Resenha - As extraordinárias cores do amanhã

10 abril 2019


Título: As extraordinárias cores do amanhã
Autora: Emily X. R. Pan
Cortesia: Editora Universo dos Livros
Páginas: 411
Onde comprar: Amazon
Leigh Chen Sanders é uma garota meio asiática, meio americana, e precisa lidar com um fato: no mesmo dia em que beijou Axel, seu melhor amigo (e paixão secreta há anos), sua mãe se suicidou. Além disso, Leigh tem plena certeza de que a mãe virou um pássaro. Ao viajar rumo a Taiwan para encontrar os avós maternos pela primeira vez, ela está determinada a também encontrar a mãe, o pássaro. Nessa busca, a garota precisa enfrentar fantasmas antigos ao descobrir segredos da família e desenvolver uma nova relação com seus avós ao mesmo tempo em que lida com o próprio luto. Alternando entre o real e o fantástico, o passado e o presente, a amizade e o romance, a esperança e o desespero, As extraordinárias cores do amanhã é uma história maravilhosa e profunda sobre como se encontrar a partir dos laços com sua família, sua arte, sua dor e seu amor.



A história começa quando Leigh beija seu melhor amigo Axel, por quem nutre um sentimento antigo, porém nesse mesmo dia sua mãe comete suicídio, o que faz com que a vida da garota desmorone, até que em uma noite, Leigh vê um pássaro em sua janela, e passa a enxergar sua mãe nesse pássaro. O que deixa a garota extremamente confusa e se sentindo ainda mais sozinha. E o pior é que nem sua amiga, nem seu pai acreditam na história do pássaro, até que em uma noite, o pássaro surge novamente e dessa vez trazendo consigo uma caixa repleta de fotos e lembranças que remetem o passado de sua mãe, juntamente com um convite para que a garota vá visitar seus avós em Taiwan.

As extraordinárias cores do amanhã é uma ficção juvenil com um pouco de realismo mágico... Algumas coisas irreais começam a acontecer e depois de uma certa relutância de seu pai em relação a esses acontecimentos, ele se vê convencido de levar Leigh para Taiwan, para que assim ela possa enfim conhecer os seus avós e então poder desvendar todas as dúvidas que carrega sobre o passado de sua mãe e descobrir os motivos que a fizeram se afastar de seus familiares durante tanto tempo.

A história até tem uma premissa interessante, a Leigh é uma jovem de 16 anos que só gostaria de ter uma vida normal, e é o que ela tenta viver, mesmo com os problemas da mãe e o afastamento do seu pai, que passa a maior parte do tempo trabalhando. Isso faz com que a personagem se questione muito o porque da mãe se sentir como se sente, principalmente quando ela vem a piorar e logo depois vindo a cometer o suicídio.



Confesso que durante a leitura eu senti que a narrativa foi um pouco arrastada e cansativa, mesmo com capítulos curtos foi bem difícil conseguir entrar na história e engatar na leitura, tanto que demorei muito para finaliza-lo. Mas também, apesar de tratar de assuntos sérios como o suicídio e o luto, esses temas não são abordados de maneira "pesada", achei repetitiva a questão da personagem ficar pensando sempre nas mesmas coisas, isso deu a impressão de que a história não ia a lugar nenhum e assim tornando a leitura monótona. A impressão que eu tive é que quanto mais eu lia, menos eu me conectava, sabe?

Os capítulos são intercalados entre o presente e as lembranças do passado da garota, que também são de forma alternada, as vezes ela relata algo bem antigo de quando ainda era criança, e em outros capítulos ela relembra momentos com Axel, seu melhor amigo. Entretanto a personagem passa todo o tempo pensando ao ponto de ficar obcecada pelo pássaro, pensando no amigo, remoendo o passado e o fato de não conhecer os avós, nem nada referente a cultura de seus antepassados.

O que mais acabou me deixou indignada é que a garota não se esforçava nem um pouco para mudar certas coisas. A Leigh procura por respostas e simplesmente quer que elas apareçam sem nem ao menos tentar ir atrás e perguntar para as pessoas que sabem das informações que ela tanto quer saber.

Uma outra coisa é que os avós falam outra língua e a garota tinha dificuldades de compreender, por isso seu pai acabou arrumando uma menina para que pudesse acompanha-la e ajuda-la nesse processo, porém Leigh a acha tão estranha que isso começa a lhe incomodar. Até acabei entendendo o fato de ela se sentir um peixinho fora d’água, principalmente por não se parecer tanto com seus parentes maternos, o que é motivo de certa discriminação, e sabemos que nesses países isso é ainda mais forte.

Leigh também simplesmente abandona e ignora todas as tentativas de seu amigo de se reaproximar, pois ela fica mergulhada em seu luto pela mãe e não permite nem que outras pessoas se aproximem para tentar ajuda-la de alguma forma. Tanto que ninguém sabe como ela se sente, pois ela não conversa praticamente com ninguém e não chora. Não desabafa.

Agora, sobre a ambientação da história, eu gostei bastante porque se passam mais ou menos em dois momentos. Passamos a acompanhar também Leigh em sua rotina escolar, em casa e com seus amigos. Compreendemos a forma como ela via e se sentia em algumas situações que ela passava ou presenciava. Outra coisa que me chamou bastante atenção durante a leitura foi a maneira de como a personagem transmite os seus sentimentos através da pintura, pois é algo que ela ama e acaba utilizando isso ao seu favor através das cores para poder se comunicar com Axel, que é o único que compreende o que ela está querendo realmente dizer. (Embora nem sempre tenha entendido as nuances de cores que a personagem usa como "amarelo monoazo").

Então para finalizar, temos aqui uma trama rica em aspectos culturais. Tem diálogos que apresentam palavras em chinês. Pontos turísticos que a personagem visita quando está em busca do tal pássaro e onde trazem momentos onde esses personagens vão falar de suas tradições e significados da sua cultura. Isso é algo que eu amo nos livros e por isso, assim que conclui a leitura, acabei atribuindo três estrelinhas como nota deixando aqui a minha recomendação para aqueles que gostam do gênero, principalmente porque é importante para que cada um possa vim a tirar as suas próprias conclusões sobre o livro, independente da minha opinião! Por isso, Boa Leitura !

3 comentários

  1. Acho que é a primeira resenha que leio deste livro, por isso ainda não sei bem o que pensar.
    Ao mesmo tempo que parece haver um enredo bem bacana e até diferente dos ditos comuns, há uma perda no enredo, até por não abordar isso do suicídio e reconstrução na maneira devida.
    Tá, legal não ter todo o drama, mas sei lá, um pouquinho de maior profundidade não teria feito mal.
    E fiquei meio pé atrás com isso da personagem não se abrir ao novo, a reconhecer o que está acontecendo, em tudo à sua volta.
    Não digo que não lerei,mas não senti muita vontade não! rs
    Beijo

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  2. Ah, agora fiquei em dúvida em relação a esse livro.
    Estava desejando por conta da sinopse, mas pelo visto a premissa é melhor do que a história em si.
    Mas tem pontos positivos, então vou querer ler apesar de não colocar como desejado mais.

    Beijos

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  3. Olá! O livro apresenta uma história bem diferente, Leigh deveria ser uma personagem bem forte, para ter que lidar com todos esses acontecimentos que está acontecendo em sua vida, mas pelo visto não é isso que acontece, outro ponto que me chamou bastante atenção foi um dos temas abordados na história, suicídio, afinal, infelizmente, a cada dia mais lidamos com notícias de pessoas com depressão ao nosso redor, e por muitas vezes é bem complicado perceber e oferecer ajuda/apoio, por isso, a importância de falarmos mais sobre o assunto.

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