Resenha - Na hora da virada

03 dezembro 2019

Título: Na hora da virada
Autora: Angie Thomas
N° de páginas: 378
Cortesia: Grupo Editorial Record / Editora Galera Record
Skoob
Onde comprar: Amazon
Bri é uma jovem de dezesseis anos que sonha se tornar uma das maiores rappers de todos os tempos. Ou, pelo menos, ganhar sua primeira batalha. Filha de uma lenda do hip-hop underground que teve o sucesso interrompido pela morte prematura, Bri carrega o peso dessa herança.
 Mas é difícil ter a segurança de estrear quando se é hostilizada na escola e, desde que sua mãe perdeu o emprego, os armários e a geladeira estão vazios. Então, Bri transforma toda a sua ira em uma primeira canção que viraliza... pelos piores motivos! No centro de uma controvérsia, a menina é reportada pela mídia como uma grande ameaça à sociedade. Mas com uma ordem de despejo ameaçando sua família, ela não tem outra escolha a não ser assumir o que a opinião pública lhe impôs.
Na hora da virada dá aos leitores de Angie Thomas outra protagonista pela qual torcer. É uma história sobre lutar por seus sonhos e também a dificuldade de ser quem você é, não quem as pessoas querem que você seja.


Bri, o irmão mais velho, Trey, e a mãe não têm uma vida fácil. Eles moram em uma casa simples em um bairro tomado por gangues, e o maior sonho dela é se tornar uma rapper famosa e conhecida por onde quer que vá, pois ela realmente tem um talento que foi herdado de seu pai, morto ainda muito jovem e uma verdadeira lenda do hip-hop underground.

Correndo atrás de fama, sucesso e reconhecimento de seu dom nos improvisos do hip-hop, Bri viraliza em sua primeira canção, mas, o conteúdo de sua música transforma a adolescente em uma ameaça à sociedade e, além de ser vista com desconfiança e tratada com hostilidade na escola as coisas não andam nada bem em sua casa. 

A mãe perdeu o emprego e a comida começa a se tornar escassa na geladeira e nos armários, deixando Bri cada vez mais preocupada e revoltada com a situação. E como se não bastasse isso, ela passa por um episódio bastante traumático, que só vem a contribuir para deixá-la ainda mais irritada e desesperada com a situação da família e com a injustiça sofrida.

"Tudo acontece de repente.  Ele segura segura meu braço de novo e o empurra para as minhas costas. O outro vai parar nas costas também. Tento me soltar e puxar os braços, o que só torna o aperto mais forte. Antes que eu perceba, meu peito bate no chão, depois meu rosto é pressionado no piso frio. O joelho de Long aperta minhas costas enquanto Tate pega a minha mochila."

Após o ocorrido Bri só pensa em colocar toda a sua raiva para fora, e nada melhor do que fazer isso através das fortes letras de sua música. Todavia ela terá que enfrentar a forte resistência de sua mãe, Jay, que não quer ver a filha envolvida no mundo viciante e perigoso do hip-hop pois, para sua mãe, o futuro da filha em se tornar alguém está nos estudos.

"Agressiva" é usada para me descrever com muita frequência. Deveria significar ameaçadora, mas nunca ameacei ninguém. Só digo coisas das quais os professores não gostam."

Bri só conta com o apoio da tia para realizar o sonho de ser tornar rapper, mas não está muito satisfeita com a forma com a qual sua pretensa carreira no mundo musical tem sido conduzida. 

Acreditando que quando se deseja algo com todas as forças do coração é preciso correr atrás e só parar quando conseguir, então, Bri segue determinada a se tornar a mais nova lenda do mundo da música no hip-hop, porém até que consiga chegar lá, terá que enfrentar inúmeras dificuldades e impedimentos.





[- Minhas Impressões -]

Logo que comecei a ler Na hora da virada, confesso que não estava muito entusiasmada com a história, pois pensei (erroneamente) se tratar de um livro que fosse retratar o negro como um coitadinho digno de pena, mas não foi isso o que aconteceu, de maneira alguma.

Bri é uma das personagens mais fortes e corajosas que já li em minha vida. Ela é destemida, inteligente, esperta e disposta a dar o sangue para proporcionar uma vida melhor para sua família, mesmo que as vezes as decisões tomadas por ela não seja uma das melhores e mais acertadas. E ao mesmo tempo ela também é muito cabeça dura, explosiva e com tendência a se meter em problemas.

O relacionamento dela com a mãe foi uma das coisas mais emocionantes durante toda a leitura, e realmente eu me comovi bastante com o esforço de Jay para sustentá-los e mantê-los juntos e unidos como uma família deve ser, afinal, Jay sabe que o Garden, bairro onde moram não é o lugar mais indicado pra criar os filhos, mas é onde eles vivem e é ali que ela luta bravamente com os seus demônios interiores, mas a todo o momento se mantém firme e forte para os filhos e isso por si só é digno de admiração e respeito.

Trey, o irmão de Bri foi um personagem que me conquistou quase que instantaneamente porque ele cuida e se dedica a família com tanto amor e zelo que não tem como não gostar dele. Outro ponto muito interessante de toda a história, foi acompanhar os sentimentos e desejos de Bri aflorar. Foi muito legal testemunhar o surgimento do interesse dela por um garoto e também quando outro garoto apareceu na jogada e assim percebendo o quanto ela ficou mexida com isso.

A amizade entre ela, Malik e Sonny foi uma das coisas mais legais e verdadeiras em toda a história, pois foi gostoso demais acompanhar a cumplicidade, o apoio e o companheirismo entre eles. Mesmo até quando a amizade ficou extremamente abalada por alguns acontecimentos  no qual fiquei na torcida para que tudo se resolvesse o quanto antes, já que os três juntos tornou a leitura muito mais interessante e forte.

O desejo de Bri em se tornar famosa e assim ganhar dinheiro para ajudar a família foi algo que me fez torcer muito por ela, pois eu queria muito vê-la vencendo na vida e se tornando a pessoa que ela nasceu para ser.


Na hora da virada é um livro que merece muito ser lido e refletido também, porque ele toca em questões que a gente não se sente muito a vontade para debater e, por isso mesmo, é um livro que merece toda a nossa atenção, já que após lê-lo, e até mesmo durante a leitura eu passei a me questionar em alguns momentos. 

Acredito que a intenção da autora era nos tirar da nossa zona de conforto e nos fazer prestar mais atenção no outro e também nas atitudes que tomamos em relação ao próximo. Então por isso mesmo eu só tenho que render elogios a Angie Thomas, pois com certeza ela conseguiu o que queria quando escreveu esse livro, ela me fez pensar e refletir sobre mim mesma.

Vale muito a pena a leitura dessa obra. A conselho todos que assim que tiverem oportunidade, o peguem para ler, pois de forma alguma a leitura terá sido em vão.


Um comentário

  1. Caramba a resenha está maravilhosa e estou definitivamente apaixonada por esse livro. Já vai ser minha meta pra 2020!
    Essa história tocou meu coração, esse enredo é muito tocante.
    Jardim de Palavras

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