Resenha - Impostores

08 outubro 2019


Livro: Impostores
Autor: Scott Westerfeld
N° de Páginas: 351
Cortesia: Grupo Editorial RecordGalera Record
Onde comprar: Amazon

Traição. Risco. Redenção. Catorze anos após o lançamento de Feios, o autor best-seller Scott Westerfeld retorna a seu universo mais famoso com uma história completamente nova.
Nascidas com a diferença de apenas 26 minutos, as filhas do poderoso e autoritário governante de Shreve receberam criações muito distintas. Rafia, a mais velha, cresceu como a filha perfeita, oradora habilidosa e ícone de estilo. Frey, por sua vez, foi ensinada a matar; seu único propósito na vida é proteger a irmã gêmea e, se necessário, sacrificar-se por ela. Quando é enviada no lugar de Rafi como garantia de um perigoso acordo, torna-se a impostora perfeita. Longe da irmã e pela primeira vez sob os holofotes, será que conseguirá assumir sua própria personalidade – e, de quebra, arriscar tudo em uma rebelião?

Primeiramente, quero dizer que essa leitura me surpreendeu muito. O autor traz para nós personagens cativantes - a maioria, pelo menos - e um universo já conhecido para os que já leram a série Feios, mas para quem não leu, assim como eu, bem inovador e viciante.

Narrado em primeira pessoa, conhecemos Frey, uma garota de 15 anos capaz de matar quem estiver na sua frente para proteger sua irmã e herdeira, Rafia. Entretanto, 1 ano depois de um atentado contra a Primeira Filha, há um acordo com os Palafox, povo que tem uma das riquezas do Regime dos Perfeitos - o metal - a fim de, em tese, estabelecer a paz entre Victoria e Shreve. E, para Rafia não correr nenhum perigo, já que será mandada como refém, Frey vai em seu lugar, para fazer o que foi treinada a vida toda: ser um dublê de sua irmã. Porém, ao conhecer Col Palafox, e descobrir muitos segredos acerca das famílias, e até do próprio pai, sua verdadeira personalidade começa a aparecer, juntamente com uma guerra onde o sangue irá predominar mais que qualquer outra coisa.

Scott Westerfeld conseguiu me prender como há muito não acontecia. Os personagens são muito bem construídos, e esse young adult não tem como foco o romance, e sim a guerra que um acordo desfeito pode criar. Toda a ambientação foi muito bem escrita e, ainda que não seja uma narrativa densa e cheia de detalhes, consegui me transportar tanto para Victoria, quanto para Shreve. O livro se passa num futuro não muito distante, onde a tecnologia e o controle reinam sobre as cidades. Por exemplo, ao se passar por Rafia em Victoria, Frey fica maravilhada e espantada que a cidade não tenha poeira espiã, como onde viveu. Há uma crítica ferrenha ao governo, e o livro não peca nem um pouco em focar na política e em como ela funciona no ano em que estão.

Além disso, preciso falar dos personagens como um todo, e principalmente de Col, que foi o meu preferido. Frey é muito inteligente, forte, resoluta (guardem essa palavra), mas ainda não conseguiu se desprender totalmente da irmã. Porém, como é o primeiro livro de uma série, a gente releva. Col é um HINO de personagem, muito sagaz, íntegro e muito leal a seu povo. Fiquei encantada em como conseguiu manter a compostura e a força quando tudo em sua vida desmoronou, tendo somente 17 anos. 

Há muitos segredos que ainda temos que descobrir sobre Col, e estou louquinha pra descobri-los nos próximos livros. Os personagens secundários também são muito bem desenvolvidos, e acredito ter um segundo preferido: Dr. Leyva. Irônico, extremamente inteligente e criativo, o personagem deu uma leveza à leitura que estava precisando em meio ao caos. Seus planos são muito bem arquitetados, e é impossível não gostar de suas ideias loucas e seu humor sádico. Entretanto, creio que Rafia que tenha sido a que me colocou nessa posição difícil de dar nota 4 para o livro: não consegui me conectar com a personagem em si, e não consegui entender o amor incondicional de Frey por ela, pois a achei arrogante, prepotente e até um pouco invejosa do meio para o final. Pra mim, não rolou!

Ademais, a composição do livro me impressionou de uma forma super positiva. Por se tratar de um young adult, e de um autor que não conhecia, confesso que minhas expectativas estavam bem baixas. Fui mais por osmose que qualquer outra coisa, porque realmente não li a sinopse e achei a capa mais ou menos, e acabei sendo surpreendida por uma narrativa que me prendeu totalmente, e me fez praticamente comer o livro em poucos dias. Não sou fã de distopias, principalmente narradas por adolescentes, porque A Seleção me decepcionou bastante, mas Westerfeld conseguiu me conquistar de uma forma admirável; o enredo é original e bem arquitetado, a escrita flui igual água, e a história é REALMENTE BOA! Como disse: só não dei 5 estrelas por causa de uma personagem.

Enfim pessoal, para não dar spoiler, acabo minha resenha recomendando muito essa leitura, e para quem, assim como eu, leu o primeiro e quer logo a continuação, o autor já lançou o segundo lá fora - Shatter City -, em inglês, e está disponível na Amazon e no Kobo. Estou bem feliz de ter lido esse livro, e ter conhecido tantos personagens bons. Então, se está procurando uma leitura rápida, gostosa e cheia de ação, essa é uma pedida muito boa!


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