Resenha - Minha Vida Mora ao Lado

13 dezembro 2017
Título: Minha Vida Mora ao Lado
Autor: Huntley Fitzpatrick
Editora: Valentina
Páginas: 320
Skoob / Goodreads 
Onde comprar: Amazon / Saraiva 

Minha mãe nunca ficou sabendo de uma coisa, algo que ela reprovaria radicalmente: eu observava os Garrett. O tempo todo. Os Garrett são tudo que os Reed não são. Barulhentos, caóticos e afetuosos. São de verdade. E, todos os dias, de seu cantinho no telhado, Samantha sonha ser uma deles, ser da família. Até que, numa noite de verão, Jase Garrett vai até lá e... Quanto mais os adolescentes se aproximam, mais real esse amor genuíno vai se tornando. Contudo, precisam aprender a lidar com as estranhezas e maravilhas do primeiro amor. A família de Jase acolhe Samantha, apesar dela ter que esconder o namorado da própria mãe. Até que algo terrível acontece, o mundo de Samantha desmorona e ela é repentinamente forçada a tomar uma decisão quase impossível, porém definitiva. A qual família recorrer? Ou, quem sabe, Sam já é madura o bastante para assumir suas próprias escolhas? Será que está pronta para abraçar a vida e encarar desafios? Quem você estaria disposto a sacrificar pela coisa certa a se fazer? O que você estaria disposto a sacrificar pela verdade? 






A família vizinha sempre foi um mistério que Samantha gostava de observar. Do telhado a partir da janela de seu quarto a garota viu os acontecimentos desenrolarem-se no universo confuso dos Garrett. A mulher, mãe das oito crianças e adolescentes, era o oposto da sua própria mãe: cuidava dos filhos, da casa e do casamento de forma enérgica e confusa.

"Mamãe aprecia rotinas. Isso significa, entre outras coisas, que comemos certos pratos emcertas noites: sopa e salada às segundas-feiras, massa às terças, bife às quartas... Já deu para entender."

A Sra. Reed, mãe de Samantha, como tantos outros na cidade, questionava-se sobre como a mulher gostava de ter aquela bagunça na casa e na vida. Podendo evitar o nascimento de tantos filhos para conseguir viver uma realidade mais equilibrada; sem carrinhos de brinquedo soltos pelo jardim, a grama sem aparos constantes, afim de que estivesse sempre impecável, e  – o que a Sra. Reed repudiava fervorosamente – amamentação em público.

"Os Garrett já eram a história que me ninava, muito antes de eu imaginar quepodia fazer parte dela."

Vendo o universo diferente em que viviam os moradores da casa ao lado, Samantha tentava identificar cada um dos membros que compunham a família dos Garrett. Todos com olhos e cabelos claros, pele ligeiramente bronzeada devido ao tempo que passavam na piscina do quintal, e de alta estatura. Ela saberia reconhecer facilmemte aquelas pessoas de longe, do lugar onde habitualmente se instalava no telhado da sua própria residência para observa-los. Porém, com a aproximação repentina de um dos garotos Garrett, Samantha viu-se suspresa e admirada.

"Era comoassistir a um filme mudo, um filme muito diferente da vida que eu vivia."

Após tantos anos a olhar de uma distância segura seus vizinhos, agora se encontrava de cara a cara com um daqueles que haviam se tornado de, certa forma, uma espécie que ela se dedicara a observar. Jase estava ali, sentado ao seu lado no telhado da casa, conversando tranquilamente como se eles já se conhecessem há séculos.

"De perto, à luz que vem do meu quarto, ele parece diferente da maioria dos Garrett [...]"

Tudo sobre o garoto era o oposto ao que Sam havia pensado ao longo dos anos. Não tinha nada caótico ali, pelo contrário: Jase parecia completamente normal, um refúgio do seio frio e austero da sua própria família, com algo que a impeliu a fazer da noite no telhado mais do que um breve momento de contato com os vizinhos que sua mãe repudiava.

O sentimento que crescia entre Sam e Jase depois de passeios na praia, no lago da pequena cidade no clube de natação e na casa movimentada e aconchegante do jovem, não era delimitado somente pela cerca que devidia ambas as casas. Sua mãe era uma pessoa pública, com um homem que estava dedicado a fazer da carreira da Sra. Reed na política algo brilhante. Tanto Clay Tucker quanto Grace estavam dispostos a fazer uma perfeita campanha, sem que ninguém, nem mesmo as filhas da deputada, pudessem estragar àquele momento.

O envolvimento da filha da deputada com o jovem filho de mecânico certamente não ganharia destaque positivo nos tabloides. Mesmo que este não fosse o principal segredo a ser ocultado dos olhos atentos dos adversários políticos e da mídia.

"— Eu sabia.
— Sabia o quê? — pergunto, me voltando para ela.
— Sabia que se envolver com esses nossos vizinhos só traria problemas."




[ - Minhas Impressões - ]

O romance presente nesta obra possuí fluidez, fazendo da leitura um momento agradável. O primeiro amor, os primeiros suspiros de paixão e o temor sentido por Samantha nos é entregue de maneira sublime, nos levando talvez aos nossos próprios primeiros amores. Para quem já vivenciou a experiência, com certeza irá se identificar com muitos dos sentimentos da garota que descobre agora seu lado romântico.

Jase é um personagem que domina todo o enredo, nos fazendo ansiar por sua presença em alguns momentos em que a trama dá destaque aos demais personagens. Talvez por ele ser um pouco diferente dos mochinhos de histórias de romance ao qual estamos habituadas. Ele é um adolescente que precisa assumir a responsabilidade de cuidar da família, deixando sua paixão por carros e vontade de fazer uma faculdade de lado para prezar o bem estar financeiro da família de classe média baixa.

Diferente de Jase, Samantha cresceu num lar com poucas pessoas. Onde ela, sua mãe e irmã tiveram a oportunidade de crescer numa casa grande e luxuosa. Regalias essas que não fizeram a sua vida feliz, diferente da realidade de amor e afeto que presenciou na casa dos Garrett.

Com tudo que sempre teve, Samantha nunca precisou lidar com situações desafiadoras em que necessitasse tomar alguma atitude sobre um determinado problema. Essa falta de experiência me trouxe uma pequena aversão a ela em alguns momentos em que ela precisou ser decisiva e apenas esquivou-se da situação. No entanto, é facilmente compreensível algumas de suas atitudes. Ela ainda é uma garota de 17 anos, está amadurecendo, passando por coisas que nunca havia passado anteriormente.

A narração é feita em primeira pessoa, mostrando apenas o ponto de vista de Samantha sobre os acontecimentos. Confesso que senti um pouco a falta de uma narração, mesmo que breve, feita por Jase. Em algumas páginas Samantha se torna um tanto cansativa. Acredito que Jase poderia aparecer nestes momentos, para que o leitor tivesse uma ampla visão sobre os fatos.

A diagramação foi um dos pontos que ganharam um lado positivo para mim após a leitura. Inicialmente eu não havia sido atraída pela arte da capa, mas lendo e entendendo bem o contexto achei muito pertinente, já que os personagens moram um ao lado do outro, distantes apenas pelo quintal com flores e arbustos. Sem contar que a aparência está bem jovial e romântica, não é? (Risos). No final das contas passei a achá-la linda.

No mais, Minha Vida Mora ao Lado é uma boa pedida para um romance mais leve, sem um desfecho tão incrível quanto poderia, mas que cativa no geral pela história apresentada.
Recomendo.


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7 comentários

  1. Admito que só tinha olhado a capa deste livro pelo mundo literário, mas não havia parado de fato para saber do que se tratava.
    E mesmo com alguns pontos negativos, como a narração e a falta até de palavras do lado de Jase, quero muito poder ter a oportunidade de conferir a história.
    A capa é linda e como é apenas um livro leve e descompromissado, quero ler!
    Beijo

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  2. Emily!
    Muito bom poder ver um YA tão crível, mostrando uma história familiar tão parecida com muitos que vemos ao nosso redor, com isso, tornando a leitura atraente e fazendo com que nos identifiquemos com as personagens, sem contar que ainda tem mistério envolvido, bom demais!
    Pena que ficou faltando o ponto de vista do Jason, né?
    “ Bendita seja a data que une a todo mundo numa conspiração de amor.” (Hamilton Wright Mabi)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!

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  3. Não sou fã de YA, mas esse me conquistou. É interessante esse contraste entre família com poucos filhos, rica e infeliz com uma família de baixa renda, muitos filhos e feliz. Apesar de clichê gosto dessa temática.

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  4. Parece ser bem legal, pela resenha, meio clichê, mas me interessei pela leitura, pois esses livros que fluem na leitura, são super gostosos de ler.

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  5. Olá Emilly ;)
    Li esse livro há muitos anos, em inglês, e lembro de ter gostado da história, apesar de não ter sido um livro que me marcou.
    Foi muito legal ver a interação entre essas duas famílias, tão diferentes, e ver como a Samantha gostava de conviver, mesmo que por pouco tempo, com seus vizinhos, e com o Jase!
    Foi bom ver o crescimento da personagem ao longo do livro, como ela mesmo tendo crescido em uma família que não lhe deu o amor que ela precisava, ela conseguiu encontrar isso com os Garrett!
    Depois de ler a resenha, já quero pegar o livro para ler novamente e relembrar a história ;)
    Bjos

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  6. Olá! A história de amor apresentada na história parece muito fofa e inocente, pelo menos pela forma como você contou, e acredito que realmente remeta ao primeiro amor e essas paixonites de adolescência pelas quais todos passamos. Para quem curte um água com açúcar deve ser uma ótima leitura para passar o tempo.
    Beijos.

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  7. Achei esse livro um romance tão fofinho e o drama tão bem escrito virou um dos meus livros favoritos

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