Resenha - A Escola do Bem e do Mal #2

Um Mundo Sem Príncipes - Nesta esperada continuação de A Escola do Bem e do Mal, as melhores amigas Sophie e Agatha estão de volta ao seu lar, em Gavaldon, para viver seu desejado final feliz, certas de que seus problemas terminaram. Mas a vida não é mais o conto de fadas que elas esperavam. Quando Agatha escolhe um fim diferente para sua história, ela acidentalmente reabre os portões da Escola do Bem e do Mal, e as meninas são levadas de volta para um mundo totalmente modificado. Agora, bruxas e princesas moram juntas na Escola para Meninas, na qual são inspiradas a viver uma vida sem príncipes. Tedros e os meninos estão acampados nas antigas Torres do Mal, onde os príncipes se aliaram aos vilões, e uma verdadeira guerra está se armando entre as duas escolas. O único jeito de Agatha e Sophie se salvarem é procurando restaurar a paz. Será que as amigas farão as coisas voltarem ao que eram antes? Sophie conseguirá ficar bem com Tedros nessa caçada? E o coração de Agatha, pertencerá a quem? O felizes para sempre nunca pareceu tão distante.

Livro: Um Mundo Sem Príncipes (Escola do Bem e do Mal #02)

320 páginas || Skoob || Editora: Gutenberg || Onde Comprar

Se você ainda não leu o primeiro livro  A Escola do Bem e do Mal #1, eu aconselho para quem ainda não leu, não ler a resenha abaixo, pois contém spoiler. Por isso aconselho ver as minhas impressões sobre o livro ok?

O primeiro livro tem um desfecho impressionante e o autor o fez de forma que se o leitor quisesse, não seria necessário continuar acompanhando a sequência e poderia muito bem ser aproveitado como um livro único. Porém, apesar de o final ter sido bom o suficiente, a minha experiência com a história foi tão incrível que eu não resisti e adquiri o segundo volume dessa trilogia, de tanta saudade que sentia dos personagens. Concluí a leitura desse livro e posso afirmar com toda a certeza de que não me arrependi nem um pouco!

No primeiro volume, vemos que Agatha passou praticamente a história inteira querendo levar Sophie de volta para casa em Gavaldon, com a certeza de que estando de volta no cemitério com sua mãe e seu gato alcançaria o seu final feliz, já que ela despreza os contos de fadas criados pelas duas escolas, do Bem e do Mal. O que Agatha deseja acaba se tornando realidade e como as duas meninas foram as únicas a encontrarem o caminho de volta depois de duzentos anos de sequestros, acabam sendo tratadas como verdadeiras heroínas pelo povo da aldeia.

Mas é claro que nem tudo são flores para as meninas, especialmente para Agatha que se vê o tempo todo desejando que o seu Felizes Para Sempre com o príncipe Tedros houvesse se tornado realidade. Ela tenta a todo custo esquecê-lo, se convence que estando com Sophie já lhe faz feliz o suficiente e acredita ter feito a decisão certa ao escolher Sophie no lugar de Tedros. Mas apesar de tudo, uma força maior parece preencher seus pensamentos e seus sonhos com a imagem do príncipe e do beijo simbolizando o Felizes Para Sempre que não aconteceu e Agatha começa a se perguntar se a sua amizade com Sophie seria o bastante.

Já Sophie continua se sentindo totalmente incompreendida pelo seu pai, ainda mais agora que ele tem planos de se casar com Honora muito em breve e nem mesmo havia pedido permissão para a filha. Como se não bastasse isso, Sophie ainda sente uma falta enorme de sua mãe e nutre um medo terrível de terminar como ela, que fora deixada de lado pelo marido e pela melhor amiga, que atualmente é a madrasta de Sophie.

Esse fato que o autor colocou nesse livro acaba explicando o porquê de Sophie sentir tanto medo de ser abandonada por Agatha. A verdade é que Sophie precisa mais de Agatha do que vice-versa, pois com sua amiga por perto Sophie consegue deixar a sua personalidade bruxa para trás e se torna uma pessoa melhor e do Bem, ainda que uma vez ou outra Sophie acabe deixando escapar um fragmento do seu lado Mal em algumas situações. Agatha percebe isso e além de sentir falta de Tedros, ela tem medo de que sua amiga volte a agir da mesma maneira cruel de antes.

Por mais que Agatha tente seguir em frente, esse desejo de que seu final feliz fosse diferente é mais forte do que ela pensava e não consegue esquecer aquele belo príncipe de cabelos loiros. Quando ela assiste ao casamento do pai de Sophie, se vê ainda mais infeliz e sem nem mesmo perceber, acaba fazendo um desejo que causa uma terrível consequência: Sophie começa a ser atacada por homens misteriosos! Eles começam a exigir que Sophie seja morta e apesar de Agatha ter prometido ao pai de Sophie que iria protegê-la, não demora muito para que Gavaldon comece a ser destruída pelos invasores e como os moradores da aldeia estão cansados de sofrer as consequências dessa caçada, eles exigem que Sophie seja entregue aos invasores.

"Será que sua amiga tinha caído em um feitiço? Teria Agatha começado a acreditar na fantasia da qual um dia ela havia debochado?"

Percebendo que não há condições de permaneceram na aldeia, Agatha e Sophie conseguem fugir e partem para o único lugar que as receberiam de braços abertos: a Escola do Bem e do Mal. Porém, ao entrarem na escola que supostamente deveria ser do Bem, aos poucos as meninas vão compreendendo que após terem concluído o seu conto de fadas juntas, aquela escola havia se transformado em um mundo sem príncipes. Agora não era uma guerra entre o Bem e o Mal, a divisão entre as duas escolas era entre Meninas e Meninos, e a Reitora da Escola de Meninas havia sido substituída por Evelyn Sader, uma mulher muito misteriosa que parece ter um propósito diferente de outras professoras e começa a controlar cada detalhe do que é ensinado para as meninas.

Agatha e Sophie descobrem que essa mudança que ocorrera nas escolas somente aconteceu porque Agatha escolhera Sophie no lugar de seu príncipe, o que supostamente deveria ter acontecido. Como o conto de fadas delas finalizam de maneira diferente de todos os outros, todas as meninas, princesas e bruxas, passam a adotar a ideia de que os príncipes são completamente desnecessários, as princesas deixam de cuidar de seus corpos e de fazer maquiagem enquanto as bruxas fazem o contrário, aprendem a se defenderem sozinhas e acreditam que os meninos servem somente para serem seus escravos.

Já os meninos estão completamente insatisfeitos com a situação em que se encontram, eles preferem que as escolas voltem a ser do Bem e do Mal novamente, mas Tedros, o novo Diretor da Escola, os convence que para isso acontecer Sophie precisa ser morta, pois acredita que ela é a responsável por estragar o seu final feliz com Agatha, por isso o motivo de Sophie ser atacada constantemente. Além disso, ele agora é o responsável por controlar o Storian, a caneta mágica que escreve os contos de fada e Agatha sabe que enquanto não conversar com ele, os ataques contra Sophie não irão ter um fim.

Porém, Sophie agora sabe do desejo de Agatha por seu príncipe e o seu medo de ser abandonada como a sua mãe, retorna novamente. Por esse motivo, as duas meninas acabam entrando em conflito novamente e Sophie cada vez mais acaba indo na onda da Reitora enquanto Agatha se encontra dividida novamente entre seu príncipe e sua melhor amiga.

[ - Minhas Impressões - ]

Eu estava bastante ansiosa para mergulhar nas aventuras de Sophie e Agatha novamente, pois ambas possuem personalidades singulares, bem distintas entre si e apesar de todos os obstáculos, fazem de tudo para serem amigas. Se no primeiro livro pensávamos que a amizade delas já corria um risco enorme, nesse segundo volume as coisas tendem a piorar ainda mais, e novamente o autor nos faz refletir sobre o que é ser bom ou mal. É impossível torcer para alguma das duas meninas, pois elas possuem ótimos argumentos para discordarem uma da outra e eu amei essa ideia do autor, pois dessa forma somos apegados às duas personagens ao mesmo tempo.

A ambientação permanece sendo descrita de forma magnífica e os personagens secundários também continuam sendo maravilhosos e cativantes, sendo do bem ou do mal. Eu apenas senti que Dot, a bruxa que é uma das amigas de Agatha, sofreu uma grande desvalorização na história, pois ela ajuda as meninas o tempo todo a troco de nada. No primeiro volume isso aconteceu também, mas presumi que depois de uma série de acontecimentos do primeiro livro, as outras meninas deixariam de tratá-la como se ela não fosse necessária e passariam a valorizá-la mais como uma amiga de verdade, e nesse livro isso não aconteceu. Apesar disso, tenho esperanças de que o terceiro livro mudará essa situação.

A diagramação do livro está ainda mais maravilhosa e amei que a Editora Gutenberg tenha mantido a capa original. Há poucos erros de revisão que podem passar despercebidos, as ilustrações no início de cada capítulo são lindas e a narrativa é em terceira pessoa mostrando os pontos de vista de Agatha e Sophie. A história é maravilhosa e para quem leu o primeiro livro, leiam esse sem medo pois o autor soube desenvolver uma excelente sequência e mal posso esperar para ler o último livro dessa trilogia que está entrando para os meus favoritos. Recomendo fortemente para todos!