Resenha - Cyberstorm

23 dezembro 2015




Em meio a uma forte tensão política internacional, os Estados Unidos sofrem um grande ataque cibernético: todos os meios de comunicação começam a falhar. Ao mesmo tempo, uma forte tempestade de neve assola a cidade de Nova York, e uma possível epidemia de gripe aviária parece se aproximar. Presos na cidade e quase sem contato com o resto do mundo, os moradores de repente se veem imersos em um cenário verdadeiramente apocalíptico. Enquanto rumores e especulações correm sobre a origem desses ataques, Mike Mitchell se concentra em questões que para ele parecem mais urgentes. A crise o atingiu em um momento crítico de sua vida, complicando seus já confusos problemas pessoais e financeiros. Agora, sua prioridade é manter a família unida e viva no crescente caos que se que se forma a sua volta.



Livro: Cyberstorm
368 páginas || Skoob || Editora: Aleph || Onde Comprar ||







Eu vi um rato enorme na rua e apesar de estar dentro do carro fiquei verdadeiramente aterrorizada porque me vi no cenário apocalíptico do livro Cyberstorm, de Matthew Mather. É um livro tão realista que causa pavor no leitor. Ele conta a história de algumas famílias que moram em um bairro elegante de Nova Iorque e enfrentam o final dos tempos.

A estória começa tranquila, mostrando os personagens e sua vida “normal” recheada de problemas do dia a dia, como infidelidade no casamento, mudanças de emprego, genro e sogros que não se dão bem, além de outros assuntos que no nosso cotidiano parecem insolúveis, mas que diante de uma catástrofe percebemos que eles são apenas detalhes.

“O jantar do Dia de Ação de Graças deu início ao desastre, primeiro porque tínhamos encomendado um peru pré-cozido do Chelsea Market – Ah, minha nossa, vocês não preparam o peru?– e, então, a esquisita disposição dos lugares sobre o balcão da cozinha – Quando vão comprar um apartamento maior?– com o grande final, eu não conseguindo assistir ao jogo dos Steelers – Não tem problema, se Michael quer assistir ao jogo, voltamos para o hotel.”

Na véspera de Natal, a Internet começa a dar problemas na conexão. Ninguém se preocupa, porque afinal uma vez ou outra a rede dá problemas. Mas, com o passar dos dias tudo fica lento porque vivemos em um mundo globalizado, onde tudo está conectado e dependemos do mundo digital.


A população descobre que os Estados Unidos, a maior potência do mundo, foi alvo de um ataque cibernético e também está com problemas com o governo chinês.Uma epidemia de gripe aviária também toma conta da cidade.

“Relatos não confirmados de gripe aviária têm surgido em todo o país, e o mais recente foi feito em São Francisco e em Los Angeles, onde oficiais de saúde isolaram dois grandes hospitais...”
“– Está uma bagunça total – ele respondeu, dando de ombros. – Ninguém sabe o que está acontecendo. – Ele desceu mais alguns degraus. – As fronteiras estão fechadas, os voos internacionais foram cancelados – ele prosseguiu, detalhando uma crise mundial, como itens de um cardápio. – O CDC não confirma nem nega nada, mas os hospitais de todos os lados estão repletos de pessoas com sintomas. Eles estão dizendo se tratar de um tipo de ataque biológico coordenado, mas não acredito.”

Nesta parte do livro o leitor pode até achar impossível um ataque contra os norte-americanos, mas lembre-se do 11 de Setembro e do ataque do Estado Islâmico a Paris há poucos meses. Então, nada pode nos causar surpresa.


Para complicar a situação uma tempestade de neve isola Nova Iorque do mundo e tudo vira um caos. Muita fome e nada de água ou energia elétrica. O lixo se acumula nas ruas, assim como os corpos de animais e seres humanos e o mau cheiro que tomou conta de Nova Iorque.

“O lixo começava a aparecer em meio à neve pristina, a maioria em sacos verdes e pretos, mas também coisas descartadas sem qualquer cuidado. Embalagens de papel e plástico rodopiavam em meio à neve nas rajadas de vento. Eu cheirava alguns sacos de lixo à beira da rua, tentando encontrar a fonte do cheiro nauseante, quando quase fui atingido por um esguicho de neve suja e amarronzada. Percebi o que era, as pessoas estavam jogando seus dejetos pelas janelas: urina, fezes e qualquer coisa de que precisassem se livrar. A neve escondia o lixo, não o cheiro. As temperaturas naquele dia estavam abaixo de zero, e pela primeira vez fiquei feliz por estar frio.”


Nesta hora, apenas um meio de comunicação leva informação as pessoas: o rádio, um aparelho que muitos não têm mais em suas casas.

”O rádio fazia atualizações constantes a respeito do trem acidentado, da intensidade crescente da tempestade e da falta de eletricidade. Toda New England estava paralisada. Era mais uma Frankenstorm – nesse caso, uma poderosa tempestade do nordeste que se chocou contra um sistema de baixa pressão vindo do sudeste. Eles previam que cairia pouco mais de um metro de neve na área de Nova York quando chegasse à costa. Mais de quinze milhões de pessoas não tinham energia elétrica, e muitas não tinham comida, aquecimento nem acesso a serviços de emergência.”

O cenário catastrófico tem espaço para a amizade e o bem. Um personagem que se destaca é Chuck, que chamado de paranoico por sempre temer um apocalipse, estocava mantimentos em casa. e graças a esta iniciativa muitas pessoas vão sobreviver. Pela descrição dele, percebemos que ele está disposto a ser solidário.

“Seu sotaque sulista nasalado fazia até mesmo desastres parecerem letras de música e, deitado em uma espreguiçadeira com calça jeans rasgada e uma camiseta dos Ramones, ele parecia um astro de rock. Seus olhos castanhos brilhavam alegres sob uma desgrenhada cabeleira loira e uma barba rala de dois dias completava o visual.”

Mas nem tudo é amizade neste livro. O desespero faz com que o ser humano tome atitudes impensáveis e vale tudo para sobreviver. Então se prepare para sentir várias emoções.  E se você estivesse nesta situação o que faria? E se hoje você fosse vítima de uma catástrofe como esta estaria preparado? Eu confesso que não estou e por isto este livro me assustou muito.



[ - Minhas Impressões -]

A narrativa é simples e foi feita em primeira pessoa por Mike Mitchel, casado e pai de um filho. É o ponto de vista dele que o leitor acompanha durante toda a obra. Um homem apavorado com a perspectiva de cuidar da família e de não ter forças para tal proesa. O livro é bom e proporciona uma leitura rápida, no entanto, não espere personagens profundos e que filosofam sobre o momento catastrófico. Ele é recheado de diálogos e poucas descrições sobre os cenários. Você não fica sabendo o que está acontecendo no mundo e fica restrito apenas a vida daquelas pessoas com quem o Mike tem contato.

A obra mostra os fatos de maneira crua e que causa nojo e horror em alguns trechos. Se você não gosta de sangue, sujeira e de imaginar cheiros insuportáveis eu não recomendo este livro. Esta obra vale a pena ser lida se você não tiver mais nada para fazer na sua casa.


Em breve todo este cenário poderá ser visto no cinema, porque os direitos do livro já foram comprados pela indústria cinematográfica e chegará as telas do cinema pela 20th Fox em 2018.


14 comentários

  1. Essa é a primeira resenha que eu leio da obra, eu recebi o livro em casa, mas só a sinopse não tinha me encantado o suficiente, você falou de forma tão direta e empolgante da obra que fiquei louca para ler logo! Adoro histórias com apocalipse e algo do tipo!
    www.apenasumvicio.com
    beijos

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  2. Oii,
    O livro me lembrou um pouco O Dia Depois De Amanhã, então não me surpreendi ao saber que seus direitos foram comprados. Bem, eu não sei se iria gostar ou não, to pensando ainda kkk. Parece bastante tragédia, e as vezes eu evito de ler quando vejo o que vem. Mas essas coisas são de momento né? As vezes você esta a fim de ler um livro assim, as vezes não, então quando eu estiver, já sei qual ler kkk.
    Xx

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  3. Ainda não tinha ouvido falar do livro e enquanto lia a sua resenha, fiquei imaginando algumas coisas que funcionariam bem em uma telona, aí você conclui dizendo que terá filme.... se eu não ler, com certeza, vou conferir o filme porque gostei da ideia do livro. As vezes fujo de livros com muito sangue ou com situações nojentas, mas sempre que me arrisco, acabo me surpreendendo. Quem sabe não acontece isso aqui também???
    Meu Amor Pelos Livros
    Beijos

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  4. Olá,

    Não ouvi muitos comentários sobre esse livro e mesmo que eu gosto de ser surpreendida com a estória, gosto de ter pelo menos uma noção do que me aguarda. E sua resenha me deu uma noção do que esperar. Gostei muito da premissa do livro, e se eu não lê-lo com toda a certeza assistirei o filme.

    Beijos,
    entreoculoselivros.blogspot.com

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  5. Pane na internet, tempestade de neve e gripe aviária? Já quero ler!
    Não conhecia o livro, mas Cyberstorm me interessou muito, principalmente pela premissa, aparentemente, ser algo que poderia facilmente acontecer. Gosto de histórias que abordem esse lado mais realista de coisas que aconteceram ou possam vir a acontecer. Acho que é o tipo de leitura que me agradaria bastante. Com certeza irei ler se tiver oportunidade.
    Beijos e Feliz Natal!

    Li
    Literalizando Sonhos

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  6. Oi Jucimara, eu não conhecia esse livro e confesso que a sua resenha me deixou super intrigada. Nunca li nada desse tipo, e pelo que você falou eu não sei se iria gostar da obra, parece meio tensa, né? mas talvez um dia eu dê uma chance e vejo o que eu acho.

    Beijos

    http://www.oteoremadaleitura.com/

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  7. Oiee ^^
    Nossa, se a Internet parasse de funcionar, o mundo realmente entraria em colapso. Não consigo imaginar como seria se esse livro se tornasse real *-* torcendo para que isso nunca aconteça..haha' fiquei bastante curiosa para ler, gosto de livros do estilo apocalíptico, e nunca li um que tenha crimes cibernéticos no meio. Saber que vai ganhar adaptação me deixou ainda mais animada ♥
    MilkMilks
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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  8. Olá, Jucimara.
    Eu já tinha visto esse livro e me interessado por ele. Esse cenário dá para ser imaginado muito bem. Como estamos muito dependentes da internet e da energia por exemplo, se isso acabar tudo vira um caos mesmo. Esses dias ficou sem força aqui em casa por horas e até parece que a vida da gente para. Só não gostei de ser narrado em primeira pessoa, mas isso é um detalhe e não sabia que ia virar filme.

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  9. Mesmo trazendo temas que são bons para refletir durante a leitura eu não fiquei lá muito interessada na obra, e a forma que é narrado não me agradou muito, pois seria um ótimo livro para ter pontos de vistas bem distintos, não o que está ocorrendo com apenas um grupo de pessoas. Quando chegar ao cinema deve ser bem comparado a "O dia depois de amanhã"!

    http://deiumjeito.blogspot.com.br/

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  10. Acho que essa é a primeira resenha que leio sobre esse livro e embora a trama pareça interessante, acho que esse é o tipo de história que prefiro ver nos filmes e não ler e imaginar durante uma leitura. Que bom que os direitos foram comprados, com certeza vou querer conferir a adaptação.

    Bjs, Glaucia.
    www.maisquelivros.com

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  11. Olá!!!
    Não conhecia o livro e confesso que sua resenha passou a essência da história de forma clara, objetiva e com muita intensidade. As fotos são lindas e deu um charme ao post.

    Feliz Natal!

    Carla Fernanda

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  12. Oie, tudo bem?
    Eu não conhecia o livro, e confesso que a premissa não me atraiu. Ele ser recheado de falas e com poucas descrições de cenas e pensamentos, me deixou mais desanimada ainda. Seu post está lindo, sua resenha bem elaborada e bem objetiva. Parabéns pela sinceridade e pelo trabalho!

    Beijos,
    Dai | Blog Cheiro de Livro Nacional

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  13. Oi flor, tudo bem?

    Vi esse livro semana passada e deixei passar, afinal, não sou de ler distopias. Mas cara, lendo a sua resenha me empolguei e foi muito, pelos fatos que citou, da para ver que poderiam ser fatos reais e alguns deles já aconteceram de verdade, como a gripe aviária e o acumulo de lixos nas cidades por falta de coleta. Fico imaginando se o mundo chegar a funcionar todo através da tecnologia(o que não está longe), estaremos mesmo ferrados se algo assim acontecer, quando um app para de funcionar todos já ficam doidos.

    Amei a resenha e com certeza vu correr e adquirir o meu.

    bjs

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  14. Olá,

    Eu tento ler livros nesse estilo e não consigo. A leitura não flui e eu demoro mais que o normal. Mas o engraçado é que filmes eu adoro. A narrativa parece muito boa mesmo com personagens superficiais. E mesmo não agregando muito,gostei de como se entregou para leitura.

    Muitos estão sendo adaptados e eu fico na dúvida se isso é bom.

    Beijinhos

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