Resenha - Fingindo

Por quanto tempo você consegue prender alguém? 

Meu nome é Cade Winston. Aluno de mestrado em belas-artes, voluntário, abraçador de mães e seu namorado pelas próximas vinte e quatro horas. Prazer em conhecê-la.

Com seus cabelos coloridos, tatuagens e um namorado que combina com tudo isso, Max tem exatamente o estilo que seus pais mais desprezam... E eles nem sonham que a filha vive assim.Ela fica em apuros quando seus pais a visitam na faculdade e exigem conhecer o futuro genro. A solução que Max encontra para não ser desmascarada é pedir para um desconhecido se passar por seu namorado.

Para Cade, a proposta veio em boa hora: é a chance que ele esperava para acabar com a sua fama de bom moço, que até hoje só serviu para atrapalhar sua vida.Um faz de conta com data marcada para terminar... E um casal por quem a gente vai adorar torcer. Fingindo vai seduzir você.

                                                                 

Livro: Fingindo

366 páginas || Skoob || Cortesia: Novo Conceito || OndeComprar ||

Antes de prosseguirem leitura devo dizer que apesar desse livro não ter os mesmos personagens de Perdendo-me, eles ainda aparecem aqui e terá spoilers do livro, de acontecimentos dele, fiquem espertos, mas no fim, não atrapalha em nada.

''Tive meu coração partido pela minha melhor amiga e agora todos pisavam em ovos ao meu redor como se eu estivesse a ter um colapso, como uma menina com TPM. Aparentemente, ter sentimentos era o mesmo que ter uma vagina.''

Cade não entende o que o faz continuar vendo Bliss e Garrick, aquilo doí e ele tem certeza de que não é masoquista. Mas ele ainda não está pronto para deixa-la partir, ele ainda não consegue lhe dizer adeus, essa é a verdade.

Mas agora Garrick vai pedi-la em casamento e ele sabe que se presenciar aquilo irá se despedaçar completamente e é por isso que ele recusa passarem o dia de Ação de Graças juntos, sim, ele pode ficar sem essa, ele pode mentir e fingir, ele prefere mofar sozinho e deprimido em casa a vê-la sorridente após o pedido.

Por isso quando a menina de cabelo rosa que ele pegou encarando vem em sua direção e se senta em sua mesa ele pensa que talvez nem tudo esteja perdido, pois ele com certeza não está pensando em Bliss ao olhar aqueles olhos azuis e lábios rubros, mas ele com certeza não esperava que ela lhe pedisse que ele fingisse ser seu namorado na frente de seus pais que logo logo estariam chegando. Ah... aquilo seria interessante.

Cade logo descobre que Max é mais que uma menina corajosa, ela é um espírito selvagem, que vive para a música e arte, ela mexe totalmente com ele e Cade não sabe se isso é bom, afinal ela tem um namorado e não tem como ele não ser o oposto dela.

Entretanto ele tem certeza que existe algo. E ele quer lutar.

Narrado em primeira pessoa por capítulo Cade, capítulo Max o livro segue um ritmo alucinante que te permite que tudo seja fluído, o romance é intenso, os personagens possuem bagagem e os acontecimentos condizem com o tempo e sentimentos.

Gosto de como Cora enredou a trama e de como ainda vemos Bliss e Garrick - protagonistas do primeiro livro -, foi divertido ter mais deles e me lembra o estilo da Stephanie Perkins de escrever seus livros, é mágico e saciador.

''Ele era lindo, com aquele jeito de modelo norte-americano. Ele usava suéter e cachecol e tinha um livro sobre a mesa. Eureca! Era esse tipo de cara que as bibliotecas deviam usar nos anúncios se queriam que mais pessoas lessem.''

Gostei também de uma coisa - que não pode ser considerada spoilers já que é um pequeno detalhe que eu aposto passa batido para muitos - a maneira como os dois protagonistas se encontram é demasiadamente irônica e é aquela ironia cruel que acontece na vida e depois você sorri amargurado. Bliss parou para falar com Garrick pela primeira vez porque ele estava lendo num bar. Max só foi falar com Cade porque ele estava lendo um livro numa cafeteria. Repararam a semelhança? Eu ri.

Cade e Max me conquistaram e por mais que eu ame a Bliss e o Garrick devo dizer que eu gosto ainda mais do Cade e da Max, eles de alguma forma me encantaram. Suas dores. Suas paixões. É tudo intenso e eu super recomendo. Vocês irão rir, se reconhecer e desejar que tudo dê certo porque eles merecem que tudo dê certo.

''Chorar era para momentos de muita dor, quando era preciso desabafar, livrar-se das peles mortas na alma para conseguir respirar.''

Sem falar que Cora tem uma sacada ótima para temas polêmicos como sexualidade, religião, mercado de trabalho e julgamentos para com os sexos. Adorei e morri de rir. Entendam, eu sou bem liberal e acho maravilhoso quando escritoras conseguem captar esses conflitos do dia-a-dia de forma tão natural.
E pessoal quer saber uma das coisas que ganhou o coração de favorito? A trilha sonora. Amo música, só não a respiro pois já faço isso com os livros mas gente como foi mágico reconhecer meu estilo musical nessas páginas!