Resenha - A Namorada Ideal

04 dezembro 2018

Livro: A Namorada Ideal
Autora: Michelle Frances
Cortesia: Editora Astral Cultural
Páginas: 448
Ano: 2018
Skoob
Onde Comprar: Amazon / Submarino

Uma garota. Um garoto. A mãe dele. E a mentira que ela desejará nunca ter contado. O quão longe você iria para proteger seu filho? Laura tem uma vida perfeita: carreira de sucesso e um casamento feliz e duradouro com um marido rico. Além disso, Daniel, seu filho de vinte e três anos, é um jovem gentil e muito bonito. Um dia, Daniel conhece Cherry, uma garota inteligente que, infelizmente, não teve a vida que gostaria ter tido. Ela quer a vida de Laura. Quando uma tragédia acontece, uma decisão é tomada em um ato de desespero e uma mentira terrível é contada, tão terrível que mudará a vida de todos para sempre.

“Amo meu filho. Era tudo o que devia ser levado em consideração. Não importava que estivesse prestes a fazer algo hediondo.”


Laura tem uma vida perfeita, que desperta a inveja de muitos e que a maioria sonharia em ter. Mas o que não sabem é que ela não conhece mais o significado da palavra felicidade, dado que mal consegue trocar duas palavras com seu marido antes de iniciar uma discussão. Ela se empenha em ser a melhor mãe do mundo para Daniel, seu único filho e que ela seria capaz de qualquer coisa para vê-lo feliz. Sua primeira gravidez marcou muito sua vida e não de maneira positiva, afinal ver um filho morrer não faz bem para a saúde mental de nenhuma mãe; porém ela luta para seguir com sua vida, trabalha em uma empresa de programas televisivos, tem uma amiga de longa data com quem confidencia seus maiores e mais atrozes segredos. Só que ela vê sua vida dar uma guinada quando conhece Cherry a namorada de Daniel, e o que era para ser uma convivência pacifica acabará por tomar proporções inimagináveis.

Cherry teve uma infância difícil e que ela não se orgulha em nada. Ela se acha digna de um mundo mais glamouroso, onde o dinheiro dita como deve ser, como deve se comportar e após uma decepção amorosa ela não quer mais se apegar em ninguém, até que em um dia normal na empresa em que trabalha como corretora de imóveis ela conhece Daniel, um jovem rico e que pode dar a ela a vida que ela julga ser merecedora. Ela vê uma oportunidade em sua frente e a agarra com unhas, ao conhecer a família Cavendish ela se sente altamente atraída pela vida de luxo que eles tem e estará disposta a fingir ser quem ela precisar ser para conquistar principalmente Laura – a mãe de seu namorado. Ela só não contava que isso viria a ser praticamente impossível.


Laura e Cherry se veem em meio a uma disputa por Daniel (que Meu Deus, nasceu no dia mundial da cegueira e burrice). Laura acaba por perceber que não existe amor nesse relacionamento e sim interesse e ela não esta disposta a deixar seu amado filho ser enganado por alguém como Cherry (que tem a ganância reluzindo em seus olhos) – afinal tudo o que a namorada de seu filho quer é o dinheiro deles e tudo o que eles tem. Mas o pior de tudo é que Cherry quer a vida de Laura e não importe o quão longe elas tenham que ir, ambas lutará com unhas e dentes para atingir seu objetivo.

Mentiras serão contadas, atos hediondos serão cometidos, pessoas serão machucadas e a única coisa que de fato importa é que: Laura consiga mostrar para Daniel o quão cruel e interesseira sua namorada é; e para Cherry tudo o que importa é que ela seja a futura senhora Cavendish, nem que para isso ela tenha que colocar mãe contra filho.

Porém ela não contava que Laura estaria disposta a ir longe só para recordá-la quem ela era e sempre seria, e que ali, em sua família jamais haveria espaço para alguém tão cruel e asquerosa quanto ela e que sua infância difícil nunca será justificativa para suas atitudes.


“Sim, amava a vida dele e queria aquilo para si (...)”


Quero começar dizendo que A Namorada Ideal é o tipo de livro que me tirou completamente da minha zona de conforto, afinal thriller não é bem um gênero que eu tenho o costume de ler muito, pois acho um gênero muito previsível. Mas bem, isso é minha opinião. E a Michelle Frances pegou um assunto que muitos vivenciaram em algum momento da vida e transformou em uma trama alucinante, instigante e intrigante: nora vs sogra é um assunto bem polêmico dentro do âmbito familiar, afinal sempre ouvimos criticas em relação a sogra e a nora, impossível nunca termos ao menos ouvido algo neste quesito.

Pois bem, o que mais tornou fascinante este livro foi a personalidade das protagonistas: Laura é uma mulher possessiva/ obsessiva e sabemos que pessoas com essa personalidade são tremendamente desconfiadas de tudo e de todos. Cherry tem o dom se reinventar (ela pode fingir ser quem ela quiser e consegue convencer todos), ambiciosa e uma fabulosa mentirosa, pois consegue fazer com que qualquer um acredite nela. E são duas pessoas que tem personalidades tão distintas e objetivos tão diferentes que se iniciará um jogo onde a palavra consequência não existe.

E no meio disso tudo, temos Daniel: filho de Laura e namorado de Cherry; confesso que em diversas ocasiões quis gritar com ele, afinal como ele era incapaz de perceber o que estava bem debaixo de seu nariz, como ele não percebia que as duas mulheres que ele mais amava se encontrava em guerra? Como ele podia ser tão cego? Esse comportamento dele me irritou bastante e ao mesmo tempo eu entendia o conflito que ele vivia: a mãe que ele tanto amava e a namorada que ele se encontrava perdidamente apaixonado já se encontrava fazendo planos para o futuro.

Com uma narrativa em terceira pessoa Michelle Frances teceu uma teia/uma rede de mentiras, segredos e ambições, tornando assim a leitura extremamente rápida e fluida e você se encontrava extremamente ansioso para saber qual seria o próximo passo dessas duas figuras, porque é isso que Laura e Cherry são. Não há limites, não existe privacidade e com isso você se encontra ansioso para conseguir desvendar quem é a mocinha da história (outro ponto que merece destaque).


Em A Namorada Ideal não existe vítima, não existe mocinha e nem uma pobre coitada que vamos querer proteger e até mesmo guardar em um potinho como é clássico de toda leitura. Pelo contrário, a autora apostou em duas personagens que sabem que o que estão fazendo é errado, mas mesmo assim estão desesperadas para atingir seu objetivo. Por mais que Cherry tenha toda aquela receita de bolo pronta (“aaah eu tive uma infância difícil”, “eu fui privada de muita coisa na vida”, “minha história não é muito bonita aponto de ser contada” e mais aquele blá blá blá todo), ela é dissimulada, uma personagem forte e que brinca com nosso psicológico, afinal eu nunca sabia quando ela estava sendo ela mesma ou quando era fingimento. 

A autora construiu uma personagem complexa e com o objetivo de nos deixar confusos; já Laura é uma personagem que você de fato sabe o que esperar dela, ela até determinado ponto quis agradar o amado (trouxa rsrs) filho, mas quando ela vê as verdadeiras intenções de sua nora ela não esconde as garras, ela não foge das provocações da mesma e com isso o clima de tensão durante a leitura se torna quase que palpável e quando menos percebia me encontrava roendo as unhas de tão nervosa que estava.

Enfim, esse foi um livro que me impactou dado o quão real ele é, com personagens mais reais ainda. Por mais que sua proposta seja altamente explicativa e óbvia: problemas/richa entre nora e sogra, a autora conseguiu construir uma história magnífica, intrigante, instigante. Não é uma resenha fácil de fazer, pois em sua sinopse temos uma noção da história e seria terrivelmente fácil soltar um spoiler sem querer. Mas posso afirmar que Michelle conseguiu construir um livro fascinante, que no inicio ela apresenta as protagonistas, vai trabalhando meticulosamente suas personalidades, motivações e de repente a história ganha forma e você quando percebe já esta no final do livro. 

Minha ressalva é: quando o livro de fato ganhou forma, eu já comecei a bolar mil e uma teoria para como o livro viria a ser finalizado e dentre tantas teorias, duas eu tinha o clássico: 50% de certeza para cada, e por incrível que pareça eu acertei e isso acabou não tendo o efeito esperado, afinal o objetivo do thriller é brincar conosco e no fim nos dar aquela rasteira e isso infelizmente não aconteceu comigo. Mas mesmo assim eu mega recomendo, afinal o que acabou por não ser uma surpresa para mim, pode ser para você.

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14 comentários

  1. Andei lendo uma resenha deste livro há um tempinho e não vejo a hora de poder ter ele em mãos!
    Quem nunca passou por isso ou que fez isso com algum genro?rs
    Tá, nunca cheguei ao ponto de fazer o mal, mas já peguei mais pesado com um ex namorado da filha. Mas oh, eu tinha razão.rs o garoto não era flor que se cheirasse!
    Mas pelo que li acima, a autora não trouxe pessoas fracas ou submissas. Ao contrário, só o namorado parece que é meio tapado.rs mas as duas personagens vieram bem fortes e determinadas!
    Lista de desejados e espero ter e ler o quanto antes!
    Beijo

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  2. Fiquei muito curiosa com essa história, eu estou viciada em thriller, quando quero sair de um livro chato, vou para um desses. Adoro tentar adivinhar para onde o autor nos levará ,mesmo que muitas vezes erre.
    Eu gostei muito da resenha, gostei dos personagens ,inclusive dos nomes dos personagens, coisa que nunca gosto.
    Estranhei que o pai nessa família pelo visto é o tipo omisso, só trabalha para enriquecer mais...
    Acho que será uma briga ferrenha entre a sogra e a futura pretensa nora ...coisa muito boa de ler e ficar imaginando.
    Essa mentira que a sogra vai inventar me deixou encafifada,louca pra saber, mas deve ser algo muito sério .
    Ri muito quando você falou que Daniel é um pateta, deve ser mesmo, os filhos quando se apaixonam não enxergam defeitos...
    Sabe que eu fiquei com pena dessa mãe ,apesar de tudo, acho que ela vai sofrer muito, infeliz na vida conjugal ,já tendo perdido um filho, na verdade só o que restou para ela foi Daniel e zelar pela felicidade dele se tornou o único objetivo na vida dela, e agora impedir a interesseira Cherry de ficar com Daniel, o filho perfeito e ingênuo. Fiquei ansiosa por essa leitura.
    Amei o título (irônico ) e a capa.

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  3. Olá! Gente, mas com essa sinopse fica impossível resistir a leitura. Eu amo esse tipo de história que nos faz pensar em diversas possiblidades sobre o que pode ter realmente acontecido, onde os personagens acabam brincando também com o leitor e tudo se torna incerto. Trazer personagens mais reais, não tão perfeitos ajuda a fazer com nos conectemos ainda mais com o livro. Agora esse Daniel já me deixou aqui revoltada com essa personalidade tão insossa, eu hein, o jeito é ler e ver se minhas teorias também estarão corretas.

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  4. Oi, Byanca!
    Pelo visto Daniel é uma tapado que não enxerga a ganância da namorada, hein?! rsrs. Lendo sua resenha dá pra entender a Laura em querer proteger o filho, ainda mais por ele não perceber como a Cherry realmente é: dissimulada, ambiciosa, mentirosa...
    Diferente de você costumo ler thriller - inclusive estou lendo um atualmente - mas essa trama sogra vs. nora é algo novo para mim, sem falar que nunca li um livro onde não há mocinha nem vítima na história, e isso foi o que mais me chamou a atenção em A namorada ideal, que já estou adicionando na minha lista de leitura, quero muito acompanhar esse embate entre Laura e Cherry e descobrir quem sairá ganhando, se é que há um vencedor no final... Ah, falando em final, pena que o final não te surpreendeu, chato quando isso acontece em um livro do gênero, mas como você disse, talvez eu acabe me surpreendendo com o fim do livro...
    Abraços, valeu pela dica!

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  5. Thriller não é um gênero que eu gosto.
    Interessante abordar essa questão nora x sogra dentro desse gênero, porque é algo que vemos em um contexto mais cômico.
    Pelo visto essas duas são mulheres de personalidade fortíssima, por conta disso nem culparia o Daniel; acho que elas são capazes de se amar na frente e se matar por trás dele.
    Fico curiosa para saber o que elas aprontaram, também é intrigante saber que não existe vítima.
    Eu gosto de acertar os mistérios.

    Beijos

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  6. Olá, Byanca
    Leio de tudo um pouco e thriller é um dos meus gêneros favoritos.
    Ainda não conhecia o livro, é a primeira resenha que leio.
    Gostei da trama como a autora construiu seus personagens nada de vilão, porque todos temos lado bom e ruim, e cometemos erros.
    Não me importo de receber spoiler, fiquei muito curiosa para saber os detalhes dessa batalha de nora e sogra.
    Mesmo com muitas páginas, penso que é uma leitura fluída e prazerosa.
    Beijos

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  7. Byanca!
    Não tive oportunidade de ler o livro ainda, porém se é uma leitura arrebatadora, com personagens que não são apenas boas, mas tem seu lado mal, deve mesmo ser instigante e nada previsível.
    Enredo baseado em rixa familiar, mesmo que seja de nora x sogra, tão batido, é interesante, tipo, ficar assistindo uma briga para ver onde vai dar.
    cheirinhos
    Rudy

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  8. Num geral Thriller me agrada muito, mas pela resenha e sinopse eu não imaginei que fosse, de cara me pareceu uma história bobinha de uma mãe super controladora que protege demais seu mimado filho. Mas com teus comentários vi que pode ser bem mais que isso, sem contar que te tirou da zona de conforto, gosto disdo. A narrativa deve ter momentos bem irritantes com a interesseira cherry e a super mãe Laura. Assim como tu se decepcionou com o final, volto a dizer que nao me pareceu Thriller em nenhum momento, então se eu tiver oportunidade de ler, vou sem muita sede ao pote.

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  9. Ao contrário de ti, thrillers são um dos meus gêneros favoritos, mesmo que na maioria deles eu já consiga prever o final. O que realmente me interessa neles é o desenvolvimento, tanto da história quanto das personagens, e eu acho que, nesse livro em específico, esse é um dos pontos mais positivos. Eu ia me irritar com o Daniel a todo momento, isso é óbvio, mas é muito interessante ver a forma como a personalidade de ambas as figuras femininas da narrativa cresce ao longo da trama e com as circunstâncias que são apresentadas às duas. Acho que acompanhar o desenrolar dessa verdadeira batalha é um dos pontos mais envolventes no livro.

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  10. Olá, dramas familiares não são estranhos da literatura, muito mesmo o cliché "briga entre sogra e nora". Contudo, é notório que o autor sabe muito bem trabalhar a caracterização tanto dos personagens principais quanto dos secundários, sendo que é fácil para o leitor avaliar o caráter de cada um. De fato, os elementos componentes de um thriller dificilmente tomam vez no decorrer da narrativa, principalmente no final, o qual poderia ser muito mais bem aproveitado. Entretanto, essa falha não desmerece a qualidade da obra em apresentar como a dualidade pode afetar nossas vidas. Beijos.

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  11. Oi, Byanca!!
    Essa é a primeira vez que leio alguma resenha desse livro, achei a história bem interessante. De um lado temos uma mãe que quer proteger um filho e do outro uma namorada que quer se dar bem com um namorado rico, parece em certos momentos uma novela, mas é uma história que pode dar certo, só não entendo muito bem como o Daniel não notou o que estava acontecendo com duas pessoas que ele disse gostar estava em pé de guerra.
    Bjos

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  12. Olá Byanca!
    Eu amo um bom thriller, porém não conhecia a autora. A trama é bem atual e conseguimos nos identificar com alguns dos personagens, o que dá um ar de autenticidade para a história. Me senti assistindo o programa Casos de Família vendo essas intrigas. É uma pena você ter desvendado o mistério e não ter se surpreendido tanto. Já eu fico bem orgulhosa de mim quando acerto alguma teoria. Enfim, esse me parece o livro perfeito pra ler depois de uma ressaca literária.
    Beijos

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  13. Oi Byanca.
    Eu adoro thrillers. Principalmente aqueles com trama envolvente que não conseguimos largar até chegar até o final.
    Já deu para entender qual é a de Laura (mãe superprotetora que acha que nenhuma mulher é boa suficiente para seu filho) e Cherry (oportunista que só quer ter uma vida fácil), junto com Daniel (o filho trouxa e sem graça rsrs).
    Já tenho algumas suposições de como será o final.
    Como você, eu não fico muito contente quando descubro o final. Também gosto de ser surpreendida.
    De qualquer forma, vou dar uma chance ao livro e espero gostar.
    Beijos

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  14. Eu amo thrillers, e na verdade nenhum que eu li foi muito previsível, mas vai de opinião né. E os que li e poderiam ter um final não tão original foi exatamente desse jeito, com personagens que tinham falhas, que erravam e que de modo algum eram perfeitos, que na verdade manipulavam aos gostos. Gostei muito da história, não tinha visto esse livro antes, me despertou o interesse.

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