Resenha - Memória Falsa

Miranda acorda sozinha em um banco do parque, sem memória. Em pânico, ela libera uma energia misteriosa que incita puro terror em todos ao seu redor. Exceto Peter, um menino que não está de todo surpreso com a capacidade chocante de Miranda. Deixada sem escolha a não ser confiar neste estranho, Miranda descobre que ela foi treinada para ser uma arma e fazer uma parte de uma força de elite de adolescentes geneticamente alterados que possuem habilidades de combate impecável e poderes fortes o suficiente para destruir uma cidade. Mas ajustar à sua antiga vida não é fácil, especialmente com Noah, o namorado que ela não consegue lembrar que ama. Quando Miranda descobre uma verdade sombria sua equipe precisa fugir. De repente, seu passado não parece importar quando não se pode ter certeza de um futuro...

Livro: Memória Falsa

320 páginas || Skoob || Cortesia: Vergara&Riba || OndeComprar ||

Miranda North. Dezessete anos. Cleveland. Shopping. Parecer normal. Não chamar atenção. Isso é tudo o que ela consegue se lembrar. Após ter acordado no meio de um shopping, Miranda não se lembra de nada sobre sua vida, apenas coisas básicas que lhe vem a mente sempre que ela se encontra próxima de fazer algo que seu corpo reconhece como uma lembrança.

Ela não sabe quem é, mas tem a sensação de que algo está errado e de que não deve chamar atenção, porém ela também sabe que deve se localizar e tentar o mais rápido possível descobrir quem é, assim ela toma coragem e vai até o segurança do shopping com a esperança de que ele possa lhe dizer quem ela é ou pelo menos lhe apresentar alguém que possa.

Porém as coisas não saem como esperado, ele não acredita que ela esteja falando a verdade, para ele tudo não passa de uma brincadeira de mau gosto que adolescentes costumam fazer e então os instintos de Miranda entram em ação e antes que ela se dê conta o segurança está no chão embaixo dela tentando pegar sua arma. Isso não pode acontecer. Uma dor lancinante toma conta dos seus olhos e algo — um calor — ser expande de dentro para fora dela e o caos começa.

Gritos. Dor. Correria. Choros. Mortes. Medo. Caos em seu mais primitivo estado e de alguma forma Miranda sabe que a culpa é dela, mas há uma pessoa em meio a todo este caos que permanece sentada calmamente no meio da praça de alimentação e assim que seus olhos encontram Miranda sabe que ele tem as respostas que ela precisa.

"Eu podia ficar ali e continuar sem respostas, ou podia me arriscar com o garoto maluco e sem medo. Eu não tinha muita escolha."

Seu nome é Peter. Ele a conhece desde sempre. Eles são em quatro. São chamados de Rosas. Possuem capacidades psíquicas capazes de despertar o medo nos outros. É por causa dessa capacidade que ela se esqueceu do seu passado. Eles tem que voltar logo para casa. E quem fez com que ela não tomasse a medicação responsável por manter suas memórias foi seu namorado, a pessoa que supostamente ela mais ama no mundo. E que ele fugiu com Olive e não com ela.

"Se você ama alguém, a ideia é respeitar essa pessoa o suficiente para confiar nela. E não roubar a liberdade dela. A vida dela."

Miranda se sente segura ao lado de Peter, seu suposto amigo e líder, mas a cada minuto que passa Miranda se pergunta quem é e por que motivo ela têm tal capacidade. Assim como o que de fato está acontecendo, porque ela pode não se lembrar de quem é mas ela com certeza sente que algo está errado e a cada momento fica mais difícil saber em quem ela pode confiar e o que de fato ela sente, sem ser os ecos do fantasma que ela foi no passado mas que agora não é mais.

Narrado em primeira pessoa do ponto de vista de Miranda, o livro passa imensamente rápido para qualquer fã de ficção científica, romance é uma boa história de modo geral.

Podemos em todo momento avançar com a protagonista, desde que o momento em que ela acorda sentimos sua confusão, sua dúvida, seu medo e conforme os acontecimentos se desenrolam vemos e entendemos todos os dilemas físicos e - principalmente - mentais pelos quais ela passa e nos sentimos convencidos da veracidade deles.

Mais importante ainda foi como o autor tratou todos os aspectos científicos e mesclou ação, suspense e romance em doses que para mim ficaram ótimas, enquanto o li não pude deixar de ter a sensação de estar vendo algum episódio de uma série de TV da Warner ou então Universal.


Para fãs de distopias como Maze Runner - não que esse livro seja uma, porque não é, mas ele tem um "Q" que me faz lembrar o ritmo delas -, de Neil Gaiman, filmes como Matrix, e séries de TV com uma pegada mais científica como Medium ou mesmo Beauty and Beast eu super recomendo este livro que me deixou louca pela continuação!

"Eu queria conhecer você", pensei. "Queria que fosse como antes, quando éramos uma família e não existiam problemas externos, quando não tínhamos que fugir de nós mesmos. Literalmente."