Uma jovem jornalista com uma carreira promissora em Nova York se vê aprisionada em sua própria insanidade com uma doença que nenhum médico consegue diagnosticar. A rotina no jornal onde ela trabalha é substituída por inexplicáveis alucinações, surtos e ataques de paranoia - os mesmos sinais atribuídos a casos de possessão. Poderia se tratar de um episódio de House, mas é a história de Susannah Cahalan, que escreve o período de terror em que se transforma em desconhecida para si mesma e seus familiares. Sem poder contar com a memória para escrever sua reportagem mais difícil, Susannah recorre aos próprios rascunhos do período em que esteve doente, além de relatos de médicos, familiares, namorado e documentos para construir um drama psicológico sobre os caminhos misteriosos e assustadores do nosso próprio cérebro.
Livro: Insana
Susannah estava no ápice de sua carreira: apesar de jovem,
era uma excelente jornalista do New York Post e ao que tudo indicava, a vida
prometia continuar lhe proporcionando ótimos momentos. Além de ser eficiente e
feliz naquilo que trabalha, ela era uma mulher de 24 anos que estava em um
relacionamento sério pela primeira vez e que gostava de ser e se sentir
completamente independente, sempre correndo atrás de seus objetivos com muita determinação.
Porém, num dia que parecia ser comum como qualquer outro,
Susannah nota dois pontinhos vermelhos no seu braço que começa a lhe causar
pesadelos noite após noite e ela começa a se preocupar seriamente com isso. Na
época, em 2009, a cidade de Nova York estava aterrorizada por causa dos
percevejos, já que eles estavam infestados por toda parte, em escritórios,
lojas, parques e cinemas. Normalmente ela não daria a mínima para isso, mas por
algum motivo que ela não conseguia compreender, não estava sendo capaz de tirar
os percevejos da cabeça e tinha certeza que eles estavam escondidos em seu
apartamento, apesar do exterminador de insetos ter checado e confirmado que o
lugar estava livre de insetos.
Essa preocupação começa a afetar seu trabalho, afinal, Susannah está tão aflita com os percevejos que acaba esquecendo de apresentar ideias na reunião semanal, na qual normalmente ela trazia pelo menos três ideias boas. Naquele momento, parecia que tudo estava dando extremamente errado, mas ela não imaginava que em pouco tempo as coisas iriam piorar bastante a ponto de ela mesma ser digna de cobertura do seu jornal.
Os percevejos foram somente o início do seu problema, pois
Susannah começa a apresentar comportamentos estranhos que não condizem com sua
personalidade, além de demonstrar sintomas perturbadores e tão diferentes. A sua
vida se transforma radicalmente, e ela não consegue entender o porquê. O seu
desempenho no trabalho cai de uma maneira drástica, ela começa a ser vítima de
alucinações visuais e auditivas, sente tonturas, começa a ter dificuldade em realizar
funções que para ela era tão simples e automático anteriormente.
Ao sentir formigamentos na mão esquerda ela se vê obrigada a
ir ao médico, que ao realizar os exames de rotina lhe diz que é possível ela estar
com mononucleose – a doença do beijo. É claro que ela achou bem estranho estar
com essa doença aos 24 anos, mas pelo menos tinha um nome para aquilo que a
estava atormentando constantemente, então pôde se tranquilizar e seguir sua
vida normalmente.
Porém, o que deveria ser apenas uma doença simples começa a
se transformar em algo maior e perigoso, pois Susannah vai piorando cada vez mais e
começa a ter insônias, paranoias, convulsões e mudanças bruscas de humor. Ela
acredita estar ficando louca e seus pais e namorado ficam bastante perturbados
com o seu estado. Eles começam a se preocupar seriamente com a sua saúde,
decidindo levá-la a diversos médicos e psicólogos, mas cada um deles lhe dá um
diagnóstico diferente e impreciso. Ela é finalmente internada num renomado
hospital de Nova York quando sofre uma convulsão na recepção e a partir daí os
médicos começam a estudar o seu caso raro, realizando inúmeros exames.
"No fim das contas, não somos mais do que uma soma das nossas partes, e quando nosso corpo falha, toda as virtudes que nos são caras vão junto com ele."
O livro é dividido em três partes: parte um: louca, onde ela relata os variados sintomas que sentiu da
doença; parte dois: o relógio, onde
ela é internada no hospital até que os médicos consigam diagnosticá-la; parte três: Em busca do tempo perdido,
que é quando Susannah passa pela fase mais difícil da sua vida pois precisa
resgatar a personalidade que a doença havia lhe tirado, e então ela passa por
todo esse processo para ser capaz de socializar com as pessoas novamente, enfrenta
o medo de não conseguir ser tão boa no trabalho como era anteriormente, além de
não ser mais tão hábil nos movimentos, na fala, leitura e escrita.
Eu nunca havia lido uma biografia antes e ao me deparar com
esse livro resolvi me arriscar, pois acredito que faz bem sair um pouco da zona
de conforto e não me arrependo de maneira alguma de ter tomado essa decisão. Essa
não é uma leitura fácil, várias vezes me peguei aflita pois eu não conseguia imaginar
como deve ter sido para Susannah, sua família, amigos e namorado terem que
lidar com o que ela passou sendo vítima de uma doença rara e nova, que até
então, só havia feito 3 anos que tinha sido descoberta.
Susannah havia se tornado uma pessoa completamente irreconhecível
para as pessoas ao seu redor, diferente da mulher determinada, forte e
independente que era antes. Ela demonstrava um comportamento violento, atitudes
infantis, era imprevisível e paranoica até mesmo com seus pais e namorado, pessoas
que ela mais ama e confia. Por muito pouco a jornalista não fora mandada para
uma clínica pelo resto da vida, que foi o que aconteceu com várias pessoas que
foram diagnosticadas de maneira errada.
O que eu achei mais legal na sua história é que quando a jornalista escreve um artigo sobre o seu mês de loucura, ela acaba chamando a atenção das pessoas que estavam passando por alguns sintomas parecidos e por causa dela, várias outras conseguiam obter um diagnóstico mais preciso, evitando que a pessoa acometida pela doença perca a habilidade de falar, de se mover e até mesmo a morte. Claro que antes de tudo isso acontecer com ela nem todos conseguiram se recuperar totalmente, ainda que fosse descoberto no início, mas é impossível negar que ela não mudou a vida de tantas pessoas ao ser vítima de uma doença tão rara, tanto que havia médicos que não tinham conhecimento dessa doença e nunca haviam ouvido falar antes.
O que eu achei mais legal na sua história é que quando a jornalista escreve um artigo sobre o seu mês de loucura, ela acaba chamando a atenção das pessoas que estavam passando por alguns sintomas parecidos e por causa dela, várias outras conseguiam obter um diagnóstico mais preciso, evitando que a pessoa acometida pela doença perca a habilidade de falar, de se mover e até mesmo a morte. Claro que antes de tudo isso acontecer com ela nem todos conseguiram se recuperar totalmente, ainda que fosse descoberto no início, mas é impossível negar que ela não mudou a vida de tantas pessoas ao ser vítima de uma doença tão rara, tanto que havia médicos que não tinham conhecimento dessa doença e nunca haviam ouvido falar antes.
Como se não bastasse isso, ela mesma escreveu o livro com a
ajuda de relatos de seus pais, colegas de trabalho, namorado, amigos e médicos,
além de contar com os vídeos do hospital que foram gravados na época que
Susannah estava internada. Além da doença ter lhe tirado parte de sua
personalidade na época, também lhe tirou suas memórias e causou alucinações, e como
ela não sabia diferenciar do que era real ou não, foi necessário contar com
essas pessoas e com as gravações para escrever essa obra magnífica e envolvente.
A diagramação está linda e impecável, o espaçamento entre
linhas está adequado para a leitura e as páginas são amareladas. A escrita é em
primeira pessoa e a autora escreve de maneira bem simples e fluída, nos proporcionando
uma leitura rápida e envolvente. A história é uma mistura de suspense
científico com drama e é impossível não sentir aflição por tudo que ela teve
que passar. Recomendo fortemente esse livro pois ele se trata de um tema sério
e importante, que afligia inúmeras pessoas sem diagnóstico. Se assim como eu
você nunca havia lido uma biografia antes, recomendo que comece por esse, porque para mim esse livro se mostrou uma experiência literária muito proveitosa e gratificante.
23 comentários
Oi Amanda, tudo bem?
ResponderExcluirCaramba que livro mais interessante! Adorei conhecer, já tinha o visto e acho que assuntos como esse são super válidos para o nosso conhecimento, apesar da capa e da sinopse não me agradar logo de cara a resenha me convenceu um pouco mais sobre o assunto. Não tenho certeza se leria, mais curti todo desenvolvimento. Não vou esquecer dele, mais também não fica na minha listinha ainda. Parabéns pela resenha, uma das melhores que já li sobre esse livro. Beijinhos.
http://followyourdreamalways.blogspot.com.br/
Oi Amanda, fiquei ultra interessada no livro, primeiro por causa da coragem em expor algo tão intimo e em segundo, pelos relatos dos pais dela, o que dão ainda mais credibilidade para a obra. A capa está bem "jornalística" e eu quero ler o mais rápido possível.
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Oi Amanda
ResponderExcluirQue história incrível. Acho que deve ser realmente terrível passar por isso e que coragem dela compartilhar suas vivências. Não conhecia o livro, mas adorei saber o que ele expressa e a forma que é dividido. Sem falar que foi bom saber que ele teve ajuda de familiares.
Adorei a dica e pretendo ler sim!
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Oi, amanda, eu amo amo amo biografias e por esse título não imaginei que o livro tratava-se de uma. Mas fiquei querendo muito ler para conhecer a história da Susannah. Fiquei imaginando toda a tortura pela qual ela passou, com essas alucinações e coisas que a incomodavam vindo de dentro de si mesma, mas achei muito bacana o fato de ela ter lançado esse livro compartilhando sua história e fazendo com que muitas pessoas se identifiquem e também isso dá um panorama da melhora dela. Entrou para a lista de futuras leituras.
ResponderExcluirConfesso que não sou fã de bibliografias, mas essa conseguiu me manter tão envolvida que já desejo poder lê-la. Sério, sempre viro a cara quando se trata de uma bibliografia, porque geralmente não me interesso em saber sobre a vida de alguém, mas esse caso da Susana, me deixou tão envolvida, na verdade, sua resenha me deixou tão envolvida que fui devorando as palavras sempre ávida por saber mais da história. Gostaria de saber mais sobre a doença e principalmente sobre suas atitudes tão diferentes levadas por essa doença até que ela finalmente conseguisse se recuperar. Se eu tivesse o livro em mãos, pode ter certeza que o estaria lendo agora mesmo, mas como não tenho assim que for a uma livraria irei adquirir e iniciar esse leitura. Amei a resenha!
ResponderExcluirUm beijo
www.brookebells.com
Oii Amanda, tudo bem? Que resenha mais linda! Eu já tinha ouvido falar sobre esse livro, mas essa foi a primeira resenha dele que li e adorei! Gosto muito de autobiografias assim, principalmente pelas dificuldades que a autora passou por conta da doença desconhecida. Nem consigo imaginar como deve ter sido para ela. Já quero MUITO ler! Parabéns pela resenha.
ResponderExcluirBeijos!
Oiee Amanda ^^
ResponderExcluirJá tinha visto este livro antes, mas não imaginava que era uma biografia *-* Deve ter sido horrível passar por tudo isso, acreditando estar louca e sem saber como melhorar. Ultimamente venho me interessando muito por biografias, e a história da Susannah parece ser muito interessante, apesar de um pouco triste e tensa. Imagino que também vou sentir muita aflição ao ler, mas quero conhecer melhor a história.
MilkMilks ♥
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Oi!
ResponderExcluirConfesso que não sou muito fã de biografias, mas vi esse livro em uma live da editora e fiquei super curiosa, poia parece que a autora foi super detalhada em contar as coisas que passou e assim ajudar outras pessoas que sofrem com o mesmo mal
Oi!
ResponderExcluirLivros assim precisam ser narrados em 1ª pessoa. Não tem jeito. Bem melhor, porque a gente enxerga a cabeça da pessoa, sua insanidade na forma mais bruta. Eu não conhecia o livro, mas fiquei bem curiosa. Esse misto de suspense, ficção cientifica me agrada muito, me lembra livros dos anos 80. Espero muito conhecer mais da obra, porque realmente "Insana" tem uma premissa boa e me parece ser um livro bem maravilhoso de ler.
bjs =)
Olá Amanda
ResponderExcluirEu já li esse livro e para mim foi uma ótima leitura porque amo esse gênero e a narrativa não poderia ter sido melhor desenvolvida. Também acho ótimo pois seus relatos podem ajudar inúmeras pessoas, as motivando a procurad algum tipo de ajuda. A linguagem é mesmo bem simples, ainda mais por ser tão pessoal.
Beijos, Fer
www.segredosemlivros.com
Olá, adoro biografias,achava que esse era um thriller ( que eu também adoro), ótima resenha e ótima dica, estou ansiosa para fazer logo a leitura, vou correr para procurar o livro para comprar pois com certeza quero ele na minha estante.
ResponderExcluirbeijos e ótim resenha.
Oi!
ResponderExcluirEu não gosto de biografias, no máximo de escritores. Porém essa me chamou muito a minha atenção, começando pelo título!
Eu acho super interessante livros que tratam de problemas e doenças psicológicas. E saber que este caso realmente aconteceu me deixa mais curiosa ainda.
Já coloquei na minha lista!
Bjss
http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/
Olá Amanda, tudo bem?
ResponderExcluirEu curto ler algumas biografias, mas elas precisam me encantar de cara e eu senti isso com essa leitura. A trama parece ser muito interessante e deve mesmo ter ajudado muitas pessoas. Fico me perguntando como deve ter sido para a Susannah lidar com tudo isso e gostei de conhecer a divisão que o livro tem.
Dica anotada, com certeza.
Beijos
Oi!
ResponderExcluirQuando vi a capa desse livro pensei que se tratasse de mais um thriller psicológico mas não imaginei que seria um thriller psicológico da vida real, por assim dizer. Fiquei muito impressionada com os seus relatos sobre o que a autora passou e bastante curiosa em relação a essa doença. Não costumo ler biografias mas acho que vai ser impossível não ler essa.
Beijos!
Li esse livro e também achei maravilhoso! A história da Susannah dói na gente, principalmente a parte em que ela começa a ter os sintomas e não tem a menor ideia do que está acontecendo... ainda mais sendo uma doença bem pouco conhecida à época... na verdade, acho que até hoje, até ler o livro não sabia do que se tratava. É um tipo de biografia bem diferente, bem mais envolvente do que costumo encontrar por aí. A autora foi corajosa em se expor e é uma obra que com certeza já ajudou e ainda vai ajudar muita gente.
ResponderExcluirbeijo.
Ju
Entre Palcos e Livros
Oi Amanda, tudo bem?
ResponderExcluirEu nunca fui muito chegada em biografias, mas gosto dessas que trazem uma história boa. Me interessei muito nessa história, até porque é bem diferente do que estou acostumada a ler e fiquei curiosa para saber mais sobre a protagonista. Imagino o quanto ela sofreu com a doença e ter que lidar com isso. Parabéns pela sua resenha!
Beijos
Oi Amanda!
ResponderExcluirNão conhecia o livro! Amei sua resenha e estou super curiosa para ler esse livro, ainda mais sendo um relato real. Parece ser muito bom! Normalmente não coloco na minha lista de leitura autobiografias, mas esse livro me chamou a atenção, mais por sua resenha do que pela sinopse. Dica anotada!
Bj
Esse livro é tipo, baseado em história real? Oooooooooooi?
ResponderExcluirSooooooooocooooooorro!!!
Quero.
hahahaha.
Sua resenha está incrivel e com tantos elogios a autora e a editor fica dificil não querer.
Sérião.
Olá, tudo bom?
ResponderExcluirFiquei de cara quando soube que se trata de uma história real! Já havia ouvido falar desse livro, mas, juro que não imaginava! Outra coisa que me surpreendeu é saber que mesmo após tudo isso, a autora ainda escreveu os relatos sobre esses dias, o que ajudou várias pessoas. Fiquei muito curiosa para realizar a leitura e tentar entender o que de fato ela passou e a forma como lidou com tudo no período de reabilitação. Adorei a indicação!
Beijos!
@PollyanaCampos
Entre Livros e Personagens
Ainda bem que troquei este livro com uma amiga e agora tenho ele. Fico muito curiosa com estas coisas porque acho que amente é capaz de tudo quando acontece alguma turbulência com ela e seja uma pequena intervenção de uma doença ou um fato de emoção. Vou ler logo este livro porque fiquei curiosa, mas veja bem como o sofrimento é completo e é rápido quando acontece algo assim.
ResponderExcluirBeijos,
Greice Negrini
Blogando Livros
www.blogandolivros.com
Oi Amanda!
ResponderExcluirEu ainda não conhecia esse livro, mas fiquei bem curiosa, principalmente porque a área de psicologia e psiquiatria sempre desperta meu interesse. Mesmo que biografia não estejam entre minhas leituras habituais, vou colocar esse na lista!
Beijos!
Amanda lindona o que mais me chama atenção é a narração ser da própria Jornalista relatando todas as fases escuras e depois enfim voltar a ficar bem. Esse livro já havia me chamado atenção, acredito não ser fácil viver tudo isso, ainda mais com a indecisão dos médicos em acertar o diagnóstico fazendo a mesma e seus familiares sofrerem demais. O livro já está em minha lista de leitura. beijos
ResponderExcluirJoyce
www.livrosencantos.com
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia esse livro e cara, que história louca e interessante ao mesmo tempo. Deve ser uma leitura muito boa, onde a jornalista nos apresenta todos os detalhes desse dias loucos e escuros. Imagino como deve ter sido a recuperação da jornalista e todo o sofrimento de incerteza. Leria por curiosidade e quero saber mais detalhes. gostei da história e espero conferir em breve!
Beijos!
http://lovesbooksandcupcakes.blogspot.com.br//