Resenha - Baía da Esperança

23 junho 2016




Liza nunca conseguiu fugir do passado. Mas nas praias paradisíacas da encantadora comunidade de Silver Bay ela ao menos encontrou a liberdade e a segurança que procurava se não para ela, para sua filha pequena, Hannah, até que Mike Dormer se hospeda no hotel que Liza administra com a tia. Um perfeito cavalheiro inglês, com roupas elegantes e olhar sério, Mike pode significar o fim de tudo que Liza trabalhou arduamente para proteger: não apenas o negócio da família e o lugar que tanto gosta, mas principalmente a convicção de que ela nunca amaria nem seria digna de amor outra vez.

Livro: Baía da Esperança
301 páginas || Skoob || Editora: Intrínseca || OndeComprar

 







- Meus Pensamentos -

 Uma história sensível com reviravoltas que trabalharam em favor da trama e um romance tranquilo e maduro.


"Aquela altura, todos acreditávamos que a felicidade devia ser valorizada, se por acaso a sorte a soprasse na nossa direção."

Em Baía da Esperança a história se desenrola em uma pequena e linda cidade litorânea na Austrália onde a observação de baleias e golfinhos é a atividade mais comum e o ponto alto dos turistas que ali visitam. A história realmente começa quando Mike Dormer, empreendedor de Londres viaja para lá com o objetivo de realizar algumas pesquisas para a empresa que trabalha, onde a mesma pretende construir um resort de luxo na área.

Ao chegar, Mike se hospeda num simples hotel que tem como proprietária, Kathleen Mostyn, uma senhora acolhedora e simpática que morou a vida toda em Silver Bay e há seis anos vive com a sobrinha, Liza McCuller — uma marinheira que leva os turistas para observarem as baleias e os golfinhos, uma mulher que teve uma vida difícil, que esconde muitos segredos e um passado que a assombra, e por conta disso é muito reservada e cautelosa — e a filha de Liza, Hannah, uma garota muito esperta de onze anos.

No início, o interesse de Mike era apenas financeiro, uma forma de subir mais um degrau na escala profissional e o tipo de retorno que fechar mais um contrato como esse iria lhe trazer, porém, à medida que o tempo passa e Mike conhece o lugar e as pessoas que ali moram, se vê questionando sobre o que é certo e errado, o que é bom ou ruim para os nativos e até mesmo o tipo de impacto que irá causar a região e as criaturas marinhas se a mega construção do resort for em frente. Sem contar que nosso homem inglês não esperava que essa viagem fosse mexer tanto com ele e viria a mudar a sua vida.

“ -Estou apaixonado — disse. As palavras me haviam simplesmente escapado. Recostei-me, aturdido, no sofá, e as repeti: -Meu Deus, eu estou apaixonado.”

Baía da Esperança é narrado em primeira pessoa e é alternado pelo ponto de vista dos personagens principais: Kathleen, Liza, Hannah e Mike; e ainda personagens secundários, como: Greg, um nativo de Silver Bay que também trabalha como marinheiro e Mônica, irmã de Mike, que é jornalista em Londres e tem um papel importante no final da trama. Veremos que a narrativa é feita por diversos personagens nesse livro e não seria ruim se a autora não tivesse feito muitas vezes a troca de narradores ao longo da história, isso de certa forma prejudicou a minha leitura e foi difícil se conectar com os personagens.
Sinceramente, prefiro narrativa em primeira pessoa, mas acho que no caso desse livro funcionaria muito melhor em terceira pessoa devido a quantidade de personagens que tem voz na trama e
a autora Jojo Moyes teve um deslize no que se refere a isso, onde em muitas partes pode vim a deixar os leitores bem confusos.

Outra coisa que me incomodou foram os capítulos pelo ponto de vista de Greg, apesar de terem sido poucos, foram meio desnecessários, o personagem trouxe algumas informações irrelevantes dentro da história que não faria diferença se o mesmo não narrasse em nenhum momento. E a autora pecou num aspecto fundamental quando se traz vários personagens narradores dentro de um livro, que é a particularidade de cada um durante a narração.

Porque, se temos várias pessoas de personalidade e idades diferentes, que vieram de outros lugares, e vidas distintas, isso quer dizer que temos pessoas com características únicas, que falam e se expressam de uma forma singular, o que não aconteceu muito bem aqui. Por exemplo, Mike, um homem de mais de 30 anos nascido e criado em Londres e Hannah de onze anos têm um vocabulário e uma maneira de narrar o que acontece praticamente da mesma forma, isso é uma falha considerável e eu senti falta de identificar as diferenças entre os narradores.

Achei que não fosse gostar do livro já que a história demora a pegar ritmo, o inicio é um tanto lento e tedioso e só fluiu melhor quase 100 páginas depois, e os personagens dessa obra de Jojo Moyes não são tão cativantes e nem conquistam com facilidade o leitor, no entanto conforme o livro vai ganhando forma vamos os conhecendo melhor e descobrimos quão especiais eles são.

Outra coisa a ser destacada é que o romance não é apaixonante e nem de arrancar suspiros, uma vez que o relacionamento do casal é mais maduro e fica em segundo plano, a autora foca mais na família, no respeito e na importância aos animais marinhos e o ambiente em que eles vivem.

Embora tenha destacado na resenha alguns pontos que não gostei, a história foi boa sim, o bastante para manter a minha curiosidade e eu querer ir até o final, e mesmo com todos esses “mas” valeu a pena, ainda ressalto que a autora escreveu com leveza e intensidade muitos momentos dando um brilho todo especial na trama. E o que me fez apreciar a obra foram esses momentos que me fizeram sorrir, refletir profundamente, o cenário lindo com descrições perfeitas, os laços de amor que foram criados e as coisas boas que ele tem a ensinar.

"Observe o mar por tempo suficiente, seus humores e suas exaltações, suas belezas e seus terrores, e você terá todas as histórias de que precisa, de amor e perigo e daquilo que a vida nos traz em suas redes. E do fato de que às vezes não somos nós que estamos no leme, e não podemos fazer mais do que confiar em que tudo vai dar certo."

Não li muitos livros da Jojo Moyes, para ser mais específica, esse é o segundo livro dela que leio, contudo mesmo não tendo muito embasamento para falar de suas obras acho que esse não é o seu melhor livro, finalizei essa leitura com a sensação de que faltou algo mais, de que poderia ter sido muito melhor. Ainda assim, recomendo para os fãs da autora que ainda não leram e para quem quer uma leitura tranquila e simples que no final deixa um sorriso no rosto.

23 comentários

  1. Oi Monique, eu também já li esse livro, mas foi pela publicação de outra editora. Jojo sempre surpreende em suas histórias e claro que não seria diferente nesse cenário. Tambem achei o romance apaixonante. Ah, não deixe de ler outros títulos da autora, você pode se surpreender!
    Beijos, Fer

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  2. Oi Monique!!
    Só li os queridinhos "Como eu era antes de você" e "Depois de voce" da autora, e me apaixonei pela narrativa (mesmo o segundo tendo me decepcionado um pouco), pretendo ler mais títulos da autora em breve!
    Gostei da resenha, muito bem escrita, a história me pareceu bem interessante.
    Beijo!
    Depois do Epílogo

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  3. Oi MOnique, acho que a sua resenha é a primeira que não é 100% positiva em relação a este livro. Já ouvi falar que este livro é o melhor da autora e ao ler sua resenha, adorei saber que não é uma unanimidade. Pretendo ler em breve, mas lerei com expectativas mais controladas.
    MEU AMOR PELOS LIVROS
    Beijos

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  4. Ola Monique lindona essa capa é linda demais, a premissa do livro em si não me chamou muito atenção e o fato da história demorar a pegar ritmo me desanima um pouco, gosto de emoções, ainda não conheço a escrita da Jojo, pretendo começar com outro livro. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  5. Oi,
    Estou lendo A Última Carta de Amor, da Jojo, e gostando muito da sua narrativa. Baía da Esperança é um dos seus livros que quero ler e tirar minhas próprias conclusões.
    Ótima resenha, beijos!

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  6. Olá!! :)

    Eu nunca li nada dela!! Nem um nem dois, como tu... ahah Bem, nao conheço o genero dela, entao! Mas quero ler rapidamente!! :)

    Ora, que pena que tenhas achado este livro mais fraquinho!! :( Mas acho sempre engraçado aqueles livro que deixam um sorriso (parvo eheh) no leitor...

    Boas leituras!! ;)
    no-conforto-dos-livros.webnode.com

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  7. Ah, sou apaixonada pela escrita da Jojo, mas não tive a oportunidade de ler todos ainda. Esse é um dos que ainda não li.
    Que enredo maravilhoso!

    Beijinhos...
    http://estantedalullys.blogspot.com.br/

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  8. Oi!

    Monique, eu só li um livro da Jojo (Como eu era antes de você) e como sempre digo não achei ruim, mas as pessoas elogiam demais e não é tão maravilhoso, é um romance bom. Assim como você também não curto narrativas sobre diversas perspectivas, acho cansativo, enfim, não irei ler esse livro no momento talvez mais para frente, até mesmo por abordar a preservação ambiental. Beijos!

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  9. Olá Monique,
    Gostei muito da sua opinião sobre o livro e sinceridade.
    Achei legal que você tenha gostado da leitura, no final. Eu acho ruim quando um livro demora para pegar o ritmo, mas parece ter valido a pena.
    Fiquei encantada com os pontos levantados na história e fiquei curiosa. Claro que já farei a leitura sem ter muita expectativa sobre a velocidade dele.
    Beijos,
    Um Oceano de Histórias

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  10. OS temas que a autora usa para desenvolver os livros dela é incrível, e esse não fica atrás e como sempre choro com os liros dela esse não foi diferente.

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  11. Oii, tudo bom? Eu já li dois livros da autora: Como eu era antes de você, que achei incrível, e A garota que você deixou para trás, que não gostei. Baía da Esperança chama minha atenção principalmente pela capa, que acho maravilhosa, mas a premissa é bem "morna" e não sei se leria... Gostei muito da resenha!! <3
    Beijos.

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  12. Olá!
    Não li nada ainda da autora mas quero começar logo porque todo mundo fala muito bem. Achei a história desse livro bem interessante, ainda mais por se passar na Austrália, país que eu simplesmente adoro. Achei muito interessante seus comentários sobre a narração e o quão igual ela foi para personagens totalmente distintos e concordo com você nesse caso, deveria ter sido feito em terceira pessoa mesmo, porque se a autora não consegue passar as emoções e características de seus personagens com eles mesmo narrando a história não dá muito certo e esse ponto de perspectiva de cada um torna-se irrelevante. Apesar de tudo, acredito que será uma ótima leitura.
    Beijos.

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  13. Já li alguns livros da Jojo Moyes e é assim mesmo, demora um pouquinho pra pegar o ritmo, mas quando pega, você não quer largar mais.
    Não li esse ainda, mas pelo que você disse, é isso que aconteceu. Mas que pena que você achou que faltou algo a mais na trama, mas a escrita da Jojo é assim mesmo, simples, não tem grandes revelações.
    Tô ansiosa pra ler!

    Virando Amor

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  14. Oie monique, que pena que esse livro teve tantos pontos negativos, mas é bom saber também que ele não é ruim de todo. Tenho certeza que há outros muito melhores mas gosto desse fato de não focar tanto no romance e mais em família e amizade, gosto disso em alguns livros. Acho que essa história de vários narradores em primeira pessoa sem características para diferenciá-los é um ponto que vai me incomodar muito. EM fim, adorei a resenha e ela me deu um gás para tentar ler, já estava desistindo devido a tantas opiniões negativas que vinha ouvindo.

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  15. Da autora eu li Como eu era antes de você e me emocionei, o livro me envolveu de uma excelente maneira, agora eu espero ler ''Baia da esperança'', que me pareceu uma história leve com um romance apaixonante, amo histórias com diferentes pontos de vista, mas concordo que alguns personagens são desnecessários na narração, irei ler a obra, depois da resenha fiquei curiosa mas abaixei minhas expectativas

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  16. Oi!
    Nunca li nada da Jojo, mas tenho lido alguns livros que citam ela para "indicados para leitores de Jojo' e confesso que tenho morrido de tédio, pois odeio histórias enroladas, onde a autora apresenta vários fatos desnecessários, ou que trocam constantemente de narradores, pois confunde muito, ainda mais em primeira pessoa.
    Mas ainda assim morro de vontade de conferir algum livro dela, só acho que não começaria por esse

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  17. Oi Monique! Nunca li nada da Jojo, mas sempre leio resenhas falando positivamente das obras da autora. Mas, acredito que seu ponto é valido e argumentos convincentes, quero poder realmente ler algo da autora para tirar minhas próprias conclusões. Muito obrigada pelas considerações. Bejos

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  18. Olá!

    Até hoje não li nenhum livro da autora, mas tenho muita vontade de ler Como eu era antes de você. A Baía da esperança me parece ser um livro bom e com uma história boa que eu gostaria de ler. Mas de fato tenho que concordar com você que muitas trocas de narração pode acabar deixando o livro confuso se o autor não souber administrar isso é concordo com o fato de que os personagens deveriam ter um jeito e narrar diferente e não narrar como se fossem a mesma pessoa, já Ué cada um tem sua personalidade. Mesmo com estes pormenores eu acho que leria o livro, pois sou doida para conhecer a escrita de Jojo Moyes.

    Beijinhos!
    Cantinho Cult

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  19. Olá!

    Menina, todos esses personagens narram no livro? Nossa, acho que eu me perderia toda!
    Eu não sou fã da autora, não consigo me sentir atraída pelos livros dela. Acho as tramas, ainda que intensas, muito 'paradas' sabe?
    Eu gostei muito da sua resenha pq sempre busco esse tipo de opinião, que mostre todos os pontos que não favorecem ainda que a obra em si, seja ótima!

    Bjus
    Blog Fundo Falso

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  20. Oie!
    Eu já li esse livro, mas pela edição da Bertrand que saiu no ano passado. Eu até que gostei da história, mas assim como você, senti que faltou algo na trama. Não que eu a tenha achado ruim, apenas que não me emocionou tanto quanto outros livros que já li.
    Bjks!
    Histórias sem Fim

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  21. Oi, tudo bem?
    Eu só li um livro da autora e simplesmente amei, por isso sempre fico animada com os livros dela, só que confesso que essa capa não me agrada muito, apesar de achar bacana seguirem um padrão para os livros de autores, eu enjoei de tanta capa praticamente igual essa ai kkkkkkkkk Agora sobre a história, eu achei a premissa interessante, mas também acredito que seria difícil me conectar com os personagens por conta dessas inúmeras trocas de narradores. Bom, a sua resenha está bem explicativa mesmo, deu para saber bastante sobre o livro e é uma pena ele ter tantos pontos negativos, mas ainda sim se trata de uma boa história, né? Então vale a pena.

    Beijos :*

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  22. Oi Monique *--*

    Tenho os dois pés atrás com as obras da autora. Tentei 3 livros diferente e mesmo assim nenhum consegui ir adiante e o unico que terminei odiei com todas as minhas forças, sim estou falando do famosinho. Esse no entanto sempre me chamou atenção quem sabe de uma chance pra esse, o que me incomoda é você ter achado que faltou algo, espero não me sentir assim.

    Bjos
    http://rillismo.blogspot.com.br/

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  23. Oi Monique, tudo bem?
    Eu nunca li nada da autora e devo confessar que esse livro não chamou minha atenção, talvez eu leia ele mais para frente, mas não no momento. Uma pena que o livro poderia ser melhor e não foi, é muito ruim quando nos decepcionamos com alguma obra né? mas espero que os outros livros dela compensem!

    Beijos

    http://www.oteoremadaleitura.com/

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