Resenha - Indomável

30 dezembro 2017
Título: Indomável
Autor: S.C.Stephens
Cortesia: Valentina
Skoob
Páginas: 400
Onde comprar: Saraiva / Amazon

Ser o baixista da banda de rock mais famosa do mundo proporcionou muitas vantagens para Griffin Hancock: uma bela casa, um carro veloz e, o mais importante, sua incrível esposa Anna. A única coisa que a fama não lhe trouxe foi um refletor focado apenas nele. Anna o aconselha a ser paciente, e diz que seu talento vai acabar por lhe trazer isso. Só que Griffin está farto de esperar pela oportunidade de brilhar por completo.
De forma inesperada para todos, Griffin toma uma decisão chocante e resolve assumir o maior risco de sua vida. Subitamente ele se vê debaixo de novos refletores, luzes, câmeras e... caos -- algo que acaba por levar ao limite o seu relacionamento com Anna. Sua compreensiva esposa sempre considerou sexy o comportamento imprevisível do marido, mas, de repente, sentimentos de dor começam a transparecer em seus olhos, e isso coloca a alma de Griffin em uma espiral de desespero e infelicidade.
Justamente quando o reconhecimento do seu talento está ao seu alcance, a pessoa que ele mais ama no mundo pode estar lhe escorrendo pelos dedos.




“– Não, eu não sou importante também, eu sou importante. Ponto-final. E vou provar isso.”

Griffin sempre acreditou que merecia mais fama do que recebia, mas sem conseguir convencer os membros de sua banda a darem a oportunidade - e instrumento - que realmente sempre desejou tocar, ele se vê obrigado a passar seus dias a fazer parte de uma das maiores bandas de sucesso como um simples baixista sem receber a atenção que (em sua cabeça) é sua por direito.


“Quando me juntei aos D-Bags, alguns anos atrás, imaginei que, quando todos percebessem o quanto eu era fodão, eu iria substituir meu primo como guitarrista principal da banda.”


Determinado, e de certa forma pode-se dizer ate obcecado, em provar a todos o grande erro que estão a cometer ao não darem o devido valor que ele merece. Com ideias extravagantes ele tenta convencer os outros integrantes da banda a deixarem que ele faça um solo, ou que o deixem ficar na guitarra no lugar de Kellan, mas com as constantes negativas da banda ele se vê cada vez mais desanimado e irritado com os companheiros.


“Eu não quero mais, quero apenas o que mereço ter, o que deveria ter há muito tempo…”


Deixando de comparecer aos ensaios, e nunca escutando o que os outros falam por se achar muito superior aos outros, Griffin acaba por se ver metido em enrascadas e em brigas constantes que acabam por ter que serem apaziguadas por Kellan. No entanto, seu comportamento diretamente ligado ao seu desejo incontrolável pelos holofotes, logo acaba por levá-lo a fazer escolhas que irão mudar o destino não só dos D-Bags, como também de sua família. Se vendo sem nada, finalmente Griffin se vê acordando pra vida e caindo na real... seria muito tarde para ele lutar por aquilo que realmente importa para ele? Ele conseguiria fazer com que as coisas voltassem a ser como era antes? Em meio a descobertas e amadurecimentos forçados, S.C.Stephens convida você a acompanhar a trajetória desse baixista que tinha tudo, mas pode acabar sem nada!

"Deixe que eu comece dizendo a você o que já deveria ter dito muito meses atrás. O que eu deveria ter dito todas manhãs quando acordamos juntos, e todas  as noites antes de irmos para a cama: eu te amo. Eu te amo pra caralho..."


[ - Minhas Impressões - ]

Indomável é uma obra que eu confesso que esperava mais; com personagens tão bem escritos e histórias envolventes em seus volumes anteriores, eu acabei por sentir um pouco de falta daquele apelo e sex appel tão presentes em RockStar. Longe de ser uma obra a ser descartada, essa história é daqueles que exige do leitor calma e paciência em seu desenrolar com um protagonista capaz de tirar qualquer um do sério com suas reclamações e insistências sem merecimento. Interessante, essa é uma obra que irá fazer os fãs relembrarem e matar um pouco da saudade daqueles personagens que angariaram caminhos pelos seus corações em meio a uma trama repleta de reviravoltas e emoções à flor da pele.


Griffin é aquele protagonista que quem já acompanha a série sabe muito bem o que esperar. Egocêntrico, mesquinho, dono do maior ego dos personagens literários e um babaca de primeira classe, ele é alguém que já veio arrecadando inimizades e despertando um sentimento de asco nos leitores (eu inclusive) desde sua primeira aparição. Sem papas na língua e sem ligar para nada do que os outros falam, ele é aquele personagem que se acha melhor que todos os outros e que não está contente com quase nada que possui - sendo sua mulher e filha uma exceção rara a regra. Determinado a ter o que deseja, ele não se ressente de magoar os amigos e se sentir injustiçado por não poder ter a fama que acredita ser sua por merecimento. Cheio de inveja e extremamente fútil, ele é alguém que nos causa repulsa e constrói uma relação de ódio em quem se encontra a ler a sua obra ao se ver obrigado a acompanhar pensamentos tão pequenos e infantis. Se mostrando alguém que está longe de ser comum, são poucos os momentos que encontramos algo que o faz poder ser considerado normal criando uma certa empatia - mas que acaba por não durar muito tempo. Construído de forma a provocar esses sentimentos conflitantes e fugir do padrão de protagonista certinho e legal, Griffin é alguém que não é fácil de ser acompanhado mostrando um talento nato da autora para escrever alguém tão complexo de forma impressionante ao mesmo tempo em que proporciona uma evolução que surpreende positivamente através de suas páginas.

Já seus personagens secundários são aqueles já tão conhecidos dessa série que arrecadou corações em todo o mundo. Mantendo a sua forma de ser e completando de forma perfeita a história, somos levados a conhecer não só mais sobre os protagonistas, e sim sobre eles que se encontram a serem mostrados sobre uma nova perspectiva. Com papéis bem definidos e de forma alguma forcados, eles são o ar fresco e normalidade em meio a uma trama acerca de alguém que só deseja e consegue pensar em si próprio. Seguindo os padrões já conhecido da autora, o leitor se vê confortável em meio a uma estrutura tão familiar e necessária na obra.


Narrado em primeira pessoa pelo Griffin, essa é uma hora que acaba por se mostrar difícil de ser lida para aqueles que assim como eu se viram rapidamente saturadas pelos pensamentos simplórios e repetitivos desse personagem intenso que não deixa de se ver como superior aos outros em nenhum momento. No entanto, mesmo se tratamento de pensamentos fúteis e que enchem o saco logo no início, essa é uma obra que facilmente encanta pela sua autenticidade e oportunidade de aprender um pouco mais sobre um dos personagens - tirando os principais - com mais presença na série. Sabendo lidar com maestria, S.C.Stephens é capaz de levar o leitor a um mix de sentimentos de forma a conseguir seu objetivo que a um princípio fica em segundo plano. A presença dos personagens tão amados anteriormente também é algo que torna sua leitura viciante e instigante, visto que mesmo eles não sendo o foco da narrativa ainda se mostram presentes matando aquela saudade deixada nos fãs.

Já a diagramação segue o padrão já conhecido da Editora Valentina e já presente nos outros volumes dessa história. Com detalhes sutis, uma boa revisão, essa é aquela obra que não deixa a desejar nem em sua parte gráfica e nem eu sei entendimento. No entanto, apesar de uma boa fonte, suas páginas brancas podem acabar por ser um problema para aqueles - que assim como eu - não são muito fãs dela. Apresentando uma capa intensa, que atrai olhares e que remete bem ao que se trata esse livro, é impossível não se ver sendo atraído para ela desde o primeiro momento em que se coloca os olhos sobre si. Atrativa e mantendo o padrão dos outros volumes, esse é um livro que enche os olhos daqueles que a possuem.


Indomável é uma obra que até agora me encontro sem saber ao certo se gostei ou se amei odiar. Muito bem escrito e com um personagem que se mostra autêntico a quem sempre foi, somos levados a acompanhar de perto aquele desejo intrínseco do ser humano de sempre querer mais do que possui e nunca se contentar com o que tem. Se mostrando um acréscimo válido a uma série que por si só já se mostrou apaixonante, Stephens nos leva a conhecer mais e aprender mais sobre as viradas que a vida dá e sobre o preço do sucesso almejado. Mesclando temas de família, amor, amizade e muita música, o leitor é convidado a embarcar em uma turnê cujo desfecho se mostra desconhecido, mas cuja viagem vale a pena. Recomendo!

Um beijo


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6 comentários

  1. Olá Bruna, tudo bem?
    Confesso que este não é um dos meus gêneros favoritos, mas acredito que me lembro de outras resenhas sobre esta série que mostravam que as estórias eram bastante legais.
    Aqui, acredito que o principal problema é o fato de termos um protagonista repetitivo, isto é bastante desanimador. Não ajudou também o fato de que o livro não tem o mesmo nível dos demais da série, dando uma caída em relação ao início da estória.
    Ainda não conhecia a série, e portanto não conhecia Griffin. Mas o protagonista parece ser muito bem construído, apesar de mostrar sentimentos simplórios, como foi dito na resenha. O que acontece é que talvez os leitores estejam um pouco cansados dele. Ainda bem que os outros personagens conseguem segurar a estória!

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  2. Não sou muito de ler livros desse gênero e essa série realmente não me atraiu em nada vejo muitas críticas positivas dela mas é um gênero que eu sempre acabo evitando

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  3. BRUNA!
    A série já me atrai de muito tempo, porque roqueiros são minha paixão, né?
    E ver que Griffin mudou tanto a ponto de colocá-la para rir descontroladamente das babaquices e piadas dele, mostra que o livro sofreu uma reviravolta e me deixou com vontade de ler.
    Uma penas que esperava mais da leitura, mas ainda assim, acho que gostou, não?
    Um Novo Ano repleto de realizações!!
    “Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.” (Carlos Drummond de Andrade)
    cheirinhos
    Rudy

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  4. Eu só li o primeiro livro da série Rockstar e depois acabei meio que abandonando a vontade em ler os demais. Não, não achei o livro ruim, mas a história não me convenceu.
    Ainda não conhecia este novo livro e a capa segue o mesmo padrão e pelo visto, Griffin não mudou nadinha, aliás, acho que nem se quisesse, mudaria!rs
    Talvez em um futuro próximo, eu acabe retomando a série e com isso, dê sequência a história!
    Beijo

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  5. Olá Bruna ;)
    Eu amava a série Rockstar, e apesar de amar a história e os personagens na época que li, confesso que ao reler anos depois, achei muito idiota a forma com a traição é abordada no livro.
    Eu adorava o Griffin na trilogia, ele era quem trazia humor para todas as situações, mas ao começar a ler Indomável, achei a maioria das atitudes e escolhas dele bem idiotas, ai desisti de continuar a leitura.
    Concordo com seus comentários a respeito do livro, mas tenho vontade de continuar a leitura nesse próximo ano.
    Bjos

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  6. Oi, Bruna! Não conheço essa série de livros, mas acho que também é porque não sou muito fã de romances hot, então sou muito por fora desse mundo, rs. Parece que o personagem foi bem construído mas eu não me senti convencida por ele nem pela premissa, então essa dica eu passo. Mas acredito que deve ser uma leitura agradável, apesar dos pesares, para quem gosta. Beijos.

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