Resenha - O Nome da Rosa

16 maio 2017

Título: O Nome da Rosa
Autor: Umberto Eco
Editora: Grupo Editorial Record
Skoob
Páginas: 480
Onde comprar: Saraiva 

Durante a última semana de Novembro de 1327, em um mosteiro franciscano italiano, paira a suspeita de que os monges estejam cometendo heresias. O frei Guilherme de Baskerville é, então, enviado para investigar o caso, mas tem sua missão interrompida por excêntricos assassinatos. A morte, em circunstâncias insólitas, de sete monges em sete dias, conduz uma narrativa violenta, que atrai por seu humor, crueldade e sedução erótica.









A história começa a se desenrolar a partir do momento em que o frei Guilherme de Baskerville juntamente de seu ajudante, o noviço Adso de Melk chegam ao mosteiro franciscano italiano convidados pelo Abade para investigar a morte de um monge em circunstâncias suspeitas. Mas o que parecia ser uma investigação sem grandes obstáculos se transforma numa cadeia monstruosa de acontecimentos quando ao longo de sete dias, sete monges morrem em circunstâncias terríveis e muito suspeitas levando Guilherme e Adso à situações inimagináveis ao ponto deles também terem que lutar por suas próprias vidas.

Ao longo da história, eles se veem cada vez mais presos em uma teia de intrigas, insinuações e erotismo, já que muitos monges não seguem a risca o voto de castidade e, ao cederem a tentação suas vidas são colocadas em risco por vários motivos levando à morte aqueles que de algum modo se renderam ao pecado da carne.

O livro se passa em exatos sete dias e a cada novo dia um monge é encontrado morto misteriosamente e de forma bizarra. Isso faz com que Guilherme se sinta totalmente perdido em alguns momentos e até chega a cogitar a ideia de não conseguir solucionar o enigma das mortes, eis que por várias vezes Adso, seu pupilo, vem em seu socorro e acaba ajudando seu mentor muito mais do que poderia imaginar.

Em um dado momento da história o próprio Adso se deixa seduzir pelos encantos da carne e cai em tentação, fazendo com que ele se penitencie muito pelo mal passo que deu. Guilherme o ajuda a passar por essa situação, mas as coisas estão muito confusas na cabeça do jovem noviço, pois ele começa a se questionar e a pensar muito na tal mulher da qual ele nem mesmo sabe o nome.

Guilherme por muitas vezes se depara com o monge cego Jorge de Burgos, que embora seja cego parece ser o que mais enxerga e têm segredos que quer que permaneçam ocultos. Todos são suspeitos e para chegar a verdade Guilherme precisa adentrar à biblioteca que é guardada e vigiada como um lugar santo onde a resposta para todas as perguntas da humanidade estão ao alcance de todos aqueles que têm permissão para frequentarem o lugar, o que não é o seu caso e nem de seu ajudante Adso.

Guilherme está correndo contra o tempo pois está se aproximando o momento em que deixará o mosteiro e ele não admite sair de lá sem descobrir o culpado e fazê-lo pagar. Só que o culpado na maioria das vezes é quem menos se imagina, e o motivo que o leva a matar é o mais chocante de todos justamente por ser tão simples e comum à humanidade.







[ - Minhas impressões -]


Bem, por onde eu começo?
Vamos lá...

Partindo da minha opinião quanto a história do livro, achei muito bem amarrado todos os pontos que levam à grande descoberta do causador de tantas mortes e o motivo pelo qual ele se torna um assassino. Fui surpreendida pelo motivo em si, já que nos é algo tão comum e que faz parte da essência de cada um de nós. Penso que o autor foi um gênio ao desenvolver um livro tão forte já que ele trata de questões como fé, voto de castidade e celibato. Mas em contrapartida ele nos mostra que os seres humanos são passíveis de erro e caem em tentação a todo instante.

Guilherme de Baskerville é um personagem forte e muitíssimo inteligente, mas Adso ganhou minha simpatia por se mostrar gente como a gente, um menino doce, sensível e também muito inteligente.

O livro possui muitos personagens e talvez seja por isso que em alguns momentos a trama tenha se arrastado já que são 480 páginas escrita diversas vezes em Latim. Oi? Como assim? Eu fiquei sem entender o que estava sendo dito, pois não tinha tradução. Achei errado não terem traduzido para o português uma vez que nós leitores merecemos saber o que está sendo falado.

Gostei bastante do nome dado ao livro, sendo que no começo não entendi muito bem o por que, mas depois de ler percebi que pode ser dada a interpretação que o leitor quiser desde que se tenha compreendido a mensagem que foi passada.

O livro é narrado em primeira pessoa por Adso que fez uma espécie de manuscrito onde anotou todos os acontecimentos da época de quando tinha 18 anos, e quando se sente nostálgico, ele revisita suas memórias de tudo o que viveu ao lado de seu mentor já há muito falecido. Hoje Adso conta com a idade de 80 anos e ele continua lúcido, são e saudoso de uma época de grande aprendizado.          



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29 comentários

  1. Ola Kaline
    Nunca tive o real interesse em fazer essa leitura, mesmo porque não é um estilo que me agrada. De qualquer maneira, não tenho dúvidas de que seja uma leitura forte, mas pelo que pude compreender pode ser um pouco confusa, por conta dos personagens né?! Enfim, vou deixar passar essa indicação...
    Beijos, F

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    1. Olá,
      Confesso que também não faz muito o meu estilo, mas como eu assisti o filme resolvi que leria o livro para saber se o filme foi fiel ao livro.

      Beijos

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  2. Oi, Kaline. Eu nunca tinha lido o livro até porque nem sabia que existia, mas já vi o filme. É bem antigo mas eu acabei gostando muito porque eu não esperava que a igreja pudesse ser tão "má" ao acusar as pessoas de heresia naquela época. E foi justamente por isso que assisti, já que estava na aula de história estudando sobre essa fase dos pensadores filosóficos versus as crenças da igreja. Eu não sei se leria o livro porque não tem o mesmo ritmo do filme, mas eu super indico a obra.
    Beijo!
    Leitora Encantada

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    1. Olá, Miriã,
      Eu também assisti o filme, mas foi por causa da aula de Filosofia. O livro não faz muito o meu estilo, porém, eu gosto de sair da minha zona de conforto.

      Beijo

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  3. Oie...
    Eu não sabia da existência do livro, mas, faz uns cinco anos que assisti ao filme e gostei bastante :)
    Fiquei com vontade de ler, mas, me desanimei um pouco por causa desses trechos em latim sem tradução (quando tem falas sem tradução me irrita muito), e também devido ao fato de já ter uns spoilerzinhos, pois, já vi o filme. Enfim, acho melhor passar a dica.
    Beijos

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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    1. Oi,
      Pois é, o filme veio por causa do livro e quanto às passagens em Latim, elas não atrapalham a compreensão da estória, só ficam sem tradução mesmo.
      Quanto à parte em que você diz haver spoiler, não vejo dessa forma uma vez que você mesma já assistiu ao filme, então...

      Beijos


      mesma já assistiu ao filme, então...

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  4. E a primeira vez que vejo falar sobre esse livro, talvez seja por ele ser bem antigo. Outra coisa que me incomodou e fato de que em certas passagens a trama e descrita em latim, porém não houve tradução de tal passagem como você mesma descreveu, além de que por aborda um tema que não me chamou a atenção, confesso que por esses fatores não me interessei por tal leitura. Para quem gosta de estória sobre religião, monges e etc deveria dar uma chance a obra.

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    1. Pois é, o livro existe há bastante tempo. Eu não sou muito chegada à esse gênero literário, mas gosto de sair da minha zona de conforto de vez em quando.

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  5. Oi o livro não me chamou a atenção!não é o tipo de leitura que faço normalmente.e prato de saber a algumas coisas estão em latim e não foram traduzidas me deixou mais sem vontade ainda!tua resenha ficou bem descritiva e bem escrita.mas este vou deixar passar por enquanto

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    1. Olá,
      Agradeço por ter gostado da resenha e quanto não querer ler o livro, você tem todo o direito.

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  6. Oi!
    Não conhecia esse livro ainda, mas achei bem confuso algumas partes da história serem colocadas em Latim, pois é bastante complicado quando a editora não coloca tradução e a gente fica boiando na história.
    Apesar disso achei bastante interessante a temática do livro e por se passar em uma data tão distante assim. É uma ótima recomendação mas vou deixar passar por enquanto.

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    1. Oi!!!
      Acho que me expressei mal na resenha quando disse sobre algumas partes terem sido escritas em Latiam. Essas mesmas partes não prejudicam a estória, só ficam sem tradução mesmo.

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  7. Oi! Confesso que nunca li O Nome da Rosa, mas é um clássico! Tenho muita vontade de ler e admiro bastante o Umberto Eco. Ele sempre traz questionamentos importantes nos livros dele. Eu entendo que a leitura seja um pouco arrastada porque a linguagem não é muito moderna e clássicos são sempre assim, mas a mensagem que fica é o que importa.

    Beijos!

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  8. Olá!
    Sério? Algumas partes escritas em Latim? Acho que deveriam pelo menos colocar uma nota de rodapé para nos explicar o que está sendo dito ali. Eu tenho muita curiosidade em ler esse livro, já que ele pode ser considerado quase um clássico. Gostei muito de poder conferir a sua resenha.
    Beijos.

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    1. Olá Carolina,
      Você falou algo que eu ainda não havia pensado sobre colocar uma nota de rodapé, muito legal. Vai ver que foi na edição que eu li que não tem a nota de rodapé, né.
      Assim que puder, confira o livro. E obrigada por gostar da resenha.

      Beijos

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  9. Oiee Kaline ^^
    Lembro de ter "assistido" o filme desse livro uma vez na escola, mas não vi tudo...haha' tinha achado tão chato que devo ter ficado conversando o tempo todo. Mas hoje eu tenho curiosidade de conhecer a história, principalmente porque sempre vejo elogios para o autor. Só é uma pena não terem colocado tradução de latim no livro, né?
    MilkMilks ♥

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    1. Oi Dryh,
      Ainda dá tempo de conferir o livro. E quanto às partes em Latim, não atrapalham o desenvolvimento da estória.

      Beijo

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  10. Kaline!
    Tive a oportunidade de ler esse livro ainda na minha adolescência, porque vivia em busca da origem das religiões e o que tinha por ttraz delas e o livro foi muito elucidador para mim.
    Os personagens são bem construídos e retratam a vida real que se passava atrás dos mosteiros daquela época.
    Quanto a tradução do latim, tive sorte em pegar um exeplar onde a tradução vinha em nnotas do rodapé e não tive dificuldade algumas.
    Assisti o filme também, muito bem feito. Vale a pena!
    “A sabedoria dos homens é proporcional não à sua experiência mas à sua capacidade de adquirir experiência.” (George Bernard Shaw)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE MAIO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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    1. Pois é, Rudynalva.
      Acredito que foi a edição do livro que eu peguei para ler que não continha nada de notas de rodapé, mas não prejudicou o meu entendimento da estória.

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  11. Eita, como assim não traduziram a parte em latim? Hahaha
    Esse livro é um grande clássico, escrito por um grande nome da literatura mundial, mas não é um livro que chama muito minha atenção.
    Fiquei curiosa para saber como eu interpretaria o nome do livro, mas não é o bastante para ler o mesmo.

    Beijos

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  12. Olá,

    Não curti a premissa desse livro, até estava achando interessante no começo, com toda essa coisa do mistério em torno da morte, mas quando você falou que tem varias páginas em latim e sem tradução me desanimou muito. E, no momento não quero ler coisas arrastadas, estou a procura de leituras leves e fluidas, por isso deixo a dica passar.

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  13. Oie! Tudo bem?

    Eu assisti ao filme desse livro, passei mal, não dormi direito e para ajudar minha curiosidade em realizar a leitura da obra foi para o espaço, ou seja, passo sua dica correndo, pois ainda me lembro do filme! Mas fico feliz que tenha gostado da trama!

    Bjss

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  14. Oiii!
    Nunca li nada do autor, mas tenho muita vontade. Meu namorado leu o livro "Número zero" do Umberto Eco e odiou, a trama não agradou. Como vi que esse livro para você foi bom, isso já me chama a atenção, vou anotar a dica, vou começar por esse, tenho muita vontade de ler algo do autor. Achei estranho não ter a tradução dos trechos em latim, deve ter sido frustrante não saber o que estava escrito, uma nota de rodapé teria ajudado, ou até mesmo no final do livro um anexo com as traduções. De qualquer forma, a trama chamou a minha atenção, e quero muito saber quem é esse assassino(a).
    Beijos

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  15. Oi Kaline, como está?
    Já assisti o filme baseado no livro e acho fantástico! Desde essa época sonho em realizar a leitura dele, mas infelizmente encontrar edição dele na minha cidade é muito difícil! Tomara que essa edição mais recente tenha pelo menos um preço acessível.
    Abraços e beijos da Lady Trotsky...
    http://rillismo.blogspot.com

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  16. Olá!

    Já tinha ouvido falar desse livro só de nome mesmo, nunca procurei saber de sinopse nem nada mais. Agora lendo sua resenha, ele me despertou uma enorme curiosidade, não tenho certeza se gostaria, mas irei sim lê-lo para tirar opiniões próprias sobre.

    Nicoli Alexandre - As Meninas Que Leem Livros.

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  17. Olá,
    Já assisti várias vezes ao filme por causa das aulas de história da escola e lembro que estava enjoada já de assistir. Mas nunca li o livro e tenho certeza que possuí detalhes muito melhor descritos e que isso prende a atenção do leitor.
    A premissa é bem interessante e estou curiosa para fazer a leitura e conferir como tudo se desenrola na trama e acabei de adicioná-lo na minha lista de metas de leitura para esse ano! Estou ansiosa para entender melhor o sentido do título e da capa de acordo com o desenvolvimento da trama, já que não me lembro tanto do filme (afinal faz uns 10 anos da última vez que assisti ao filme rsrs).

    LEITURA DESCONTROLADA

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  18. Olá!

    Gostei bastante da sua resenha e da forma como você conseguiu ser sucinta e objetiva, principalmente por se tratar de um livro com enredo por vezes confuso, como você citou. Bem, eu nunca li o livro e confesso que nunca tive e nem tenho esse desejo, mas já assisti o filme várias e várias vezes na escola. Sempre achei a trama muito perspicaz e ousada por causa dos temas abordados, como você bem citou também. Eu me lembro do quanto ficava impressionada com a inteligência de Baskerville, em como ele era esperto em desvendar certos fatos. Nunca vou me esquecer da cena em que ele descobre que o assassino carrega o corpo andando de costas pela neve. haha' Enfim, essa é uma ótima dica, com certeza, só não tenho interesse de ler no momento. Ainda assim, obrigada!

    Ingrid Cristina
    Plataforma 9 3/4

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  19. Olá Kaline,

    Já tinha visto uma resenha da Tati Feltrin sobre essa livro e as impressões de vocês são bem parecidas. Tenho muita vontade de lê-lo, mas toda vez que penso em ficar traduzindo as palavras ou fazer igual você e pular, fico bem desanimada. Bem que eles poderiam fazer uma edição 100% brazuca né?

    Beijos e obrigada pela dica
    http://floraliteraria.blogspot.com.br/

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