Luz, Câmera e Ação [51] - Me Chame Pelo Seu Nome

16 abril 2018
Título: Me Chame Pelo seu Nome
Data de lançamento: 18 de Janeiro de 2018
Direção: Luca Guadagnino
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h12min
Gêneros: Romance/ Drama
É verão de 1983 no Norte da Itália, e Elio Perlman, um garoto ítalo-americano de 17 anos, passa seus dias na casa de campo de sua família, datada do século 17, flertando com sua amiga Marzia. Um dia, Oliver, um charmoso pesquisador americano de 24 anos, chega na cidade para trabalhar como estagiário de verão encarregado de ajudar o pai de Elio, um renomado professor especializado em cultura greco-romana. Em meio ao esplendor ensolarado desse cenário, Elio e Oliver descobrem a beleza inebriante do desejo despertado ao longo de um verão que mudará suas vidas para sempre.


Me Chame Pelo Seu Nome (Call by Your Name, no título original), recente indicado e vencedor do Oscar pela categoria de melhor roteiro adaptado, conta o romance entre Elio Perlman e o promissor estágio Oliver.





O jovem músico Elio recebe Oliver em sua casa para que este trabalhe como assistente de seu pai, que é um renomado historiador  com especialização em cultura greco-romana. Ao conviver com Oliver o garoto tem sentimentos que nunca houvera sentido em sua vida.


Entre peças clássicas tocadas ao piano, banhos de piscina, festividades, jogos de vôlei e passeios pela cidade, a convivência entre ambos é permeada de olhares, toques e pequenos gestos de afeição que acabam por mexer com as emoções de Elio. Entretando, não há certeza se o assistente apenas é um bom amigo ou se ele também está envolvido.

Vendo que Oliver talvez não possa corresponder a seus sentimentos, Elio pretende seguir em frente. Assim, envolve-se com Marzia, uma de suas amigas, com quem vive momentos que o faz descobrir alguns de seus próprios desejos.


Embora mantenha contato com Marzia, o jovem não consegue ignorar o que a presença de Oliver lhe faz. A conexão que sente com ele é algo que mexe com sua cabeça, trazendo-o sempre a momentos em que se vê pensativo e apaixonado, perguntando-se sobre o que Oliver estaria fazendo quando se encontra longe dele ou com quem estaria.

Os passeios de bicicleta e tardes sob a sombra de uma árvore em que ambos estão juntos constroem uma afetividade duvidosa, a qual Elio não sabe decifrar como sendo reciprocidade ou apenas uma aproximação inevitável de duas pessoas que moram na mesma casa.

Porém, com o tempo, ambos percebem que o que sentem é mútuo e passam a uma aproximação mais íntima, revelando, embora com receio pelo julgamento dos demais diante da natureza dessa relação, que possam estar interessados em algo além de amizade.


Essa inquietação sentida por Elio é transmitida a nós através da atuação incrível de Thimotée Chalamet, nos submergindo a essa paixão jovial apresentada em Me Chame Pelo Seu Nome. Podemos nos ver nos personagens, uma vez que já vivemos, em algum ponto de nossas vidas, o primeiro amor e as sensações trazidas por ele.

Tudo, desde os pequenos toques e à gestos mais explícitos de amor, é vivenciado de maneira doce, marcada pelas dúvidas e questões próprias desse momento em que o indivíduo está vunerável, sentindo os efeitos inebriantes da paixão.


A direção de fotografia trouxe um clima leve, com filtros que remetem a Itália dos anos 80. O figurino, as locações e todo o cenário nos transportam, juntamente com a trilha sonora,  para esse universo onde a paixão de Elio e Oliver é vivida. E que paixão, leitores! É algo tão lindo de acompanhar, pois a empatia que sentimos pelos personagens é enorme. Nos vemos neles, nos envolvemos com suas histórias e dilemas, sentimo-nos em suas peles.

As nuances do primeiro amor são demonstradas com riqueza de detalhes, nos relembrando as sensações que sentiamos durante nossa juventude. Nada no filme é forçado, de forma que, mesmo sendo heterosexual, você irá identificar-se com o que Elio vive.

Em momento algum passou-me pela cabeça que eram dois homens apaixonados. O enredo é gentil ao introduzir a relação vivida por eles, de maneira que só se consegue ver duas pessoas inseguras sobre o que sentem, como qualquer um de nós.


Muito mais que um simples romance, Me Chame Pelo Seu Nome vem como uma quebra de barreiras - mesmo que seu intuito não seja esse - tão importante a uma geração que destila ódio pelo diferente. O filme trás a naturalidade do amor, independente dos sexos e do julgamento feito pela nossa sociedade.

Recomendo sem sombra de dúvidas!


Assista ao Trailer:







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10 comentários

  1. Oi, Emilly.

    Eu diria que a história é um pouca rara, justamente por não focar no questionamento da vida sexual do personagem, e nem na aceitação familiar...

    Mas, sim, no despertar/interesse e até mesmo descobertas e exploração do Elio pelo mesmo sexo, por ter como pano de fundo o desenvolvimento desse breve relacionamento e os breves momentos vividos pelos dois.

    A emoção, descobrimento, acolhimento da família/relação consigo mesmo e com o Oliver, ou seja, no desenvolvimento do relacionamento dos dois.

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  2. Quando vi este filme pela primeira vez, torci o nariz. Não me conformava.rs E cheguei a comentar com uma amiga que o filme não merecia nem estar concorrendo a Oscar algum.
    Mas depois, foram saindo as críticas e as resenhas do livro, daí, me dei uma chance novamente de ver o filme com outros olhos e foi a melhor coisa que fiz na vida!
    O filme traz toda essa doçura do amor. Não do lance da sexualidade,mas do sentimento. Independente de onde ele nasça, o amor está ali, em cada gesto simples, em cada olhar, em cada estar juntos.
    A trilha sonora é impecável também e super recomendo o filme.
    Logo mais lerei o livro!!
    Beijo

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  3. Oi Emilly.
    Quero muito ler o livro e ver o filme. Vi várias críticas positivas sobre os dois.
    As pessoas precisam ser mais tolerantes e respeitosas. O importante é amor o outro e respeitar esse sentimento.
    Deve ser muito emocionante e tocante acompanhar a jornada de Elio e seu priemiro amor. Acho que todos podem se relacionar com isso.
    Beijos

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  4. Oi Emilly!
    Estou querendo muito ver o filme e ler também o livro, acredito que vou amar ambos. Parece tão encantador a forma como Oliver e Elio se apaixonam, toda a magia do amor e principalmente do primeiro amor. Também achei super legal o fato de ser um casal homossexual, porque o amor é para todos e muitas vezes acontece sim com toda essa delicadeza, independente da opção sexual. Enfim achei a história maravilhosa. Com certeza está na minha listinha pra ver e ler.
    Bjs

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  5. 안녕,Emilly!
    Eu não cheguei a ler o livro, mas depois que vi que tinha saído o filme fiquei com muita vontade de comprar o livro para ler e ir depois assistir o filme. Adoro histórias que nós tragam reflexão e ensinamentos e essa história tanto o livro quanto o filme pelo que vi falarem muito bem. Então estou muito ansiosa para ter o livro e lê-lo. Bjs

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  6. Olá Emily.
    Quero o filme e livro,adoro quando relações tão julgadas são mostradas de forma sensível e humana, não grosseira ou simplória. Esses personagens são ótimos, um jovem Élio se vê envolvido por Oliver que apesar de ainda jovem já é um homem mais vivido e que vem trabalhar com seu pai.O lugar,Itália, a estação ,a juventude e os descobrimentos. .tudo colabora para uma paixão, e se o livro é sutil ao mostrar esse amor , melhor ainda.

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  7. Olá Emily,
    É um filme que ainda pretendo assistir, pelos pequenos pedaços que pude ver a escolha de atores foi bem feita, e a história é mostrada de forma real, com todas as dúvidas, medos e com a descoberta da sexualidade, confesso que não curti muito o envolvimento do Elio com Marzia, mas entendo que foi algo necessário para o sentido da história.
    A única coisa que me incomodou um pouco foi a duração, achei o filme bem longo e espero que ele não tenha se tornado cansativo.
    Beijos

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  8. Oi, Emilly! Primeiro, que crítica maravilhosa! Os elogios e observações condizem bem com o que eu ando lendo ou vendo pela internet.. e só reforçou minha vontade de assistir. A escolha dos atores me agradou demais, e eu achei muito sensacional o fato do diretor colocar esse amor que surge de uma maneira mais delicada e sutil, através de toques e olhares. Sem falar que o cenário é incrível, a arte cheia de detalhes que instigam ainda mais a curiosidade!

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  9. Emilly, assisti o filme na correria para conferir todos os concorrentes dos principais prêmios no Oscar. No início achei parado, mas depois de um tempo senti exatamente tudo o que vc diz na resenha. Nos pegamos a lembrar daquelas sensações avassaladores que são despertadas com pequenos coisas. De como o mundo parece girar em torno e unicamente entre as duas pessoas, independente da sexualidade. No fim, não tem como não se emocionar com Elio e torcer para tudo dar certo. A cena final é magnífica. Outro ponto a ressaltar é o relacionamento com os pais. Muito boa análise. Com certeza, foi um filme marcante.

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  10. Oi Emilly! Nada melhor do que um filme sobre o amor puro e simples, né? Acho que diante de um sentimento tão verdadeiro não cabem julgamentos ou distinções. Me apaixonei pelo trailer desse filme logo quando saíram as indicações para o Oscar, mas ainda não tive tempo de assistir. Pretendo ver assim que possível!
    Beijos.

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