Hello, leitores do ILMB. Como vocês estão? Lendo muito por ai?
Temos aqui hoje trechos do livro de, A casa das sete mulheres, um livro lindo que nos entrega uma história cheia de fatos sobre uma guerra e com ela romances vividos pelas protagonistas desse livro. Um livro riquíssimo em história do brasil nos anos de 1835. Mesclando realidade e ficção de forma maravilhosa e uma escrita que te conquista a cada página.
"As mulheres ocupavam-se com seus assuntos menores, seus anseios, não reles em tamanho, pois dessa delicada fímbria feminina é que são feitas as famílias e, por conseguinte, a vida".
" O ano de 1835 estava entres nós como uma alma, a barra de suas saias alvas acarinhava minha face como um sopro; 1835 com suas promessas e com todo o medo e a angústia de seus dias ainda sendo feitos na oficina da vida".
" A tristeza serena que era companheira constante das mulheres do pampa. Sim, pois não havia mulher que não tivesse passado pela espera de uma guerra, que não tivesse rezado uma novena pelo marido, acendido uma vela pelo filho ou pelo pai".
" Não foi para isso que fomos feitas, para esperar, minha filha?"
" Tenho medo do dia em que voltaremos para a nossa casa em Pelotas e contaremos os lugares vazios à nossa volta. Que Deus nos proteja a todos".
" A gente aprende a não sentir o tempo, meu filho. Senão, acaba enlouquecendo".
" Aqui no Rio Grande, sofrer é uma sina, e nunca se sofre mais do que numa guerra. ...A tristeza não se mostra, é uma espécie de nudez. "
" Fechadas naquela casa em que a vida se regia pelas horas de comer e de rezar, era impossível que compreendêssemos os intrincados caminhos daquele sonho".
"Dia após dia, D. Ana e D. Antônia nos roubavam das garras do medo e do desencanto, e nos protegiam naquela redoma de paredes caiadas, onde para tudo havia um horário e uma norma, menos para a desesperança".
" As vezes, desejava simplesmente que que perdessem a guerra, que tudo voltasse a ser como era antes e que ela pudesse retornar a Pelotas; ... via seus melhores anos escorrerem naquele limbo sem fim".
" Vivi por Giuseppe Garibaldi como muito poucas mulheres viveram por um homem, um homem que nunca foi de todo meu, mas de quem pude compreender a essência - era um cometa, uma estrela cadente -, justo que restasse tão pouco ao meu lado".
" Desde sempre, os trabalhos manuais escondem o fastio e o medo das mulheres e em nossa casa os rituais sucediam de igual maneira".
" A chuva começava a engrossa, mas era boa, fresca. Do chão se levantava aquele cheiro bom de terra molhada".
" Nas noites de frio, quando ando pela casa escura e já deserta de todos, ouvindo o eco das minhas botinas neste chão de madeira tantas vezes encerado, é nele que penso, é ele que ocupa toda a minha alma como se eu não fosse mais do que um refúgio para as lembranças do que ele já fez, é no calor da sua recordação que me aqueço".
" Não queria que ninguém soubesse, nem de longe, quanto lhe pesava aquela nova solidão. A solidão de não ter mais por quem esperar".
" Até hoje ainda o amo com a mesma faina, mesmo gasto o tempo, mesmo passadas tantas coisas, mesmo que esse oceano já se tenha evaporado e dele só me reste o seu sal e alguns escombros de sonhos, como fósseis mui antigos que eu acarinho com cuidado para que não virem pó".
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