Título: Destroçados
Autora: Karin Slaughter
Editora: Grupo Editorial Record
Páginas: 448
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Existem segredos que não podem ser levados para túmulo
O corpo de uma jovem é encontrado no fundo do gélido lago Grant, e um bilhete deixado sob uma pedra à sua margem sugere que ela tirou a própria vida. Mas, em questão de minutos, fica claro que aquilo não foi suicídio. Trata-se de um assassinato brutal, cometido a sangue-frio. Sara Linton, ex-médica legista do condado de Grant, hospedada na casa dos pais para passar o feriado de Ação de Graças, vê-se envolvida no caso quando o principal suspeito pede desesperadamente para falar com ela. Porém, quando ela chega à delegacia local, depara-se com uma tenebrosa cena na cela do prisioneiro: ele está morto, e as palavras “Não eu” foram rabiscadas na parede. Algo na confissão dele não faz sentido, então Sara convoca o Georgia Bureau of Investigation. Imediatamente, o agente especial Will Trent interrompe suas férias para se unir à equipe de investigação. No entanto, o que ele encontra é apenas uma muralha de silêncio no condado de Grant, uma comunidade extremamente unida, cujos habitantes possuem elos profundos. E a única pessoa que poderia contar a verdade sobre o que realmente aconteceu está morta.
Para descobrir o que havia acontecido e dar incio a investigação, Lena, seu chefe Frank e mais um outro policial, se dirigem à garagem onde Alisson morava, porém sem um mandado de busca. Lá eles acabam encurralando Tommy, um menino com baixo QI e amigo da garota empunhando o que aparentava ser uma faca. Assim, após uma perseguição, o colega de Lena acaba sendo esfaqueado pelo suspeito e o mesmo é preso e levado a confessar o assassinato que supostamente havia cometido.
Tommy implorava pela presença de Sara Linton, a médica que o tratava desde que ele era pequeno, que após tomar conhecimento sobre os detalhes do crime, percebe que o QI de Tommy é baixo demais para ter cometido um assassinato como a de Alisson, pois pareceu ter sido tudo muito bem planejado.
Assim, ela liga para Will Trent, e o mesmo fica encarregado em investigar a polícia de Grant por negligência entre outro crimes, pois também quer descobrir o que realmente aconteceu com a garota assassinada.
Essa obra acabou que sendo o meu segundo contato com a autora, e posso afirmar que sou apaixonada pela maneira que Will Trent coordena suas investigações. Ele tem uma calma fora do comum e é muito cauteloso com as suas palavras. Tem um temperamento adequado para seu cargo. E não deixa suas suposições falarem mais alto sem fatos e provas reais.
Composto por capítulos longos de em média trinta a cinquenta páginas, com alguns um pouco menores, Karin Slaughter traz uma narrativa densa, que necessita de uma maior atenção, porém não pesada, fazendo com que a extensão dos capítulos passem sem que o leitor note por estar totalmente imerso na leitura e não conseguir largar por conta de sua curiosidade.
Não irei negar que as vezes, por conta da narrativa mais trabalhada, o livro pesou um pouco e precisei de alguns minutos para dar uma respirada, mas como já comentei, a curiosidade era maior e eu sempre acabava voltando para a estória.
Nesse livro, vemos alguns detalhes que contém sangue e detalhes em uma ou duas cenas que até foi difícil para mim não fazer uma careta, pois sei que isso pode incomodar algumas pessoas, porém nada assim repugnante ao ponto de precisar parar a leitura.
Uma das coisas que mais me agradam na Karin Slaughter é que, ao meu ver, ela gosta de fugir, mesmo que seja só um pouco, do padrão. No caso de "A Esposa Perfeita", que foi um livro que li, os leitores no geral ficam sabendo antes da equipe policial o que havia acontecido. Já em Destroçados o livro foi muito mais trabalhado e conta com um aprofundamento maior pelo fato da estória sair da investigação do assassinato e mostrar toda a manipulação, negligência e problemas na força policial da cidade, principalmente na parte em que Lena que já havia sido responsável por outros problemas semelhantes em situações anteriores — e sair impune —.
Por conta da narrativa da autora e do peso da obra, temos uma atmosfera bem sombria no livro, mas que não causa medo no leitor, apenar deixa aquela áurea de tensão e mostra a carga que o caso deixa sobre os envolvidos.
Grant é uma cidade pequena e isso contribui para que todos se conheçam, pois até mesmo a trama acaba ficando melhor situada, poupando os personagens e principalmente a policia de correr desesperados atrás de informações sobre a vítima e outras pessoas. Por isso, esse fato também contribuiu para que a policia da cidade, querendo adulterar a investigação para salvar a própria pele, escondesse provas ou manipulasse fatos, agravando a situação e o crime da força policial.
Conseguimos notar uma relação muito forte entre alguns personagens. No caso de Will Trent com Sara, nos é apresentado a construção do relacionamento deles que cresce com o passar da série, mas mesmo no quarto livro, já conseguimos ver uma grande conexão entre os personagens. Já no caso de Lena e Frank, a relação e a fidelidade entre eles é construída durante todo o desenrolar de Destroçados, e então conseguimos ver o quanto ela é forte, pois percebemos que ambos permanecem defendendo um ao outro apesar de alguns desentendimentos e erros cometidos pelos mesmos.
Quando ficamos sabendo do autor do crime, lembrei-me de um comentário feito anteriormente que de certa forma teria entregado o desfecho da obra. Apesar disso, o tal comentário é algo muito banal e cotidiano que acaba sendo facilmente deixado de lado pelos investigadores e pelas pessoas que estarão lendo. Haverá muitas coisas faladas e suposições feitas durante a leitura, mas quando chegar ao desfecho, com toda certeza será um grande tapa na cara.
A maioria dos livros policiais que tenho lido não entregam ao leitor uma lista de suspeitos, mas temos nosso motivos para desconfiar de alguns personagens que rondam a trama. Para mim, não faço teorias em todos os livros, mas nem todos são necessários que haja algo claro apontando "os principais suspeitos", já que quem gosta de teorizar irá criar suas próprias suspeitas.
Confesso que esse livro não é o meu preferido do gênero, mas consigo admirar a capacidade de Karin Slaughter na construção da trama e de seus personagens. Então se vocês gostam de um livro muito bem aprofundado, RECOMENDO!
7 comentários
Mesmo sem conhecer o trabalho da autora, já vi e li muita coisa positiva sobre os trabalhos dela.
ResponderExcluirMas como amo o gênero,gostei demais de tudo que li na resenha. Até por se manter o segredo do assassino até o final. Hoje em dia, os autores vem entregando fácil demais os criminosos e isso me irrita um pouco.
Parece também que houve um aprofundamento até que bacana nos personagens e com isso, o enredo acabou deixando muitos sentimentos à tona, não só o suspense.
Vai para a lista de desejados.
Beijo
Olá! Por mais que os livros possam ser lidos fora de ordem, dá uma aflição, pelo menos eu não curto muito, (Ai meu TOC). Voltando a história, conheci a autora há pouco tempo, mas ainda não tive oportunidade de ler alguns dos seus livros, por mais que já tenha os adicionado na minha lista. Gosto bastante desses enredos repletos de mistérios e sou daquelas que cria várias teorias e aponta vários suspeitos (quase sempre erro, mas nunca deixo de tentar).
ResponderExcluirNão conhecia a série.
ResponderExcluirEu não sou fã do gênero, então é bem difícil eu ficar interessada.
Gente, eu posso ler calhamaços, mas não coloquem capítulos enormes. Haha
Às vezes só queremos acabar aquele capítulo...
O que achei positivo foi o fato dela fugir do padrão, isso surpreende.
Beijos
Oi, Aline!
ResponderExcluirNão gosto de narrativas densas e mais trabalhadas, principalmente em se tratando de livros policiais, e lendo sua resenha tive a impressão que o livro foca mais nos habitantes da cidade em querer se proteger do que na identidade do assassino de Alisson, o que achei algo bastante negativo e me fez não me interessar pela trama de Destroçados... por isso dificilmente eu leria esse livro.
Abraços!
Bacana tu ter esclarecido de inicio, que a ordem de leitura dos livros, não interfere na serie, até pq eu não tinha ouvido falar dela e foi o título que me chamou atenção. Suspense é minha preferencia e mesmo quando é bem contata dificilmente eu adivinho o final e o culpado ahahahah. Gostei da trama e acho que dá uma angustia ao leitor saber que o culpado seria uma pessoa com QI incompatível para um crime, realmente a curiosidade deve imperar para saber como isso vai se desenrolar. Confesso que já deixei de ler livros com cenas fortes, tenho estomago fraco ainda mais quando é rico em detalhes e que caracterizam maus tratos. Fora isso, eu leria sim, mas em ordem até para poder assimilar e me familiarizar melhor com o Will.
ResponderExcluirEsse é um dos gêneros que mais gosto. Apesar de não conhecer as obras da autora sempre quis ler, as capas são muito bem produzidas e deixam uma curiosidade no leitor.
ResponderExcluirEu gostei da resenha, acho que esse livro tem tudo que possa me interessar, um crime,um suspeito improvável que aparece morto, Uma "suicida" que na verdade foi assassinada, Uma cidade fechada nos seus segredos...
Ficamos torcendo pelo desvendar do caso, acompanhando cada capítulo, mesmo que longos, eu gosto ,mesmo que a leitura seja pesada e com detalhes mais difíceis de suportar, nada na literatura me causa repúdio, principalmente sendo um livro de investigação.
Também gostei de saber que os livros podem ser lidos em qualquer ordem.
Vou ler certamente.
Este comentário foi removido pelo autor.
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