Resenha - Quando as Estrelas Caem

22 abril 2019

Título: Quando as Estrelas Caem
Autoras: Amie Kaufman e Meagan Spooner
Cortesia: Editora Novo Conceito
Páginas: 416
Skoob
Onde Comprar: Amazon
Tarver só tem 18 anos, mas já ocupa o posto de Major e foi condecorado como herói. Lilac é mimada e arrogante, e acha que o mundo existe somente para servi-la. A menina mais rica da galáxia e o guerreiro misterioso. Perdidos em um planeta abandonado, os únicos sobreviventes de um desastre que matou milhares de pessoas sabem que precisam aprender a conviver e não estão certos de que conseguirão voltar para casa um dia. Juntos, eles enfrentam aparições, vozes fantasmagóricas, coisas que desaparecem e a presença cada vez mais próxima da força desconhecida que ejetou do espaço a nave Icarus. Criando um vínculo que supera o clichê os opostos se atraem , Lilac e Tarver provam que a coragem e a lealdade podem ser muito maiores que o instinto de sobrevivência. Personagens que, de tão imperfeitos, nos fazem torcer por eles. Suspense arrebatador, amadurecimento e um desfecho eletrizante daquelas fantasias que nos cativam e fazem querer compartilhar a história com todo mundo... Quando as estrelas caem é apaixonante.


Quando as Estrelas Caem era uma obra que sempre despertou meu interesse pois ouvia muitos elogios para a mesma. Por isso, começar a leitura com altas expectativas seria praxe. Minha grata surpresa foi ver que ele cumpriu seu papel, e foi além: impressionou. Não sai como algo que esperava — não se resume a somente fantasia e romance — e acredito que esse seja seu maior diferencial.

Duas perspectivas diferentes. Lilac, filha do homem mais rico da galáxia sempre afasta as pessoas da sua vida. Fútil e arrogante porque pode e deve ser, ela vive rodeada de pessoas que querem aproximação por interesse. Apesar de saber e ter medo do que seu pai é capaz de fazer — que já demonstrou não possuir limites para a sua influência — em uma festa dentro da nave Icarus, ela esquece quem realmente é e acaba tendo um momento de conversa com Tarver.

Tarver aos 18 anos é um Major condecorado herói. Após algum tempo longe da sociedade por causa do seu trabalho no exército, o qual lhe rendeu a fama, ele acaba participando de uma festa na nave Icarus com a alta sociedade. Vindo de uma família considerada pobre — quando equiparada ao nível maior social — ele conhece todas as falsidades e máscaras que as pessoas usam nesse mundo onde o que dita as coisas é o poder e o dinheiro.



Duas vidas distintas que por uma brincadeira do destino é entrelaçada. Após essa conversa inicial na Icarus — e perceberem que seus mundos não foram feitos para serem interligados — uma tragédia na nave os obriga a uma convivência mútua. Únicos sobreviventes do acidente que matou milhares que estavam a bordo, e vivendo em um planeta desconhecido, seus instintos de sobrevivências ultrapassarão suas desavenças. E dessa aproximação forçada suas qualidades aflorarão, fazendo com que sentimentos surjam. Para enfrentarem o desconhecido, a salvação deles será a união. Afinal porque houve essa tragédia no Icarus? Que planeta eles foram parar? Eles serão resgatados e sobreviverão?

Pela representação da capa o que podemos esperar de cara é um desenvolvimento mais centrado em um possível romance, não é?! Pois engana-se! Uma mistura de ficção científica, suspense, mistério e elementos fantásticos, esse enredo ganha novos ares que tornará a leitura fluida. É nítido que a união de duas autoras para formarem uma única narrativa deu super certo. Ultrapassando o que pode-se esperar de uma fantasia comum, irão se surpreender com a quantidade de informações relevantes e sensacionais que moldam essa obra.

"Não se menciona a morte quando ela está pairando perto de alguém que a gente ama. Não se deseja atrair a atenção do ceifador."

Sobre os personagens principais, mesmo imperfeitos e com pequenas atitudes questionáveis, nos conquistam. Acredito que Tarver maiormente que Lilac — inicialmente ela pode-se mostrar irritante — são protagonistas que precisarão evoluir como pessoas para acreditarem no que lhe serão expostos. Gosto muito mais das suas personalidades das páginas finais do que aqueles apresentados nos primeiros capítulos — e eles também reconhecem isso.

Admito que fiquei um pouco chocada com as escolhas que as autoras fizeram para conduzir a narrativa. A construção perpassa por componentes que em nenhuma instância imaginei que poderia ser inserido — reforçando que novamente o livro pode ser uma caixinha de surpresa, principalmente para aqueles que não leem as sinopses oficiais. E isso reflete muito nas atitudes e decisões.

Os acontecimentos finais vem com uma avalanche de resoluções e propósitos diferenciados — ficando até perto da linha tênue do não crível com o crível. Admito que alguns pontos me deixaram meio receosa e que inicialmente foi difícil de aceitar — sai da minha zona de conforto de até onde o fantasioso pode se tornar mirabolante. Porém, dentro do contexto apresentado é aceitável e maravilhoso. Não é em aberto, entretanto deixa o gancho para um sucessor.



Não sei se deixei claro, no entanto estamos tratando de uma temática espacial. Então teremos uma ambientação no espaço sideral com a presença de descrições de planetas, constelações, luas, em como se habita um planeta não explorado, explicações sobre fendas espaciais entre outros assuntos do estilo. Se gosta da temática, terá um prato cheio.

De uma forma geral, saio feliz com o encontrado e recomendando demasiadamente. Aos que tem medo do romance sobrepujar a fantasia, não se preocupe pois ganha destaques quando necessário. Venha se surpreender com esse novo olhar sobre o universo!

"... nosso mundo, nossas vidas, reduzidos a um punhado de estrelas meio perdidas em um espaço não mapeado. Então aquilo se vai, a vista engolida pelos ventos que passam em fluxo pelo hiperespaço, auroras verdes-azuladas varrendo as imagens residuais da retina." 

Na parte física, a capa foi um ponto realmente trabalhado para ser conectado a parte interna. Tem tudo a ver com o conteúdo, desde a escolha das roupas, das características físicas e até o título propriamente dito. Talvez seja algo meio brega — confesso que não é tanto do meu agrado — contudo, com erros gravíssimos que vemos diariamente nas escolhas das imagens, ele até que foi uma das melhores — e se não me engano, manteve-se a original, ponto positivo para a Novo Conceito. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos pontos de vistas da Lilac e da Tarver intercalados. Não encontrei nenhum erro de revisão ou ortográfico.

Agora fico no aguardo do sucessor que já estou curiosa para ler. Anseio que a Novo Conceito lance o mais rápido possível. Espero que tenham gostado!



2 comentários

  1. A capa deste livro é um escândalo de linda e como sou fã assumida de histórias passadas nesse lance de universo, espaço..namoro este livro desde que o vi pela primeira vez.
    Além de claro, trazer dois personagens como você mesma disse, imperfeitos, por isso, bem perto da realidade de todos nós.
    Algo como unir o útil ao desagradável e com isso, criar uma química sim, pelo romance, mas também pelo "encaixe" que personalidades assim costumam trazer.
    Espero poder ter e ler a obra o quanto antes!
    Beijo

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  2. Olá! Acho que não é mais segredo para ninguém que fantasia é um dos meus gêneros favoritos,e essa parece trazer uma história incrível e diferente dos que eu já li, o que torna tudo ainda mais interessante (dancinha de comemoração aqui), adoro quando no decorrer do livro é possível perceber o crescimento e amadurecimento dos nossos personagens, acho que acaba os tornando mais humano e mesmo se tratando de fantasia, não tem como não fazer algumas comparações.

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