Resenha - O francês que caiu do céu

12 maio 2015






Neste livro, Wagner Grillo apresenta uma coletânea de contos em que temas públicos misturam-se ao universo de nossas fixações mais íntimas. Os textos são ora fantásticos, ora reais, expõe a condição humana de uma sociedade sem respostas para os que se consideram corretos. Sexualidade, miséria, arte, memória, medo. Ao usar as atividades diárias como base essencial para os seus textos, o autor associa fato e ficção mostrando paixões e taras que talvez muitos preferissem esconder.

   156 páginas || Skoob || Autor Parceiro: Wagner Grillo ||
   Editora: Scortecci || Classificação: 
                                            









O livro trás oito contos com o primeiro deles sendo:

A morta Viva.

Licurgo não espera que tia Oncina lhe ligasse no meio da noite, menos ainda que lhe ligasse para dizer que seu primo, de consideração apenas, estava na pior por conta de uma mulher, e não uma qualquer mas sim por causa de Graça, uma prostituta que Eduardo decidirá tirar da praça e tomá-la por esposa mas que agora estava morta - Como? Por quê? Aaah Licurgo tinha que descobrir quem matará a beldade que só de ouvir falar ele sentia desejo - e que só ele poderia fazer com que Eduardo saísse do quarto e era por isso que tia Oncina lhe ligava, para pedir que ele retornasse ao morro.

O francês que caiu do céu é o segundo conto e dá nome ao livro.

Mãe Efigênia só quer a filha de volta, quer tirá-la daquela situação horrível com as drogas e prostituição, mas sabe que Marcinho Cela Nove não vai facilitar as coisas para ela, sua filha lhe deve dinheiro e muito e seu trabalho como mãe de santo não rende tanto assim, mas quando tudo parece estar no fim, um anjo cai do céu e as salva, livrando Mãe Efigênia e Jéssica do traficante, mas o anjo não é anjo, é apenas um paraquedista que carrega um colar de esmeraldas... Mas de onde ele veio e quem ele é?

O Segredo de Hércules é o terceiro conto.

Hércules não aguenta mais ficar em casa, está velho e aposentado há um ano e se pudesse pagava para sair. Como que ouvindo suas preces seu irmão mais novo, que se mudou para o EUA, liga lhe oferecendo emprego numa obra que ele estará financiando em Angra, ele aceita sem nem pensar duas vezes, mas isso fará com que segredos venham à tona e Hércules não sabe se sobreviverá à eles.

Tempo é o quarto conto.

E nos apresenta um jovem senhor na casa do cinquenta na estrada fugindo de seu casamento, essa é a segunda que ele larga e a caminho de casa, em meio a uma tempestade ele se vê parado na beira da estrada anos antes, décadas até, quando nada em sua vida havia começado a dar errado e pensa: por que não mudar meus erros?

Cacoete é o quinto conto.

Um jovem virgem que nunca conseguiu mais que uma olhadela de uma rapariga por conta de um tique nervoso que o faz beijar o ar três vezes cada vez que ele fica nervoso, porém uma luz surge no fim do túnel ao Marilene o conhecer e resolver que ele deve ir ao médico e se oferecer para pagar, mas a que preço?

O conquistador é o sexto conto.

Ivan está voltando da casa de seu irmão, onde acabou de repartir a herança quando avista uma jovem bela na beira da estrada com o carro quebrado, como qualquer homem com fogacho ele para e lhe oferece ajuda e a jovem doida e ávida lhe ofere muito mais que um obrigada, mas a que preço?

Decoro pra-lamentar.

Doutor Chagas se encontra em um dilema, um dos grandes, o amor ou a estabilidade? Ele está concorrendo novamente ao cargo deputado federal mas a dois anos vem mantendo um romance escondido que agora pode por tudo a perder.

O vigia cego é o sétimo conto.

Eustáquio está de vigia, e quando a ronda aparece ele habilmente ludibria os dois policiais e os convence a levá-lo moro acima enquanto seu comparsa rouba a mercearia.

Stripper é o último conto.

Drica tem uma paixão que é dançar, mas ela ama ainda mais Rogério que ama sua esposa que ama outro homem que não a ama e por trás desses todo há Antero que sonho com Drica mas que é o ator principal das fantasias de Odete e que é pai de Rogério. Como isso acabará?



Os contos do livro são narrados em terceira pessoa e todos tem algo em comum: os temas nada comuns e um tanto quanto polêmicos por assim dizer.

Entendam. Eu normalmente não leio contos que são apenas isso e nada mais, eles me inquietam, a natureza do conto é surgir do nada, lhe apresentar personagens encantadores que lhe ensinaram algo por meio de uma única vivência e que sumirão tão logo quanto apareceram, no conto não há tempo para nada, e não a desfecho para nada, é um recorte da vida de um personagem. Assim sempre que leio um livro de contos tento ser o mais aberta possível.

Mas o tema desse livro de contos não foi favorável na construção em minha opinião, vocês queridos leitores, sabem o quanto eu sou romântica mas sabem também que eu adoro uma boa aventura e intriga, contudo senti que o escritor entrou numa atmosfera um tanto quanto pesada, pois eu sei que há drogas, mortes, tráfego, prostituição, traição e muitas outras coisas desse tipo por aqui, mas acho que a forma como ele abordou torna os assuntos poucos digeríveis para um público mais jovem e a rapidez com que eles acontecem faz com que eles pareçam fantasiosos demais e acho que não foi esse o intuito.

Não estou desmerecendo o livro, o autor teve a coragem de abordar temas poucos comentados em obras literárias e a criatividade para criar cenários um tanto quanto reais na nossa vivência, mas ainda sim eles não superaram a sensação que eu tive durante toda a leitura que Wagner precisava ter desenvolvido melhor.

Contudo para quem gosta de histórias envolvendo crimes ou trapaças dentro de cenários brasileiros de corrupção e drogas e meretrizes pode apreciar muito esse livro, foi uma leitura educativa e reveladora, por assim dizer, sobre situações existentes no Brasil mas pouco divulgadas. Durante a leitura toda não pude deixar de pensar que esse livro tem uma pegada meio Cidade de Deus e Tropa de Elite, para fãs é uma boa recomendação.

14 comentários

  1. Olá, td bem?
    Não leio muito livros de contos, comecei ano passado. Não me interessa tanto, mas acho legal. São curtinhos, rapidos,fazem a gente pensar um pouquinho. Com certeza leria esse.

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    1. Oie Thai.
      Eu também não costumo ler muito livro de contos não, mas às vezes eu gosto de ler, principalmente quando estou lendo muitas séries.
      Bjs

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  2. Olha eu sinceramente tenho vários livros de contos.
    Gosto bastante sabe? Mas eu ainda não li nenhum e não gosto muito de resenhar livros de contos por conta de ter que analisar tudo. Mas mesmo assim eu gostei da sua resenha, porque em momento algum você foi desrespeitosa e sua sinceridade foi o que mais gostei. Talvez eu venha ler algum dia o livro, apenas por ler mesmo, mas mesmo assim gostei de tudo que abordou amiga. PARABÉNS

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    1. Oie Sil.
      Que bom que gostou da resenha e eu nem tenho tantos livros de contos, normalmente quando compro eles estão de alguma forma relacionados a algum livro que eu já li ou lerei kkk.
      Bjokas

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  3. Oi Agatha..
    Adorei sua resenha sincera!! Eu ainda desconhecia o livro, a capa até que é legal.
    Eu penso a mesma coisa que você sobre contos, porque sempre acabo ficando confusa e quando tudo está ficando bom, eis que a história acaba...rs Mas claro tem sempre aquele que de alguma forma acaba agradando.
    Gostei dos temas que o autor parece abordar nesse livro e gosto de leituras assim. Acho que só lendo para mim tirar minhas próprias conclusões sobre algumas coisas fantasiosas demais, mas pela descrição de alguns contos parecem ser mesmo um pouco surreais.
    Bom, opinião é opinião né!? Cada um tem a sua, e o que seria do mundo se todos fossemos iguais!? Eu sei, uma bosta..rs
    Quando a resenha é sincera demais, como todas deviam ser, muitas pessoas até se interessam pelo livro, pois bate a curiosidade!!

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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    1. Oie Leh!
      Menina não consigo dizer algo que eu não sinta em uma resenha, nesse aspecto eu creio que nós - resenhistas - tenhamos que ser sinceros e ponto. Que bom que você se interessou e acho que seria pelo menos uma leitura para se avaliar kkk.
      Bjinhos

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  4. Eu também não costumo ler contos. Mas, às vezes, posso abrir alguma exceção. Parece ser diferente de tudo o já que li. Mas não sei sei eu terei vontade de ler.

    www.meuslivrosesonhos.blogspot.com.br

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  5. Oi Agatha, também estou com o livro em casa e bem curiosa quanto a leitura, eu adoro contos então acho que terei uma impressão melhor do livro, se não volto aqui para falar contigo o que achei ^^

    Beijos,
    Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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    1. Oie Joi.
      Volte sim hein, espero seus comentários!
      Bjinhos

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  6. Oi Agatha!
    Bom! Eu não costumo ler contos. Não é minha praia não.
    Confesso que um ou dois contos chamaram minha atenção nesse livro, achei bacana o autor abordar temas polêmicos e tal, mas não fiquei entusiasmada não kkk quem sabe um dia eu leia né?
    Bom! Como sempre sua resenha está linda e incrível e eu te continuo te admirando ainda mais por sua sinceridade.

    Beijos

    http://colecoes-literarias.blogspot.com.br/

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    1. Oiee.
      Obrigada linda, fico muito contente em ler isso, e nunca se sabe o que vamos acabar lendo né? a vida é uma caixinha de surpresas.
      Bjinhos e obrigada de novo!

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  7. Vou ter que ser sincero: Não leria. E não é nem porque são contos ( que são algo que estou aprendendo a gostar", é pelo fato de que na verdade nada nele me chamou a atenção: nem a sinopse e muito menos a capa.

    Complicado quando o autor erra a mão e acaba forçando demais a barra e exagerando, já aconteceu com livros que eu li também.

    Quem sabe no futuro, né?

    Gostei da resenha!
    Beijos,
    http://www.lanaminhaestante.com

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    1. Hey João.
      Sim, as vezes acaba acontecendo, mas tem público para tudo não? E sim, vai saber o que o futuro literário te reserva!
      Bjs

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