Resenha - Nevernight: A Sombra do Corvo

24 setembro 2018

Título: Nevernight - A Sombra do Corvo
Autora: Jay Kristoff
Editora: Plataforma21
Páginas: 608
Skoob 
Onde comprar: Amazon / Saraiva
Há histórias sobre Mia Corvere, nem todas verdadeiras. Alguns a chamam de Moça Branca. Ou a Faz-Rei. Ou o Corvo. A matadora de matadores. Mas, uma coisa é certa, você deveria temê-la.
Quando ela era criança, Darius Corvere – seu pai – foi acusado de insurreição contra a República de Itreya. Mia estava presente quando o carrasco puxou a alavanca, viu o rosto do pai se arroxeando e seus pés dançando à procura do chão, enquanto os cidadãos de Godsgrave gritavam “traidor, traidor, traidor”...
No mesmo dia, viu a mãe e o irmão caçula serem presos em nome de Aa, o Deus da Luz. E, embora os três sóis daquela terra não permitam que anoiteça por completo, uma escuridão digna de trevas tomou conta da menina. As sombras nunca mais a largaram.
Mia, agora com dezesseis anos, não se esqueceu daqueles que destruíram sua família. Deseja tirar a vida de todos eles. É por isso que ela quer se tornar uma serva da Igreja Vermelha – o mais mortal rebanho de assassinos de toda a República. O treinamento será árduo. Os professores não terão misericórdia. Não há espaço para amor ou amizade. Seus colegas e as provas poderão matá-la. Mas, se sobreviver até a iniciação, se for escolhida por Nossa Senhora do Bendito Assassinato… O maior massacre do qual se terá notícia poderá acontecer. Mia vai se vingar.



Nevernight - A Sombra do Corvo é o primeiro livro das Crônicas da Quasinoite e nele conheceremos a história de Mia Corvere, uma menina que quando era apenas uma criança viu seu pai ser assassinado por trair a República de Itreya. Sua mãe e seu irmão foram condenados a prisão, mas ela conseguiu escapar.

Sendo uma sombria, pessoas com poderes para controlar as sombras, Mia jurou vingança por sua família. Vivendo sozinha na rua, encontrou Mercúrio, um homem que se tornou seu shahiid por anos, até ela crescer e estar pronta para ir a procura da Igreja Vermelha, uma escola de assassinos que serve a Nossa Senhora do Bendito Assassinato.

Lá, Mia estudará para se tornar uma lâmina e finalmente estará apta para poder matar em vingança de sua família destruída, mas sua jornada até lá será dura dado que essa organização é muito bem escondida. Nossa jovem conta com a ajuda de Senhor Simpático, um gato feito de sombras que sempre a acompanha, bebendo todo o seu medo.


O livro foi um grande "estouro" em seu lançamento, e eu não poderia ficar mais ansiosa quando soube que a história seria sobre uma escola de assassinato. Por que ninguém nunca pensou nisso antes? A trama é muito genial, e muito bem escrita. Minha curiosidade sobre a "escola" estava muito grande, e não fui decepcionada. As aulas são muito diferentes do que eu imaginei, e se encaixam muito bem no universo criado pelo autor.

Apesar de capítulos relativamente grandes, a leitura é muito fluída e divertida, e o livro passa muito rápido, sem sua quantidade de páginas pesar sobre o leitor. Porém, há uma exceção: no inicio há muitas notas de roda pé, onde o autor conta algumas "histórias" extras ou faz algum comentário sarcástico sobre o que foi descrito no livro. Isso cortou um pouco a minha concentração na leitura, por causa de toda hora haver a necessidade de parar e ler as notas. Para mim foi muito chato, e acabei ignorando-as. Mais para o meio e final do livro elas vão ficando cada vez menos frequentes.

Me senti um pouco confusa sobre a sociedade da história, como funcionava suas regras, seus deuses, o que significava cada posição dos membros, como os Illuminatis, e também algumas gírias e palavras pertencentes ao mundo de Nevernight. Apesar do meu desentendimento, consigo perceber a imensidão do universo de Jay Kristoff e gostaria de ter compreendido um pouco melhor. Suponho que esses aspectos sejam mais apresentados no segundo volume e espero que o mesmo clareie um pouco as coisas pra mim. Devo confessar que pretendo sim dar uma olhada nas notas de rodapé. Apesar disso, o livro não foi ruim, muito pelo contrário. Eu gostei muito dele e do que consegui compreender da sociedade e universo das Crônicas da Quasinoite.


Apesar de praticamente todo o livro girar em torno da estadia de Mia na Igreja Vermelha, isso não se torna maçante. O autor soube medir a quantidade de aulas, mesclando com outros acontecimentos. Como já comentei no inicio da resenha, as matérias que Kristoff criou são muito diferentes do que podemos esperar de uma escola de assassinos e isso foi um ponto muito positivo. Os professores, chamados de shahiid são um grande destaque. Colocam seus alunos em grandes perigos, com risco de morte, e agem como se isso fosse banal. No começo fiquei um pouco assustada com essa situação, já que muitos jovens morreriam ali, mas com o decorrer da história acabei me adaptando porque todos sabiam do perigo e da responsabilidade de servir a Nossa Senhora do Bendito Assassinato.

É com certeza uma trama muito bem elaborada, os personagens foram o ponto alto do livro, em minha opinião. Mia Corvere, embora seja uma ótima assassina, tem um coração bondoso e é capaz de sentir amor, apesar de seu orgulho ser maior que tudo isso. Sua coragem vem por conta do Senhor Simpático que não a deixa sentir medo. Dei ótimas risadas com ele e fiquei encantada com sua relação e fidelidade a sua "dona".

Os personagens secundários foram muito bem desenvolvidos e de extrema importância para história. Não estou falando sobre os professores, que também desempenham um significativo papel, mas dos colegas de Mia, ou melhor, os concorrentes dela aos títulos de lâmina. Um dos meus personagens favoritos foi Tric, que se torna um grande amigo da protagonista. O desenvolvimento da relações dos dois foi sutil e gostei muito da maneira que aconteceu. Não irei me aprofundar muito no assunto para não estragar a experiência de ninguém.


Outro aspecto muito sutil no desenvolvimento da trama é o passado da protagonista, que vai sendo entregue aos poucos para o leitor. A maneira que o autor apresentou essa questão da história foi promissor para a obra porque faz com que fiquemos curiosos sobre o que aconteceu, criando muitas teorias, onde algumas ficam abertas para o próximo volume, aumentando o nosso interesse na sequência.

O desfecho do livro é excelente e muito surpreendente. Não irei revelar detalhes que irão estragar a experiência de vocês, é claro, mas eu realmente não esperava o que aconteceu. Todo o desenvolvimento do livro foi muito bem elaborado e em nenhum momento o autor nos levou a pensar no rumo que a história tomou. Quando o plot twist acontece, Jay Kristoff aponta que tudo estava bem na nossa cara, ou na de Mia, mas muito improvável de ser notado. (Controverso, né? Mas quando acontecer você vai conseguir entender o que quero dizer).

Mia Corvere se tornou uma grande personagem para mim e tenho guardado um carinho enorme por ela. De primeira, por ter lido o livro aos poucos e intercalando com outros, a minha reação não foi tão imediata, mas com o passar dos dias fui desenvolvendo um carinho pela história, principalmente pela protagonista, e venho contando os dias pela oportunidade de poder ler Godsgrave, o segundo volume das Crônicas da Quasinoite. Para finalizar, as últimas páginas podem não ser nada demais para algumas pessoas, mas sempre abro um sorriso quando me lembro delas, principalmente da Loba feita de sombras - que vocês precisarão ler o livro para saber do que estou falando, já que nada de spoilers por aqui - risos.

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10 comentários

  1. Olá!

    Não conhecia a fundo a premissa do livro, porém fiquei encantada com os elementos introduzidos pelo autor. Nota-se que é um livro fabuloso, e os amplos ensinamentos - nesse meio caminho andado pela personagem - podem proporcionar ao leitor diversos momentos devastadores. Então, preciso lê-lo.

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  2. Me recordo do lançamento deste livro, a princípio pelo espetáculo de capa! Há tempos, não via uma capa tão linda!
    E o enredo, que pode até soar como clichê, escola, matérias, amigos. Mas lendo a resenha, a gente vai entendendo que Mia não apenas uma sombria, ela tem sua própria história. Suas dores e claro, seu passado(adorei ler que vai sendo revelado pouco a pouco)
    E se não bastasse ter tudo isso, ela pelo que li, ainda consegue sentir.
    Vai para a lista de desejados com toda a certeza do mundo!
    Beijo

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  3. Oii!
    Não conhecia essa crônica...Amei a capa e a sinopse do livro.
    Sua resenha trouxe muitos pontos que me chamaram atenção á leitura, é claro que vou add nos desejados e torcer mto pra conseguir ler em breve.
    Adorei conhecer o livro.
    Bjs!

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  4. Olá, tudo bem?
    Eu ouvi muitos burburinhos a respeito deste livro, e a maioria foram comentários bons, porém achei a premissa um pouco confusa. Acho que por esse mundo ser tão diferente de tudo que eu ja vi, eu ficaria um pouco confusa no começo. Fiquei curiosa para conhecer um pouco mais da escrita do autor.
    Beijos

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  5. Olá.
    Quero muito ler esse livro. Só vejo resenhas positivas sobre ele.
    A premissa é bem interessante e diferente. Acho que nunca li nada sobre uma escola de assassinos.
    Achei bem interessante o autor conversar com o leitor através das notas de rodapé (eu particularmente gosto bastante rs).
    A Mia parece ser uma das personagens femininas mais empoderadas do momento.
    Só preciso encontrar o livro em uma promoção para comprá-lo rs
    Beijos

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  6. Olá! Essa capa está bem chamativa, confesso que não conhecia o livro, mas gostei bastante do enredo, amo esse mundo de fantasia e o livro traz uma história bem diferente do que acompanho no gênero. E toda a resenha já me deixou bem curiosa para descobrir o que acontece e conhecer melhor esses personagens que tanto se destacaram.

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  7. Olá!
    Já quero um gato "Senhor Simpático " na minha vida, adorei essa idéia ,aliás a resenha é muito interessante, incrível uma escola para assassinos !!!
    A capa é bonita ,o enredo é fantástico, porque depois de tudo o que Mia Corvere passou é sensato buscar vingança. Sorte dela ter esses amigos nessa missão.
    Sobre as regras, detalhes da sociedade ,acredito mesmo que será explicado no segundo livro, eu adoro notas de rodapé. Sempre achei que enriquecem a obra, leio todas quando têm.
    Essa Crônicas da quasinoite...será que quer dizer quase noite mesmo? Fiquei intrigada...
    Como fantasia acho que é um belo livro, tem tudo pra agradar os fãs do gênero. Agora vou ficar pensando nessa Loba feita de sombras.... ( curiosidade mata) .

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  8. O enredo parece bastante interessante. Nossa! Nunca imaginei também uma escola de assassinos. Também não curto capítulos longos, mas pelo menos é fluído o que ajuda. Essas notas de rodapé também me tiram do foco, geralmente leio o capítulo todo pra depois voltar nelas quando sinto necessidade.

    Evandro

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  9. Nunca tinha ouvido falar de Nevernight, mas confesso que não faz o meu estilo de leitura... Uma escola de assassinato?! Achei bem diferente mas não é a minha praia...
    Notas de rodapé é uma coisa sempre boa, com certeza elas nos ajuda para uma fácil compreensão, mas em excesso fica meio chato, né?! Contudo, quem sabe sua incompreensão sobre a sociedade da história se deva a você não ter lido as notas de rodapé ?! Talvez uma segunda leitura recorrendo as notas ajude tirar suas dúvidas...
    Abraços!

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  10. Nunca tinha ouvido falar do livro, mas MEU DEUS, que capa e que sinopse, me deixou muito curiosa! Amo quando o livro tem essa pegada mais vingativa e com assassinatos

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