Autora: Rebekah Crane
Cortesia: Faro Editorial
Páginas: 240
Skoob
Onde comprar: Amazon
Sejam bem-vindos ao acampamento Pádua. Um retiro de verão para adolescentes problemáticos. Mas não se tratam de problemas comuns, como não querer estudar, mentir ou colar na prova. Não! Estamos falando de problemas reais. Alguns deles tão grandes, tão sérios, que até um adulto desmoronaria sob o peso deles. No acampamento, Zander, uma garota enviada pelos pais contra a sua vontade, encontra uma série de adolescentes na mesma situação, e com três deles ela estabelece uma relação de amizade — Grover, Alex e Cassie. Todos os quatro são tão diferentes quanto as pessoas podem ser, mas têm algo em comum — eles estão quebrados por dentro. Em meio às sessões de grupo e, à medida em que o verão dá as caras, os quatro revelam seus trágicos segredos. Zander encontra-se atraída pelos encantos de Grover, e então começa a se perguntar, depois de muito tempo, se pode apostar em ser feliz novamente.
Mas, antes, ela precisa lidar abertamente com seus problemas, para poder juntar seus pedaços e reconstruir sua vida
Você pode pensar que se trata de uma história triste. E há partes duras sim, mas, Rebekah Crane consegue mostrar como na dificuldade podemos encontrar uma saída. Isso é uma das coisas que faz o livro completamente encantador, divertido e doce, capaz de deixar em você um grande sorriso no rosto.
"Às vezes as pessoas estão perdidas porque têm muito medo de olhar para o caminho. Às vezes as pessoas evitam a estrada por temerem o que possa existir nela. É mais fácil permanecer oculto nas sombras e só observar."
Zander é uma adolescente que se encontra sendo enviada para passar o verão, contra sua vontade, no Acampamento Pádua; um lugar onde jovens problemáticos são enviados para que possam se reencontrar e descobrir quem realmente quer. No entanto, ao contrário do que muitos possam pensar, esse não é um acampamento para jovens que tenham dificuldade de receber ordens, ou mimados... Esse retiro é para jovens que realmente têm séries problemas psicológicos e até mesmo físico que precisam realmente de ajuda antes que seja tarde demais.
"O Acampamento Pádua tem o prazer de recebê-los para um verão de exploração, aventura e, principalmente, de autoconhecimento. Nossa meta é levar cada um de vocês a alcançar o mais alto nível de desenvolvimento e bem-estar. Para que vocês recebam um atendimento de qualidade, os nossos monitores concentram-se em seis qualidades essenciais que todas as pessoas deveriam possuir. Sem essas qualidades, nós perdemos o rumo.
Esperamos que nas próximas cinco semanas vocês reflitam sobre as pessoas que são agora… e as pessoas que vocês precisam se tornar.
– A Equipe –"
Sem entender o porque de ter sido enviada para lá, ainda mais diante da absoluta certeza de não ter nada haver com as meninas com quem irá dividir o chalé, Zender insiste em afirmar que está ali apenas porque os pais a obrigaram. Mas a atitude dos instrutores (que parecem conhecer uma outra história acerca disso) parece provar que há mais por trás dessa ida do que apenas um mero capricho.
"– Como você sabe quando está deprimida?
Dori para e toca a fechadura da porta, passando o dedo em torno do metal.
– Bem, é que há dias em que eu não vejo sentido nenhum nisso.
– No acampamento? – eu pergunto.
– Não, Zander. Na vida."
Cassie, uma campista recorrente e com distúrbios alimentares, tem plena certeza que Zender esconde alguma coisa, motivo o qual ela está completamente disposta a conhecer não importa o quanto a outra insista não haver nada além. É então que conforme os dias começam a passar e uma espécie de amizade, e flerte com um outro campista, que Zender começa a se abrir e permitir tentar admitir que as coisas talvez não estejam tão certas assim...
“É mais fácil encontrarmos a nós mesmos quando outra pessoa nos ajuda nessa busca.”
Através de várias atividades e de uma convivência que aos poucos deixa de ser forçada, o acampamento Pádua passa a se mostrar talvez uma das melhores coisas de sua vida. Afinal, quando se perde algo que nem se sabe que perdeu é possível reencontra-lo? As vezes ir contra a probabilidade pode ser ainda melhor do que o que parece completamente certo...
"Quando você se importa – seja muito ou seja pouco – você sofre."
[ - Minhas Impressões - ]
Contra Todas as Probabilidades do Amor é uma obra que se mostrou bem diferente do que eu imaginei se tratar a primeira vista. Fugindo de padrões tão comumente encontrados nas mais diversas obras por aí, esse é um livro que remete a temas sérios acerca de problemas psicológicos de uma forma inusitada, mas ao mesmo tempo sem perder a seriedade, e que tendem a mostrar as mais diversas lutas daqueles que se encontram em momentos difíceis da vida em que acabam tendo que lutar com o maior inimigo que possuem: si mesmos. Com características próprias, repletas de personalidade e com muitos ensinamentos, Rebekah Crane soube agregar os pontos necessários para não acabar tornando banal algo tão importante. Apresentando uma linguagem acessível, fluida e muito bem desenvolvida, essa é uma estória que se mostra gostosa e com uma mensagem de vida que transcende as páginas se mostrando bem mais que uma mera estória.
Zander é uma protagonista que chega quebrando padrões; se mostrando uma jovem exemplar, que não dá trabalho para os pais, extremamente dedicada aos estudos, um talento atlético na natação e namorando um dos jogadores de futebol do colégio, ela é aquela pessoa que seria considerada a garota com a vida perfeita, mas a realidade está longe de ser essa... Motivo pelo qual ela se encontrou sendo enviada pelos seus pais para o Acampamento Padma. Aparentemente normal, o leitor se vê de certa forma confuso e curioso acerca do que pode a ter levada até aquele lugar para adolescentes problemáticos - e por problemáticos leia-se: com algum distúrbio psicológico. Possuidora de uma personalidade forte que vai se desenvolvendo cada vez mais conforme o tempo passa, Zender cativa o leitor ao longo das páginas ao ir mostrando um pouco mais de si a cada página. Real, Rebekah foi capaz de criar uma personagem que não se assemelha a diversas outras encontradas por aí, mas nem por isso se mostra difícil de ser imaginada.
No entanto, Zander não é a única personagem que foge de padrões; Groover, Cassie e Alex também são personagens que fogem dos padrões ao não se encaixarem em estereótipos pré-definidos e onde mesmo sendo apenas secundários adquirem ares de protagonismo ao se entrelaçarem tão intensamente a estória e ao enredo que acabam por ser essenciais e que sem os quais a trama não seria a mesma. Compartilhando medos, feridas e problemas, juntos - os quatro - acabam por se reencontrarem ao lidarem uns com os outros e se permitirem sentir novamente - mesmo que isso possa significar se machucar. Com características próprias, cada um galga trilhas pelo coração do leitor ao com seu jeito único passarem a mensagem mais importante: a esperança de sempre começar novamente mesmo quando tudo parece perdido.
Narrado em primeira pessoa, e com capítulos sem serem curtos e nem extensos demais, essa é uma obra que não se mostra como algo feito para se mostrar complexo, mas sim para se associar a realidade mostrando um outro lado. Com personagens secundários que são quase tão importantes como os protagonistas e por vezes até mais que eles, nos vemos envolvidos em uma obra que mistura realidade e ficção na medida certa de forma a mostrar a importância do apoio e as graves consequências existentes para aqueles que acreditam não ter ninguém com quem contar no mundo. Simples, a autora não se embrenha por conceitos científicos, mas foca no que realmente importa não desejando apresentar aquilo no qual não tem domínio, mas demonstrando sinais que por vezes são tão sutis que acabam por não serem notados até que seja tarde demais.
Quanto a edição, eu preciso dizer que não é de hoje que eu admiro a Faro Editorial que se mostra cada vez mais competente em realizar diagramações ricas em detalhes capazes de encher os olhos de seus leitores de forma a encantar e complementar a sua obra que transmite com o seu colorido a mensagem de esperança e recomeço que se mostra como sendo a intenção de sua estória. Suas páginas amareladas e de qualidade juntamente a uma fonte de tamanho ideal também permitem ao leitor uma sensação agradável nessa leitura que não força e não se mostra cansativa durante a leitura. A revisão também está muito bem feita, motivo pelo qual durante a leitura eu não me deparei com nenhum erro ou falha. Seus capítulos curtos e céleres também a tornam uma leitura rápida, de forma a ser do tamanho ideal, separado no momento ideal. Em síntese, essa é aquela obra que encanta desde o primeiro olhar e continua a demonstrar a dedicação e o trabalho da editora de levar mais do que apenas boas estórias, e sim uma experiência completa!
Como um alerta, Contra todas as probabilidades do Amor é uma obra feita para ensinar e demonstrar a importância de se olhar para aqueles que enfrentam grandes problemas e geralmente são vistos como loucos e até mesmo como pardas na sociedade, quando na verdade necessitam de ajuda e apoio. Complexo e ao mesmo tempo simples e encantador esse romance contemporâneo não se em asa em padrões já pre-definidos, mas se mostra como algo transformador e belo de se observar de forma a fazer com que reflitamos sobre vários aspectos da vida e acerca de si mesmo.
Bem desenvolvido, sem se perder em seu enredo e construindo de forma linear acerca de sua trama, essa estória é uma daquelas que te faz refletir profundamente te levando a imaginar o que poderia acontecer caso não houvesse alguém para estar ali e apoiar o outro. Demonstrando um outro lado humano das pessoas, essa é uma obra feita para tocar os seus leitores de forma profunda fazendo os refletir sobre si mesmos e os outros, coisa que muitas vezes não acontece. De forma simples, mas sem perder a seriedade do tema que retrata, Rebekah faz com que naturalmente se aprenda e se veja como essas doenças tão comuns vão muito mais além do que meros dramas ou "coisa de quem não tem o que fazer". Definitivamente o acampamento Padma não é um lugar para mudar apenas aqueles que participam, e sim para mudar a todos que tem contato com ele, afinal: "O primeiro passo para encontrar a si mesmo é admitir aquilo que você já é!". Recomendo!
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6 comentários
Também admiro demais o cuidado que a Faro tem com seus livros! É sem sombra de dúvidas uma das grandes Editoras, que trazem uma diagramação perfeita e muito bem vista por todos nós, leitores!
ResponderExcluirEste livro já está na lista de desejados desde que vi seu lançamento. E quando começaram as resenhas, a vontade em ler ele, só aumentou.
Os escondidos...creio que seja assim. Tantos jovens e adultos que se calam, se escondem e não pedem ajuda.
Enquanto há tanto amor, tanto a se ajudar, a se ouvir.
Com certeza, lerei!!!
Beijo
Oi Bruna.
ResponderExcluirVi muitos elogios desse livro. Parece que a autora abordou temas importantes com delicadeza, sem muito aprofundamento, mas sem desmerecer o assunto.
Fiquei bem curiosa para saber qual é o segredo e motivo para Zender ter sido mandada para esse acampamento, além de querer conhecer as histórias de Groover, Cassie e Alex.
Espero ler esse livro logo.
Adorei a capa desse livro. É linda.
Beijos
Hello Bruna! Adoreeeei as fotos e a resenha, confessar para você que sou apaixonada por esse livro só de ver o tanto de gente falando bem e o quanto a história é linda. A capa também me chamou atenção, achei muito linda. Esse está nos meus desejados faz tempo, só espero um dia ter ele em mãos para ler.*--* ótimo final de semana.
ResponderExcluirNão tinha ideia que o livro abordava esse tema! Confesso que a capa me passou muito a impressão de estar preste a revelar o mesmo estereótipo de romance de sempre (não desmerecendo, porque todo estilo transborda um brilho próprio). Achei incrível ele tratar sobre o assunto de distúrbios, principalmente porque já passou muito do tempo da gente tentar entender o que outro sente, como ele encara o mundo! Com certeza foi um toque diferencial, e que, ao meu ver, tornou o livro mais especial e atraente.
ResponderExcluirOi Bruna!
ResponderExcluirTa aí um livro que no inicio também não achei que ia querer ler mas li várias resenhas positivas, e é o que você falou, me parece um livro diferente do comum e de um jeito positivo. De cara, sem ler o livro, já gostei da Zander, e essa fuga do padrão é que leva a obra a parecer melhor ainda. Com relação ao tamanho dos capítulos, eu acho que o ideal é serem não muito longos e nem muito curtos mesmo. A capa também é maravilhosa!
Gostei muito e é um livro que tenho vontade de ler.
Bjs
Bruna!
ResponderExcluirAchei que o romance foi um tanto comum, o que não quer dizer que é ruim, mas como teve um desenrolar com certo suspense, talvez a leitura seja boa.
Acho que o melhor de tudo, é poder desmistificar um pouco a doença mental e trazer questionamentos relevantes que nos fazem pensar e agir de forma diferente, tendo um olhar diferente mesmo para as pessoas portadoras desses distúrbios.
Deve ser um livro fascinante e enriquecedor.
“Não cruze os braços diante de uma dificuldade, pois o maior homem do mundo morreu de braços abertos!” (Desconhecido)
BOA PÁSCOA!
cheirinhos
Rudy