a verdade a ele. Paula não enxergou boas intenções no ato de Sylvia e desde o ocorrido, deixou de conversar com ela.
O que ninguém imaginava era que Gertrude possuía uma mente instável e desequilibrada e faria qualquer coisa pelos seus filhos. Dessa forma, quando Paula diz para a mãe que Sylvia está contando mentiras sobre ela a todo mundo e que vive se insinuando para os garotos, ela já sabia que a mãe iria ouvi-la e puniria a Sylvia, como forma de vingança por ela revelar o seu segredo. A partir disso, tudo que acontecia de errado na vida de Gertrude e de seus filhos, era culpa de Sylvia. Não importava se ela dissesse que não havia feito nada ou o quanto pedisse desculpas; ela sempre seria castigada. É claro que a irmã Jennie estava horrorizada com tudo que acontecia a Sylvia, mas como cada passo seu era observado, inclusive o simples ato de pegar moedas e tentar ligar para os seus pais, ela, além de aterrorizada, se sentia de mãos atadas e incapaz de fazer algo para ajudá-la. Mas até quando isso permaneceria acontecendo? Onde estava os seus pais? E por quê ninguém chama a polícia?
Eu fiquei bastante surpresa quando soube que o filme retrata um caso real dos EUA, pois é tanta injustiça e barbaridade transmitida nas telas que não me parecia possível uma garota inocente sofrer tanto e ninguém mover sequer um dedo para ajudá-la, mas infelizmente foi o que aconteceu. No momento em que Gertrude passa a aprisionar Sylvia, acabei refletindo: definitivamente alguém vai notar o seu desaparecimento e procurá-la. E realmente, foi o que aconteceu, muitas pessoas vão até a casa de Gertrude para visitá-la. Só que não de uma boa forma e sim para 'usar' Sylvia do modo que quisessem, bater nela, assediar, queimar sua pele com o cigarro.. todo tipo de coisa absurda. Como se ela fosse um brinquedo, afinal, eles tinham essa liberdade por parte de Gertrude e dos filhos.
Como devem perceber, não é um filme para qualquer espectador. É preciso estar bem preparado para absorver o impacto da história e cada cena de agressão contra Sylvia. O pior de tudo é saber que o diretor do filme teve todo um cuidado especial com os atores, evitando mostrar cenas de nudez e estupro; se há algo que passe longe dos limites, é mostrado na tela de um modo bem imperceptível. Ou seja, se já há tanta maldade no filme, imagine só o que teria acontecido com a verdadeira Sylvia?
Os atores fizeram um excelente trabalho, mas é claro que há duas mulheres que se destacaram muito mais dos outros. Em primeiro lugar, a Ellen Page, que se empenhou tanto no papel que emagreceu visivelmente. Ela consegue demonstrar muito bem a personalidade inocente e amável de Sylvia, o que torna impossível não se emocionar. E também para Catherine Keener, que apesar de passar uma primeira impressão de uma mulher simples e amorosa com seus filhos, consegue exibir sua postura de mulher perigosa e imprevisível nos momentos certos com sagacidade.
Eu recomendo muito esse filme pois ele provoca inúmeras reflexões sobre a maldade humana. Apesar de ter ocorrido nos anos 60, infelizmente é comum ouvirmos casos de pessoas que são agredidas e que ninguém se dá ao trabalho de impedir as atrocidades. Para mim foi impossível não sentir empatia pela Sylvia e espero que esse sentimento aflore em cada uma das pessoas que assistirem-no. Pois é disso que o mundo precisa: de pessoas capazes de compreender os outros.
16 comentários
Uau!!! Que história!!!
ResponderExcluirFiquei interessada no filme mas não sei se seria capaz de assisti-lo sem ter um treco. Filmes, livros que retratem maus tratos às pessoas e aos animais me deixam muito sensibilizada.
Eu ainda não tinha ouvido falar do filme e claro que quero conferir, mas acredito que preciso estar em um bom momento pra isso. Pela forma como você descreveu o enredo, essa maldade irá me atingir e eu quero estar bem para poder apreciar o filme e refletir na sua mensagem.
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Olá Amanda,
ResponderExcluirQue filme interessante, amo filmes que nos obrigam a nos colocar no lugar do outro, o mundo está carente de amor ao próximo. E filme baseado em histórias reais são os meus preferidos. Com certeza eu vou assistir.
Beijos e obrigada pela dica
http://floraliteraria.blogspot.com.br/
Oi, Amanda!
ResponderExcluirFique chocada com essa história. :O
Como as pessoas fazem isso? Qual é o prazer de subjugar alguém dessa maneira? Fico chocada com o quanto as pessoas gostam de fazer esse tipo de coisa. :'(
Minha mãe gosta muito de filmes de drama, então vou indicar a ela.
Obrigada pela dica!
Beijão!
http://www.lagarota.com.br/
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Ai meu Deus!
ResponderExcluirAo mesmo tempo que me fascinam casos assim, reais, eu não teria coragem de assistir esse filme. Acho que por ser uma criança... Não conseguria suportar ver essas cenas que você descreveu, então deixo passar a dica, e oro uma prece pela verdadeira Sylvia :(
Olá Amanda,
ResponderExcluirQue dor no coração com esse filme e olha que nem assisti. Estou tendo esse sentimento de ler apenas sua resenha.
Tenho que concordar com você e dizer que esse filme não é para todo tipo de espectador e me pergunto quanto uma pessoa tem que sofrer, se machucar, para que outro perceba e possa tentar ajudá-la.
Vou anotar a dica e espero assistir em breve, pois sei que me sentirei tocada.
Beijos
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu não conhecia esse filme ainda e confesso que não tenho o hábito de ver muitos filmes, mas lendo sua resenha fui ficando cada vez mais curiosa e horrorizada também. Deve ser bem difícil acompanhar toda essa história, mais ainda sabendo que ela retrata um caso real. Enfim, gostei bastante da dica e vou marcar para ver algum dia.
Beijos :*
Oie...
ResponderExcluirAdorei a dica!
Achei a história bem interessante e acredito que deva impactar o telespectador de forma inigualável, fiquei com vontade de ver, porém, vou esperar o momento mais oportuno.
Beijos
Nossa, que fiquei curiosa pra assistir, embora não goste de histórias baseadas em fatos reais pela imprevisibilidade do final. Seu texto relata muito bem o que se passa.
ResponderExcluirOie! Tudo bem?
ResponderExcluirJá ouvi falar do filme, mas nunca assisti ele, não é o tipo de filme que procuro assistir, mas a proposta dele com certeza é muito boa e acredito que abre os olhos de muitas pessoas, para o que acontece muitas vezes com várias pessoas e nem sabemos! Vou anotar a dica e quem sabe futuramente assisti-lo!
Bjss
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia ainda esse filme, mas realmente, saber que se trata de uma história real e ficar vendo tudo o que a Sylvia sofreu e saber que na vida real provavelmente foi muito pior, deixa a gente de coração quebrado. É incrível como a maldade humana não tem limites. Fiquei bem curiosa para assistir, espero poder fazer isso em breve.
Beijos.
Eu já tinha ouvido falar o nome desse filme, mas não fazia ideia do que se tratava.
ResponderExcluirParece ser o tipo de filme que prende a atenção, me deu vontade de assistir.
Tomara que tenha no Netflix!
Bjs
Pipoca com Café
Oláa!
ResponderExcluirNão conhecia a história nem o filme, mas é super pesado hein??
Eu até gosto de filmes nesse estilo, mas o fato de ser baseado em uma história real mexeu um pouco comigoo..
Gostei bastante da dica, e espero assistir algum dia, porém acho que não nesse momento.
Um beijo!!
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Eu já tinha lido sobre o caso, só não me lembro onde especificamente. Não sabia da existência do filme, mas lendo essa sua resenha sobre ele, é necessário, extremamente necessário que eu o veja, preciso ver toda tensão transmitida por você por aqui na parte escrita. Em breve espero voltar e deixar minha opinião, depois de assistir.
ResponderExcluirEu fiquei emocionada com tua crítica!
ResponderExcluirNão teria emocional para ver este filme.
Sou mega emotiva!
A forma que vc detalhou foi muito impactante é real.e saber que foi baseado em uma história real me deixou mais sem chão ainda.
Apesar de gostar da Ellen Page, eu ainda não conhecia esse filme, acredita?
ResponderExcluirEu fico meio em cima do muro entre assistir ou não filmes assim, porque sou muito sensivel... Saber que isso de fato aconteceu com uma pessoa, me dói na alma. Saber, ainda mais, que isso acontece ainda com várias pessoas no mundo, me dói mais ainda. Fiquei com vontade de ver o filme, mas não sei se teria coragem...
Abraços!
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