Resenha - Fragmentados

14 junho 2017


Título: Fragmentados #1
Autor: Neal Shisterman
Editora: Novo Conceito
Páginas: 320
Skoob
Onde comprar: Amazon

Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria .
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos, desde as mãos até o coração, é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.


 








Só porque a lei diz, não significa que é verdade.


Fragmentados é o primeiro volume da série Homônina, do renomado autor Neal Shusterman. A obra ganhou a sua versão brasileira pela editora Novo Conceito. Em seu conjunto o livro é intrigante desde a sinopse por tratar de vários assuntos que são polêmicos. Quando o book trailer foi lançado eu fiquei perdidamente apaixonada pelo enredo distópico, pois trabalha de forma complexa questões que se relacionam a vida do ser humano. Acontece que houve uma Segunda Civil, mais conhecida como a Guerra de Hertland. Toda a humanidade sofreu com esses conflitos e várias pessoas morreram. E para acabar com essa situação foram criadas emendas constitucionais chamadas de: A Lei da Vida. Essas leis passaram a reger e determinar o futuro da população.

‘‘A Lei da Vida declara que a vida humana não pode ser tocada desde o momento da concepção até que a criança chegue à idade de treze anos.’’

Ao nascer, a criança está protegida pela lei até os 13 anos de idade. Após isso, os seus pais decidem se querem ficar ou rejeitar os seus filhos até os 18 anos(há uma seleção revoltante por trás disso). Sem nenhum direito de escolha eles são mandados para a fragmentação, um procedimento cruel, que faz a retirada dos órgãos vitais do indivíduos, mas o pior de tudo é que essas crianças ou adolescentes continuam vivas. Ao serem cortados em pedaços tem suas partes doadas a quem precisam, pessoas doentes. Essa sociedade acredita em um bem maior: as partes vitais dessas crianças continuam vivas, mas dispersadas naqueles que precisam. Isso é chocante! Revoltante!

Somos obrigados a assistir um cenário cruel, em um mundo distópico, cujas pessoas não tem poder sobre os seus corpos. Para eles é um privilegio passar por esse processo. Mas isso não é verdade! Ser rejeitado é um luxo? Eles sabem que a fragmentação é um processo tão cruel e levam a "escoria" social- aqueles que não tinham talento ou mesmo aqueles que não eram filhos exemplares.

‘‘Todo mundo sabia que uma ordem de fragmentação era irreversível, então gritar e brigar não mudaria nada.’’

No enredo conhecemos três jovens Connor, Risa e Lev. A ordem da fragmentação deles já foi assinada e não há como voltar atrás. Dessa maneira nós acompanhamos a estória de cada um e o por que eles foram rejeitados pelos seus pais. Eles fogem porque não querem ter os seus corpos reduzidos em pedaços. E até os 18 anos eles sabem que precisam se cuidar, mas não será fácil- já que desejam e cultuam seus corpos. Não irei me deter e nem explorar com detalhes a vida de cada um, pois acredito que estaria dando spoiler. No entanto, o enredo se torna ainda mais interessante porque os capítulos são intercalados com as estórias desses protagonistas e vida deles se cruzam em um ponto, e nós conhecemos outros personagens secundários que contribuem para uma melhor explicação da situação.

‘‘Nunca ocorreu a vocês, fragmentários, que podem ser melhores, até mais felizes, em estado dividido?’’

A capa pode até não ser tão chamativa, mas a obra é maravilhosa por nós causar tamanha raiva e revolta. A diagramação está bem simples. A letra, as folhas, a quantidade de páginas contribuem para uma leitura agradável e sem qualquer tipo de interferência. A revisão como sempre está caprichada, fora que a linguagem é acessível para o público mais jovem que deseja embarcar neste mundo distópico. Por outro lado, a leitura se torna madura para aqueles que conhecem o gênero e tem a sua opinião formada sobre determinadas polêmicas sociais como o poder de escolha- o que nesta sociedade não se tinha!

O mais chocante na obra é o modo como as pessoas acreditam que as coisas devem ser resolvidas: a fragmentação. Jovens desajustados não tinham segunda chance, eles poderiam se redimir doando seus órgãos vitais para os que precisam. O pior não é nem isso, mas sim a rejeição dos pais! Sério! Eu não sei o que faria... Se nem meus pais acreditam que eu pudesse mudar e que houvesse uma segunda chance para as coisas erradas que fiz, quem acreditaria? Mesmo depois da guerra e várias mortes, essas leis constitucionais são brutais! Em que não havia poder de escolha para os que nasciam. Afinal, que tipo de pessoa desejaria viver em uma sociedade como essa? É cruel! São tantas perguntas que fazemos que é impossível não sentir raiva e dor! Dor por esses jovens que tentam encontrar motivos para entender seus familiares, e talvez, perdoa-los.

‘‘No final das contas, cada um desses jovens, exatamente como todos os fragmentários, tem uma história que merece dez pontos na escala de choradeira.’’

O Neal tem uma escrita viciante, que faz o seu leitor vibrar a todo momento pela fuga! Essa é a única solução nos capítulos iniciais. Ao conhecer a mente desses três jovens e suas famílias nós passamos a fazer parte dessa sociedade. Destaco que ao longo da trama, há uma construção e amadurecimento profundo desses personagens principais e dos secundários- algo que não acontece rotineiramente.

Você, leitor do Neal, torce desde as primeiras palavras professadas por esses jovens fragmentários. Nosso desejo maior é abracá-los e confortá-los. A todo momento eu via as imagens e cenas em minha mente e gritava que eles eram pessoas, que tinham o direito de escolha. Acima de tudo: que não mereciam esse destino. Todos nós estamos destinados a algo maior, mas a fragmentação é esse "algo maior"? Ou um ato brutal encontrado para reter a população e mostrar quem manda?

Todo o cenário nos fruta e nos ensina a como devemos valorizar a vida. Sendo esta uma narrativa ficcional, as cenas trabalhadas tem um teor real por falar de temas discutidos atualmente como o aborto. Ou mesmo a ministração das leis e da constituição que são permeadas por furos e mais furos. A obra está mais do que recomendada para os fãs de distopia e aos que querem conhecer com mais detalhes a escrita do Neal.

Para saber mais confiram o book trailer do livro:







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10 comentários

  1. Já tem um tempo que esse livro está na minha lista de desejados.
    Mostra a verdadeira realidade de uma sociedade cruel e injusta estou louca para comprar os livros para ler não sei quando mas acho que vou gostar.
    Até mais!!!

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  2. Não é um livro que me chamou atenção pela capa mesmo, mas a sinopse me deixou interessada. E nossa, essa coisa da rejeição, de até os pais não acreditarem na mudança...gente, isso é pesado demais. Triste. Se for tudo bem trabalhado pode ser um livro que deixa um impacto e faz a gente simpatizar com os personagens e a situação.
    Parece capaz de deixar umas mensagens muito legais. Acho que gostaria se lesse.

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  3. Olá!
    A capa realmente não é muito bonita e se não fosse pela resenha não me interessaria por este livro. Parece ser muito interessante e reflexivo. Vou procurar para ler <3
    Beijos

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  4. Amanda!
    Já li esse livro e embora não aceite bem a ideia da fragmentação, foi uma das melhores distopias que li, porque traz um enredo inusitado, forte e diferente de tudo no estilo.
    Bom feriado!
    “Saber envelhecer é a grande sabedoria da vida.” (Henri Amiel)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JUNHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  5. Já li faz um tempo e amei muito ele. Achei a escrita do autor super viciante viciante! E acho que é uma das distopia mais revoltante que já li. Não dá mesmo pra acreditar nos pais que entregam seus filhos para a fragmentação, com essa história de que vai continuar vivo. A única coisa que não gostei, foi essa capa, acho ela bem sem graça... Mas a obra realmente é maravilhosa. Estou doida pra ler a continuação dele!

    Beijos!

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  6. Caramba, que livro em... Já quero ler ele! Amei a resenha.
    Vou anotar aqui esse livro.
    Beijos ❤
    Jardim de Palavras

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  7. Olá *--*

    Sou sincera, esse tipo de leitura pouco me atraí. Mas confesso que fiquei curiosa porque me lembrou um pouquinho The 100 na parte da punição severa e descabida de jovens desajustados. Creio que o enredo despertar tantos sentimentos assim pra mim é um ponto mega positivo, a escrita dele parece ser muito boa e viciante. Não sei se leria, mas despertou curiosidade.

    Bjão

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  8. Olá! Este livro está na minha lista e confesso que tenho receio das emoções que ele despertará, em mim, ao lê-lo, o tema que o autor aborda é bem polêmico, mas a ideia da trama é fantástica, muito bom saber que o livro é viciante, vou aguardar a continuação para iniciar minha leitura.

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  9. Hey *-*
    Fiquei passada com esse book trailer ♡♡ Quando li a sinopse não sei tanta bola mas depois dessa resenha e book trailer !!!
    Quero pra já! !
    Bjos

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  10. Oi Amanda,
    Não acredito que esqueci desse livro! Lembro que fiquei super interessada em ler o livro algum tempo atrás, mas ai foi surgindo outras leituras e acabei deixando essa de lado. Adoro distopia e achei essa muito intrigante e impactante por trazer um enredo que trabalha polêmicas sociais tão revoltantes e cruéis. Que absurdo a seleção e rejeição dos jovens pelos próprios pais! Essa trama tem potencial, acredito que será uma leitura bem angustiante ao acompanhar a luta desses três personagens principais.
    Beijos

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