Resenha - Uma Casa no Fundo de Um Lago

15 outubro 2018

Título: Uma Casa no Fundo de Um Lago
Autora: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Páginas: 160
Skoob Onde comprar: Amazon / Saraiva


O novo livro do autor do best-seller Caixa de Pássaros.
James e Amélia têm dezessete anos. Em comum, além da idade, têm o fato de estarem um a fim do outro e de serem tomados pelo nervosismo quando James chama Amélia para sair. Mas tudo parece perfeito para um primeiro encontro: um passeio de canoa pelos lagos, levando um cooler cheio de sanduíches e cervejas.
À medida que se aprofundam na exploração, os dois chegam a um lago escondido e encontram algo impressionante debaixo d'água. Um lugar perigosamente mágico: uma casa de dois andares com tudo que tem direito — móveis, um jardim, uma piscina e uma porta da frente, que está aberta.
Enquanto, fascinados, vasculham o imóvel e tentam passar uma boa impressão para o outro, cresce o medo. Será que um local misterioso como aquele esconde alguém — ou algo — vivo? Uma coisa é certa: depois de mergulhar nos mistérios da casa no fundo do lago, a vida deles jamais voltará a ser a mesma.



James e Amélia é um jovem casal de 17 anos, decidiram sair juntos pela primeira vez e o local escolhido foi um lago. Ambos estavam nervosos e ambos não esperavam o que iriam descobrir nesse primeiro encontro: Uma casa, mas não uma casa comum. Uma casa no fundo de um lago, que não deveria estar lá, que não havia como estar lá.

Encantados pela descoberta, o jovem casal se prepara com tudo que há de necessário para mergulhar e explora-la. A casa se tornou como um vício, se mostrando impossível ficar longe ou sem pensar na mesma, fazendo o casal querer voltar para ela o tempo todo. Suas vidas jamais seriam as mesmas depois dessa aventura.




Em "Caixa de Pássaros" e "Piano Vermelho", apesar de ambos serem intercalados em passado e presente, a escrita é feita na conjugação presente, algo muito característico já que praticamente todos os livros são narrados no passado. Em Uma Casa no Fundo de um Lago não encontramos essa marca do autor. O livro é descrito de forma comum, no passado. O que não há torna ruim, apenas igual à grande maioria. 

Sou suspeita em falar de uma obra escrita por Josh Malerman, já que sou apaixonada pelo o autor. Gosto muito de sua criatividade e nesse livro não poderia ter sido diferente. Apesar de ser uma história um tanto quanto louca, há presente uma metáfora que fez com que eu ficasse por um tempo pensando sobre. Assim, chego a conclusão que é uma ótima opção para quem gosta de livros que façam refletir. O final aberto foi a peça chave para nos deixar criando as teorias sobre a mensagem da obra, e talvez a intenção fosse cada um interpretar do seu jeito, conforme a sua maneira de ver a vida. Acredito eu, que o livro se trate sobre amor. Debati a história com outra pessoa que havia lido e nossas interpretações, apesar de não serem idênticas, foram semelhantes e suponho que isso se deve ao fato de cada um ter um jeito de interpretar a vida.

``— Eu te amo — disse James de repente.
— Sei que ama. Você não nadou para longe quando eu fiquei com medo.``

Não me senti presa ao livro, sem poder larga-lo, mas também não o achei entediante. É um livro curto e de fácil leitura. Quem procura um livro para ler em um dia, passar algumas horas, é uma boa escolha. Porém, deixo claro aqui que Josh Malerman não é um autor que agrada a todos. Na verdade, sempre encontro mais comentários negativos do que positivos. Não sei se ele deixa intencionalmente o final ou alguns aspectos em aberto ou se simplesmente não percebe (realmente acho que seja a segunda alternativa), mas o fato é que isso acontece praticamente sempre. Suas obras são fora do comum, e se você não estiver disposto a encontrar algo diferente do que somos acostumados, principalmente no gênero, você não irá se dar bem.

Foi uma boa experiência ver Josh Malerman escrevendo com outra narrativa e fazendo um bom trabalho com ela, porém prefiro seu jeito próprio de escrever um livro. O final foi o que mais gostei, diferente de outras pessoas que odiaram-o. Dessa vez o autor deu a entender que o fato do livro não ter um final fechado foi proposital. Nessa obra não consegui ver furos, diferente dos livros anteriores que existem, mesmo pequenos.

Os personagens não foram tão trabalhados, nem em aspecto físico, nem em personalidade. É um livro com poucas páginas, então não há tanto essa necessidade, já que o foco está na casa, no relacionamento dos jovens — apesar de não se tratar de um romance e o livro também não transmitir o mesmo— e principalmente a aventura que eles vivem juntos. A relação que o casal cria é muito natural e encaram tudo que vivem na casa como mágico, apesar do medo, o que faz com que se torne mais fácil identificar a presença de uma metáfora no livro.

``Ambos com dezessete anos. Ambos com medo. Ambos dizendo sim.``

Por se tratar de um livro curto e uma história que se passa a maior parte em um único lugar não existem muitos personagens. Além de Amélia e James, há a aparição do tio do menino, dono do lago, e seu pai, mas esse é apenas citado pelo jovem. Da parte de Amélia temos a sua colega de trabalho, que também faz poucas aparições. Os personagens secundários não foram de grande importância, já que estão ali apenas para dar um "complemento" na história e desenvolver cenas fora do lago. Já a relação deles com os protagonistas não é de relevância ao livro, no meu ver. A casa, apesar de não ser humana, me passou a impressão de ser um personagem, e os acontecimentos em seu interior dão vida à história.

Enfim...

Para finalizar, nessa edição encontramos detalhes em cada incio de capitulo, e a arte da capa representa muito bem a história, e também nos dá uma base para imaginarmos as cenas. Gostei muito das cores presentes e da escolha das fontes. O titulo, apesar de longo, fala muito sobre o que o livro se trata. Com certeza uma edição muito bonita.

Uma Casa no Fundo de um Lago não há tanto potencial como "Caixa de Pássaros", mas não deixa de ser boa, e uma grande loucura de Malerman.

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5 comentários

  1. Realmente é um autor que a gente vê e lê mais coisas negativas do que positivas,mas acredito que seja isso que permite a quem ama suas letras, o amar de todo o coração.
    Só li Caixa de Pássaros e vou confessar que estou ansiosa aguardando a adaptação, já que o livro é excelente!
    Piano Vermelho ainda não li, mas está lá na lista de desejados.
    Quanto ao livro resenhado, li tanta coisa que fica complicado firmar uma opinião certa.rs Pois eu quero muito ler o livro, mas admito estar com medo de me arrepender.
    O cenário, os personagens, e não, não é um terror, mas sim o medo do desconhecido.
    Mas como você mesma citou, é um livro curtinho, então se houver arrependimento, será pequeno!rs
    Espero ler!!!
    Beijo

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  2. Já tinha visto esse livro várias vezes, mas é a primeira vez que presto atenção no título, e que curioso!
    Nunca li nada do autor, o fato de não curtir o gênero colabora.
    Mas preciso dizer que agora estou curiosa com esse livro, com essa casa e em como ela foi parar no fundo.
    Final aberto não me agrada, mas gosto de histórias que me fazem refletir.
    Pensando seriamente em dar uma chance para esse livro.

    Beijos

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  3. Olá! Devo confessar que ainda não tive contato com a escrita do autor, em minha defesa eles já figuram na minha lista, inclusive já fazem parte da minha coleção, mas eu sempre acabo colocando algum outro livro na frente (#vergonha). Fiquei bastante intrigada com essa história e já em cólicas para descobrir o que de fato aconteceu com esses dois. Só ouço (leio) maravilhas em relação ao autor, que me foi super recomendado por amigos, então tenho certeza que vou gostar bastante.

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  4. Eu já li Caixa de Pássaros e, apesar do livro não ter superado minhas expectativas, foi uma leitura bem gostosa de fazer. Fiquei curiosa com o enredo desse livro, sem gosto bastante de objetos como personagens principais, acho que isso dá uma dimensão diferente à história. Não sou muito fã de finais abertos, mas realmente eles permitem uma interpretação mais particular de cada leitor da trama e acho que esse é um ponto positivo.

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  5. Lembro que quando li Caixa de Pássaros fiquei angustiada de uma maneira que não consegui dormir, depois não li mais nada do autor.
    Parece um livro interessante, A resenha deixa uma vontade de saber o que vai acontecer com esses dois, nessa casa...certamente o escritor tem algo à mais para passar. Nada deve ser óbvio. Gosto de metáforas, gosto de tentar entender o que o escritor pensou e os motivos dele.
    Muito curiosa com essa resenha.

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