Título: Interferências
Autora: Connie Willis
Cortesia: Suma de Letras / Cia das Letras
Páginas: 464
Skoob / Goodreads
Onde comprar: Saraiva / Amazon
Combinando humor e romance, Connie Willis, ícone da ficção científica, entrega um livro envolvente sobre os perigos da tecnologia, do excesso nas redes sociais e... do amor. Em um futuro não muito distante, um simples procedimento cirúrgico é capaz de aumentar a empatia entre os casais, e ele está cada vez mais na moda. Por isso, Briddey Flannigan fica contente quando seu namorado, Trent, sugere que eles façam a cirurgia antes de se casarem — a ideia é que eles desfrutem de uma conexão emocional ainda maior, e que o relacionamento fique ainda mais completo. Bem, essa é a ideia. Mas as coisas acabam não acontecendo como o planejado: Briddey acaba se conectando com outra pessoa, totalmente inesperada. Conforme a situação vai saindo do controle, Briddey percebe que nem sempre muita informação é o melhor, e que o amor — e a comunicação — são bem mais complicados do que ela esperava.
Em um mundo repleto de tecnologias que buscam avançar os meios de comunicação, Briddey recebe de seu namorado a proposta de ambos realizarem um pequeno procedimento cirúrgico - chamado EED - para aumentar a conexão que existe entre eles.
O EED promete que irá transformar completamente a percepção dos casais, fazendo-os conectar seus sentimentos e sensações, de modo que eles se tornariam capazes de saber o que o parceiro sente. Toda essa inovação extraordinária está a um passo de distância, basta contatar um cirurgião especialista. E é exatamente isso que fazem Trent e Briddey.
"Mas aí é que está a parte ruim: as pessoas boas e legais nunca se dão bem. São enganadas e traídas e se apaixonam por alguém que gosta de outra pessoa e ficam arrasadas."
Com uma família agitada, ela precisa lidar com ligações constantes e visitas indesejadas das irmãs em seu local de trabalho. Contrariando então a preocupação da tia Oona e das irmãs Kethleen e Mary Clare, Briddey realiza um EED, a fim de manter um contato mais íntimo e emocional com seu namorado sem que seja interrompida por qualquer pessoa.
O que ela não contava, no entanto, era que acabaria por se conectar com outra pessoa, não com seu namorado Trent. O desenvolvedor de projetos na empresa que Briddey trabalha, a Commspan, é quem recebe os sinais neurais transmitidos por ela. "C.B.", que havia orientado-a sobre os riscos de erro do EED, é agora quem está conectado a ela através do canal neural estabelecido no procedimento cirúrgico.
"Agora você acredita em mim? Não fiz um EED às pressas, não grampeei seu quarto e não deixei cair um walkie-talkie no seu cérebro quando o dr. Sei-Lá-O-Quê não estava olhando. Eu estava apenas sentado no meu laboratório, cuidando da minha vida, quando você começou a falar comigo."
Assim, Briddey e C.B. passam a ter contato constante, comunicando-se telepaticamente através de um canal só deles. Mas, a medida que o tempo passa, a mulher descobre que o EED não é tão simples quanto imaginava. Sendo atormentada por vozes de outras pessoas, tendo que lidar com os problemas de sua família e tentando desvendar a falha ocorrida entre ela e Trent, Briddey percebe que comunicação constante - tal qual prometia o EED - talvez não seja aquilo que esperava, uma vez que agora precisa enfrentar desafios vindos do excesso de tecnologia. Entretanto, resta a dúvida: como foi possível que duas pessoas sem vínculo emocional aparente se conectassem no EED?
Embora a realidade descrita pela autora seja em um futuro quase que distante do nosso, não pude deixar de ligar muitos dos elementos inseridos por ela no enredo à situações atuais vívidas por todos nós. Como quando um dos personagens direciona sua atenção para a tela de um smartphone, deixando de lado quem está tendo contato real e pessoal com ele. Esse, entre tantos outros exemplos que poderiam ser relatados aqui, consegue ser facilmente relacionado com atitudes que, por vezes, tomamos de forma inconsciente.
"Mas, além disso, as pessoas são grossas, detestáveis, gananciosas, más, manipuladoras e cruéis."
Briddey, com sua família que a procura constantemente para relatar problemas e com seu trabalho agitado, é alguém como qualquer um de nós: procura um pouco de calmaria, tentando conectar-se à quem ama. A empatia por ela desenvolve-se logo nas primeiras páginas, pois prontamente nos identificamos, seja com a vida que ela leva ou com os personagens secundários que representam seus parentes e colegas de trabalho.
Há considerável participação dos personagens secundários ao longo dos capítulos. Connie soube introduzi-los de maneira perspicaz, de modo que sua participação na trama tornou-se importante para o desenvolvimento da história de Briddey, Trent e C.B.; e, embora seja um livro extenso, com o total de 464 páginas, a leitura não é arrastada. Pelo contrário, o estilo de escrita da autora me agradou e incitou-me a sempre prosseguir lendo.
Quanto a edição, só tenho elogios. Desde a capa, a revisão de possíveis erros ortográficos e gramaticais: a Companhia das Letras está de parabéns. O design da capa incrivelmente fofo, o que me fez amar ainda mais essa obra incrível que é Interferências.
Recomendo que leiam!
15 comentários
Eu já desconfio desse tema, pode render um bom livro, mas como daria certo misturar tecnologia e romance?
ResponderExcluirA resenha mostra a confusão criada pelo casal, buscando uma conexão maior acaba se conectando com outra pessoa..e será que essa nova pessoa realmente não tem afinidades com Briddey? Acho que o assunto é bem atual apesar de futuristico. A tecnologia cada vez mais presente no dia a dia ajuda ou atrapalha.Os personagens secundários terem importância no livro já é mais um ponto positivo, mas apesar de tudo não é uma leitura que me interesse.
Li muita coisa a respeito deste livro,muitas positivas e outras nem tanto.
ResponderExcluirAcredito que a autora tenha acertado no ponto ficção e tecnologia e penso eu, não estamos falo longe desta era tecnologica dominar tudo.
Mas ter juntado romance ao enredo desta forma onde as peças não se encaixam, não deu a profundidade que o tema merecia.
Mesmo assim, hoje,se puder, quero ler!!!
Beijo
Só pela sinopse do livro já fiquei muito interessada e morrendo de curiosidade pra ler. Adorei teus pontos da resenha, não costumo ler ficção científica, na verdade acho que nunca li nenhum, mas esse me deu muita vontade e coloquei na listinha. Fico assustada pensando que podemos sim chegar a um ponto no futuro onde essas coisas sejam reais, como tu disse, as pessoas já trocam a vida real pelos celulares. Isso me intriga muito, já pensou? Enfim, gostei demais do livro e achei bem louca a história dela. A situação que a Briddey se encontra é muito engraçada, mas imagino o desespero dela kkkkk
ResponderExcluirOlá Emilly!
ResponderExcluirA edição está linda, estou mto interessada nesse livro, venho lendo mtos comentários bons sobre o enredo e espero que em breve eu consiga ler e conhecer a história, parece que agradou mtos leitores tbm.
Bjs!
Só posso dizer uma coisa : Coragem !!!
ResponderExcluirTa aí dois temas que você não costuma ver se interligarem, mas aí parabéns ao escritor. Mas agora que coisa que ela vai fazer o procedimento com o namorado e PAH aconteceu com outra pessoa, eu ia ficar no minimo muito transtornada. O livro chamou minha intenção e vou dar um jeito de poder ler.
Eu li esse livro e fiquei bem dividia, ao mesmo tempo que achei a premissa da história muito boa, acho que do meio para o final do livro a autora se perdeu na narrativa e inseriu muitos elementos desnecessários, gostei muito de Briddey e C.B., os dois fazem a leitura valer a pena.
ResponderExcluirwww.estante450.blogspot.com.br
Emily!
ResponderExcluirInteressante ver uma fantasia que insere todo um mundo de tecnologias, ao tempo que faz analogias com os contos de fadas.
Livro mais que interessante, ainda não conhecia.
cheirinhos
Rudy
Oi Emilly,
ResponderExcluirEntão, eu até achei interessante a proposta apresentada, apesar de achar a ideia de se conectar com outra pessoa meio doida, é fácil imaginar isso acontecendo no futuro... Acredito que ficção científica apesar de rica em detalhes tem que se abster apenas o que realmente é significativo para a história, pelo que percebi a autora conseguiu fazer isso!
Não curti muito a proposta de romance inserida com essa "conexão", mas quero ler para entender melhor.
Beijos
Primeira resenha que leio sobre o livro, e ao ver a capa já imaginava que o enredo seria algo do gênero, mas confesso que ainda sim fiquei surpresa e com dúvidas em relação sobre a trama. Creio que apesar da tua resenha ser bem escrita, aquela acaba nos passando uma historia nova e que ao mesmo tempo ficamos pensando " mas como assim". E neste detalhe que surge a dúvida do interesse em ler o livro. Acho a capa linda demais, mas irei ler outras resenhas sobre este casal e este tipo e relação e conexão deles.
ResponderExcluirOlá! Conheci o livro por acaso, mas gostei bastante da proposta da história em misturar humor e romance com um toque de ficção cientifica o que acaba ajudando aqueles leitores, que assim como eu, não são muito familiarizados com o gênero. Já quero saber mais sobre o C.B. e como eles vão lidar com toda essa situação. E essa família hein... socorro.
ResponderExcluirOi, Emilly!
ResponderExcluirQue confusão a vida da Briddey se torna ao realizar o procedimento EED, hein?! Nossa, fiquei até com pena da coitada...
Mas confesso que não curto o gênero ficção científica, provavelmente por isso não me interessei pela premissa de Interferências e não pretendo lê-lo... Abraços!
Achei interessante o tema abordado nos leva a refletir muitas coisas nos tempos de hj na correria diaria q nos falta comunicaçao uns cm os outros, fiquei curiosa pra ler rs!!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas adorei toda essa premissa futurista cheia de inovações haha
ResponderExcluirAchei bem interessante esse procedimento EED e estou bem curiosa pelo livro.
Adorei a dica
beijinhos
She is a Bookaholic
Eu nunca me imaginei lendo ou até mesmo alguém que se arriscasse na mistura de ficção científica com romance. Não só em "Interferências", como em outras obras super maravilhosas também.
ResponderExcluirPorém, vejo que posso apostar totalmente no gênero e na União de duas paixões em 1 coisa Só. O que me deixa muito ansioso para conferir. Porém, não posso negar que ficaria triste.
Triste por achar que o casal pré destinado tem que ficar junto no final, tendo em vista que ocorreu um erro na realização do EED de Briddey.
Não posso deixar de registrar também minha raiva perante a familia de Briddey que aparentemente torra o saco dela por serem tradicionais. Mas ela continua bem forte e decidida!
Eu preciso muito ler para saber que rumo tomou tudo. Socorro! Morrendo de ansiedade. E confesso que fiquei perdido com a relação de Trent e C.B.
Oiee!
ResponderExcluirConfesso que o livro não me pegou, até acho legal isso de tecnologia, mas apenas no cinema, em livros não curto não. Ficção realmente não é minha praia, então nem vou tentar.
Bjs!