Resenha - A irmã da Tempestade

24 maio 2016



Em A irmã da tempestade, segundo volume da série As Sete Irmãs, as vidas de duas grandes mulheres separadas por gerações se entrelaçam numa história sobre amor, ambição, família, perda e o incrível poder de se reinventar quando o destino destrói todas as suas certezas.
Ally D’Aplièse é uma grande velejadora e está se preparando para uma importante regata, mas a notícia da morte do pai faz com que ela abandone seus planos e volte para casa, para se reunir com as cinco irmãs. Lá, elas descobrem que Pa Salt – como era carinhosamente chamado pelas filhas adotivas – deixou, para cada uma delas, uma pista sobre suas verdadeiras origens.
Apesar do choque, Ally encontra apoio em um grande amor. Porém mais uma vez seu mundo vira de cabeça para baixo, então ela decide seguir as pistas deixadas por Pa Salt e ir em busca do próprio passado.
Nessa jornada, ela chega a` Noruega, onde descobre que sua história está ligada a` da jovem cantora Anna Landvik, que viveu há mais de cem anos e participou da estreia de uma das obras mais famosas do grande compositor Edvard Grieg. E, a` medida que mergulha na vida de Anna, Ally começa a se perguntar quem realmente era seu pai adotivo.

Título:  A irmã da Tempestade 
528 páginas || Skoob || Editora: Editora Arqueiro || Onde comprar



Leia o primeiro livro da série [ As Sete irmãs ]







"Mesmo assim, sabia que algo tinha acontecido comigo e não era possível voltar atrás. Algo sobre o qual, pela primeira vez na vida, eu parecia não ter nenhum controle. Da mesma forma que meu padrão de sono habitual tinha me abandonado, meu saudável apetite havia desaparecido. Quando eu conseguia pegar no sono, tinha sonhos vívidos com ele, do tipo que me fazia enrubescer ao acordar e que tornava meu comportamento em relação a ele ainda mais desajeitado. Quando eu era adolescente, lia histórias de amor e não lhes dava importância; preferia os thrillers de trama densa. No entanto, ao listar mentalmente meus sintomas atuais, constatei com tristeza que todos eles pareciam corresponder à mesma realidade: por algum motivo, eu dera um jeito de me apaixonar por Theo Falys-Kings."

Alcíone, mais conhecida como Ally era a segunda filha de Pa Salt, um milionário solitário suíço que no decorrer dos anos adotou seis meninas, e lhes deu o nome das estrelas da constelação das sete irmãs. Eles formavam uma família feliz. Cada uma das filhas vivia em uma parte do mundo cuidando de seus afazeres, porém sempre que podiam voltavam para a casa do pai, para encontrarem-se com as irmãs e cultivar a relação especial que toda a família mantinha. Porém tudo mudou para pior  no dia que Ally pensou ter encontrado a felicidade ao conhecer Theo, um homem que ela amava muito, alguém que tinha a mesma profissão que Ally, a dedicação a velejar profissionalmente e a disputar regatas. Enquanto ela e Theo estavam em alto-mar tentando conhecer-se melhor, Ally recebe a notícia de que o pai morrera inesperadamente, e então seu mundo desaba.

"Talvez, de todas as minhas filhas, você seja a mais parecida comigo. E só posso dizer quanto sempre me orgulhei de você e esperar que, embora não esteja mais presente para protegê-la, você continue levando a sua vida como fez até aqui. O medo é o inimigo mais poderoso que os seres humanos têm que enfrentar, e o seu caráter destemido é o melhor presente que Deus lhe deu. Nunca perca isso, querida Ally, nem mesmo agora quando está sofrendo, está bem?"

Ao chegar em Atlantis, residência do pai, ela encontra todas as irmãs reunidas, e descobre também que o pai não quis que elas assistissem seu funeral, fazendo tudo em segredo. E logo mais uma surpresa as espera.  George, o advogado da família avisa as irmãs que o pai deixou uma carta para cada uma e uma esfera armilar. Logo elas descobrem que a tal esfera contém coordenadas  com o nome de cada uma das filhas, e que essas coordenadas indicam o lugar do mundo onde ele adotou cada uma, para que elas pudessem se sentir livre para visitar seu passado.

Ally decide não procurar nada sobre sua história antiga, mas quando mais uma tragédia toma conta da sua vida, a Noruega, país onde Pa Salt indicou ser o seu lugar de origem, parece o único refúgio diferente para que ela possa tentar se reerguer, e lá ao investigar aos poucos um livro que o pai lhe deixara, ela descobre a história de alguém muito diferente de si e que ao mesmo tempo faz parte de seu passado, a jovem Anna Landvik.

"Então, com um sorriso, ele soltou sua mão e se virou para falar com Herr Josephson. Ao descer do palco, Anna mais uma vez ficou assombrada ao pensar no novo rumo que sua vida tinha tomado. Nessa noite, o compositor mais famoso da Noruega havia elogiado seu talento em público no teatro. Enquanto ela tirava o figurino e a maquiagem, achou difícil acreditar que fosse a mesma moça do campo que, pouco mais de um ano antes, cantava para as vacas em sua cidade natal."

Anna foi uma mulher que viveu no século XIX. Era apenas uma camponesa que se casaria cedo com um jovem da região onde morava e continuaria a vida simples que toda sua família levava. Até o dia em que um homem apareceu na região e ao ouvir a voz de Anna quando cantava se encantou e resolveu levá-la para a cidade, a fim de torná-la uma cantora profissional. Ao chegar lá, Anna ainda sem qualquer conhecimento das nuances da vida foi  jogada em um turbilhão de novas informações e logo foi a  escolhida para ser a atriz principal de uma peça escrita pelo compositor Edvard Grieg. Ganhando fama e notoriedade, a menina-mulher  logo se apaixona e casa, mas sua vida não será nada daquilo que ela esperava.

"O que sabia, porém, era que desde o dia do meu nascimento existia um universo paralelo que avançava junto com o meu e poderia facilmente ter sido o meu destino. E agora esses dois universos tinham colidido, e eu trafegava pelos dois ao mesmo tempo."

Ao conhecer a história de Anna, Ally percebe que ambas tem mais coisas em comum do que ela imaginava e também é capaz de finalmente compreender toda a sua vida desde o nascimento e encontrar uma parte de si que nem sabia que faltava. Em uma narração que prende desde a primeira página, mais uma vez Lucinda explora junto com o leitor um novo país e uma nova história que fascina.

"- Eu entendo. Mas o círculo da vida continua, e não só para nós, humanos, mas para a natureza toda também. Uma rosa desabrocha e atinge o ápice de sua beleza, depois morre, e outra na mesma roseira floresce no seu lugar. E Ally... - Ela me olhou de relance e abriu um leve sorriso. - Eu estou com o pressentimento de que, apesar dessa notícia terrível, alguma coisa boa está acontecendo com você neste momento."



[-Minhas Impressões-]


Eu sou uma fã incondicional de Lucinda Riley. Há apenas um livro dela que eu não li ainda e A irmã da tempestade já estava na minha estante de ebooks há muito tempo, mas sempre sinto que eu preciso estar extremamente concentrada para ler as obras dessa autora,  pois as histórias são sempre complexas. E com esse não foi diferente. Resolvi começar o primeiro capítulo apenas, mas quando vi estava presa na história e já não conseguia mais largar, e quando dormia, sonhava com a história.

Apesar de o livro ser o segundo da série As sete irmãs, que começou com a obra também chamada de As sete irmãs, ele pode ser lido de forma independente, uma vez que cada volume conta a história de uma irmã e todos trazem nos primeiros capítulos a descoberta da morte do pai e como cada uma lidou com isso, bem como a descoberta das pistas. Acho difícil dizer qual livro gostei mais. O primeiro é maravilhoso por nos contar muito sobre o brasil antigo, mas nesse segundo poder conhecer a Noruega e seus cenários diferentes, um país do qual eu não sabia quase nada foi maravilhoso. Além de poder conhecer a Noruega, tanto antiga quanto atual, aprendi muito sobre o compositor Edvard Grieg e sobre as regatas que Ally participava, tudo é muito bem explicado e não nos deixa perdidos em nenhum momento. Também gostei muito da forma como cada personagem foi construída e suas diferenças e conexões, além de podermos acompanhar diversas épocas como as décadas de 1870 e 1880, e também a época da segunda guerra mundial e ainda os tempos atuais, além de vermos muito sobre a cultura, culinária e modo de vida do país.

A única coisa que me deixa um pouco perturbada nos livros dessa autora e nessa história não foi diferente, é o tamanho das árvores genealógicas que são formadas, o que me deixa sempre perdida e faz com que algum tempo depois eu consiga lembrar apenas dos personagens principais, porém isso não atrapalha na beleza da história.

Sobre os personagens principais tive alguns sentimentos conflitantes: demorei muito para me conectar com Ally, não conseguia mergulhar na mente dela e sentir suas emoções, só fui conseguir fazer isso mais da metade do livro. Já Anna, a antepassada de Ally foi alguém que me cativou muito no início e fiquei querendo saber ainda mais sobre ela. Outros personagens que merecem destaque são Theo, o amor de Ally, Celia, a mãe de Theo e Thom, um personagem que surge mais para o final e sobre quem eu também gostaria de saber mais.

O livro é dividido em 46 capítulos, e mais um trechinho do próximo livro. A narração é dividida entre Ally, que narra em primeira pessoa, sua antepassada Anna, cuja  narração é feita em terceira pessoa e Pip, outro antepassado que também tem narração em terceira pessoa. O livro intercala passado e presente mas não fica confuso em nenhum momento. A minha leitura foi em ebook e encontrei alguns errinhos básicos de digitação que não prejudicaram a história.

Uma curiosidade muito interessante e diferente que amei nesse livro, é que no fim da obra a autora fez uma sessão de perguntas e respostas, onde ela responde as principais dúvidas que recebe diariamente dos leitores sobre essa série, e são respostas que nos dão ainda mais curiosidade para ler e nos esclarecem muitas coisas.

Recomendo para todos aqueles que gostam de um romance cheio de dramas, fatos históricos e uma trama que é impossível parar de ler.

16 comentários

  1. Oi Tamara, eu gosto bastante do estilo de escrita da autora, especialmente porque ela tem um dom maravilhoso ao escrever tantos detalhes importantes em um enredo,,e nós, leitores, precisamos estar atentos nesses aspectos. Também gostei bastante das perguntas e respostas encontradas no final desse livro. Ah, eu também fico um pouco perdida diante da árvore genealogica haha
    Beijos, Fer

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  2. Hey...
    Já ouvi falar dessa serie e fiquei muito intrigada realmente, mas como você disse tem que se ter concentração para ler livros assim e eu ando com a vida um pouco conturbada ultimamente por esse motivo ainda não li, pretendo ler em breve e gostei muito da sua resenha que me deixou curiosa sobre o futuro dos personagens tanto principais quanto secundários... a capa é linda e bem trabalhada e gostei do fato da autora responder algumas duvidas no final...
    Beijocas...
    https://westfalllivros.blogspot.com

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  3. Oi Tamara, li apenas um livro da autora e gostei bastante. Nem sei dizer porque não li mais coisas dela. Achei interessante a questão da árvore genealógica ser uma característica dos enredos que ela cria, mas em todos os livros tem???
    Gostei deste aqui e espero ler em breve!!!
    Meu Amor Pelos Livros
    Beijos

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  4. Oi Tamara.

    Sempre vejo na saraiva o livro As Sete Irmãs e sempre me atraiu. Depois de ler sua resenha fiquei com muita vontade de conhecer a escrita da autora que você considera muito boa. A estória em si eh intrigante e também sonho com a estória quando estou muito envolvido hahhahaha mas enfim, quero ler o livro por conta de tudo que você destacou e sua empolgação com a autora.

    Everton equipe Rillismo

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  5. Oi Tamara, tudo bem?
    Nunca havia ouvido falar da Lucinda Riley, mas gostei da premissa do livro. Essa ideia de as irmãs terem que descobrir um lugar novo deixado pelo pai me agrada e por você ter comentado que Ally vai para a Noruega e assim podemos conhecer a cultura de lá, acabei ficando curiosa pelo livro. Gostei da sua resenha!

    Beijos! ♥

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  6. Oi Tamara
    Tenho muita curiosidade para conhecer a escrita dessa autora. A quantidade de fãs me impressiona.
    Mas não será esse livro que me fará ler. Primeiro que apesar de ser uma série com livros independentes, não consigo ler.
    Mas gostei do enredo dramático, personagens fortes e sentimentos a flor da pele. Só achei confusa essa árvore mesmo.
    Gostei muito da resenha.
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  7. Olá Tamara,
    Também sinto que preciso de concentração para ler os livros da autora e sinto esse problema na questão das árvores genealógicas, pois elas são, de fato, bastante grandes.
    Gostei muito da premissa desse livro e é uma leitura que farei, sem sombras de dúvida. Espero não ter dificuldade em me conectar com a Ally :(
    Parabéns pela resenha.
    Beijos,
    Um Oceano de Histórias

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  8. Oi!
    Já havia visto uma resenha dessa série, e acho super criativo a autora fazer uma série com as 7 irmãs e mostrar no começo como cada uma reagiu a morte do pai, sem tornar essa parte da história repetitiva para os fãs da série.
    Fiquei bastante empolgada em saber que o cenário do primeiro livro é o Brasil antigo, e deste a Noruega, pois são cenários muito destintos, fico imaginando onde será a próxima irmã, e porque elas moram tão longes.
    A história parece realmente fascinante, dica mais que anotada

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  9. Oi Thamara,

    Não sei porque mas essa é um das poucas séries da arqueiro que não despertam o meu interesse, já lendo as sinopses não consegui sentir nada pelos livros e mesmo agora depois de ler resenhas favoráveis até, continuo sem tantas vontades para fazê-la por isso acredito que não lerei, mas quero ver outras resenhas da série pra ver se ao menos uma dessas irmãs conseguem despertar a minha curiosidade pela sua história.

    Beijos

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  10. Oi!!
    Já tinha ouvido falar sobre esse livro desde que foi lançado mas ainda não li..pretendo ler ainda esse ano,já li um livro da Lucinda e me apaixonei pela escrita dela.
    Estou bem curiosa pra saber mais da vida "passada" de Ally e todo esse misterio que a envolve e principalmente pra conhecer um pouco cada País que Lucinda incorpora em seus livros ^^

    http://livroaoavesso.blogspot.com.br/2016/05/resenha-o-quarto-dia-sarah-lotz.html

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  11. Helloo, Tamara! Tudo numa nice?!
    Eu nunca tinha visto esse livro, mas conhecia a autora de ouvir falar.Uma coisa que prezo muita na leitura são esses pontos que comentou, a descrição na medida certa, inserção de detalhes importantes ao enredo. Eu com certeza ficaria perdidinha. Também ficaria com preguiça de saber a perspectiva de cada filha sobre a morte do pai, então eu provavelmente pularia essa parte ou simplesmente ia rastejar nessa introdução. Por causa do que comentou sobre a árvore genealógica e tanto parente, eu me lembrei de cem Anos de Solidão que tem uma genealogia enorme e conflitante para mim porque em boa parte da leitura eu ficava meio que perdida. Eu achei legal ter respostas no fim do livro, é importante essa interação do autor com o leitor. O primeiro livro da autora que eu ia ler era A Rosa da Meia Noite, mas todos as obras publicadas por ela não são bem o meu gênero, no entanto daria uma chance de conferir, sim.
    Beijin...

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  12. Oii, tudo bem?
    Eu confesso que apesar de ver várias resenhas positivas a respeito desse livro, eu não consigo sentir curiosidade rsrs, acredito que porque no momento eu estou em um vibe diferente. Mas eu fico muito feliz que goste da escrita da autora, é sempre bom quando uma autora nos cativa a ponto de querermos ler todos os livros dela. Apesar de achar que não irei ler esse livro, irei recomendar para as minhas amigas, tenho certeza de que muitas irão gostar.

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  13. Oi Tamara, sabe que eu nunca li nada da autora mas morro de curiosidade em conhecer sua escrita e suas histórias, eu ainda não tive oportunidade de ler os livros, mas pela sua resenha eu tenho a impressão de que vou adorar ler ele. Mas claro, primeiro preciso ir atrás do primeiro livro! Ótima resenha :D

    Beijos

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  14. Eu ando fugindo de séries, um pouco por falta de espaço e tempo pra ler, outra por falta de grana. Tenho tantos livros empilhados por aqui, que não posso me atrever a encaixar uma série no momento. mas eu gostei bastante do plot, li suas impressões por alto pra evitar spoiler, apesar de não colocá-lo nesse momento na minha lista de querências, num futuro poderá entrar.

    ;D
    Nelmaliana Oliveira

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  15. Oie Tamara! Puxa vida que bacana!! Adoro quando uma história nos deixa tão envolvida que até sonhamos com ela. Isso acontece muito comigo.
    Eu já tinha ouvido falar dessa série e estou louca para ler!
    Adorei a capa desse livro também!
    Bj

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  16. Olha, que ideia boa essa da autora de fazer uma sessão de perguntas e respostas, para os fãs isso é fantástico. Eu, infelizmente, ainda não li nada da autora. Não por falta de interesse, mas é que precisa de muita grana para ler tudo o que queremos, né? hahaha Adorei a premissa do livro! Não sei quando, mas essa série eu lerei, certamente.

    Tatiana

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