Resenha - Uma Dobra No Tempo

24 abril 2018
Livro: Uma Dobra No Tempo
Autora: Madalene L'Engle
Cortesia: Harper Collins do Brasil
Páginas: 240
Onde Comprar: Saraiva / Amazon 
Skoob

Um clássico da fantasia e da ficção científica emerge!
Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar.
“Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim.”
O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente... Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço.
Uma dobra no tempo é uma aventura clássica, que serviu de inspiração para os mestres da fantasia e da ficção científica do mundo, agora adaptada para os cinemas pela Disney. Junte-se à família Murray nesta jornada, entre criaturas fantásticas e novos mundos jamais imaginados.



Meg Murry se classifica como uma pessoa ordinária. Uma menina de 12 anos completamente sem graça, sem nenhuma habilidade, angustiada por viver em um lar totalmente contrário ao aceitável pela sociedade. Filha de pais cientistas, Margaret é a filha mais velha de outros 3 irmãos: os gêmeos Dennys e Sandy e o irmãozinho prodígio, de 5 anos de idade, Charles Wallace. Garota magricela e míope, a pré-adolescente é constantemente motivo de chacotas, derivando atitudes rudes e grosseiras ao lidar e encarar o mundo à sua volta.

Como se o fato de ser diferente já não fosse ruim o bastante, seu Pai desapareceu misteriosamente, tornando a menina alvo de calúnias. Segundo as pessoas, a Mãe de Meg foi abandonada e a família não aceitou ter sido deixada de lado. A Mãe acredita no retorno do marido, escrevendo-lhe cartas frequentemente.

Certa noite, durante uma tempestade, coisas esquisitas começam a acontecer. Uma senhora excêntrica, de nome Quequeé, aparece na casa dos Murry. Conhecida por Charles Wallace, essa senhorinha lunática parece dizer nada com nada, até que repentinamente ela cita um termo científico de viagem entre dimensões, conhecido como Tesserato. A Mãe de Meg passa a se comportar de forma agitada e os pensamentos preconceituosos da filha mais velha mudam ao compreender que é esta mesma senhora, junto de suas amigas Senhora Qual e Senhora Quem, que vão ajudá-la a trazer o Pai de volta.

Para auxiliar no resgate do Pai, Meg e Charles Wallace terão também a companhia de Calvin, um menino de 14 anos de idade, que estuda na mesma escola de Margaret, pertencente à turma dos garotos populares. Porém, diferente dos esteriótipos clichês entre alunos nerds e prestigiados, Calvin notara Meg por diversas vezes no colégio, encantando-se por ela assim que estabelecem contato.



[ - Minhas Impressões - ]

A primeira coisa que me fez ficar apaixonada pela leitura foi a narrativa simples. Fala-se que este livro trata do gênero de ficção científica, entretanto, Madalene L’Engle muitas vezes parece nos transportar para mundos fantasiosos, em vez de planetas intergaláticos. Porém, em alguns trechos da leitura, vemos termos científicos e explicações simples sobre a segunda, terceira e quarta dimensão. O exemplo de quadrados, cubos e retas traçadas torna fácil a visualização das viagens interplanetárias.

Outro ponto bastante positivo foi a união dos três protagonistas principais. Apesar de Meg ser uma garota teimosa e desacreditada em si mesma, Charles Wallace como menino prodígio e Calvino garoto popular da escola, as crianças em cena são simplesmente adoráveis. Juntas são capazes de se complementarem em suas atitudes e pensamentos, tornando suas ações muito mais verossímeis com a realidade. Todavia, na minha opinião, é a doçura de Calvin que rouba a maioria das cenas. Um personagem que aparece de modo tão repentino, derrete nossos corações assim que nos é apresentado.


Contudo, durante alguns instantes, a inteligência de Charles Wallace nos soa prepotente. Mas sua arrogância serve para que as dificuldades da trama sejam desenvolvidas ao decorrer dos capítulos.

As Senhoras Quequeé, Qual e Quem, possuem suas próprias formas de linguagem. Quequeé dialoga de maneira comum, como nós dialogamos. Já Qual fala de um jeito incômodo de ser lido, ao menos à princípio. A Senhora Quem é a minha preferida, com suas falas em provérbios, citações e poemas.

No começo da narrativa nos sentimos um pouco perdidos. Os dois primeiros capítulos são os mais confusos. Entretanto, com o passar da história, compreendemos sobre o que o livro se trata e o que ele quer nos ensinar.

Ao compreendermos contra o quê as crianças estão lutando, nos damos conta de que as importantes mensagens estão nas entrelinhas. A Coisa Escura é uma matéria que vem atacando diversos planetas nas diferentes galáxias. Essa mesma matéria enegrecida tem envolvido o planeta Terra, transformando seus habitantes em escravos de seu poder. O Pai de Meg foi aprisionado por esta Coisa Obscura e as crianças serão convocadas para salvá-lo.

Madalene L’Engle escreveu Uma Dobra No Tempo no ano de 1962. Levou anos para que sua obra fosse aceita e publicada por uma editora. Naquela época parecia que Madalene já compreendia o rumo do ser humano. Essa tal Coisa Escura tem nos envolvido. Diariamente sentimos a necessidade de nos padronizarmos. Quantos de nós já não se sentiu perdendo o controle contra um opressor ou até mesmo alguém capaz de nos dissuadir? Quantas vezes nos sentimos tão pequenos ou esquisitos por ser quem somos?


A edição publicada pela Herper Collins é simplesmente maravilhosa! Livro em capa dura que nos remete à ideia de galáxia. A gramatura das folhas amareladas torna confortável a leitura, uma vez que a impressão do texto não reflete no verso da folha. Outro ponto positivo se deve ao tamanho da fonte, sendo a mesma agradável de ser lida. Todavia, o que torna a obra enriquecedora é uma pequena biografia de Madalene L’Engle, escrita por sua neta Charlotte Jones Voikis.


Em Uma Dobra No Tempo, vamos descobrir que são as nossas diferenças as responsáveis por nossa união. Elas nos tornam especiais na construção de uma vida pacífica em sociedade, transformando nosso mundo em um lugar cada vez melhor.


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10 comentários

  1. Oi Bella.
    Vi várias resenhas positivas sobre esse livro, mas a premissa do livro não me cativou.
    Acho que não estou na vibe de infanto-juvenis.
    Que bom que a autora utilizou uma linguagem fácil e acessível para contextualizar as partes de ficção cientifica da história.
    Os personagens parecem bem desenvolvidos, com personalidade bem distintas. Achei bem interessante a diferença na narrativa das Senhoras QueQué, Quem e Qual.
    Essa edição realmente está muito bonita. A capa é lindíssima.
    Beijos

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  2. Namoro este livro desde seu lançamento e não vejo a hora de poder conferir ele. Mesmo tendo lido muita coisa negativa. Sei lá, acredito que o livro precisa se conectar com o leitor de alguma forma e muitas vezes não há esta conexão.
    O fato de trazer crianças no enredo me agrada bastante e também já li que a parte de ficção científica não é tão densa quanto a maioria dos livros do gênero é.
    Por trazer família, amizade e escolhas a leitura meio que se torna obrigatória! A capa é um espetáculo à parte!
    Espero ler!
    Beijo

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  3. Oi, Bella.

    Nossa, é uma aventura em um mundo completamente diferente, essa busca por respostas e pelo pai do Charles e da Meg.

    Aventura essa, que acho eles partem não sabendo bem o que irão encontrar e descobrir no meio do caminho. Afinal, tudo tem uma parcela de risco.

    E para uma garota tão jovem, como a Meg, não deve ter sido fácil ela digerir tudo isso ao mesmo tempo.

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  4. Olá.
    Um livro tão interessante ficar desde 1962 sem editora..incrível, mas agora teve uma edição à altura da história. Gostei da família que apesar de diferente se assemelha a tantas outras, o mistério do pai cientista que desaparece, os adolescentes que se aproximam para ajudar. Achei o máximo as três senhoras com suas linguagens próprias. E o que seria a "tal coisa escura" só lendo para saber. Apesar de não ler ficção científica esse eu leria ,pela história ,pela capa, pela protagonista problemática.

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  5. Bom dia Bella!
    Eu sou completamente apaixonada nessa capa, se tem uma coisa que faz eu comprar um livro além da sinopse e das opiniões sobre o enredo,claramente são as capas. E esse livro já está nos meus desejados desde que vi a editora anunciar o lançamento.

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  6. Oi, Bella!
    Foi a primeira resenha que vi dessa história, e agora não sei o que quero fazer primeiro: ler o livro ou assistir o filme. O que mais me atraiu foi esse clima leve e escrita fluída da autora que você disse. Principalmente pelo fato de conter assuntos mais complicados como diferentes dimensões, e mesmo assim ter sucesso em uma explicação mais simples de se absorver (até porque não seria tão comum que crianças tivessem um conhecimento mais científico disso). Provavelmente, esse foi um dos detalhes que também encantou a Disney, tornando possível ser feito um filme característico pra família.
    Gostei imensamente pela autora ter colocado o Charles pra também participar do resgate, possibilitando um desenvolvimento da relação de irmãos, que é um ponto bem emotivo, e muito legal de se ver. A quebra de estereótipo que surge com o Calvin foi uma ótima escolha também. O único detalhe que não me agradou muito foi "a coisa escura", porque é um pouco clichê essa coisa de algo "devorando, envolvendo" os planetas. Mas como você mesma disse, tem um significado maior por trás, e quero muito entender o que seria!

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  7. Oi Bella,
    Leio pouca ficção científica e são poucos livros do gênero que me prende ... Acho que é mesmo questão de gosto, porque li resenhas em negativas do livro, enquanto a sua está positiva, tinha dado uma desanimada porque disseram que as falas dos personagens não condizem com a idade que tem (e não estou conseguindo ligar a história a eles).
    Não sei se iria gostar de Meg, não simpatizei com ela, mas o enredo até que está bem legal
    Sendo sincera, me interesso mais pela edição do Darkside pela beleza, do que pelo conteúdo em si, mas darei uma chance.
    Beijos

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  8. Quero muito ler esse livro, pois vejo muitas resenhas, na maioria positiva, sobre ele. Adorei a capa e a edição parece mesmo está linda. Eu não sabia que ele era classificado como ficção científica, jurava que realmente era fantasia. Adorei a resenha e fiquei ainda mais curioso para ler.

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  9. A edição da Harper Collins está lindíssima mesmo! Dos outros livros da série também, aliás. Todos lindos. Acho bem legal um infantojuvenil que fale sobre um tema tão complexo como viagem no tempo, outras dimensões etc mas de uma forma bem fácil e sem complicações. É difícil um autor articular tão bem essa complexidade toda que o tema sempre traz. Beijos!

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  10. Oi Bella!
    Depois do filme esse livro ficou muito mais famoso mas me interessei bastante. Gostei dos três personagens tão diferentes se completarem e do livro mostrar um pouco dos defeitos de alguns personagens. Parece uma ficção mais jovem e muito agradável. Além disso essa capa é maravilhooooooosa, parabéns a editora pelo ótimo trabalho.
    Bjs

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