Livro: A Sétima Cela
Série: Trilogia A Cela
Autora: Kerry Drewery
Cortesia: Astral Cultural
Páginas: 316
Skoob
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Martha Heneydew é a primeira adolescente a ser presa e condenada no novo sistema de justiça da Inglaterra. A polícia a encontrou ao lado do corpo de Jackson Paige, filantropo, milionário e uma das celebridades mais queridas do país. Nesse novo sistema de justiça, o condenado tem sete dias - cada dia em uma cela diferente - para ter seu destino determinado pelos votos dos telespectadores. Se a audiência do programa de TV "Morte é Justiça" decidir pela inocência do preso, ele será solto. Caso contrário, será morto na cadeira elétrica. Porém, algumas peças não se encaixam na história que Martha conta para a justiça. Ela se declara culpada, mas há algo por trás da cena do crime que os telespectadores ainda não sabem. Com a ajuda da consultora psicológica, Eve Stanton, de um juiz do antigo sistema jurídico, Cícero, e do seu grande amor, os sete dias que precedem sua execução serão de muita intensidade, sofrimento, descobertas inesperadas e reviravoltas de perder o fôlego. Quem é, de verdade, Jackson Paige? Martha Heneydew é realmente culpada? Será que esse sistema jurídico é justo? Nesta distopia eletrizante, todas essas questões nos fazem refletir sobre o poder do dinheiro que, muitas vezes, prevalece sobre a justiça. E Martha, uma adolescente forte e destemida, mostra sua crença em uma sociedade verdadeiramente justa, na força da amizade e do amor. Mesmo que isso possa significar sua própria vida.


Martha HoneyDew é a primeira adolescente a passar por este novo processo. Acusada de matar Jackson Paige — um grande ídolo local que faz caridades, que saiu da pobreza, possui um filho adotivo, entre outros feitos — ela tem o total de 7 dias de vida, onde passará por 7 celas diferentes. E através dos programas televiso a população terá maiores conhecimentos sobre o caso, votando se ela é culpada ou inocente. Será mesmo que ela é culpada? Será que todas as provas serão analisadas? Será que esse novo tipo de justiça funciona?

E falando sobre esta questão de a população acabar fazendo "justiça com a próprias mãos", me veio um paralelo com o caminho que a nossa sociedade atual toma. Não somente, mas como isso afeta nossa escolha política. Sem me aprofundar muito no assunto pois acredito que cada um tem direito a sua opinião, quem optar por conhecer a obra no momento talvez sentirá essa interligação com a atualidade do Brasil, o que acho um ótimo paralelo. Faz você pensar em algo que não foge muito de uma possível realidade.
"As pessoas vão ver, vão ouvir o que eu tenho a dizer, e talvez, elas entendam. Talvez elas finalmente entendam, finalmente fiquem chocadas e tudo mais, e eu terei feito a minha parte. Depois, a bola vai estar com você, Isaac. Você vai ter que usar essa onda de choque para mudar as coisas para melhor." pág. 59
Sobre os personagens, achei todos muito bem trabalhados, desenvolvidos e colocados, nos mostrando que a conexão leitor e protagonistas irá acontecer. Martha para mim foi a maior incógnita enquanto não conseguisse entender seus reais motivos por todas as ações feitas. A partir do momento que entendemos suas escolhas, ela ganha nossa paixão e cresce em personalidade durante a narrativa. Só me incomodei um pouco com a excessiva parte romântica que ela traz nos pensamentos, e que poderia facilmente ser descartada.
E claro que com todo um desenvolvimento cheio de mistérios, verdades a serem desvendadas, peças sendo encaixadas, não poderia deixar de ter um final eletrizante. Confesso que algumas questões consegui descobrir no andamento, porém as cenas finais são cheias de surpresas. Existe uma reviravolta que não imaginaremos chegando, e por isso pode esperar maravilhamento. Prepare o coração pois a última parte deixa de queixo caído.

Na parte física, a capa condiz totalmente com o conteúdo — até mesmo o título do livro ter espécies de ranhuras — por isso acertada a escolha da Astral Cultura manter a capa original. Na diagramação o exemplar é separado por cada cela que a Martha passará — cela 1, cela 2, cela 3 até chegar na cela 7. A diagramação é espaçada, no entanto o fato da narrativa ser misturada — temos o ponto de vista da Martha em primeira pessoa e alguns acontecimentos e outras narrativas em terceira pessoa — foi inicialmente difícil de me adaptar. Depois acostuma e tudo flui. Não encontrei nenhum erro de revisão ou ortográfico.
"— Às vezes... — sussurra Martha — ...não fazer nada é uma maneira de fazer algo muito grande, na realidade. Você é uma engrenagem em uma máquina, aceitando tudo que acontece porque todas as outras engrenagens estão fazendo a mesma coisas, e ir contra toda essa estrutura é difícil demais." pág. 94
Estou ansiosa para ler o próximo, e desvendar um pouco mais sobre esse universo. Lembrando que ele faz parte de uma trilogia denominada A Cela. Espero que tenham gostado!
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5 comentários
Puxa, estava lendo a resenha e me perguntando como agiria se tipo eu estivesse aqui do lado de fora, poder decidir se alguém é culpado ou inocente. Deve ser algo muito bom não, apesar de sermos humanos e vivermos julgando uns aos outros, infelizmente. Mas sei lá..rs talvez eu até gostaria!
ResponderExcluirBem, quanto ao livro, como não conhecia, adorei o que li acima, por trazer uma protagonista tão jovem, e com esse peso do ser culpada ou não e de todo este universo, criado em celas!
Me recordei também de um filme chamado A Cela!
Se puder, lerei com certeza.
Beijo
Não tem coisa melhor quando começamos um livro sem esperar nada e ele nos surpreende.
ResponderExcluirGostei muito da capa, é bem linda e chamativa.
Não leio muita distopia, mas questão de prioridade em outros gêneros do que gosto; mas confesso que fiquei interessada.
Essas questão das celas é intrigante, e achei bacana essa comparação com os nossos dias atuais. Acaba nos levando a refletir.
Beijos
Olá! Eita que o livro traz muito do que eu amo em uma leitura, distopia é um dos meus gêneros favoritos e esse ainda traz também um suspense, ai é match (risos), gostei bastante da proposta da autora, deu para perceber que a história é bem dinâmica e vai fazer o leitor grudar nas páginas para terminar o mais rápido possível. Tenho certeza que esse modelo de justiça não daria muito certo aqui em terras tupiniquins, fico aqui pensando em qual maluco é deixar nas mãos de tanta gente assim o destino de uma única pessoa (#tenso).
ResponderExcluirEncontrei esse livro em uma promoção no Submarino esses dias e ele logo me chamou atenção pela capa e pelo título. Não tinha lido a sinopse ainda, mas depois de ler a tua resenha fiquei super curiosa com a história. Além do paralelo com o nosso momento atual, a trama me parece bastante original e complexa, bem como as personagens, o que torna o livro ainda mais atrativo pra mim. O final eletrizante e as reviravoltas surpreendentes são só mais elementos que me deixam curiosa pra realizar a leitura. Não sabia que fazia parte de uma trilogia, mas com certeza vale a pena começar a acompanhá-la.
ResponderExcluirNão gosto de distopia.Fico muito apreensiva com esses temas.
ResponderExcluirA resenha remete mesmo ao que pode acontecer no nosso mundo atualmente.
Gostei mais da parte de suspense, é um incentivo, o que desestimula é ser o primeiro de uma trilogia..quando chegar o outro eu já esqueci do primeiro. .
Que bom que a autora consegue fazer a história fluir bem, pois em primeira pessoa eu acho complicado entrar no cenário e fazer parte do enredo, ainda mais uma história angustiante.
O jeito é ler para conhecer!