Resenha - As sete irmãs

''Agora que Maia e suas irmãs perderam o pai, cada uma delas tem em suas mãos a decisão de buscar ou não a verdade sobre sua família biológica. Maia não resiste ao chamado do passado e é atraída até o Rio de Janeiro, onde, auxiliada pelo escritor Floriano, irá mergulhar em uma história quase centenária. Nos anos 20, uma paixão devastadora entre uma aristocrata brasileira e um escultor francês é sufocada pelas convenções sociais. Uma pequena placa de pedra-sabão eternizou o amor de Izabela e Laurent, selando o destino de Maia. A escritora best-seller Lucinda Riley mergulhou na cultura e na história do nosso país para conhecer de perto os mitos e verdades sobre a construção de um dos mais emblemáticos monumentos à nossa fé: o Cristo Redentor. O resultado dessa experiência é uma trama surpreendente e sensual, recheada de elementos exóticos. A partir do momento em que, junto com Maia, aterrissamos no Rio de Janeiro, não vamos nos separar dela enquanto não decifrarmos os segredos de seu passado. E esse é apenas o começo da viagem.''

560 páginas || Skoob  || Cortesia: Editora Novo Conceito ||
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Eu estava muito interessada em ler As sete irmãs, mas confesso que não imaginei que esse livro iria me tocar tanto. Lançado ano passado pela Editora Novo Conceito, e o primeiro de uma série de sete livros, esse é o primeiro contato que tenho com a narrativa da autora.

Pa Salt é um misterioso bilionário que vivia viajando pelo mundo, mas sempre retornava para seu castelo, Atlantis, às margens do Lago Léman, na Suíça. Carinhosamente, ele adotou seis lindas meninas, cada uma delas trazidas de lugares diferentes do mundo. Fascinado pelo aglomerado de estrelas, conhecido como Sete irmãs, ele nunca conseguiu encontrar a sétima filha a ser adotada.

''... finalmente comecei a absorver o horror trazido pela perda de Pa. E percebi que o homem que criara um reino em que todas nós éramos suas princesas não estava mais aqui para sustentar o encantamento.'' (p. 22)

Após a morte de Pa Salt, as irmãs se reúnem em Atlantis, e buscam consolo umas as outras. O advogado de seu pai adotivo revela que antes de morrer, ele havia deixado algumas pistas da origem das irmãs, em coordenadas geográficas do local exato onde as mesmas haviam nascido, e caberia a elas decidir se iriam em busca de seu passado.

Maia, a filha mais velha, descobre que nasceu na Casa das Orquídeas, localizada no Brasil, Rio de Janeiro. Tentando lutar contra seus medos, ela resolve buscar sua origem, e viaja para o Brasil.

Em uma busca pelo passado, Maia se depara com a história trágica de seus ancestrais. Uma série de acontecimentos, de encontros e desencontros, de amor e perda, e tendo como peça fundamental, a construção do Cristo Redentor, um quebra-cabeça começa a encaixar-se, levando-a a descobrir os motivos de sua adoção, e quem fora sua família biológica.

''Vou sentir sua falta todos os dias, mas entendo que não é possível manter um belo pássaro em uma gaiola. Se você o ama, precisa deixar que voe em liberdade.'' (p. 178)

A parte do livro, que refere-se ao presente, a narrativa é feita em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Maia. E em terceira pessoa, quando narra a história dos ancestrais de Maia. A escrita de Lucinda é incrivelmente gostosa, e fluiu naturalmente.

A diagramação é perfeita, com folhas amareladas. O tamanho e espaçamento das letras são confortáveis, o que ajudou a tornar a leitura perfeita. A capa, sem dúvida, é linda, e foi o que me chamou atenção desde que vi o lançamento do livro.

''Além disso, esconder-se do mundo não funciona, porque você ainda precisa enfrentar a si mesma diante do espelho toda manhã.'' (p. 301)

Esse livro é fascinante. Quando Maia se vê diante de seu passado, é impossível não sentir os mesmos sentimentos que ela. Fiquei tocada demais com a história de sua bisavó, que viveu na época da construção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Impressionante como Lucinda pesquisou a fundo, um pouco da história de nosso país, para misturar realidade, com ficção. Percebe-se que cada detalhe, foi encaixado perfeitamente.

'' - Acho que geralmente não merecemos o que temos. Mas talvez no futuro tenhamos o que merecemos - eu disse, quase para mim mesma, e a segui pelo corredor.'' (p. 525)

Eu poderia contar muitas coisas, mas acredito que para o encanto da leitura ser maior, é preciso saber somente o que diz essa resenha. Mais da metade do livro é narrado no passado, que Maia desvenda aos poucos, e por isso é tão importante que ocupe uma parte significativa do livro.

Não posso deixar de citar, o personagem Floriano, um escritor brasileiro, que ajudará nossa protagonista em sua busca. E dizer também, que Maia é uma mulher, que apesar de possuir inúmeros medos, é uma pessoa muito determinada.

Recomendo esse livro para quem gosta de se surpreender a cada descoberta. Estou completamente segura quanto a minha avaliação para esse livro. Ele é bom demais, e todos deveriam ler.

As sete irmãs envolve mistério, uma história comovente de amor, e, uma dose essencial de drama. O livro é longo, mas, você embarca com facilidade junto com Maia, para descobrir sua origem. É claro que, sendo o primeiro livro de uma série que promete, Lucinda deixou um gostinho de quero mais no final. Muitas revelações ainda estão por vir, e eu, mal posso esperar para descobri-las!