Resenha - Antes Que As Luzes Se Apaguem

12 setembro 2018

Título: Antes Que As Luzes Se Apaguem 
Autor: Jay Asher
Editora: Astral Cultural
Páginas: 256
Onde comprar: Amazon / Saraiva

Sierra e sua família vivem duas vidas: uma no Oregon e outra na Califórnia, durante as festas de fim de ano. Eles são donos de uma fazenda de árvores de Natal, mas este pode ser o último ano de Sierra na Califórnia com Heather, uma de suas melhores amigas.
As coisas parecem sair de controle quando Caleb, dono de um belo sorriso acompanhado de uma covinha, surge em busca de uma árvore. O que deveria ser apenas um “romance de Natal”, torna-se algo muito mais profundo. Apesar de sua aparência, os boatos que rondam Caleb sobre seu passado não são tão belos – e muito menos confiáveis –, fazendo com que Sierra precise tomar decisões sobre em quem ela deve confiar e até mesmo confrontar seus pais.
Mesmo com tudo conspirando para que as luzes do último Natal de Sierra na Califórnia se apaguem, Caleb e ela aprenderão como contornar todas as situações.



Quando penso em pegar um livro de Jay Asher para ler, minhas expectativas vão lá para o alto. Lembro o quanto gostei de Os 13 Porquês e como foi diferente o enredo de O Futuro de Nós Dois. Mas, diferente dos dois livros acima citados, Antes Que As Luzes Se Apaguem deixou muito a desejar.

Os pais de Sierra são donos de uma fazenda de árvores de Natal. Todos os anos a adolescente passa algumas semanas na Califórnia, vendendo pinheiros aos apaixonados pelas festas natalinas. Contudo, devido às baixas vendas de árvores dos últimos anos, esta pode ser a última viagem de sua família. 

Por que colocar meu coração em algo que o destino simplesmente vai separar na manhã de Natal?

No Oregon, onde vive Sierra, ela possui duas melhores amigas: Elizabeth e Rachel. Já na Califórnia, Heather é uma garota cativante, uma amiga querida, de seus finais de ano. 

O livro começa com Sierra ouvindo de seus pais que este ano talvez seja o último passado na Califórnia. Com esse sentimento triste, de um futuro incerto, a menina decide fazer desta viagem algo inesquecível, esforçando-se para que essa preocupação possa ser contornada, ou até mesmo resolvida. 

O que não estava em seus planos é o aparecimento de Caleb, um rapaz, de sua mesma idade, o qual é detentor de um grande segredo. Segundo boatos, contados pela própria Heather, Caleb no passado fez algo terrível e que acabou com sua família. Todos da cidade querem distância do garoto, temendo ser alvo de seu desequilíbrio. Entretanto, quando Caleb conhece Sierra, enquanto comprava uma árvore de Natal no seu lote, o menino passa a querer demonstrar que os boatos não definem seu verdadeiro caráter. 



[- Minhas Opinião -]

Talvez eu não seja a pessoa mais correta para ler ou falar de romance. Quando mais nova, eu devorava livros românticos, sobretudo de um autor italiano chamado Federico Moccia. Obras como Três Metros Acima Do Céu e Desculpa Se Te Chamo De Amor foram livros que comprei pela primeira vez com o meu próprio salário, em idioma original. Hoje, muito dificilmente pego uma obra desse mesmo gênero. E, posso parecer uma pessoa bem anti-romântica, mas procurarei explicar o que tanto esses enredos me incomodam.

A primeira coisa que notei foi que a obra de Jay Asher assemelha-se muito com os propostos por outros autores, de outros romances. Sempre aquela velha premissa clichê de que a menina boazinha se apaixona pelo garoto malvado, ou com fama de mal. Sério mesmo que isso ainda faz sucesso? 

No caso de Caleb e Sierra, eu simplesmente não consegui sentir qualquer química, qualquer empatia pelos protagonistas. Admito que achei muito legal o trabalho voluntário de Caleb: presentear famílias carentes com árvores de Natal. Se você pensar bem, esse gesto “bobo” pode promover o espírito natalino em lares que quase sempre perderam o interesse pela data, ou até mesmo pela reunião em família. Todavia, tanto esse gesto solidário do rapaz, como seu comportamento calado, muitas vezes me soou uma forma dele tentar dizer às pessoas que suas intenções são boas e, sobretudo, que o incidente ocorrido alguns anos atrás não faz parte de seu caráter real. Desculpa, fazer caridade porque você quer provar ser bom é um ato esdrúxula, egoísta e imaturo. 

Outro ponto que me deixou muito incomodada foi o “famoso” amor à primeira vista. Acho que tudo bem uma garota olhar um garoto e o achar bonito. Acho legal esse mesmo rapaz ir conversar com a menina que ele achou interessante. Mas se apaixonar tão rapidamente, em questão de uma ou duas semanas, isso realmente me soou irreal. Acho que amar alguém vai muito além das aparências e, mais do que isso, passar a conhecer uma pessoa e amá-la por quem ela é, não é um sentimento que surge da noite pro dia.  

Achei irritante como todo mundo queria palpitar na vida sentimental da Sierra. Por diversas vezes, os pais da menina se incomodaram muito mais com o fato da filha ter que namorar à distância, do que com o passado “assustador"do adolescente com quem ela estava namorando. E, sejamos honestos, atualmente muitos relacionamentos funcionam perfeitamente bem à distância. Pode não parecer, mas a tecnologia, quando bem utilizada, une pessoas e fortalece seus relacionamentos. Na relação de Sierra e Caleb, ambos poderiam facilmente lidar com esse problema, já que para início de conversa, eles vivem no mesmo país. 

Infelizmente encontrei outros problemas com os personagens. Quando Heather aparece no enredo, a mesma está namorando com um rapaz chamado Devon. Mas, diferente dela agir como uma garota normal, durante todo o tempo ela diz o quanto não suporta mais este relacionamento, ou como Devon é estranho e ela quer esperar o Natal para terminar com ele. Eu achei essas atitudes tão tolas, tão banais. Ela não parecia estar com 16, 17 anos. Suas ações e dizeres eram muito mais parecidos com os de meninas de 11 ou 12 anos que não sabem se a roupa que estão olhando na vitrine lhes cairá tão bem quanto na modelo. 

Apesar dos inúmeros pontos negativos, gostei da história ter se passado no Natal. Gosto da ideia de uma família se unir nesta época do ano não apenas para ganhar dinheiro com as vendas dos pinheiros, mas manter algumas tradições tão antigas ainda de pé. Apesar de serem apenas em 3 pessoas, Sierra e seus pais tornam a festividade algo grandioso, mostrando que o espírito natalino pode ser sentido e levado aos outros, mesmo que por uma única pessoa. 

Talvez, a grande mensagem existente neste livro seja o fato de tratarmos uns aos outros como pinheiros de Natal: lindos, belos de serem enfeitados, decorados e exibidos, mas quando as festividades do final do ano acabam, essas árvores são descartadas, assim como os sentimentos bonitos que um dia foram emitidos.


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9 comentários

  1. Realmente depois dessa resenha fica difícil ter vontade de conhecer esse livro. Concordo sobre esse clichê do amor à primeira vista, acho que deve vender e fazer sucesso pelo tanto que aparece em livros ..
    Sobre as dúvidas de Heather quanto ao namoro com Devon, parece que isso só serve para acrescentar páginas à história.
    Concordo novamente sobre a besteira dos protestos dos pais da Sierra a respeito da distância. ..atualmente não existem mais distâncias num mundo globalizado. Acho que o livro apesar da mensagem positiva é fraco de argumentos, só fiquei curiosa sobre o erro de Caleb.

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  2. Oi, Bella,

    A premissa do livro contém características bem leves e fluídas - juntamente com o clima -, apesar dos conflitos também presentes.

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  3. Puxa..rs
    Falar o que depois de tudo isso?
    Eu sou o tipo romântica incurável. Adoro um bom clichê e sim, a mocinha e o bad boy ainda são receita de sucesso, aja visto que entre os livros mais vendidos, sempre tem um romance bobinho no meio.
    Pelo que li acima, talvez não tenha tido uma química entre os personagens. Talvez seja só o fato de você não curtir o gênero. Não sei ao certo.
    Como é a primeira resenha que leio deste livro, vou ter que ler ele para tirar minhas conclusões!!!
    Beijo

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  4. Olá! Muito chato quando temos grandes expectativas em relação à história e no fim, nos decepcionamos (#frustrante), eu até tento não fazer isso, mas é quase impossível. Apesar de uma história clichê e personagens já caricatos, sempre fica a esperança de que a autora vai nos surpreender de maneira positiva.

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  5. Oi Bella.
    Li apenas Os 13 porquês e gostei, com ressalvas.
    Esse outro livro do autor não me interessou. A trama parece bem clichê e algumas das atitudes dos personagens parecem bem infantis e banais e enquanto estava lendo a resenha já estava revirando os olhos rs Acho que não tenho mais paciência para histórias assim.
    Mas achei a capa linda.
    Beijos

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  6. Olá Bella!
    Li poucas resenhas sobre esse livro, ainda bem que positivas...
    Tenho interesse imenso em conhecer o enredo, que pena que pra você faltou alguma ligação com os personagens...
    Espero curtir a leitura quando surgir oportunidade.
    Bjs!

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  7. Oi, Bella!
    Romance é o meu gênero preferido e o que predomina nas minhas leituras; quando pego um livro pra ler se não tiver romance, seja de qualquer gênero, eu não leio.
    Eu amo histórias de amor à primeira vista, mas confesso que não curto o clichê garota boazinha que se apaixona pelo garoto malvado, parece tudo mais do mesmo... por isso eu não leria Antes Que As Luzes Se Apaguem.
    Abraços!

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  8. Só por ser do mesmo autor de 13 reasons why já me chamou bastante atenção! Quero muito conseguir ler esse livro devido ao último parágrafo da sua resenha, pra ver como o autor consegue nos relacionar com "Pinheiros de natal" .

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  9. Eu gosto de enredos com natal de pano de fundo. É um enredo bem diferente do que eu já conheço do autor. Mesmo com todos os pontos levantados, eu daria uma chance ao livro, gosto do título e da capa. É realmente ruim quando não entramos em sintonia com os personagens principais. Talvez seja um livro pra ler sem muitas expectativas.

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