Margô não é como outras garotas.
Ela mora em uma casa caindo aos pedaços, num bairro abandonado, com sua mãe que a ignora há dois anos. Ela se sente invisível, até que a amizade com Judah, seu vizinho cadeirante, muda suas perspectivas e a desperta.
Quando uma criança de sete anos desaparece, Margô resolve investigar o caso com a ajuda de Judah e o que ela descobre a transforma por completo. Agora, determina a encontrar o mal, a razão de sua vida torna-se caçar todos os matadores de crianças, um a um.
Sob o risco de perder tudo, inclusive a sua própria alma, Margô embarca num caminho sem volta...
E o que isso diz a ela sobre si mesma? Por que decidiu fazer justiça? E o que a tornou tão invisível?
Margô é uma criança solitária e completamente ignorada pela mãe que trabalha como prostituta. Elas moram em uma casa decrépita em um bairro pobre e abandonado e a garota se sente invisível, pois ninguém parece capaz de enxergá-la de fato.
Ela se refere a casa em que mora como 'a casa que devora', pois acredita que a casa emana uma energia que transforma as pessoas em algo ruim por ser um lugar triste e sombrio.
" Há uma casa em Bone com uma janela quebrada coberta por uma folha de jornal. O revestimento externo da casa está caindo aos pedaços e o teto parece carregar os fardos do mundo.''
''Eu vivo nesta casa com minha mãe. Debaixo de chuva, no quarto com a janela quebrada. Eu a chamo de a casa que devora.Porque, se deixar, esta casa vai devorar você, como devorou minha mãe. Como tenta me devorar."
Margô se sente inadequada e indesejada por ser gorda e feia, e a mãe contribui ainda mais para que ela se sinta assim ao tratá-la de forma tão fria e distante. Seus dias se resumem a ir à escola e a obedecer às ordens da mãe, que mal fala com ela, a não ser para mandá-la comprar seus cigarros e não sair do quarto quando o cliente do dia estiver para chegar. Assim o tempo passa, e Margô agora já é adolescente, porém sua vida continua exatamente igual. Até que a inesperada amizade com Judah, seu vizinho cadeirante lhe apresenta novas perspectivas e torna seus dias mais suportáveis.
Indo a fundo em sua investigação, Margô se depara com uma verdade assustadora e decide por sua vez fazer justiça com as próprias mãos, tornando-se portanto, uma justiceira. Então a partir desse momento a história vai ganhando contornos inimagináveis, pois a maneira como Margô encara a verdade sobre o que aconteceu com a criança a deixa com sede de vingança. Isso acaba fazendo com que ela mesma se coloque em perigo, já que ao buscar por justiça para as vítimas, ela acaba quase que se tornando uma.
Mas a amizade de Margô e Judah é um ponto determinante em toda a narrativa, pois ao longo da leitura algumas revelações vão sendo feitas o que faz com que seja completamente impossível de parar de ler. Mas nada, absolutamente nada me preparou para essas revelações incríveis e chocantes e muito menos para as reviravoltas que aconteceram. Por isso, comecei a ver então a protagonista com outros olhos e comecei a questionar sua sanidade, colocando em dúvida todas as suas ações e o que ela julgava ser real.
Tarryn Fisher superou em muito as minhas expectativas, pois, se eu já havia gostado muito de O lado Obscuro eu simplesmente amei Invisível.
A história prende a atenção e nos leva a nos colocar no lugar da Margô em muitos momentos. E eu inclusive fiz muito isso ao longo da leitura, já que eu me sentia exatamente igual a ela diante das injustiças e maldades praticadas com aquelas pessoas que não podiam e não tinham como se defender sozinhas.
A trama me despertou uma gama e tanto de sentimentos e me causou um tremendo impacto, uma vez que, ao terminar de ler, fiquei parada por um tempo tentando assimilar tudo o que havia acabado de ler.
Considero o personagem da Margô imensamente complexa e forte e nada fácil de entender também, por isso mesmo eu recomendo a leitura desse livro, pois eu tenho certeza de que a história irá causar em quem a lê os mesmo sentimentos controversos que causou em mim.
Eu amei a capa e acredito que ela tenha tudo a ver com a história, pois deixa bastante explícito as nuances sombrias do que a história reserva aos leitores.
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