Autora: Dinah Jefferies
Cortesia: Paralela/Companhia das Letras
Páginas: 416
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"Para conhecer o amor verdadeiro é preciso ser arrasado por ele.” Rajputana, Índia, 1930. Desde a morte de seu marido, a jovem inglesa Eliza tem como única companhia sua câmera. Determinada a se firmar como fotógrafa profissional, ela acaba de aceitar um convite do governo britânico para se hospedar durante um ano no castelo da família real local. Sua missão: fotografar, para o acervo da Coroa inglesa, a vida no Estado principesco de Juraipore. Ao conhecer Jayant, irmão mais novo do marajá, Eliza embarca na aventura mais transformadora de sua vida. Acompanhada pelo príncipe rebelde e misterioso, ela conhecerá uma terra marcada por contrastes — com paisagens de beleza incomparável, cultura rica e vibrante e, ao mesmo tempo, a mais devastadora das misérias. Enquanto Eliza desperta Jayant para a pobreza que circunda o castelo, ele mostra a ela as injustiças do domínio britânico na Índia. Juntos, descobrem uma afinidade de alma e uma paixão arrebatadora. Mas a família real fará de tudo — até o impensável — para impedir a aproximação entre o nobre indiano e a viúva inglesa.
“Se você chorar porque o sol desapareceu da sua vida, as lágrimas vão impedi-lo de ver as estrelas.”
Eliza Fraser é uma jovem que desde cedo se viu passando por situações difíceis ao ter que lutar contra os traumas e medos. Tendo perdido seu pai em um trágico acidente que acabou por presenciar quando ainda era uma menina, ela acabou por se ver cercada pelos mais diversos traumas, tendo que se mudar de Delhi para a Inglaterra e ao lado de uma mãe, Anna, que se afogava em bebidas e cuja relação nunca foi boa.
Quase sem se falarem, ela cresceu praticamente sozinha e sem apoio nenhum até se envolver em um casamento que por sua vez não se mostrou muito promissor. Vivendo uma relação fria e sem amor, ela acabou por não ter a oportunidade de ser feliz e ir atrás de seus sonhos, mas quando seu marido veio a falecer também em um acidente, ela acaba por se agarrar a sua carreira de fotógrafa para seguir em frente.
“ - O senhor costuma acampar? – perguntou ela.- Sempre que posso. É minha fuga, sabe?– E precisa fugir?– Acho que todo mundo precisa.”
Em meio a lutas, ela agarra-se com todas as forças a sua câmera e a vontade de ter sucesso na profissão vindo a se tornar uma das melhores da área, algo que pelo qual vem batalhando constantemente para conseguir alcançar seu objetivo. É então que ela irá receber a proposta que poderá mudar a sua vida inteira: a chance de fotografar o cotidiano da família real na bela Índia de 1930 enviando seu trabalho após ano de permanência lá para a coroa britânica. Só que ao mesmo tempo em que ela se depara com belezas inusitadas, Eliza também se verá diante de situações que jamais imaginou ver e julgamentos pelos quais se mostra difícil de aceitar, ainda mais sendo o país que costumava chamar de lar quando ainda era pequena...
“Aos vinte e nove anos, aquele era o serviço mais importante que lhe encomendavam desde que se tornara fotógrafa profissional. Não estava claro para ela por que Clifford Salter a escolhera.”
Enquanto se vê observando de perto os conflitos sofridos no país, ela acaba por observar a grande desigualdade que existe onde habita a riqueza e beleza da nobreza de um lado enquanto do outro se tem pessoas em situações de extrema miséria e sem o mínimo de saneamento básico. Decidida a não observar sem fazer nada, Eliza deseja fazer a diferença ao mostrar a cruel realidade através das lentes. Enfrentando preconceitos por sua naturalidade inglesa, além de ser vista como um mau agouro por ser uma viúva – motivo pelo qual deveria ter se matado em uma fogueira logo após -, ela se verá em meio a costumes totalmente diferentes e até mesmo cruéis, ao mesmo tempo em que se encontrará sendo surpreendida por um jovem príncipe que se mostra um verdadeiro rebelde misterioso...
"Para conhecer o amor verdadeiro, é preciso se deixar levar por ele.”
Acompanhando em sua trajetória e carreira, Eliza se verá cada vez mais envolvido pelo príncipe Jayant, o sucessor ao trono caso algo venha a acontecer algo com o Marajá, fazendo surgir uma relação que de maneira alguma seria aceita, afinal ele precisaria se envolver com alguém de sua posição para garantir o futuro caso algo venha a acontecer. Em meio a muita espreita, romance proibidos e situações difíceis de enxergar, acompanharemos Eliza em sua rotina por um ano nessa India repleta de beleza e terrores escondidos. Afinal qual seria o desfecho para essa jovem em meio a um lugar novo é desconhecido? O amor ou a responsabilidade ganhará a batalha contra a tempestade que se aproxima? Só lendo para descobrir!
“Jay havia tocado em sua alma, e não havia argumento que pudesse enfraquecer o sentimento de conexão com ele. Era como voltar para casa, só que não era um lugar, e sim para uma pessoa...”
[ - Minhas Impressões - ]
Antes da Tempestade é um livro que definitivamente pode ser definido como intenso... Retratando uma cultura completamente diferente e ainda repleta de atitudes cruéis, somos levados por Dinah a conhecer um pouco mais sobre sua forma de vida ao mesmo tempo em que apresenta sua critica velada a forma como a desigualdade se encontra presente em vários países. Se utilizando de personagens que mais parecem estar ali para dar apoio para esse ensinamento, a essa lição entre quão próximo a riqueza e a pobreza convivem sem que ninguém se manifeste para mudar, acaba por ser difícil ter um grande envolvimento com eles – tornando um pouco menos satisfatória a leitura.
Já quanto a Jayant esse sim eu não consegui nem um pouco ligada,
em alguns momentos parecia que ele só estava lá por ser parte da nobreza e
precisar estar lá – quase como se ele nem fosse um ser humano real. Os
personagens secundários também se mostraram extremamente superficiais e não consegui
gostar de nenhum, o que me decepcionou um pouco, visto que eu esperava me
sentir arrebatada e cativada por cada um torcendo para que eles chegassem a um
final feliz... mas o que encontrei foram pessoas que pareciam estar lá apenas
para que não ficassem buracos na estória.
Dividido em três partes, essa é uma obra que apresenta
constantemente altos e baixos em seu desenrolar, mas que acaba por surpreender
com um final inusitado e quase chega fazer valer a pena todo o trajeto. No
entanto, é bom avisar que essa pode não ser uma obra que irá ser realizada de
forma rápida, visto que a falta de envolvimento com a sua trama podem torna-la
um pouco arrastada. Outro ponto importante é que mesmo que sua obras pareçam
ter uma ligação, elas são completamente independentes entre si; dessa forma,
mesmo aqueles que não leram O Perfume da Folha de Chá, podem acabar por ler
esse volume sem nenhum prejuízo.
E falando de ligação, preciso dizer que a edição dessa obra está
um encanto. Com uma capa que chama a atenção e combina perfeitamente com a
outra estória escrita pela autora, esse livro atrai olhares remetendo de forma
perfeita a trama... Simples, mas belo, essa é uma obra que encanta e enche os
olhos além de apresentar uma revisão onde erros não podem ser encontrados. Com
paginas amareladas e uma fonte de tamanho agradável, essa é uma obra que se
mostra construída de forma a garantir conforto e horas agradáveis de leitura,
assim como as inúmeras realizadas pela Editora Paralela!
Antes da Tempestade é um livro que apesar de ser um romance
de época, se mostra com foco em muito além de um mero romance. Com questões
serias e até mesmo difíceis de serem digeridas, somos inseridos em um
desenrolar que apresenta as mais diversas paisagens e costumes indianos e
ingleses – o que faz com que a parte do relacionamento propriamente dito acabe
em segundo plano, o que pode desagradar a muitos (como foi meu caso).
No entanto, ainda que seus elementos tenham sido
subaproveitados, a autora ainda mostrou o porque de ter encantado a vários com
sua escrita, visto que agrega realidade a cada palavra em meio a uma narrativa
fluida e fácil de ser acompanhada. Podendo ser melhor, mas longe de poder ser
considerada ruim, essa é uma obra que muitas vezes pode não ser fácil de ser
lida com suas passagens tensas e detalhes muitas vezes sem necessidade, mas que
não deixa de demonstrar o cuidado e preocupação com seu desenvolvimento ao longo
de sua trama. Ainda que não tenha conseguido conquistar meu coração é uma obra
que eu recomendo tanto por ser incrivelmente bela, quanto pela cultura que
agrega a quem lê. Recomendo!
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9 comentários
Bruna!
ResponderExcluirTantos questionamentos, né? Só lendo para saber.
Muito bom quando não esperamos muito de um livro e nem conhecemos e autora e acabamos nos surpreendendo de forma positiva com a história e o próprio romance.
Os livros intensos, mesmo que subaproveitados em alguns aspectos, acabam conquistando.
Desejo um ótimo domingo!
“Que o novo ano que se inicia seja repleto de felicidades e conquistas. Feliz ano novo!” (Desconhecido)
cheirinhos
Rudy
1º TOP COMENTARISTA do ano 3 livros + Kit de papelaria, 3 ganhadores, participem!
Namoro este livro desde que foi lançado e não vejo a hora de poder ler!
ResponderExcluirEssa mistura de romance épico e culturas diferentes sempre me animaram demais. E por tudo que já li até agora, este livro não tem nada a ver com o primeiro livro da autora e podem ser lidos separadamente sem problema algum!
As vezes, este choque de culturas acaba sim, nos assustando e isso é o mais interessante.
Já está na lista de desejados!
Beijo
Amei a capa do livro, é linda e nos faz sonhar um pouco, mas a história não me cativou e pelas coisas narradas na resenha não me levou a querer ler, mesmo sendo um romance histórico. Senti pela resenha, que coisas que dou muito valor foram perdidas nesse livro então acho que não vale ler, pois bem capaz de me decepcionar muito.
ResponderExcluirOi Bruna!
ResponderExcluirEstou namorando esse livro desde o lançamento, pelo que venho acompanhando por aí só tenho que criar expectativas em relação a leitura, parece bem agradável, espero ter uma oportunidade para conhecer em breve, está lindo assim como essa capa tbm...
Bjs!
Oi Bruna!! Acho muito válido todas essas críticas e o retrato de uma India antiga, como você disse muito bem descritos porém não consigo engatar em uma leitura sem ter um apego com os personagens. Fico me arrastando pra ler e acabo desistindo então apesar de ter achado muito bom por todas as críticas não imagino que lerei em um futuro próximo. Realmente pelo que você falou não senti um romance tão forte até porque não criar vínculo com o protagonista masculino já acaba todo meu amor rsrs Enfim adorei a crítica e a capa é realmente muito bela mas essa leitura passarei. Bjs
ResponderExcluirNossa, além de uma capa maravilhosa, a premissa do livro é incrível! Gostei demais da sua resenha, e me deu muita vontade de ler a história. Gosto de livros que nos mostram culturas diferentes.
ResponderExcluirOi Bruna!
ResponderExcluirGosto muito desses livros que ocorrem em outras épocas, que nos mostram culturas totalmente diferentes da nossa, mas para mim se os personagens não nos prendem, já não sei se conseguiria ler. Quando o livro descreve muitos detalhes do cenário mas não da relação entre os personagens, acaba se tornando chato e difícil de ler :/ Se entendi certo pelo que vc falou, eu imagino que eu demoraria muito tempo para conseguir ler, e talvez no fim realmente valerá a pena, mas por enquanto não considero em ter essa experiência. Para mim um livro tem que me prender tanto que só paro de ler quando acabar, não gosto quando fico adiando a leitura...
Gostei da sinceridade na resenha, bjs
Não lembro foi ele narra a história de uma garota no meio da realeza na década de 30 eu adoro livro que envolve reis e rainhas e Realeza no geral Mas eu ainda não li esse livro por quero ler o primeiro livro da autora que foi publicado no Brasil que se chama o perfume das folhas de chá
ResponderExcluirCasa vez mais eu amo os livros baseados na cultura e costumes asiáticos. Não me alegrem, obvio, mas gosto da maneira linda (quando é o caso) como essas historias são contadas, como exemplo A Cidade do Sol, enfim, digo isso, pois quando saiu Antes da Tempestade fui seca ler as resenhas e comentários no qual foi minha surpresa, vários se decepcionaram com ele. Como pode ne? Teu comentário foi positivo o que me anima, embora eu saiba que cada um tem seu gosto particular. Vamos tentar certo!!!
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