Título: Suicidas
Autor: Raphael Montes
Cortesia: Companhia das Letras
Ano: 2017
Páginas: 432
Skoob
Onde Comprar: Amazon Saraiva
O PRIMEIRO ROMANCE DO JOVEM AUTOR QUE SE FIRMOU COMO PRINCIPAL NOME DO NOVO SUSPENSE BRASILEIRO.
Antes que o mundo pudesse sonhar com o terrível jogo da baleia azul, que leva jovens a tirara própria vida, ou que a série de televisão 13 Reasons Why fosse lançada e set ornasse o sucesso que é hoje, Raphael Montes, então com 22 anos,já tratava do tema do suicídio entre jovens, com a ousadia que virou sua marca registrada. Em seu primeiro livro, que a Companhia das Letras agora relança acrescido de um novo capítulo, conhecemos a história de Alê e seus colegas, jovens da elite carioca encontra dos mortos no porão do sítio de um deles em condições misteriosas que indicam que os nove amigos participaram de um perigoso e fatídico jogo de roleta russa. Aos que ficaram, resta tentar descobrir o que teria levado aqueles adolescentes, aparentemente felizes e privilegiados, a tirar a própria vida. Para isso, contamos com os escritos deixados por Alê, um narrador nada confiável.
Em "Suicidas" Raphael Montes nos apresenta uma história completamente original com uma trama envolvente que nos prende do inicio ao fim numa jornada de mentiras e descobertas arrebatadoras. Um romance policial incrível, que deixará qualquer leitor intrigado.
"Você não pode escolher do que quer ou não falar, não pode deletar as pessoas , as opiniões, só porque não são o que deseja!" (Pág 219)
Após um ano da morte de nove jovens em uma roleta-russa, a polícia continua sem resposta para esse caso. Por que eles participariam de uma coisa assim? Todos tinham uma vida boa, muitos sonhos a serem realizados , uma família... Mas a forma como a morte deles aconteceu, violenta, misteriosa e inesperada, deixou a polícia tão sem respostas que um ano depois da tragédia que chocou o país ainda não se sabe ao certo o que aconteceu.... Mas o surgimento de uma nova pista pode mudar o rumo da investigação e colocar um ponto final no caso. Então na tentativa de finalmente obter as respostas esperadas uma reunião foi convocada com a mãe de cada jovem para que uma última discussão fosse feita sobre os fatos recém descobertos.
Após juntar todas as mães a delegada Diana Guimarães revela a surpreendente evidência que pode finalmente por um fim na investigação: um caderno no qual são narrados cada detalhe do aconteceu no porão da Cyrille's House, lugar onde a roleta-russa aconteceu, na noite da tragédia.
Além de lidar com as revelações que a nova pista traz, Diana precisa conter as mães dos jovens, que não conseguem encarar muito bem o fato de estarem recriando, detalhadamente, a noite da morte dos seus filhos e se os ânimos dessas mulheres não forem aquietados pode colocar a última chance de se obter respostas a perder.
O caderno com as anotações que está sendo discutido na reunião fora escrito por Alessandro, um dos suicidas, e por meio da narrativa dele cada personagem é conhecido e têm seus medos, seus sonhos, sofrimentos e desejos mais íntimos e sombrios revelados. Tudo que suas mães acreditavam saber sobre seus filhos começa a se desfazer ao se depararem com as verdades descritas por Alessandro, e cada vez mais aquilo que parecia ser a resposta fica ainda mais distante e impossível. Dessa forma, conhecemos a verdadeira história de cada um daqueles universitários no seu mais real "ser" onde a aparência de bons estudantes e filhos exemplares se dissolve em uma trama cruel , que revela o íntimo doentio e mau de cada um, assim como seus desejos reprimidos.
Caminhando para um desfecho monumental , vamos indagando: o que será que realmente levou aqueles jovens a fazerem parte daquele jogo?
"As rodadas se sucederam. Perdi algumas, ganhei outras. O pôquer simula a vida. Às vezes você perde, às vezes você ganha, mas o negócio é se manter lá, jogando." (Pág 30)
Um livro maravilhoso que nos deixa pensando em seu desfecho o tempo todo. Uma obra de fato muito singular.
Esse foi o primeiro livro do autor que li, e vou logo dizendo que é espetacular e que Raphael Montes certamente será um nome lembrado daqui há muitos anos. "Suicidas" é um livro que revela o pior do ser humano quando seu verdadeiro eu é reprimido e as consequências que isso acarreta.
Desde os primeiros capítulos já vemos o potencial narrativo da obra, pois ela apresenta três tempos: presente, que fica por conta das mães e da delegada Diana; passado, narrado por Alessandro até o dia que antecede a tragédia; e os capítulos escritos no caderno também narrados por Alessandro só que ele já está morto. Isso foi uma das coisas que mais gostei no livro, pois nos permite conhecer melhor cada canto da história e ir montando nossas hipóteses e tirando nossas próprias conclusões. Ao longo da história, vamos percebendo que nada do que as pessoas mostravam era o que elas realmente eram - imagina para cada uma daquelas mães verem que nada do que elas pensavam conhecer dos seus filhos era verdade, com toda certeza um choque! E vemos que assim é também na vida real: jamais conhecemos alguém inteiramente, e por mais que a pessoa seja clara e verdadeira com a gente, nunca vamos saber o que de fato se passa no coração e na mente de cada um.
"O álcool e as drogas deixam as máscaras caírem, os verdadeiros rostos se revelam diante de um público também despido de normas. Racionais, mas, antes de tudo , animais." (Pág 247)
A escrita de Montes é de nos fascinar, e podemos ver o quanto os autores brasileiros podem ser bons.
Sua narrativa também mostra o desespero de cada mãe ao se deparar com a verdade dura, e por vezes cruel, de que seus filhos são capazes de fazer o que fizeram, afinal pensar que eles seriam capazes de cometer certos atos parece inimaginável para suas mentes. Como cada uma tem uma personalidade, podemos contemplar a particularidade de cada uma diante das revelações que vão surgindo, e como um comportamento racional pode ser visto como insensível. Aos poucos vamos conhecendo mais e mais delas, e compreendendo que a visão que elas apresentam sobre seus filhos são basicamente criações próprias e que não condizem em nada com a realidade.
O final é intrigante e surpreendente (caso você não preste muita atenção ao enredo) e nos mostra até onde a ganância e o egoísmo do ser humano pode levar. A edição está linda, e ainda vem com um capítulo inédito que conclui o livro de forma bem amarrada.
Esse livro é muito intenso e sem dúvida precisa ser lido pelos fãs de Agatha Christie. Um romance policial bem escrito, com uma força narrativa gigantesca. Uma obra nacional de tirar o fôlego.
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8 comentários
Wesley definitivamente suicidas é um livro maravilhoso. Conheci o autor no meio do ano passado com "Jantar Secreto" (amo tbm) e me apaixonei por tudo que ele escrevia. Ja comprei a coleção toda dele e incrível como cada livro consegue ser envolvente e surpreendente. Leia todos os outros, sao perfeitos (sou suspeita a falar pq amo tudo que é do autor) mas concordo com você que no final ficamos pensando em tudo e é sensacional. Recomendo muito! E as capas novas dos livros são sensacionais também. Vemos várias críticas ao longo do livro que paramos e refletimos depois. Eu confesso que me surpreendi com o final porque em geral acabo lendo muito rápido de tão fluído que é e no final foi uma surpresa tremenda! Leia os outros dele e fala aqui o que achou :)
ResponderExcluirOiiieeee...estou com esse livro no Drive há meses, mas, ainda não li. Gostei muito da sua resenha, agora posso dizer que fiquei empolgada e intrigada para ler esse livro.
ResponderExcluirItalo!
ResponderExcluirJá li outros livros do autor e gostei muito.
Gosto muito quando tem passado e presente e aqui ainda tem o adicional dos capítulos escritos no caderno, fiquei foi curiosa.
Saber que ele trouxe trechos descritivos das mortes e sem poupar o leitor do lado macabro, me deixou com vontade de conferir esa leitura dele também.
Novo Ano repleto de realizações!!
“Que a paz, a saúde e o amor estejam presentes em todos os dias deste novo ano que se inicia. Feliz Ano Novo!” (Desconhecido)
cheirinhos
Rudy
1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!
Eu não sinto nenhuma vergonha em afirmar que Raphael Montes é meu autor nacional preferido! Amo todos os livros do autor e só não li ainda O Vilarejo(que já chegou esta semana aqui em casa..rs)
ResponderExcluirMas todos são perfeitos, com essa carga emocional que só ele consegue colocar em suas maluquices.
Suicidas é incrível do começo ao fim e não há como não se pegar ali, dentro das cenas, sentindo a agonia, a dor e vivenciando cada momento descrito.
Super recomendo!!!
Beijo
Oi Wesley!
ResponderExcluirTenho um livro do autor aqui esperando mais tempo pra ler além de outros tantos livros...
Pelo o que acompanho em resenhas a escrita dele é mto boa e os enredos não deixam á desejar pra quem curte o gênero,, vou tentar ler me breve...
Bjs!
OI!! Esse autor é muito criativo em suas obras e fico bem intrigada com as histórias. Só não sei, se teria coragem para ler. Bjos <3
ResponderExcluirClick Literário
Já vi varias resenhas desse livro e todas positivas, adoro esse tipo de histórias que nos leva a tentar descobrir o que aconteceu e porque. Gostei mais ainda desse por não ser apenas a delegada, tem as mães envolvidas e ainda o caderno que nos leva mais perto das vítimas. Quero muito ler.
ResponderExcluirConcordo com você esse foi um dos melhores livros que eu li do Raphael Montes eu comecei a ler esse livro e eu não dava nada pela história mas aquele final era tudo que eu não esperava você sabe do que eu estou falando eu fiquei estupefata e comecei a ter uma admiração louca pelo autor E se eu puder te indicar um livro eu indicaria o livro o vilarejo é bem pequenininho são contos sobre os sete pecados capitais
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