Resenha: Deixei meu coração em modo avião

26 março 2020

Livro: Deixei meu coração em modo avião
Autora: Fabíola Simões
Cortesia: Faro Editorial
Onde comprar: Saraiva, Amazon
Neste livro, a autora do blog “A soma de todos os afetos” mostra porque arrebata seguidores pelas redes sociais. São mais de 2,5 milhões de fãs no Facebook e mais de 150 mil no Instagram.
Com crônicas que abordam os amores e as dores da vida real, Fabíola reflete sobre a importância de levarmos uma vida mais leve, de não se cobrar perfeição, de descansar entre momentos apressados, ser gentil com os outros e consigo mesmo.
“Deixei meu coração em modo avião. Hoje não quero criar expectativas, controlar o que não posso, me culpar por aquilo que não depende só de mim.”
Através do olhar doce e observador, Fabíola reflete sobre como podemos aprender a esperar o momento de agir, da dor amenizar, da ferida sarar e da saudade deixar de doer. Este livro fala ao coração de uma forma única e especial e faz um convite, deixar o coração se acalmar e esperar que a vida te surpreenda.
 


“O perdão é uma escolha. Uma escolha de viver sem dívidas com o passado, de se desvencilhar das mágoas e dos ressentimentos e, principalmente, de viver sem dor”.

A crônica mergulha no universo que é a vida, demonstrando com leveza a delícia e a dor que é poder estar vivo, o poder de fazer escolhas que carregam os seres humanos, no entanto, que as consequências caminham ao lado das escolhas que fazemos, como se fossem melhores amigas. Mergulhando no amor, no valor da amizade, da fé, do amor-próprio, de deixar ir o que não nos pode levar até aonde queremos chegar, senão, nos impede de alcançar lugares que são traçados por nós, ou, pelo universo para nós. 

Deixar o coração em modo avião nos convida a realmente fazer aquilo que condiz com o título, nos levando para o nosso íntimo, auxiliando o reconhecimento das fraquezas que todos nós, seres humanos, carregamos, e aquelas que estão conosco e que ainda nem fomos capazes de reconhecer e talvez possamos partir sem saber, tanto as inúmeras qualidades e os defeitos que fazem parte de quem somos. Entender que não somos capazes de mudar tudo quanto desejamos e quem desejamos é o primeiro passo para viver a felicidade que não está no amanhã, nas coisas ou nas pessoas, está intimamente ligada ao nosso coração.

A autora expressa que, deixar o coração em modo avião é uma necessidade humana, porquê viver a vida é muito mais precioso que tentar controla-la. Quando achamos que assumimos o controle, na verdade, estamos nos privando de experimentar os momentos, sejam eles bons e ruins, que a vida tem preparado para nós, para a nossa evolução como pessoa, englobando a nossa espiritualidade, elevando a nossa fé mediante as adversidades ultrapassadas e vencidas.

Em razão da correria do cotidiano e as preocupações com o futuro, pessoas deixam de experimentar o agora, que é muito mais importante que o futuro que unicamente representa incerteza. Deixam de colocar o coração em modo avião para as coisas que não tem importância e significado, perdem o tempo com pessoas que não tem a sensibilidade e responsabilidade de afeto para cuidar do mais precioso que existe em nós, o nosso coração. Com isso, são fadadas ao fracasso, as decepções contínuas, que sempre existirão.

Utilizando histórias como exemplos para associar a crônica, os textos transmitem a necessidade de olharmos para nós com o mesmo amor que olhamos aos outros. Que a chuva é tão importante quanto o sol em nossas vidas, isto é, as tempestades também possuem o seu valor em nosso íntimo, pois elas nos levam aos degraus do aprendizado, a níveis maiores que não atingiríamos somente experimentando a alegria e o “deu tudo certo”.

Mediante isso é preciso entender que o maior sentido da vida é poder vive-la da maneira que ela flui, contribuir para que estejamos cercados de pessoas certas, que mesmo imperfeitas como nós, no entanto, que tenham o mesmo desejo: deixar o coração em modo avião e viver, ser feliz todos os dias pela vida que existe no íntimo, porquê viver dói, mas existe beleza nos ensinamentos trazido após cada queda.

“É preciso coragem para romper com a ilusão de uma felicidade distante que reside no passado e assumir o encontro com as alegrias miúdas que brotam no solo árido do dia a dia”.



[- Minhas Impressões -]

O título do livro possui claramente ligação com a mensagem do livro, onde durante a leitura permiti que o meu coração tivesse o seu wi-fi desligado. O subtítulo expressa ligação com as crônicas desenvolvidas, porquê ter paz em todos os momentos é o que nos faz passar os tempos difíceis com equilíbrio e aproveitar os bons como se fossem os últimos. Os capítulos são curtos, sendo esses divididos por diferentes frases, condizentes com o que será descrito no capítulo correspondente. A leitura é leve e fluída, apresenta um nível fácil de compreensão.

A minha relação com este livro é de um eterno amor, refleti sobre toda a minha vida, sobre o passado, deixando-o lá, em seu lugar, no que passou, refleti no presente, que é o mais importante, aprendi que viver o agora nos faz viver de verdade, quando nos preocupamos com o amanhã deixamos de vivenciar o presente e nos levamos ao futuro que um dia chegará, ou não, não é preciso pressa, edificar é importante, entretanto, saber o que estamos edificamos e quem está conosco durante as construções é indispensável. Eu consegui ler: sorrindo e chorando e nada melhor que um livro para mexer com o coração e com a alma como esse.

Deixar o meu coração em modo avião talvez tenha sido a minha melhor escolha, refleti sobre mim e encontrei um eu especial e cheio de vontade de viver, como diz o subtítulo: em um relacionamento sério com a paz e escolher tornar a vida algo bom. Obrigada, Fabíola, eu escolho tornar a vida algo bom.

Indico este livro ao mundo, para aqueles que amam a leitura assim como eu, para aqueles que amam a vida e também para aqueles que ainda estão aprendendo a amá-la ou por um momento deixaram de amá-la. Para aqueles que nunca tiveram a oportunidade ou não quiseram ler um livro sequer. Deixe o seu coração em modo avião e VIVA, temos pouco tempo, entretanto, podemos fazer dele inesquecível.


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