Resenha - Morte na Mesopotâmia

08 fevereiro 2018
Título: Morte na Mesopotâmia
Autora: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 240
Skoob  
Onde comprar: Amazon

A enfermeira Amy Leatheran é contratada para se juntar a uma expedição arqueológica no Iraque. Mas sua função ali tem bem pouco a ver com ruínas e artefatos: ela deve vigiar de perto a bela Louise Leidner, que está cada vez mais apavorada com a ideia de que talvez seu ex-marido não esteja tão morto quanto acreditava. Louise pode estar imaginando coisas. Mas o fato é que, uma semana após a chegada da enfermeira, a mulher é encontrada morta no próprio quarto, e agora cabe a Hercule Poirot identificar o assassino. Quem terá sido? Tudo indica que o culpado está entre os membros da equipe de cientistas.





A enfermeira inglesa, Amy Leatheran, havia sido chamada para acompanhar Mrs. Kelsey, a quem havia ajudado a dar à luz recentemente, até Bagdá, no Iraque. Ela só iria acompanhá-la junto do marido durante aquela viagem, e logo voltaria, a não ser que fosse contratada por outra família na volta.

Porém, durante a viagem, ela acabou conhecendo o Dr. Reilly, que dias depois ao se encontrarem por acaso, disse-lhe que poderia ter um emprego para ela com Louise Leidner, mulher de um arqueólogo renomado que estava liderando uma escavação em Tell Yarimjah junto com outras nove pessoas, porém estava com certas “manias”, e, frequentemente, sofria com ataques de “angústia nervosa”. Motivo pelo qual o Dr. Leidner havia ficado preocupado com a saúde da esposa, e decidido, portanto, chamar alguém para cuidar dela.

"Mrs. Mercado soltou uma risada antipática.― Normal? Pois sim. Deixou-nos mortos de medo. Uma noite eram dedos batendo na janela do quarto dela. Depois foi uma mão, que não tinha braço. Mas quando chegou a um rosto amarelo, comprimido contra a vidraça... e então ela se aproximou correndo, para ver quem era, e não havia mais ninguém... olhe, eu lhe garanto, o negócio ficou um pouco tétrico demais."

Há algum tempo faziam-se escavações ali, lideradas pelo Dr. Leidner, que eram sempre consideradas as mais tranquilas, onde todos se davam bem e eram bons amigos, alguns até se conheciam há vários anos. Só que muito havia mudado depois que Erick e Louise Leidner se casaram, porque dois anos antes naquele mesmo ano, as coisas estavam bem mais tensas.


Havia uma grande tensão na expedição, verificado por várias pessoas diferentes que passavam por lá, inclusive estranhos, e parecia haver um sentimento de que algo estava prestes a acontecer no ar...

"― Contudo ― retrucou o major Pennyman, pensativo ―, mesmo admitindo que as suposições de Mrs. Kelsey não sejam injustas, creio que não explicam aquele curioso estado de tensão… semelhante até a sensação de que a gente tem antes de uma tempestade. Deu-me a nítida impressão de que o temporal ia desabar a qualquer momento."

E, de fato, desabou... Um assassinato foi executado. Uma semana havia passado desde a chegada da enfermeira Leatheran, quando Mrs. Leidner foi encontrada morta em seu quarto. E agora quem será que está por trás disso? Isso e muito mais você terá de conferir no livro.



[ - Minhas Impressões - ]

Não sei vocês, mas quando uma história se passa em outra região, em geral, pouco mencionado em outros livros, como nesse caso no Oriente Médio, a trama para mim passa a ficar mais interessante, ainda mais, quando se tem um mistério envolvido, que relaciona com a região ali representada. E apesar de esse não ser o foco da narrativa, várias vezes a autora para pra fazer uma breve descrição do local onde estão, Tell Yarimjah, e de quão belo ele é, contrastando com a situação apresentada naquele mesmo lugar.

Essa é uma história cheia de intrigas e revelações, envolvendo inclusive acontecimentos da 1ª Guerra Mundial, espionagem e cartas ameaçadoras de quem deveria estar morto.

A trama é narrada em 1ª pessoa pela enfermeira, pois é bem descontraída, e informal várias vezes, pois Amy é sincera e não tem medo de falar o que pensa de cada coisa, uma ótima característica em uma romance policial, pois nos permite tirar as nossas próprias conclusões, apesar de ela sempre nos falar as dela. Isso deixa a leitura mais dinâmica. 

“- Ela é uma mulher esquisita – insistiu. – Uma mulher perigosa, a meu ver. [...] Acho que é desalmada – respondeu.- Sim, acho que pode ser completamente cruel.” – Padre Lavigny

Somos apresentados a cada um dos personagens quando Amy chega ao local da expedição, onde sente esse clima tenso e fica atenta a cada um dos presentes, descobrindo algumas coisas sobre o que estava acontecendo lá conforme conversava com eles. Nada havia acontecido até então, porém dali a algumas noites ninguém imaginava que algo estava prestes acontecer. O problema era que todos tinham um motivo, e poucos tinham um álibi para a hora do crime. Nem um deles gostava de Mr. Leidner, a qual tinha uma personalidade bem forte.

“- [...] É uma mulher de fato encantadora... compreende-se perfeitamente por que o Dr. Leidner caiu por ela... para usar um termo de gíria. Sou forçada a reconhecer que está deslocada aqui. Ela... transtorna tudo. [...] Admiro-a muitíssimo, lógico. É uma criatura linda e, quando quer, sabe ser encantadora.” – Miss Johnson

Cada um dos personagens é único, e todos eles foram bem construídos, de forma que quando você pensa que não há mais nada para ser revelado, pode esperar, pois haverá mais acontecimentos vindo por aí. E apesar de vermos  os homens tendo grande participação durante a trama, temos várias mulheres fortes, inteligentes e independentes, como a enfermeira Leatheran, Louise Leidner, Miss Johnson, mas principalmente Sheila Reilly, as quais desempenharam papéis mais do que fundamentais na história. 

Assim como em outros livros da famosa Rainha do Crime, Agatha Christie faz com que todos os integrantes da expedição sejam suspeitos, pois a chance de o assassino ser alguém de fora é mínima. E um ponto bastante interessante sobre os livros da autora, é que ela sempre vai liberando as informações aos poucos, deixando uma pista aqui e outra ali, para que o próprio leitor possa chegar à solução do mistério junto do detetive, neste caso Hercule Poirot, que é chamado logo após o assassinato, e que resolve o caso de maneira excepcional.


Com maestria, a autora criou mais um livro com uma narrativa muito bem fluida. É um livro não muito grande que pode ser lido em um dia, pois a história te prende de tal forma que é quase impossível de larga-lo. 

Outra coisa que acho interessante nos livros dela, são os pequenos fragmentos de pensamentos e conclusões que ela faz casualmente por meio de simples acontecimentos do cotidiano, os quais levam o leitor a pensar. 

Eu tenho a edição antiga que era da editora Nova Fronteira, a qual está maravilhosa, pois é em capa dura e possui folhas amareladas, e apesar de apresentar alguns erros de escrita, também tem uma boa diagramação.

Com certeza, se você ainda não leu nenhum livro da Agatha Christie, esse é um livro ótimo para começar, ainda mais porque antecede o famoso “Assassinato no Expresso do Oriente”, que acontece durante a volta de Poirot para sua casa, e também uma ótima opção para aqueles que já conhecem a autora e estão em dúvida de qual livro dela ler em seguida. 

RECOMENDO!


"- Tomara que se sinta contente aqui – disse. – E não se entedie muito.
- Em geral isso não me acontece – tranquilizei-a. – A vida não é suficientemente longa para tanto."

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18 comentários

  1. Não tem como chegar em uma resenha da Diva e não ficar babando! Já li este livro na versão anterior, bem antiguinha..rs Mas na época ficava babando na história.
    Foi preciso agora dar uma recordada no tema central, mas este é sem sombra de dúvidas, um dos melhores livros da autora.
    A maneira dela colocar todos como suspeitos e fazer a gente acreditar que já tenha tudo desvendado é mais evidente ainda neste cenário.
    Super recomendado!!
    Beijo

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  2. Oi Sophia.
    O único livro que eu li da autora foi Assassinato no Expresso Oriente. Eu gostei bastante da forma como a autora deixa as pistas sobre o assassino.
    Fiquei com vontade de ler Morte na Mesopotâmia. Fiquei mais animada de ler ao saber que essa história antecede o livro que eu li.
    Também gosto de histórias que se passam em locais que não conheço tanto. Acho que deixa tudo mais interessante.
    Beijos

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  3. Gostei muito da dica, pelo fato de nunca li nada da autora, e como você mesma citou esse e um bom livro para começar ler seus títulos. Já que este e romance policial muito bem descrito, com personagens originais, e muito bem construídos. Outro ponto que me chamou a atenção, foi o fato de que a autora vai liberando as pistas de acordo com que o detetive vai descobrindo, desta forma sentimos parte dessa investigação, e criamos a teoria de quem pode ser o assassino. A narrativa me pareceu muito dinâmica, e a enfermeira me pareceu ser uma personagem incrível. De modo geral me senti atraída a leitura.

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  4. Eu nunca li nada da Agatha porque infelizmente ainda nao tive oportunidade, mas já li a obra completa de Sherlock Holmes e amei demais, entao tenho certeza que quando eu puder ler vou gostar do Poirot! Esse livro parece ser ótimo e muito instigante mesmo, nao vejo a hora de ler algo dela! Ah, e eu também adoro quando o a história se passa em um lugar diferente, e gosto mais ainda quando o autor (a) cita as características e os pontos importantes do ambiente, isso deixa a história muito mais interessante!

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  5. Bom, lá vai.. eu li um único dá Agatha que foi o Assassinato no Expresso do Oriente e simplesmente terminei de ler por questão de honra. Achei a linguagem terrível, não me identifiquei com os personagens apesar da historia seja super bem contada com tramas e viravoltas. O engraçado é que gosto de suspense, gosto de livros de época com linguagem rebuscada mas com ela foi um horror. Lendo tua resenha e comentários é obvio que dá vontade de arriscar, inclusive os mais entendedores da autora me indicaram outros livros dela para ver se eu gosto. Se tiver oportunidade darei uma nova chance para a grande Agatha.

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  6. O gênero policial é um dos meus favoritos dentro do meio literário, e Agatha Christie é alguém que tu precisa conhecer se curte esse tipo de leitura. Já li alguns títulos da autora e o que mais me chama atenção neles foi exatamente o ponto que tu destacou: todos são suspeitos e qualquer um pode ser o criminoso. Isso torna a leitura mais intrigante, envolve o leitor na investigação e o obriga a se tornar parte desse quebra-cabeças. As mulheres fortes que esse livro traz são outro ponto forte pra mim, cansada de todas aquelas protagonistas muito frágeis e indefesas, sempre esperando serem salvas. O cenário é realmente um dos pontos que mais se destacam quando falamos no todo de um livro e este me parece ser belíssimo, ainda mais por ser pouco explorado e um tanto quanto desconhecido. Ainda não li esse título da autora, mas com certeza vou procurar fazê-lo.

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  7. Olá Sophia,
    Já li dois livros da autora, mas não consigo lembrar do final dos dois livros.
    Não sou muito fã de gênero policial,mas lembro de ter gostado dos livros que eu li da autora.
    Acho que vou dar uma chance pra esse livro pra conhecer mais do trabalho da autora.

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  8. Oi Sophia!!
    Então já posso add aos desejados pq eu nunca li livros da autora e morro de vontade de conhecer...
    Bjs!

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  9. Olá Sophia
    Amo os livros da Agatha Christie! É aquele amor de muitos anos, e lembro de ter lido a Morte na Mesopotâmia por recomendação de meu pai, era um dos preferidos dele. No entanto, confesso que não lembro do final e agora estou relendo e lendo alguns livros dela e me apaixonando novamente por esse hino de escritora. Adoro como ela nos leva a outros lugares com uma narrativa descritiva em certos momentos mas nunca cansativa. Outro ponto forte da autora é a presença de personagens tanto masculinos quanto femininos fortes. Essa edição é meu sonho, super linda! Os livros que tenho são das edições mais antigas mas um dia eu começo a colecionar essa nova hahaha Você ja leu o morte no nilo? Amo também e recomendo!
    Bjs

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  10. Sophia!
    Ainda na adolescência, era bem viviada na Agatha Christie, li quase todos os livros dela na época e agora estou fazendo uma releitura de toda a obra e logo chegarei nesse.
    Realmente ler um tremendo thriller policial, ambientado em uma região mais afastada dos eixos das ambientações convencionais, é um grande atrativo e ainda tem as pistas que ela vai soltando durante o enredo e vamos ontando o quadro e tentando descobrir o autor do crime, com isso, nem vemos o tempo passar, concorda?
    Um carnaval de alegria e moderação e bom final de semana!
    “Quer você acredite que consiga fazer uma coisa ou não, você está certo.” (Henry Ford)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA FEVEREIRO: 3 livros + vários kits, 5 ganhadores, participem!
    BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

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  11. Oi Sophia! Menina, nunca li nada da Agatha Crhistie, acredita? Já tive várias oportunidades, de estar com livros dela em mãos, mas nunca peguei pra ler. Acho que são tantos que fico até meio perdida de por onde começar. Mas ainda pretendo ler, nunca ouvi nenhum comentário negativo sobre nenhum, então acredito que realmente vale a leitura e eles parecem realmente ser bem dinâmicos. Também adoro quando o livro se passa em um local pouco explorado!
    Beijos.

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  12. Oi Sophia!
    Não vou mentir, não curto os livros da Agatha, acho a escrita dela muito cansativa, mas sei que ela faz pesquisas dos locais que são ambientados seus livros, então deve ser incrível acompanhar o Oriente Médio.
    Poirot é um personagem já conhecido dela e ele é um detetive intrigante, e de uma coisa eu sei, o assassino é quem menos esperamos.
    Não vou dizer que pretendo ler, mas não nego que a autora tem muitos fãs!
    Beijos

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  13. Olá Sophia! Amei demais conferir a resenha deste livro, confesso que apesar de gostar do gênero à tempos não leio nada da autora, então além de ficar curiosa por esse grande mistério e pela narrativa dessa enfermeira, fiquei com saudade de ler algo dessa escritora maravilhosa.

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  14. Eu uma fã louca da Agatha Christie adorei a resenha vou procurar o livro

    Adorei o blogue e já te sigo
    Ganhou uma leitora fiel
    Beijos,

    Por favor passe no meu blogue e nos siga
    https://coisasdecrespasoficial.blogspot.com/2018/02/dicas-p-o-retorno-as-aulas.html

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  15. Oi Sophia ;)
    Também adooooro livros que se passam em lugares diferentes, e que não somos acostumadas a ver muito nos livros. E amo os que se passam no Oriente Médio!
    Nunca li nada da Agatha, mas tenho o livro Assassinato no Expresso Oriente, e queria ler ele em breve e ver o filme. Não conhecia ainda a história de Morte na Mesopotâmia, mas como adoro livros do gênero e dizem que autora é a rainha do romance policial, com certeza esse já está na minha lista de leitura ;)
    Que bom que a narrativa dela é instigante assim, com ela soltando poucas pistas ao longo dos capítulos... então deve ser uma leitura que requer bastante atenção aos detalhes. Adorei a resenha!
    Bjos

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  16. Oi Sophia! Amo muito a Agatha Christie e principalmente, assim como você, adoro quando se passam em cenários diferentes. Sempre fico muito instigada e em um dia ja era kkkkkk Esse ainda não li mas gostei bastante da premissa por causa da sua resenha. Beijos!

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  17. Oi Sophia, tudo bem?
    Eu amo a Agatha, meu nome é inspirado no dela hahahaha, mas não paenas por isso, pela sagacidade da autora em levar o leitor sempre para o suspeito errado....
    Gosto dessa versatilidade dos cenários das histórias que ela traz, com conteúdos e culturas diferentes, sempre agregando mais que a leitura por si só.
    Gosto do Poirot, seu modus operandi hehehe
    Com certeza irei lê-lo.

    Beijos
    Chrysthie Audi

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  18. Oi Sophia!
    Eu já li três livros da Agatha, mas infelizmente não me identifiquei com a escrita dela, achei a leitura muito lenta mesmo com os livros sendo menores. O Poirot é de fato o melhor personagem da vida e ainda quero dar uma chance para os livros mais antigos, onde ele tem mais destaque do que outros personagens que aparecem nos mais recentes. Ainda quero ler esse livro, dica anotada!

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