A obra em questão conta a história de Tatiana, uma Procuradora da República que está aprendendo a lidar com a recente separação em meio a pandemia da Covid-19. Sozinha no cuidado e tomada de decisões em tudo que envolve a vida dos filhos adolescentes, Simone e Lucas ela acaba se envolvendo com David, colega de trabalho que também atua como procurador. Simone quer mudar o mundo com seus pensamentos e posição política claramente de esquerda e professada com orgulho, enquanto que Lucas é um menino quieto, introvertido, calado e super na dele, mas que levantará algumas questões e pautas bastante pertinentes no decorrer da história.

"-- Ah é? Não me diga! E a senhorita? Admite a possibilidade de ser um destes adoráveis exemplos de comunista de iPhone? Simone torceu o nariz enquanto viu a mãe seguir para seu quarto, sorrindo."

"Ela jamais imaginou receber um convite de David para sair. Em sua cabeça sempre estivera bem definido que ele era apenas um colega."

"E esse era ele, meio tímido, meio esquisito. Alguém mal compreendido pelos demais e por si mesmo."

"A doula é uma profissional não técnica que ajuda a mulher, fornecendo, antes do parto, informação com base na ciência, com educação perinatal, cuidando do ambiente durante o parto e ajudando a lidar com a dor das contrações com muita massagem, sugestão de respirações e posições. Além disso, quem faz o parto é a mulher."

"Há uma beleza intangível no parto. Somos nós, portais de passagem e primeira morada de novas pessoas. É no nosso corpo, com nosso corpo, através do nosso corpo. Parir é se perder e se achar dentro de si mesma."

"O parto é feito de sutilezas, e uma das principais funções da doula é sutilmente manter um ambiente calmo e acolhedor. Que haja silêncio, que as portas sejam encostadas, que apenas frestas de luminosidade entrem no recinto."

"Sente-se nervoso com a possibilidade de estar diante de um contato real com seres de outro planeta. Tenta se acalmar, pois o nervosismo só irá prejudicar. Olha novamente para o monitor e começa a tradução em voz alta."

"--Nós estamos tendo uma experiência que muitos queriam ter. Estamos tendo contato com seres muitos superiores aos humanos -- diz Pedro em êxtase."

"--Qualquer problema, entrem em contato imediatamente. Então vocês já podem partir. Boa viagem e boa sorte. -- fala Dr. Nicholas.

"Silas acordou com lágrimas nos olhos mais uma vez. Já fazia um ano que Elisabete, sua esposa, o havia deixado."

"Virou a página e encontrou outra foto relativamente recente -- ao menos para ele --, também uma cópia, onde estavam o casal e seus dois filhos pequenos, em frente àquela mesma casa. A saudade das crianças, hoje adultas, bateu ainda mais forte no peito."

"Sua cabeça estava, talvez pela primeira vez depois de tanto tempo, menos preocupada com a ausência e luto da esposa e sim com aquele mistério que poderia mudar tanta coisa."

A história já tem um início impactante, pois começa com a narrativa dos lindos e felizes anos de relacionamento e casamento do protagonista, Silas, e sua amada esposa, Elisabete, recheado de lembranças e momentos marcantes vividos ao lado de seu grande amor. Luto, solidão e depressão foram maravilhosamente contextualizados pelo autor, de maneira que nos permitiu sentir através das palavras de Silas todo sofrimento ocasionado por sua profunda e gigantesca perda.

Já conheço a escrita do Diego, pois tive o prazer de ler dois de seus livros em outra ocasião e por isso estava com as expectativas nas alturas e super ansiosa para ler esse, mas nada me preparou para as revelações e descobertas sinistras que o livro me reservou e mesmo eu supondo uma coisa aqui outra ali, fui pega totalmente de surpresa, exatamente como aconteceu com o Silas.
 

A trama possui um suspense e mistério que se intensifica com a primeira descoberta feita pelo personagem e nos instiga a querer descobrir cada vez mais e mais. O autor nos envolve e seduz em um emaranhado de verdades obscuras, secretas e aterradoras que causam impacto avassalador não só no pobre do Silas, como também no próprio leitor. E são revelações chocantes e inimagináveis eu garanto a vocês.

 A maneira como as coisas acontecem na história e vão sendo linkadas umas às outras é simplesmente sensacional e eu sinto muito por não encontrar uma palavra que descreva com exatidão a dimensão do quão extraordinário o livro é, por isso me contento com o significado de extraordinário, que quer dizer o seguinte: "que foge do usual ou do previsto; que não é ordinário; fora do comum." Será que vocês conseguem ter uma ideia do quanto esse livro é bom?

Espero muito que sim e ficarei imensamente feliz se tiver conseguido despertar em vocês a vontade de ler e conhecer os segredos escondidos em O que Sabem essas Paredes. Livro recomendadíssimo! E ao autor deixo o meu mais sincero agradecimento por me proporcionar uma leitura incrível e incomparável como essa. Muito obrigada!

O livro é dividido em partes, sendo "Prelúdio" o início, com a poesia "A Palavra" que antecede a primeira parte do livro e traz a esperança como sua principal estrela. Partimos então para a primeira parte, com "Rosas Cor de Nuvens" que conta com cinco poesias, sendo elas: "Mensagem", "Encontro", "Nascimento", "Comunidade" e "Tarefa", nos quais o autor chama atenção para alguns sentimentos e vivências que estamos sujeitos a nos deparar no dia a dia e ao longo da vida, como, sofrimento, perseverança, resiliência e coragem.

A parte II denominada por "Rosas Cor de Sol" também é composta por cinco poesias, e são elas: "A Marca", "União", "Revelação", "Grades" e "Pão" que aborda temas como, mudanças, ciclos que se fecham para que outros comecem, fala também sobre a vida, que pulsa e clama que a vivamos com intensidade e urgência, fala sobre o futuro e o amor, capaz de unir e transformar, fala de realização de sonhos e de se desprender daquilo que nos mantém no mesmo lugar e nos impede de tentar e ir além.

Grades

Vejo as grades da janela
E a luz que ultrapassa as frestas
Respiro fundo
O ar capaz de me encher o corpo
Em devoção engasgo
Com a água que sorvo, apressado

O que desejo é isto
O confronto, o susto, o choque

Com a luz que chega até mim
E me revela os limites

De tudo que há por aqui
Os limites duros da pedra estática

E, no entanto, sobre a mesma pedra, quente,
Queimamo-nos em vida

Difícil é enxergar
Sem ser tragado e consumido

Há uma força a mover o mundo
E outra a nos mover os sonhos

Mas é num sonho vivo
Que podemos deitar os olhos

Olhar a face definitiva, brilhante,
Do que poderíamos ser

E ali, através da janela,
Reside o portal que buscamos

A parte III "Rosas Cor de Tempestade" apresenta, também, cinco poesias: "Amargor", "Sob Ataque", "Humilhação", "O Fardo" e "Passagem", pontuando questões como o tempo, dores, feridas e abandono. A parte IV "Rosas Cor de Aurora" traz as seguintes poesias: "Triunfo", "Ascendente", "Sol de Despertar", "Roseira" e "Rainha", no qual o tempo se faz mais uma vez presente, sob um novo contexto e, por fim, chegamos ao final com "Desfecho - Uma Lembrança", com a poesia "Senhora", que amarra muito bem o livro e fala sobre gratidão.


[- Minhas impressões -]

As poesias, assim como a escrita do autor proporcionaram a mim momentos de pura satisfação e alegria, pois mergulhei profundamente em cada uma delas, me envolvendo completamente com cada sentimento e emoção despertada pela leitura, e para mim foi uma experiência extremamente prazerosa que tive com a leitura de O Despertar da Roseira.
 

O livro é super rápido de ler, por isso aconselho que seja lido como merece, apreciando uma após outra, absorvendo suas mensagens e os sentimentos incutidos em cada uma delas que não são poucos, já vou avisando.

Em cada uma das partes elegi a poesia de que mais gostei, e "Grades" foi uma delas, por isso eu a trouxe para compor a resenha, pois acredito que simbolize de forma eloquente o quanto gostei da mesma e do livro em si.
 

Sou uma grande apreciadora de poesias e toda vez que tenho oportunidade de ler um livro do gênero, sinto-me uma felizarda e procuro absorver o máximo de cada uma e espero que o meu entendimento sobre essas, especificamente, tenham se aproximado bastante das mensagens que o autor quis passar, pois não se trata somente de textos poéticos que possuem estética e beleza, vai muito além disso pode acreditar, por isso, para quem tem o costume de ler sabe muito bem o que quero dizer.

Gostei imensamente da leitura e da escrita do autor e espero ansiosa por mais leituras de outras obras suas o quanto antes, e deixo aqui o convite para os amantes de poesias conhecerem o belo trabalho do Fernando Latorraca.                              

"Pode ser que você tenha pensamentos sombrios e que dão medo, mas prometo que posso ouvi-los sem me assustar."

"Minha mente estava superocupada com o vestibular, e não sobrou espaço para Rodrigo. Nem quis mais saber de vôlei."

"Escolhi ir em junho, durante o verão europeu e a baixa estação, já que as férias de verão começariam apenas em julho, então pegaria a Itália um pouco mais calma em relação aos turistas."

"O que estava acontecendo comigo? Nunca sentira algo assim. Para a minha surpresam eu o peguei me olhando da mesma maneira que eu o olhava: com desejo." 

"Acompanhar um processo de divórcio é compartilhar as entranhas devoradoras de sentimentos tão nobres do amor. Ontem meu bem, hoje meus bens. É vivenciar o escuro quando se quer luz. É suportar o medo após o sonho. É desamarrar os projetos que ainda pulsam dentro de corações aflitos."

"Casamentos terminados, rupturas doloridas, homens, mulheres e crianças rasgados pela dor do amor rompido e pela incerteza do futuro."

"Compreender o que se passa antes e após o divórcio sempre foi um assunto de grande interesse profissional. Sentir, olhar, escutar, acolher, compreender o porquê da dor, daquele término, o quê cada cônjuge havia feito para que o amor tornasse ódio de uma hora para outra.''

"E se, por acaso, a lenda acabar sendo verdadeira... Eu digo: por que não me aproveitar dela?"

"Antes mesmo de você nascer, a nação conhecia o nome MARJOLAINE, aquela que performou em frente ao rei."

"Menina, não sei que circunstâncias a trouxeram aqui, mas se tiver a chance, saia o quanto antes. Esta caverna não é normal."

"Naquele verão, Alícia era apenas uma menina se transformando numa bela mulher. Seu corpo ia se modificando a cada dia. As curvas pareciam acentuar-se toda vez que se olhava no espelho, tomando formas demasiadamente desproporcionais para seus somente 16 anos."

"A visão do filho bêbado, pouco depois dos dezoito anos, vociferando aos parentes e convidados toda a sua mágoa pela separação dos pais ainda perfurava o peito de Judith como uma faca, dia após dia."

"-- E desde quando a Maria Rejane gosta do meu filho? -- perguntou Judith, como se não tivesse sido interrompida. -- Não sei. -- Dona Luíza deu de ombros, porém irritada com o sarcasmo da filha. -- Ele disse algo sobre a casa da Jane ser mais perto da faculdade... Ou alguma coisa assim."

"Certamente a morte não era bem-vinda em nossa casa, mas o vovô me fez compreender desde pequena que, embora ela não fosse uma convidada, tínhamos que aprender a recebê-la com gratidão. E, para provar sua tese, teve a audácia de me perguntar se eu preferia nunca amar alguém, o que evitaria meu sofrimento, a ter que lidar com a morte da pessoas amada. Nunca consegui responder a tal pergunta com exatidão."

"Cada livro, uma alma", frisava sempre o vovô para mim quando eu era pequena, no intuito de eu não "machucá-los" e tratá-los com muito cuidado."

"-- Menina, pare já com isso! Você não pode continuar assim! Eu disse ao seu pai que não daria certo nos mudarmos para cá. Já vai fazer um ano que seu avô morreu. Sabe que ele não pode ouvir você, mão sabe? -- perguntou ela num tom meio áspero."

"Alguns meses depois, Akuto recebe em sua casa uma carta preta e estilizada, como se fosse um brasão de família nobre. Ao abrir, vê um bilhete contendo uma data e um endereço junto de um cartão de confirmação, que indica sua aprovação e os dias em que teria que se apresentar na instalação militar mais próxima."