Resenha - Lolita

14 dezembro 2018

Título: Lolita
Autor: Vladimir Nabokov
Editora: Alfaguara/Companhia das Letras
Páginas: 392
Skoob
Onde comprar: Amazon / Saraiva

Lolita é um dos mais importantes romances do século XX. Polêmico, irônico, tocante, narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos.
A obra-prima de Nabokov, agora em nova tradução, não é apenas uma assombrosa história de paixão e ruína. É também uma viagem de redescoberta pela América; é a exploração da linguagem e de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em seu auge. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador.



Sempre se pode contar com um homicida para uma prosa de estilo rebuscado. Senhoras e senhores do júri, a prova número um é aquilo que os serafins, os próprios serafins desinformados e simplórios com suas asas preciosas invejaram. Comtemplai esse emaranhado de espinhos.


E é assim que começa esta que é a “história de amor mais convincente do nosso século” segundo a revista Vanity Fair, mas que de amor não tem nada, pelo menos não de um modo saudável. O livro é exatamente como nosso próprio narrador descreve: um emaranhado de espinhos doentio e que ao acompanharmos, nos espetamos, nos machucamos e com certeza não vamos sair desta leitura a salvos. Esta jornada será bem incomoda, vamos respirar fundo e começar esta que será uma baita de uma resenha polêmica. Prontos? Então vamos lá!!!


Lolita começa quando somos apresentados ao narrador Humbert, um homem de meia-idade, que cometeu um crime e um pouco antes de ser julgado, morre. O livro nada mais é do que sua última obra e também a sua defesa para o júri. O próprio réu nos apresenta a sua versão da história, e para isso começa nos contando tudo pelo que passou, desde jovem. No início, ele nos conta um trágico episódio de sua juventude, onde perde seu primeiro amor, Annabel, e logo tendemos a sentir compaixão por ele. Só que nosso anfitrião sabe que é um doente, e deixa isso bem claro ao prosseguir com sua terrível narrativa.

Folheio e torno a folhear estas memórias desoladas, e sempre me pergunto se terá sido então, na cintilação desse verão remoto, que essa falha em minha vida se abriu; ou terá sido meu desejo excessivo por essa criança só a primeira manifestação de uma singularidade constitutiva? [...] Estou convencido, porém, de que algum modo mágico e fatídico Lolita começou com Annabel.

Humbert passa por uma juventude e vida adulta completamente ciente do fato de que as únicas mulheres que o interessam são crianças, mas não quaisquer crianças, e sim aquelas de uma determinada idade e que despertem nele um desejo que ele descreve como sobrenatural até. Essas meninas segundo ele nem ao menos sabem o poder de enfeitiçar que possuem. E para isso ele coloca um apelido nelas: as Ninfetas. Inclusive o termo ninfeta se tornou amplamente conhecido graças a este livro. Porém atualmente ele está digamos assim, totalmente corrompido, basta uma rápida pesquisa na internet para se concluir isto, porém pesquisem caso curiosos, por sua conta e risco.

Agora quero apresentar a seguinte ideia. Entre os nove e catorze anos de idade, ocorrem donzelas que, a certos viajantes enfeitiçados, duas ou muitas vezes mais velhos do que elas, revelam sua verdadeira natureza que não é humana, mas nínfica (isto é, demoníaca); e essas criaturas predestinadas proponho designar como “ninfetas””

Agora que já sabemos da natureza totalmente doentia e perversa de nosso autor, é fácil tirarmos algumas conclusões: dificilmente seu nome real é Humbert Humbert, e por se tratar de um doente assumido, será que tudo que ele nos contará nessa espinhosa história foi o que realmente aconteceu?
Apesar de um tema repulsivo, a linguagem utilizada por nosso narrador, é de extrema qualidade. Até mesmo nos momentos onde a história poderia tornar-se um romance hot explícito, o autor consegue empregar um texto bonito de ser lido, transformando certas cenas em passagens oníricas, onde quando nossa ficha cai, percebemos o que realmente está se passando no momento.

Ocorreu-me por exemplo vislumbrar da minha sacada uma janela acesa do outro lado da rua o que me pareceu uma ninfeta no ato de despir-se à frente de um providencial espelho. Assim isolada, assim remota, essa visão adquiriu um encanto especialmente agudo que me fez sair a toda velocidade em busca de gratificação solitária.” 


Humbert está tentando se defender, e para isso se utiliza deste tipo de linguagem a fim de nos conquistar, e para o leitor mais desatento, isto pode acabar acontecendo. É preciso ter cuidado ao ler a história, pois corre o perigo de nos identificarmos tanto com ele e acabarmos caindo em seus encantos. Lolita divide-se basicamente em duas partes: a primeira, nos é contado como seu “amor” por Lolita teve origem e a segunda parte, como isso se desenvolveu e suas consequências.

No início, Humbert compartilha algumas frustrações de sua vida amorosa na Europa, e depois ao acontecer um fato decisivo em sua vida, somos transportados aos Estados Unidos, onde a história se passa em sua maior parte. E é aí que ele conhece Lolita, uma menina de doze anos, sim DOZE ANOS, e filha da mulher da casa em que ele se hospeda. Não preciso nem dizer que a menina desperta nele sua obsessão instantânea, e para ele desfrutar de tudo o que em sua mente doentia ela pode lhe oferecer, Humbert vai arquitetar um plano maníaco. E que maneira mais fácil de ficar eternamente ao lado de sua ninfeta do que se casando com sua mãe? Mas ele deixa sempre claro, que nunca a mãe de Lolita será seu amor verdadeiro, e será sempre um pretexto para fazer parte da vida da criança.

Tomávamos highballs antes de nos deitarmos e, com ajuda deles, eu conseguia evocar a filha enquanto acariciava a mãe. [...] e eu me repetia, enquanto manobrava minha mulher recente e em tamanho real, que biologicamente aquilo era o mais perto que eu poderia chegar de Lolita.


Ao conseguir fazer parte de sua família e ter acesso livre à sua filha adotiva, Humbert finalmente consegue o que quer, colocar as garras em sua presa. E a partir deste ponto, que a história começa a realmente a incomodar a nós leitores. Lolita é presa na teia de Humbert, e por situações seguintes, será totalmente posta aos cuidados exclusivos de Humbert. Os episódios que nos serão apresentados daqui por diante só enfatizam o quão obsessivo e maníaco esse personagem pode ser.


[...] poderia dar-me uma oportunidade de estar a sós com minha Lolita até por semanas, e fartar de soníferos a ninfeta inerte.

Muitos atos de Humbert para com a menina chegam a causar náuseas em quem lê, mas em sua narrativa ele também nos apresenta um outro lado de Lolita, nos contando, que quando finalmente ele consegue o que quer com a garota, ele frustra-se ao saber que ele não foi o primeiro.

[...] mas a curiosidade e a camaradagem prevaleceram, e logo ela e Bárbara se revezaram na atividade com o silencioso, grosseiro e carrancudo mas infatigável Charlie, que tinha tanto sex appeal quanto uma cenoura crua[...] embora admitisse que tinha sido bastante divertido, Lolita, digo com satisfação, sentia profundo desdém pela mente e os modos de Charlie.

Este lado da história, mostra que a garota não era de todo inocente, mas devemos lembrar, que isso não a torna disponível para os atos horrendos a que ela é submetida nas mãos de seu pai adotivo. A própria garota em certos momentos usa dessa vantagem e poder que tem sobre Humbert para tirar vantagem dele, mas isso só nos mostra o quão corrompida ela está, e sua infância, totalmente destroçada. Nada pode justificar o que Humbert fez, e temos de lembrar que ele está escrevendo sua defesa, e que isso só reflete o clássico caso de culpabilizar a vítima, no caso, Lolita.

Naqueles dias, nem ela nem eu tínhamos criado o sistema de subornos monetários que em seguida tanto estrago haveria de causar a meus nervos e à moral de Lolita. E eu lançava mão de três outros métodos para manter minha púbere concubina submissa e num estado de espírito aceitável.


Acredito que, já tenha dado para perceber do que realmente esta história se trata. Toda a maquiagem que o autor coloca em suas palavras só servirão daqui para a frente para nos ludibriar. O livro, apesar de polêmico, não deixa a desejar no quesito qualidade, e eu considero um livro excelente, exatamente por isso, pois meche com nossos sentimentos, apesar de ser de uma maneira sombria e repulsiva. A história tem muitos desdobramentos e passa por cenários espetaculares dos Estados Unidos, porém não deixa de ser trágica também em certos pontos. Basicamente os dois personagens presentes em todo o livro são Humbert e Lolita, e eles são extremamente bem desenvolvidos. É muito interessante acompanhar tudo pelo que eles vão passar, apesar de como já falado ser uma jornada bem espinhosa. O filme de 1997, é uma adaptação bem fiel ao enredo da história, com a única ressalva de que o crime de Humbert se mostra bem mais amenizado em relação à Lolita. A personagem da menina também é um pouco mais velha do que no livro, acredito por questões de bom senso e de cunho legal também.


A edição apresentada pelo selo Alfaguara da Cia das Letras, está de parabéns tanto pelo conforto da leitura e pelo minimalismo da capa, quanto pela qualidade dos textos de apoio que possui. A leitura desse que já é considerado um livro essencial e um clássico absoluto da literatura universal esta recomendadíssima, e tenho certeza que é uma experiência pela qual nós que amamos ler precisam passar, afinal, uma jornada para ser proveitosa nem sempre precisa ser de toda agradável!


Inscrições Abertas - Participe !





13 comentários

  1. Eu adorei a resenha, li esse livro muitos anos antes de lançarem o filme. Sou apaixonada por esse livro, como foi dito a linguagem é rica, bonita, poética até, talvez a intenção de Nabokov tenha sido essa mesmo, usar uma linguagem fantasiosa e bela para encobrir e disfarçar o hediondo da trama toda.
    Admito que fui "abduzida" por Humbert Humbert , na época que li senti muita pena dele rsrsrs. Lolita na minha opinião (apesar de ser uma mocinha ) sabia muito bem o poder que tinha e não relutava em usar isso para conquistar o hóspede de sua mãe.
    Os personagens são muito bem construídos, a mãe tem sua parcela de culpa, claro que Humbert é criminoso, não defendo o comportamento dele, só quero dizer que ele deveria ter ido embora quando se viu tentado por Lolita, mas aí não teríamos esse grande clássico.
    Mas o livro é maravilhoso, se quem não leu por preconceito deve tentar, apesar do tema espinhoso Vale muito a pena, tipo de leitura em que viajamos junto com os personagens, vamos ao fundo do poço com todos envolvidos e no final vemos o que pode acontecer com pessoas que fogem às regras...maravilhoso.
    Linda essa edição, pretendo comprar,o que eu tinha emprestei...
    Bela resenha!

    ResponderExcluir
  2. Que bom que tu resenhou/comentou sobre esse baita livro, gosto de saber o que as pessoas pensam sobre ele... Bom, vamos lá... terminei de ler essa obra a pouco tempo então ainda tenho sentimentos fresquinhos por ele. Essa escrita me cativou tanto que catei o filme durante a leitura para ir intercalando entre os dois, queria poder ver, exatamente aquilo que eu estava lendo.. Achei a escrita cativante, envolvente e emocionante, sim eu fui "ludibriada" e consegui me colocar no lugar do Humbert tamanha força do sentimento que ele nutria pela Lolita e não de uma forma repulsiva como foi para ti. Vou ser honesta e imparcial. Se não fosse mencionada a idade de Lolita, tu nunca diria que ele era tão nova, suas atitudes vulgares, provocativas davam a ela um ar de quem sabia exatamente o que estava fazendo. Em momento algum senti náuseas como tu e muitos comentaram, a partir do momento que ela "vendia" o prazer que ele queria. Mas uma coisa é certa, estou considerando ela uma menina bem safadinha (um ótimo exemplo foi essa ultima cena que tu usou para ilustrar) e não uma criança inocente, caso contrário essa historia seria repugnante, nojenta e sem beleza literária.

    ResponderExcluir
  3. Olá Eduardo!
    Eu não conhecia o livro e nem a história de Lolita. Estou perplexa com esse enredo macabro que pra mim é uma história de terror. As artimanhas que Humbert faz pra conseguir o que quer são mirabolantes, mostrando o quão doentia sua mente está. Fiquei ainda mais chocada com a conduta da menina, mas aí lembrei da sua ressalva a possibilidade de manipulação do infrator e estou ainda mais confusa. Sem dúvida é uma obra que tem sua relevância pois costumo dizer que na vida nem tudo são flores, então porque na leitura seria? Confesso que ainda não estou pronta pra ler esse tipo de livro, mas não descarto a possibilidade para o futuro.
    Beijos

    ResponderExcluir
  4. Um verdadeiro clássico que até hoje, mesmo depois de tantos anos, ainda causa um certo desconforto só em ler tais coisas.
    Acabei lendo este livro(em outra versão) na escola e isto faz anos. Mas acabei vendo também uma adaptação bem antiga, que só coroou o que há havia sido escrito.
    Dois lados em um mesmo enredo. O "velho" safado que enxerga um amor doentio em uma criança e não se dá conta disso,mas que é astuto ao montar todo um plano para ter a garota por perto.
    E do outro lado, uma garota nada inocente, que sabe o quanto provoca e que faz uso de tudo isso de uma forma, diria eu, nojenta!
    Um livro que atravessou gerações, causando polêmicas,mas também mostrando verdades.
    Quero esta edição linda!!!
    Beijo

    ResponderExcluir
  5. Olá, desconfio que essa obra e Laranja Mecânica são os livros mais complexos de serem lidos, sendo que é óbvio que nem todos são capazes de terminá-las por motivos mais do que compreensíveis. É notório que Lolita é um clássico da literatura justamente pelo rebusque da linguagem que apresenta ao leitor, um artifício esse interessante se formos levar em consideração que as atitudes do protagonistas são no mínimo depravadas. Pela resenha não ficou claro para mim se de fato existe alguma parte que extrapola o bom senso no sentido da "relação" entre Humbert e Lolita, porém levando em consideração o tanto de países nos quais a obra foi banida vou entender que não se trata de um livro fácil de engolir. Beijos.

    ResponderExcluir
  6. Polêmico!
    Lembro que na minha adolescência eu peguei um livro emprestado de um vizinho; não tinha muitos títulos do meu interesse, acabei escolhendo Lolita. Eu não li, mas agora fico curiosa para saber qual teria sido minha reação na época.
    Parece ser um thriller psicológico do século XX, é assustador. Acredito que há uma certa romantização no momento em que tenta nos passar empatia e nessa defesa do personagem.
    Sem dúvida é uma leitura desconfortável, o que pode agradar alguns- menos eu.
    Acredito que seja uma obra reflexiva. É uma doença, e é interessante abordar isso de uma maneira cuidadosa.

    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Eu li Lolita quando ainda era adolescente e confesso que não compreendi a dimensão dela naquela época. É extremamente complicado falar de um assunto como esse, principalmente por essa situação ser tão explicitamente retratada ao longo do livro. Eu reli diversas vezes a narrativa, e a qualidade da linguagem é indiscutível, mas é difícil sair desse livro sem várias reflexões. Em alguns momentos eu precisei parar a leitura pra digerir o que estava sendo escrito e mesmo assim foi complicado chegar ao final da narrativa.

    ResponderExcluir
  8. Oi, Eduardo!
    Eu amo livros de história de amor, o romance é o gênero que eu não abro mão em minhas leituras... Mas sinceramente não curto histórias onde o amor não é saudável, onde os protagonistas fazem mais mal do que bem um ao outro.
    Esses sentimentos que Humbert possui em relação as crianças definindo-os até como sendo algo sobrenatural é algo bastante negativo para mim, foge completamente da minha zona de conforto, e esse plano maníaco dele em decidir casar com a mãe da Lolita para ficar perto da criança foi o fim da picada! Coitada dessa menina de 12 anos, quantas Lolitas existem no mundo vítimas de pervertidos iguais ao Humbert?! É muito triste...
    Enfim, sinceramente Lolita é um livro que eu não leria, mas eu gostei bastante de sua resenha, parabéns!

    ResponderExcluir
  9. Oi Eduardo.
    Quero muito ler esse livro. Tantas resenhas positivas sobre ele!
    Imagino que o narrador seja ótimo em ludibriar o leitor no início para depois mostrar suas verdadeiras intenções, por mais doentias que seja.
    Ainda não assisti ao filme, mas pretendo ver depois de ler o livro.
    Essa edição da Companhia das letras está realmente linda!
    Beijos

    ResponderExcluir
  10. Só de ler a sua resenha já me senti incomodada com certas partes, nunca vi o filme ou li o livro, e acho que não teria estômago para ler algo desse tipo, mas me arrisco a ver o filme, já que é com um ator que gosto muito e porque despertou meu interesse de ver essa obra tão famosa.

    ResponderExcluir
  11. Olá! Taí um clássico dos clássicos, que eu nunca tive vontade de ler, talvez por seu conteúdo tão polêmico e atroz, claro que já vi algumas de suas adaptações, mas acredito que nenhuma delas fizeram jus ao livro. Só de ler a resenha já fiquei com aquele sentimento de perplexidade (12 anos, sério), se bem que se formos analisar friamente, já ouvi (li) notícias semelhantes, mas que infelizmente eram verdadeiras (eita humanidade desumana).

    ResponderExcluir
  12. Eduardo!
    Tive oportunidade de ler esse livro há mais de 25 anos e acredito que a intenção do autor era mesmo chocar, principalmente a sociedade dita puritana da época.
    É um livro controverso mesmo e hoje talvez fosse classificado como pedofilia, porém naquela época ainda nãao havia essa questão explicitamente e na concepção do autor, Lolita não era mais tão infantil, era uma sedutora nata e gostava de se arriscar em suas venturas sexuais.
    Acho o livro chocante e totlamente irreverente ao mesmo tempo, muito bem escrito.cheirinhos
    Rudy

    ResponderExcluir
  13. Oi, Eduardo!!
    Ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, só conheci a história através da adaptação do livro para o filme. Baseado no filme dar para ver que o Humbert e um personagem completamente doente que se casa com a mãe da Dolores para ficar perto da mesma, e também dar para notar que a "Lolita" não é tão ingênua assim já que ela se aproveita dos supostos sentimentos do Humbert para ter tudo que quer, mesmo assim não acho correto o que o Humbert faz com ela, pois ela ainda era uma criança.
    Bjos

    ResponderExcluir

Licença Creative Commons
O site I LOVE MY BOOKS por Silvana Sartori está licenciado com uma Licença
Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Por isso, qualquer contéudo aqui presente como resenhas, fotos e Colunas publicadas são exclusividade. RESPEITE e NÃO COPIE, pois PLÁGIO é CRIME!


Instagram

I Love My Books - Blog Literário . Berenica Designs.